Inauguração de Paulo Moreira em "Uma Certa Falta de Coerência", Porto

29.11.2011 | par martamestre | arte contemporânea, Paulo Moreira

Estudio Candonga em Viana do Castelo

RitaGT e Francisco Vidal [www.estudiocandonga.com]

Domingo, 4, 15h, Museu Municipal Viana do Castelo.


28.11.2011 | par franciscabagulho | arte contemporânea, Francisco Vidal

Ângelo Torres vence o prémio de "Melhor Actor Secundário" pelo filme "Estrada de Palha", de Rodrigo Areias

O 18º Festival Caminhos do Cinema Português consagrou Ângelo Torres como “Melhor Actor Secundário” pelo seu papel no western português Estrada de Palha, de Rodrigo Areias.

Estrada de Palha teve antestreia nacional no dia 9 de Julho na abertura do festival de Vila do Conde em versão cine-concerto. The Legendary Tigerman e Rita Redshoes tocaram, ao vivo, a banda sonora original que compuseram para o filme. A estreia acontecerá em Lisboa no dia 1 de Fevereiro de 2012, no Teatro São Luiz, percorrendo, depois, as salas de cinema nacionais.
A longa-metragem, produzida pela produtora Bando À Parte, foi rodada em 2010 em Castelo de Vide e conta com Vítor Correia, Nuno Melo e Ângelo Torres nos principais papéis.

Para consultar a lista completa dos vencedores do 18º Festival Caminhos do Cinema Português clique aqui.

Estrada de Palha acompanha a história de um homem que após ter vivido longe do seu país durante mais de uma década, volta à sua aldeia para vingar a morte do irmão. Inspirado nos escritos de Henry David Thoreau, traduz Desobediência Civil para Português. Num país onde a corrupção e a extorsão são encaradas com normalidade, aqueles que materializam a representação do Estado prendem e matam impunemente. Alberto tenta combater a tirania do estado e salvar o que resta da sua família. Mas este é um país onde nada muda.

Trailer Estrada de Palha

28.11.2011 | par joanapires | caminhos do cinema português, filmes, prémio

"Nôs Terra" vence prémio jovem cineasta português Cinanima

O filme “Nôs Terra”, do Colectivo de Crianças da EB1 de Trás-os-Montes, Polo 3, Ilha de Santiago (Cabo Verde) com coordenação de Rodolfo Pimenta, Joana Torgal e João Bastos, venceu o Prémio Jovem Cineasta Português (-18), para realizadores com menos de 18 anos, na edição deste ano do festival Cinanima, que se realizou de 7 a 13 de novembro, em Espinho, Portugal.
“Nôs Terra” é um filme animado, contado e vivido por crianças do interior da Ilha de Santiago, Cabo Verde. Através dos seus testemunhos, cruzam-se experiências comuns a todos os que partilham uma terra onde se aguarda a vinda da chuva para o cultivo da terra, a sua fonte de subsistência.
Com a duração de 6’30’, o filme é uma co-produção da Associação Oficinas do Convento e do Colectivo Fotograma CF24 e contou com o apoio da Direcção-Geral das Artes / Secretaria de Estado da Cultura portuguesa. Tem merecido reconhecimento internacional, nomeadamente com a selecção para o BAF - Bradford Animation Festival (Reino Unido) e para o CINEWEST - Auburn International Film Festival for Children and Young Adults (Sidney, Austrália).
O festival Cinanima é uma iniciativa da Cooperativa Nascente, de Espinho, e constitui o maior festival de cinema de animação realizado em Portugal. Organizado ininterruptamente desde 1976, é um dos mais antigos do mundo no seu género específico. Na edição deste ano, que decorreu de 7 a 13 de Novembro, o grande prémio Cinanima foi atribuído a “The Renter”, do realizador Jason Carpenter (EUA).

 

Tirado de Cena Lusófona

28.11.2011 | par joanapires | filmes, prémio

Neyde Veneziano em Lisboa para falar do teatro de revista

Neyde Veneziano, encenadora e professora do Instituto de Artes da Universidade de Campinas (Brasil) profere na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), no dia 2 de Dezembro, uma conferência intitulada “A influência portuguesa sobre o teatro brasileiro de revista nas comemorações dos 160 anos de revista à portuguesa”.
Neyde Veneziano nasceu em Santos, São Paulo, em 1944. É autora de duas obras de referência para a história do teatro brasileiro: “O Teatro de Revista no Brasil: Dramaturgia e Convenções” (1991) e “Não Adianta Chorar: Teatro de Revista Brasileiro, Oba!” (1996). Completou o seu pós-doutoramento em Itália, com um trabalho sobre Dario Fo. Como encenadora, colaborou, por exemplo, com o Teatro de Arena e com o grupo “Parlapatões”.
A conferência é uma iniciativa do Programa em Estudos de Teatro da FLUL, desenvolvido pelo Centro de Estudos de Teatro. Terá lugar esta sexta-feira, 2 de Dezembro, pelas 14h00, na sala 5.2 da Faculdade. A entrada é livre até ao limite dos lugares disponíveis.

 

Tirado de Cena Lusófona

28.11.2011 | par joanapires | conferência

DAI-BULLETIN 2011-2012: number three

PROGRAM DAI-WEEK 28 NOVEMBER / 2 DECEMBER
Please note that bio’s of all four workshop leaders are to be found at http://www.dutchartinstitute.nl/
DAI- Cantina:
Lunch will be served daily from 13:00-14:00
Dinner Monday & Tuesday from 18:00-19:00
Wednesday & Thursday 19:00-20.00

November 28: Monday DAI – Presentation

13.00 For a kick-off of today’s two projects we will have lunch with the complete group in the DAI’s canteen. Today we welcome Jean-Luc Vilmouth and David Weber Krebs as tutors.

14.00 - 21:00 (DAI Auditorium/Project room)
two workshops dealing with the act of ‘presenting/performing your work in public’:
1. When the stage hits you…
Run by Otobong Nkanga and Jean-Luc Vilmouth. When you believe that your hunger is an equivalent to that of a hostage who has been kidnapped by a terrorist or a bank robber, without food or drink then what do you do? This state of urgency creates a platform where intricate, extreme and creative stands are taken resulting in a holdup situation. We will be interested in looking at different forms of performances that can create this state of a holdup situation. When the stage hits you and there is no way out but to face the situation in a radical and extreme way. The idea will be to push the limits of (re) presentation, how one could go beyond just the normal and accepted ways of presentation of their works and engaged the public or spectator in an unusual and unpredicted way. “Un art ne peut être une fin pour lui-même car, en lui-même, il ne rend personne meilleur” Socrate
Bio’s of Otobong and Jean-Luc to be found at http://www.dutchartinstitute.nl/

2. Presenting Performance/Performing Presentation
A six part workshop on performance art and lecture performance with David Weber-Krebs and Jan-Philipp Possmann. This workshop is aimed at artists interested in developing or sharpening their own artistic language in the live mediums performance art and lecture performance. Together we will discuss and experiment on basic parameters of the performative situation and assist each other in developing performances. An interest but not necessarily an experience in performance art or lecture performance is required of all participants.

November 29: Tuesday DAI – Thesis
Morning workshops will continue with Jean-Luc Vilmouth and David Weber-Krebbs Starting 10.00 – 13.00 for all students

13.00 – 14.00 lunch
DAI Thesis, 2011-2012
Reading for Writing or How to do things with Theory, Alena Alexandrova & Doreen Mende and their two respective groups of students
During the first year the focus is on developing research skills and a central question for the thesis, formally submitted as a thesis project. During the second year the students engage in further research and writing the thesis.
Plenary session group Alena Alexandrova:

14.30 – 17.30 PM Alena Alexandrova’s reading group will focus on the question: what does it mean to think with or through images? Georges Didi-Huberman’s writing is key with regards to the field of visual studies; he insists that the image is a site and a medium of a specifically visual knowledge that cannot be reduced to language or concepts. His latest exhibition Atlas. How to Carry the World on One’s Back? explores the atlas as a “visual form of knowledge” and a “knowledgeable form of seeing.” Sarat Maharaj discusses the hotly debated topic of the (im-) possibilities of considering visual art as a field, or even a method, of knowledge production.
The last part of the Theory Seminar will focus on introducing the thesis project in a more detail and discussing issues around research process, finding and working with research resources.

Plenary session group Doreen Mende:
14.30 – 17.30 PM ‘The ontology of performance: representation without reproduction’. Doreen Mende’s reading group November session will focus on questions about the undocumented event and its relevance for the unconscious of society. The students will read the essay “The ontology of performance: representation without reproduction” by Peggy Phelan. The text stands in relation to the artistic practice of Milica Tomić who will be our guest for the reading group as well as for the evening lecture. In this framework, Phelan’s text will offer several lines of thoughts enabling to entangle theoretical propositions with urgencies of practice and concerns of gender. It is also useful here to understand ‘performance’ in a wider sense than a media-specific category but through its singular moment, e.g. the act and space of exposure. If there is time, we will relate Phelan’s text to the notion of ‘event’ as a cross-point of politics and aesthetics which has been extensively unfolded by Alain Badiou in his seminal book Being and Event (1988) - (optional for further reading and research).

20.00 – 22.00 Public evening lecture
Container: photography by other means by Milica Tomić
DAI Auditorium (in the framework of How to do Theory with Things)

Tomić will talk about her ongoing project CONTAINER which has been realized recently at the Octobersalon in Belgrade through the question: How to exhibit CONTAINER that is considered to be a performative object, with us in the middle? How to exhibit CONTAINER that has been an instrument to re-construct a crime?

November 30: Wednesday DAI – Private
09:30 – 13:00 (DAI location) For all students
Face to face meetings between students and: Milica Tomić, Alena Alexandrova, Doreen Mende, Renée Ridgway, Florian Göttke, Suzanne Kriemann, Ian White, Tanja Baudoin, Emma Hedditch, Kiluanji Kia Henda and Grant Watson.
Co-ordinated by Rik Fernhout

13.00 – 14.00 lunch

15.00 – 17.00 SHIFT IN MY THINKING
The Dutch Art Institute / MFA ArtEZ in collaboration with
The MMKA (Museum for Modern Art Arnhem) and curatorial collective Suze May Sho presents a series of 6 lectures, taking place at the MMKA on the following Wednesdays; October 19, November 30, January 11, February 8, March 21, April 18.
Always from 3-5 pm
By inviting 6 eminent speakers, each with an outspoken position in the current postcolonial or decolonial debate, we will rethink past, present and future entanglements between the African continent and Europe (and beyond),through theory and art.

November 30, 2011:
Afronautas: from the ashes of the past, to the blink of the satellites.
by Kiluanji Kia Henda

After their fights for indepence many countries in the so called “Third World” had to face destructive civil wars. Murdered before they were even born, those young countries were run over by history. Up to today many have to deal with stone age conditions for living, as if time had stopped. But at the same time, for better or for worse,they are willing to belong to a modern world.
“Afronautas” came into being as a post-war movement of young Angolan artists who, in their formation were compelled to travel; or in the absence of an industrial structure were contaminated by the different foreign cultures that arrived via the ports and airports and today through the internet and satellite television. In Angola this “contamination” created a global, assimilated, cultural production, from music to visual art and a rupture with traditional standards by legitimating multiculturalism.
By creating fiction from factual stories Henda’s work draws upon a certain complicity with history. He uses art as a method to revise it. But more than trying to escape from an amnesia of the recent past, Henda looks for utopian narratives, as a way to avoid the still very present harmful heritage caused by those years of conflict.
Kiluanji Kia Henda (born 1979) is a photographer and visual artist who also works in theater. His photographs grapple with colonial history and perceptions of modernism in Angola. Recent exhibitions include: Experimental Station: Research and Artistic Phenomena, Centro de Arte Dos de Mayo (CA2M), Madrid, 2011; Other Possible Worlds, NGBK, Berlin, 2011; and 2nd Luanda Triennale, Luanda, 2010. Henda lives and works in Luanda.
This specific lecture was organised in collaboration with BAK, basis voor actuele kunst in Utrecht where on 03.12.2011 Kiluanji Kia Henda will screen films in the context of the program Cinematic Narratives from Elsewhere: Revisions of African Representation.

18.00 – 19.00 Dinner
19.15 Negotiating Equity students and faculty leave by train to Brussels. Overnight stay in SleepWell youthhostel rue du Damier.
19.30 – 21.00 Continuation face to face meetings with: Milica Tomić, Alena Alexandrova, Doreen Mende, Florian Göttke, Suzanne Kriemann, Ian White, Tanja Baudoin, Emma Hedditch, and Grant Watson.
21.00 – 22.00 ‘practice-theatre’ an informal meeting with the group. Location: Audit I en II

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28.11.2011 | par joanapires | performance, presentation, workshop

Revisions of African Representation, Kiluanji Kia Henda

3 December, Het Utrechts Archief, Hamburgerstraat 28, Utrecht, 2 pm.

The final installment of the film-based program is devoted to an afternoon of screenings curated by Kiluanji Kia Henda (artist, Luanda), whose work is on view in the concurrent exhibition at BAK, Spacecraft Icarus 13. Narratives of Progress from Elsewhere.

The session entitled, Revisions of African Representation, explores the historical circumstances and tensions of newly independent African and Middle Eastern nations in the 1970s at the end of the colonial era. During the screening, interviews with then high-level politicians are shown that make clear the way in which military and economic support was provided to clashing factions in the “Third World,” such as Egypt, Israel, and Angola, by other countries including the two superpowers: the Soviet Union and the United States. In uncovering the Cold War conflict that underlay the foreign-backed military support in the “Third World,” the footage also reveals that the two nations, in their race for expansion in the African continent and to strengthen their respective ideologies, underpinned the ensuing decades of instability and violent civil wars in these young African nations. 

A key film in the screening is Andreas Johnsen’s documentary A Kind of Paradise, 2011, which seeks to establish new articulations of cultural and national identities through a collective portrait of a new generation of artists, poets, and musicians working in Africa, a group of individuals who are shaped by, and emerge from, the deep social and political changes in the continent. Its position among the afternoon’s films juxtaposes the familiar images of natural disasters, poverty, and corruption that dominate our association with Africa, with the new and considered images from African cultural practitioners who grapple with their own knowledge of conflict in the continent.

Film screening, A Kind of Paradise, Andreas Johnsen, 2011, 60 mins, followed by a presentation by Kiluanji Kia Henda (artist, Luanda)

Kiluanji Kia Henda (born 1979) is a photographer and visual artist who also works in theater. His photographs grapple with colonial history and perceptions of modernism in Angola. Recent exhibitions include: Experimental Station: Research and Artistic Phenomena, Centro de Arte Dos de Mayo (CA2M), Madrid, 2011; Other Possible Worlds, NGBK, Berlin, 2011; and 2nd Luanda Triennale, Luanda, 2010. Henda lives and works in Luanda.

For further information, please visit: www.bak-utrecht.nl.

28.11.2011 | par franciscabagulho | A Kind of Paradise, angola, kiluanji kia henda

Manda Brasa festa de um brasil que é já futuro

Zona Franca apresenta: FESTA BRASILEIRA
ao som dos dj K-beça e dj Saravá 
imagens Carpe Diem e outros
comidas caprichadas pelo casal Ana Bolena e Leandro Müller
muitas caipirinhas e animação 
dia 30 de OUTUBRO, a partir das 22h até…  “não deixa o samba morrer não deixa o samba acabar” no zona franca no BARTÔ

27.11.2011 | par martalanca | Brasil, festa

domingo (in)continente - dia 27 de dezembro, José Braima Galissa no Bartô

Dia 27 de dezembro a partir das 22h30 I  bartô I costa do castelo 1 Lisboa 

Na linguagem Mandinga “Bela Nafa” significa “Benefício Comum”.Bela Nafa é uma das grandes surpresas da World Music criada num País de Língua Oficial Portuguesa. Inspirados na música tradicional da Guiné-Bissau vão buscar aos temas tradicionais da cultura Mandinga a sua base de ligação com o continente Europeu. A junção do instrumento tradicional Kora, tocado pelo mestre José Braima Galissá, líder e mentor da banda, com os instrumentos modernos resulta numa harmonia muito própria que nos transporta para um clima quente e acolhedor, acompanhado de uma energia forte e contagiante que convida à dança.
Composição: kora e voz, guitarra ritmo, bateria, baixo

mais infos

25.11.2011 | par martalanca | Braima Galissa, korá

'Clave Bantu', o primeiro single do albúm de estreia da cantora Aline Frazão

O disco de estreia de Aline Frazão chega a 2 de Dezembro mas a cantora já apresentou o primeiro single: Clave Bantu. Para ouvir clique aqui.

25.11.2011 | par joanapires | Aline Frazão, lançamento single, música

4ª Edição do Festival da Mafalala

 

ENTRADA LIVRE

25.11.2011 | par joanapires | festival, música

1ª Conferência Internacional sobre Kuduro - Call for Papers/Appel a communications

CALL FOR PAPERS
O Kuduro, música e dança angolana, com características peculiares está presente em Angola e na diáspora há cerca de 15 anos. Hoje em dia, é a manifestação artística juvenil mais importante do país, com as suas estrelas a serem conhecidas mundialmente, constituindo um forte movimento de massas em todos os estratos da sociedade.

A necessidade de compreender e conhecer melhor o fenómeno do ponto de vista científico, levou o escritor e investigador cultural Jó Kindanje, autor do ensaio “Kuduro, um reinado sem rei nem coroa”, em colaboração com Agnela Barros Wilper, Mestre em Estudos de Teatro e investigadora sobre as Artes Performativas Angolanas, a conceber o projecto da Primeira Conferência Internacional sobre o KUDURO.

 

Tema: “KUDURO, PATRIMÓNIO ANGOLANO PARA A ÁFRICA E O MUNDO”

Sob o slogan: “Conhecer para valorizar”

O objectivo é incentivar o estudo e a prática performativa do Kuduro, debruçando-se sobre a sua génese, criatividade e inovação, assim como criar um fórum regular para os estudiosos e praticantes trocarem ideias, conhecimento e informação.

A Conferência será realizada no Nacional Cine-Teatro, adstrito à Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde, em Luanda, Angola, de 23 a 26 de Maio de 2012 e terá a organização conjunta do Jornal Dos Negócios, Grupo-Editora Sons e Letras, e da Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde. Conta com a parceria do Institut Goethe-Angola e do Iwalewa-Haus, (Universidade de Bayreuth, Alemanha).

Esta Conferência Internacional irá examinar como os avanços da tecnologia, cidadania global, transacções interculturais e empréstimos tiveram impacto sobre a génese e performance do Kuduro, através de soluções engenhosas baseadas na inovação, criatividade e espírito empreendedor, a partir de diferentes vertentes, incluindo a Mídia. A abordagem académica será interdisciplinar, centrada em ângulos históricos, musicológicos, da ciência da dança, da linguística e da sociologia. Subjacente a esta intencionalidade, há uma série de interrogações que se levantam e cujas respostas seriam pertinentes para o desenvolvimento dos estudos sobre esta matéria.

Como é que o Kuduro se encaixa nas performances orais e corporais africanas? Quais os vínculos do Kuduro com as tradições da dança urbana angolana do século XX? Kuduro, estilo musical ou 

manifestação artística resultante da hibridação de várias práticas artísticas angolanas? Como pode o Kuduro contribuir para a inclusão digital dos seus praticantes e seguidores? Como explicar o aparecimento do Kuduro e de manifestações artísticas similares em meios sociais com um historial de violência? 

A Conferência poderá, deste modo, abordar os seguintes temas, não se limitando, porém, a eles:

* Kuduro e performances orais e corporais africanas

* Danças urbanas angolanas do século XX
* O Kuduro como performance
* Tendências do desempenho artístico em África e na diáspora (kwaito, coupé décalé, hip hop, funk carioca e outras)

* Estudo e registo técnico do Kuduro (dança, música, linguagem, indumentária, caracterização e atitude)
* Globalização, cidadania e identidade no Kuduro

* Kuduro e inclusão digital
* Impacto das novas mídias e tecnologia na divulgação do Kuduro

* Kuduro e Literacia

*Kuduro e re-existência ou inclusão social

 

Os investigadores, estudiosos nacionais e internacionais interessados são convidados a apresentar sinopses ou propostas de 100-300 palavras (incluindo uma biografia de 150 palavras) para a Organização da conferência, via e-mail, paraconferenciasobrekuduro@hotmail.com, até 28 de Fevereiro de 2012. As comunicações devem ser enviadas até 30 de Abril de 2012. 

As apresentações podem ter o formato performativo (performance lecture), de mesa-redonda, projectos participativos ou palestra oral. Deverão servir como formas adequadas de uma reflexão científica-performativa.

O debate académico será encerrado com um espectáculo de Kuduro que trará, em complemento, a cronologia do processo evolutivo deste estilo musical urbano, com a participação de artistas nacionais e internacionais

A publicação dos resultados da Conferência será apoiada pelo Iwalewa-Haus, Bayreuth-Alemanha (Museu de Arte Contemporânea e Popular Africana, da universidade de Bayreuth) em parceria com o Goethe Institut-Angola. A publicação garante a sustentabilidade do projecto e serve como um trampolim para a promoção do debate internacional.

Contactos:

E-mail: conferenciasobrekuduro@hotmail.com 

blog: http://www.conferenciakuduro.blogspot.com

 

1st International Conference on KUDURO
The Kuduro, Angolan music and dance, with special characteristics is present in Angola and in the Diaspora for nearly 15 years. Today, it is the most important artistic youth expression of the country, with its stars to be known worldwide, constituting a strong mass movement in all strata of society.
The need to understand and learn more about the phenomenon of the scientific point of view, led the writer and cultural researcher Job Kindanje, author of the essay “Kuduro, a kingdom without a king or crown,” in collaboration with Agnela Barros Wilper, Master of Theatre Studies and researcher on the Angolan Performing Arts, to conceive the project of the First International Conference on KUDURO.

Theme: “KUDURO, ANGOLAN HERITAGE FOR AFRICA AND THE WORLD
Under the slogan: “To know to value
The aim is to encourage the study and the Kuduro performance, leaning on their genesis, creativity and innovation, and create a regular forum for scholars and practitioners to exchange ideas, knowledge and information.
The Conference will be held at the Nacional Cine-Teatro, attached to the Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde, in Luanda, Angola, from 23 to 26 May 2012, and will be jointly organized by the Journal dos Negócios, Grupo-Editora Sons e Letras, and the Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde. It is a partnership with the Goethe-Institut and Angola Iwalewa-Haus, (University of Bayreuth, Germany).
This International Conference will examine how advances in technology, global citizenship, intercultural transactions and loans had an impact on the genesis and performance of Kuduro through ingenious solutions based on innovation, creativity and entrepreneurial spirit, from different aspects, including the Media. The academic approach will be interdisciplinary, focused on historical perspective, musicological, dance science, linguistics and sociology. Underlying this intent, there are a number of questions that arise and the answers are relevant for the development of studies on this subject.

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23.11.2011 | par joanapires | appel a communications, call for papers, conferência, internacional conference, kuduro

Mostra de cinema ROOTS

No âmbito do projecto ROOTS terá lugar a mostra de cinema ROOTS.
Trata-se de uma selecção de filmes que esboça o olhar sobre cinematografias que se cruzam no espaço atlântico.A mostra inicia-se já no próximo dia 24 de Novembro com a exibição do filme Rebelados no Fim dos Tempos de Jorge Murteira, seguindo-se no dia 1 de Dezembro com a projecção de Nôs Terra de Anna Tica, Nuno Pedro e Toni Polo e terminando no dia 8 de Dezembro com a apresentação de Uma ciência encantada de Chico Sales e Oferenda de Ana Bárbara Ramos.

Programa:
24 de Novembro – 22H00 - LAC
Rebelados no Fim dos Tempos
de Jorge Murteira
50’, Cor
Portugal, 1999

Filmado na ilha de Santiago, em Cabo Verde, o documentário acompanha o quotidiano e as expectativas de três rebelados que esperam o fim do mundo, anunciado pelos mais velhos para o termo do milénio.

1 de Dezembro – 18H00 – LAC
Nôs Terra
*de Anna Tica, Nuno Pedro e Toni Polo*
70’ min, Cor
Portugal, 2011

Os pais vieram de uma antiga colónia portuguesa. Eles nasceram em Lisboa mas sentem-se mais cabo-verdianos. Saíram do bairro de infância para ir viver para o bairro social. Falam português mas também, desde muito cedo, aprenderam crioulo. Falam sobre a dualidade e a conflitualidade de pertencer a dois mundos que vivem de costas voltadas, mas que apesar de tudo, lhes pertencem como um só”
“Nôs Terra” é um documentário centrado no processo de construção de um contra discurso protagonizado por jovens negros portugueses.

8 de Dezembro – 18H00 – LAC
Uma Ciência Encantada
de Chico Sales
20’, cor
Brasil (Paraíba), 2010

Um filme sobre percepções e impressões dos encantos e mistérios de uma praia, inserida na cosmologia da Jurema Sagrada.

Oferenda
de Ana Bárbara Ramos
16’, Cor
Brasil (Paraíba), 2010
Para Iemanjá.

 

EXPOSIÇÃO ROOTS
12 de Novembro a 30 de Dezembro
De quarta a sábado, das 16h às 19h.

LANÇAMENTO DO CATÁLOGO ROOTS
8 de Dezembro

Contactos:
LAC – Laboratório de Actividades Criativas
Largo Convento Sra. da Glória
(antiga Cadeia de Lagos)
8600-660 Lagos
Tel./ Fax: 282 084 959

23.11.2011 | par joanapires | cinema, roots

Death Metal Angola

DEATH METAL ANGOLA
Copyright © CABULA6 and Coalition Films, 2011

Director: Jeremy Xido
Camera: Johan Legraie
Editor: Todd Holmes
Trailer Editor: Dimon Hunter
Sound: Oswald Juliana
deathmetalangola.com

22.11.2011 | par franciscabagulho | angola

A Libertação pela Revolução

A revoluçao tunisina, como aliàs a egípcia, foi desencadeada pelos jovens das camadas mais desfavorecidas da sociedade, oriundos muitas vezes das regiões mais pobres do pais. No entanto, mesmo antes destas revoluções terem resultado na demissão ou na fuga dos respectivos ditadores, os americanos (oportunistas como são), através da influência sobre os tecnocratas em exilio (formados no seu território), fizeram tudo para recuperar os frutos dos sacrifícios do povo. Estes tecnocratas, agora em função nas altas instâncias do Estado aproveitam-se da tranformação do regime, guardando os seus interesses intactos assim como os dos seus protectores oficiais.

Nada de novo, nada de complexo, nada de insólito (as maneiras de agir dos americanos já foram desmontadas de A a Z).


O mais interessante disto tudo, nem são tanto os mecanismos pelos quais os tecnocratas dos novos regimes sao submetidos à influência do poder americano, mas o processo pelo qual as reivindicações de base destas revoluções foram reduzidas, pelo intermediário entre outros dos media, ao simples ideal de Liberdade à maneira ocidental. O slogan em comum destas duas revoluções abrangia um espectro muito mais amplo de projecto de sociedade como a justiça, a dignidade e a independência nacional. Esta última reivindicação, longe de se esgotar nas fronteiras de um Estado-Nação, diz respeito acima de tudo a uma soberania nacional (do povo, da cultura arabo-muçulmana) anti-imperialista. Em países com um passado colonial pesado e cujas formas e organização social autóctone foram destruídas, a liberdade como bem absoluto individual só faz sentido se a colectividade « maitrise » os seus próprios valores (a todos os níveis) : « Faire sauter le monde colonial est désormais une image d’action très claire, très compréhensible et pouvant être reprise par chacun des individus constituant le peuple colonisé. ” Frantz Fanon
Hoje, na Tunísia pós-eleitoral, os franceses foram desonrados e os islamistas Ennahda (força liberal) constituem um prolongamento do poder dos países do eixo petrodollar. No Egipto, em particular, o exército está associado aos americanos desde a presidência de Muḥammad as-Sādāt em 1970 até aos « negociatas » e políticos corruptos de Hosni Moubarak. A uma semana das eleições, o povo ocupa novamente a Praça « Tharir » (praça Emancipação/Libertação) consciente do papel da ingerência americana no exército e nos seus aliados políticos (protesto que começa a alastrar-se por outras regiões). O exemplo máximo desta ingerência são as armas (made in USA) utilizadas hoje para punir o povo na praça (ouvido numa entrevista a um manifestante). As reivindicações destes novos ocupantes insistem sobretudo em dois pontos : criar um organismo apto a julgar os políticos e « negociatas » corruptos ; criar uma presidência civil contra a oligarquia militar.
As previsões eleitorais são óbvias : os islamistas liberais (partido da Liberdade e da justiça) vão sair vencedores no Egipto. Partido da mesma tendência do Ennahda na Tunisia, ou seja, agentes políticos do movimento dos « irmãos muçulmanos » diferente do movimento islamista jihadista anti-americano. Excusado seria dizer que o partido da liberdade e da justiça faz aliança com os militares. Estes mesmos que o povo quer desarmar.
Enquanto o governo provisório já se demitiu, os militares abriram retoricamente um antecedente perigoso : « um milhão, dois milhões na rua não representam o povo egípcio ». Os indignados em Madrid ou em NY também não…. Não somos de facto os 99%.

Shift no Spectrum

22.11.2011 | par martalanca | Egipto, liberdade, primavera árave. revolução, Tunisia

África do Sul - hoje

Fellow South Africans, Please spread the “Black Tuesday” message by the National Press Club. We call on South Africans to wear black on Tuesday to protest at the Protection of Information Bill. This is when the National Assembly will be voting on the controversial bill. SANEF is mobilizing editors to be in Parliament. We will all be wearing black. Various organizations including Shout have come out in support of the call to wear black. We have had thousands of messages of support today. Let’s make our voices heard. We also call on newspapers to blank/black out some reports on Tuesday to highlight the dangers of the bill. Electronic media should bleep some reports and interviews. We welcome confirmation that some media houses will be doing this. The Press Club also supports pickets which are being planned by the Right2Know campaign. Let’s all stand up and make a difference. Say NO to censorship. Say YES to free speech and media freedom.

22.11.2011 | par martamestre | África do Sul, Black Tuesday

II Encontro de Escritores de Língua Portuguesa

O Encontro de Escritores de Língua Portuguesa é o evento que reúne nomes de reconhecimento regional, nacional e mundial nas áreas da literatura e da linguística, e pretende promover o intercâmbio entre os escritores de língua portuguesa dos cinco continentes.

Pelo segundo ano consecutivo, a Prefeitura de Natal e a União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), com o apoio da Associação Lisboa/Natal (LisNatal) e o Governo Estadual do Rio Grande do Norte, organizam o Encontro de Escritores de Língua Portuguesa (EELP), em Natal, que terá lugar nos dias 23, 24 e 25 de Novembro de 2011, e que se espera tenha o êxito do anterior, em que mais de 1 500 participantes, entre escritores, professores, estudantes e público em geral, animaram os debates e contribuíram para o enriquecimento da nossa língua comum.

O II Encontro trará a debate 3 temas, a saber: Literatura de Viagens, O Estado e a Evolução da Língua Portuguesa e Poesia Escrita para a Música.

Assim, no primeiro dia (23 de Novembro), o escritor e poeta de Luanda (Angola), Manuel Rui Alves Monteiro, introduz o tema sobre a LITERATURA DE VIAGENS. No dia 24, Carlos Reis, português, escritor e ensaísta da língua portuguesa falará do ESTADO E EVOLUÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA. O fecho do Encontro, no dia 25, terá como tema a POESIA ESCRITA PARA A MÚSICA, que estará a cargo do compositor brasileiro Gabriel O Pensador (de nome artístico Gabriel Contino).

Pela primeira vez, o Encontro de Escritores de Língua Portuguesa terá todos os países representados, assim como a cidade de Macau, podendo, desde já, garantir a presença de:

- Angola: Manuel Rui Monteiro, António Antunes Fonseca e Armindo Jaime Gomes;

- Cabo Verde: Daniel Pereira (embaixador de Cabo Verde em Brasília), Domingos Landim de Barros, Daniel Euricles Rodrigues Spínola (escritor com o Pseudónimo literário Danny Spínola) e José Luis Hopffer Almada

- Guiné-Bissau: o escritor e poeta Tony Tcheka (António Soares Lopes Júnior);

- Macau: Jin Guo Ping (traduziu inúmeras obras da literatura portuguesa) e Wu Zhiliang (administrador da Fundação de Macau);

- Moçambique: Sangare Okapi (poeta), Jorge de Oliveira e Aurélio Furdela;

- Portugal: Carlos Reis, Pedro Rosa Mendes (escritor e jornalista, que recebeu, recentemente, o prémio Pen Club), José da Costa Neves (E. S. Tagino é o seu pseudónimo literário), António Cortez, Tiago Torres da Silva, Mário Máximo e Rui Lourido;

- S. Tomé e Príncipe: Angelson Coelho D´Assunção;

- Timor: Domingos Francisco de Sousa (embaixador de Timor em Brasília).

O evento terá diversas iniciativas paralelas, tais como uma Feira do Livro, lançamento de livros, tertúlias de poesia, encontro de escritores na Universidade do Rio Grande do Norte, etc.

O II Encontro de Escritores de Língua Portuguesa encerrará com um grande espectáculo musical.

21.11.2011 | par joanapires | Encontro de Escritores de Língua Portuguesa em Natal

Fora de Campo: arquivo de cinema de Moçambique - Instalação de Catarina Simão (O Barulhamento do Mundo)

O Barulhamento do Mundo

Fora de campo: arquivo de cinema de Moçambique

Instalação de Catarina Simão

CARPE DIEM ARTE E PESQUISA | INAUGURAÇÃO 26 novembro, 16h00

30 novembro 2011 – 28 janeiro 2012

4ª - Sáb., 13h – 19h

O trabalho apresentado em Fora de Campo é uma reflexão sobre a natureza da percepção e da memória codificada através das imagens, documentos e dispositivos que os acolhem e organizam. Este trabalho implica um diálogo continuado com um arquivo em particular, o Arquivo Moçambicano de Cinema, localizado em Maputo. Através de um processo de acumulação de documentos, reproduz narrativas de diferentes formas de condição pós-colonial: desde a ideologia da Guerra Fria que produziu uma colecção de filmes revolucionários, passando pelo capitalismo global que procura agora a sua preservação, até à sua proposta situada, como fragmento de uma investigação pessoal.

Esta instalação é concebida como uma montagem de elementos numa sala de trabalho onde o esforço de pesquisa reverbera para além de uma apresentação formal. A partilha do seu método com a comunidade articula-se em torno de um programa de visitas comentadas e o agenciamento de encontros de proximidade com especialistas em história e ficção, assim como com responsáveis de arquivos circundantes.

Catarina Simão (n. 1972) vive em Lisboa. É arquitecta, artista e investigadora. Em 2009 iniciou o projecto em curso, Fora de Campo – Arquivo de Cinema de Moçambique. Desde então, o projecto tem sido apresentado em instituições artísticas e seminários em Lisboa, Porto, Maputo, Viena, Londres, Paris, Barcelona, Amesterdão, e também na Bienal Manifesta 8, em Múrcia. É autora de artigos e outras contribuições associadas ao tema do seu projecto, como imagem política, arquivo, pós-colonialismo e práticas artísticas centradas na primazia do processo.

PROGRAMA

Instalação Quarta a Sábado, das 13h00 às 19h00

30 de Novembro 2011a 28 de Janeiro 2012

Visitas comentadas Quintas, Sextas e Sábados, das 16h às 18h. Marcação prévia necessária para todos os interessados. Contactar: catarina.simao@gmail.com

Programas de Rádio abertos ao público e gravado no local da instalação de 16 a 28 de

Janeiro 2012

Três sessões de rádio nas quais estão previstas projecções e comentários a filmes do Arquivo, conversas em torno de documentação do projecto Fora de Campo com protagonistas, historiadores moçambicanos, artistas e arquivistas.

Datas e horários a serem divulgados a partir de 2 de Janeiro 2012.

Em colaboração com www.radiozero.pt

Agradecimentos: David Guêniot, Samir Noorali, Ana Braga, Tiago Gandra, Ana Dinger

Produção GHOST Associação

Em colaboração com o AFRICA.CONT

 arquivo pessoal de L. Lemos) arquivo pessoal de L. Lemos)

Construir território. Como parte do processo de descolonização, o Presidente Samora Machel quis separar a imagem do “branco” da do “colonizador” e rodeou-se de quadros Moçambicanos de diferentes origens. Esta politica de composição exigiu um enorme esforço ao implicar a criação de um novo plano de começo histórico para a nova República Popular de Moçambique.

O cinema, e um novo modelo de produção nacional, foram elementos operativos nesse processo, onde todos os Moçambicanos participariam no desenvolvimento do mesmo território de imagem e cidadania. O processo revelou muitas contradições, tendo em conta que o nacionalismo estava a ser construído em relação directa com o anti-colonialismo. Como em muitos outros processos revolucionários, a violência na criação da sua imagem está por vezes na frágil neutralidade do seu próprio plano de começo.

O modelo convencional de exposição de imagens, de tão naturalizado, substitui-se frequentemente ao sentido da própria imagem. No entanto, ele institui-se claramente com base na ideia de representação e categorização. Ele opera imitando um processo identitário, que classifica e hierarquiza, e como um processo de identificação, que engloba e exclui, estabelece o que é e o que não é. Isto significa que estamos rodeados de “modelos de ver” que assumem uma falsa neutralidade do seu começo como parte de uma estratégia de imagem (política).

Tudo isto por vezes dificulta o entendimento de que a simples demarcação de um espaço, a projecção de um vídeo, o agenciamento de actividades, o mapeamento ou a organização de registos – alguns dos processos utilizados pelo projecto Fora de Campo – já constituem modos de criação e invenção, onde cada nova topologia de imagem corresponde à tentativa de constituição do seu próprio território de referência. O projecto Fora de Campo apresenta-se como um espaço cumulativo de documentos, onde os elementos e fontes não foram escolhidos de acordo com uma categoria ou com a expectativa de fixar um sentido em particular. Os registos são seleccionados de acordo com o seu potencial para criar novas imagens.

Registar é comandar. Até à Independência em1975, o negro em Moçambique não era considerado um cidadão pelo regime colonial, e por isso não lhe era permitido o acesso à criação de imagens cinematográficas. Foi só no início dos anos 70 que a população negra começou a ser integrada em algumas estruturas de produção do cinema colonial, como parte de uma estratégia de escamoteamento das medidas racistas do “regime de Lisboa”. “Munto”, como eram designados, também era o termo usado para o posto de servente nessas actividades.

Na fotografia desta página, o momento de uma visita Presidencial é gravado em imagem para o jornal de actualidades Kuxa kanema, por quadros formados depois da Independência. Neste contexto, também as imagens que são registadas por estes profissionais podem ser entendidas como imagens da revolução moçambicana. A sua autoridade não está apenas na prova da presença do líder, está também no acto de registo, ao prever e fixar um acontecimento político muito para além das condições ideológicas que o suportam. Curiosamente, esta reflexão opera de forma similar no caso de uma partitura musical: a partitura foi inventada com intenção de fixar uma criação sonora e com isso permitir a sua transmissão para além da condição presencial do músico. Contudo, e automaticamente, esta mesma partitura transforma-se na instância que conduz e comanda as futuras interpretações. Da mesma forma, quando o jovem camera regista para o futuro, ele comanda e determina a memória fílmica, oficial, de um processo revolucionário. Assim, a imagem que descreve um processo revolucionário ao mesmo nível que o faz operar é capaz de prever a sua construção enquanto arquivo de poder. Como abordar a evidência operativa deste arquivo Moçambicano?

Arquivo performático. Se as imagens podem contribuir para teorizar o espaço político que habitam, por outro, também determinados contextos têm a capacidade de actualizar politicamente essas imagens.

Quem viu na altura e quem vê hoje a autoridade da fotografia tirada nos anos 80? Se quem completa e cria esta imagem é sempre quem a vê, quem cria a imagem da revolução moçambicana hoje, quem e como estas imagens inventam hoje?

Apesar da predominância de uma imagem oficial, nas imagens do arquivo Moçambicano coexistem hoje diferentes atribuições: históricas, pós-coloniais, autorais, comerciais, patrimoniais, estéticas e de reapropriação politica. O projecto Fora de Campo trabalha a possibilidade do encontro num mesmo plano, entre essas diferentes atribuições do real – e não sob um mesmo plano normalizador. Essas atribuições podem ser lidas ou identificadas de vários modos, e nomeadamente sob a forma de “comentários” à imagem; uma manipulação ou a confrontação com outras imagens, uma indexação específica, o repertório de testemunhos, uma mudança de formato, uma tradução, actos de censura, a redução da imagem a objecto, mas também o rastreio de cópias por arquivos de outros países, o confronto com um espaço simbólico ou com as idiossincrasias de um dispositivo particular, como um arquivo, um museu, uma ruína, um projecto de preservação, uma distância tecnológica ou uma herança colonial.

O sentido político destas imagens é encontrado a cada nova apresentação do projecto Fora de Campo, através do convite individual para contribuir para o que é proposto: reconhecer nos registos o seu potencial operativo, e neste, uma nova topologia de imagem. O que os filmes da imagem moçambicana são, e consequentemente, como estes devem ser organizados e mostrados não pode ser algo a ser descoberto ou fixado pela História mas algo a ser sucessivamente situado.

21.11.2011 | par joanapires | africa.cont, o barulhamento do mundo

Programação da semana do Zona Franca no Bartô

21.11.2011 | par joanapires | cultura, zona franca

"Henrique Galvão - Um Herói Português" de Francisco Teixeira da Mota

A história de um homem corajoso, sem medo dos poderes instalados que atravessou de forma desassombrada o século XX.

Sobre o Livro
A vida de Henrique Galvão é a de um herói português desassombrado que lutou sempre, com inalterável firmeza e fidelidade, por aquilo em que acreditava. 
Em 1961, Portugal e o mundo foram surpreendidos com o desvio do paquete de luxo Santa Maria, que navegava a caminho de Miami. O comandante dos revoltosos era Henrique Galvão. O que leva um capitão do Exército, antigo defensor de Salazar, a um gesto desta natureza?
Apoiante convicto do Estado Novo, que ajudou a criar ao participar na revolução de 28 de Maio de 1926, Henrique Galvão foi passando de salazarista fervoroso a desiludido pelo rumo da política nacional, até se tornar num acérrimo oposicionista. Como se operou esta transformação, quais os motivos e as circunstâncias  que lhe estão subjacentes? Estas e outras interrogações encontram neste livro uma resposta assente em factos comprovados e política e socialmente enquadrados.
Obra emocionante, baseada em inúmeros documentos inéditos e fotografias nunca reveladas ao público, Henrique Galvão – Um herói português, mais do que uma biografia de uma personalidade singular, é, em definitivo, o livro que faltava para compreender melhor um dos intervenientes mais notáveis da vida política nacional do último século e da História Contemporânea de Portugal.

Sobre o Autor
Francisco Teixeira da Mota é advogado. Licenciado pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e pós-graduado pelo Instituto da Comunicação Social da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Colunista do jornal Público desde a sua fundação, foi co-autor, com Paula Moura Pinheiro, de “Falatório”, programa da RTP 2 dedicado à justiça, e participou em “A Torto e a Direito”, programa semanal na TVI 24. É autor das obras Escrever Direito e Faça-se Justiça!, que reúnem crónicas de temática jurídica e Alves Reis – Uma história portuguesa.

21.11.2011 | par joanapires | história, livro