Caderno das duas irmãs e do que elas sabiam, de Regina Guimarães

Publicado pela Editora Exclamação em 2021, e com 2.ª edição dois anos depois, caderno das duas irmãs e do que elas sabiam, de Regina Guimarães, o último volume de poemas da autora é, nas justas palavras de Rui Amaral, um dos melhores livros de poesia desse ano1. Um livro de resistência no sentido mais forte e nobre desta palavra, já quase significante vazio à força de tanto uso e abuso. À revelia de estratégias de marketing ou de auto-promoção da escritora, a 1.ª edição esgotou rapidamente e o livro chegou a integrar, em 2023, a lista dos cinco finalistas do prémio Correntes d´Escritas. Mas, quase quarenta anos depois do primeiro livro de poesia (Ritos de Passagem, 1974), os prémios tardam. O nome de Regina Guimarães também não consta de antologias literárias portuguesas sobre o cânone. Isso não impede que a sua poesia vá fazendo o seu caminho; em 2021, o público-leitor de Regina ampliou-se significativamente com a chegada ao Brasil da antologia (quase improvável) Antes de Mais e Depois de Tudo (2020), organizada e prefaciada por Rui Amaral, e com posfácio de Margarida Vale de Gato2. Refira-se também que esta importante antologia já faz parte do Plano Nacional de Leitura (PNL 2027), algo que parece indiciar uma mudança de olhar para a obra poética de Regina Guimarães. Sublinho “obra poética”, dado que a constante intervenção cívica e política de Regina seria incompatível com a invisibilidade pública. Mas nunca será demais lembrar que Regina Guimarães é uma artista ímpar, extraordinária (em todos os sentidos) no panorama cultural português, com uma obra vastíssima, multifacetada, mutante, em dinâmicas relações interartísticas e intermodais a requerem estudos de fôlego3.


Na capa de caderno das duas irmãs e do que elas sabiam, a reprodução das famosas almofadas de Albrecht Dürer anuncia uma tonalidade emocional saturniana e de intimidade aliada a um universo de irrealidade, em que o onírico e o fantasmagórico (ou fantasmático) invadem a vida quotidiana. Os tópicos da morte, da doença, do absurdo atravessam os poemas. Da morte de uma irmã em tempo de pandemia, do sofrimento, do imenso amor fraternal: “irmã eterna te quero / que eternamente me escapes”). Da morte (ou amputação) daquela que fala, dada a ligação íntima, intercorpórea, com aquela que morreu: “que se a minha irmã morreu / essa sou eu menos eu?” Mas também, como não podia deixar de ser na poética da escritora, da morte de muitos outros seres humanos, e da imbricação entre o individual e o coletivo, entre o privado e o público. 

Os poemas são (entre muitas outras coisas) testemunho e memória de acontecimentos trágicos, de um tempo que não se quer esquecer – que não se pode esquecer – mas também antevisão de um mundo desumanizado. Como muitas outras mulheres ao longo da história, o sujeito poético (a poeta) surge como guardiã de memórias privadas e coletivas numa luta inglória contra o esquecimento e o silenciamento. E, surge também, sob o signo de Cassandra, como detentora de saberes e visões que desafiam os discursos encráticos, oficiais. Um dos mais belos poemas do livro, sem título, é dedicado a essa fascinante figura feminina do nosso imaginário ocidental: “Cassandra, / quem jamais crê no crer / e no agora?/ Quem além de ti crê / no incrível que tu vês”. 

Por sua vez, o poema “Macholândia”, de entre outros poemas e versos, não deixa dúvidas quanto ao tributo que neste livro se faz a muitas outras mulheres – rostos e nomes ignotos na história da humanidade – e à denúncia de um mundo estruturalmente patriarcal e machista. Uma vertente temática presente em livros anteriores, mas que aqui se manifesta com mais visibilidade e intensidade emocional. A voz que “diz” vem de longe, de tempos antigos, e a figura da “mãe”, recorrente em tantos outros poemas retorna neste caderno, prestando-se a leituras antropológicas,  sociológicas, psicanalíticas.

O título deste novo e extenso caderno poético começa por reenviar os leitores e as leitoras para uma esfera privada e mesmo de secretismo (de sibilas e confidências), numa promessa de partilha. Na contracapa do livro, no memorial em destaque, a dor diz-se em escassas palavras, a morte não se eufemiza, e o pronome “nós” toma o lugar do “eu” inicial, numa recusa da desesperança e da impotência. A elegia em processo volve-se em anti-elegia, numa invetiva à continuidade da vida e à regeneração:

Morreste-nos.

Morremos.

Mas vivemos de quem parte.

Dizendo cada dia a quem não ouve

que ao partirem todos nos pediram

para ficarmos mais um pouco.

Até a primavera ficar rouca de rosas

e o verão louco de cheiros. (p. 34)

O lirismo que começo por ressaltar –  a um tempo, amoroso e elegíaco – como neste poema sem título, não é aqui sinónimo de um eu ensimesmado, de pura subjetividade ou de sentimentalidade melodramática. Toda a atividade artística de Regina, não só a poética, é avessa a qualquer tipo de solipsismo; neste livro, há um constante diálogo com a figura ausente-presente da irmã querida, eleita como interlocutora privilegiada – poder-se-ia falar inclusivamente num “nós lírico”. Estamos, claro, bem longe de uma acepção tradicional e/ou romântica de lirismo; como Michel Collot escreveu, na era contemporânea, o sujeito lírico deixou de morar “[n] essa interioridade pura”4. Parafraseando o crítico, sabemos que há muito que o sujeito lírico foi “desalojado” dessa morada que muitos românticos lhe prescreveram. No caso de Regina, e não obstante poemas de cariz mais intimista (confessionalista?) como “Falha de Mim”, “Em Carne e Osso”, e “O Duplo Fundo da Gaveta”, a matéria autobiográfica conjuga-se com a experiência empírica do mundo circundante e a contingência de um aqui e de um agora reconhecível pelo leitor comum. Os muitos deíticos presentes nestes poemas, que criam distância (ideológica, afetiva) com os detentores de poder, criam também uma proximidade (tátil, cinética, afetiva) com os leitores reais, situados no mundo histórico. A subjetividade nunca deixa de ser intersubjetividade e o pessoal nunca deixa de significar interpessoal. 

Começar por sublinhar o lirismo de caderno das duas irmãs e do que elas sabiam significa apenas relevar um certo quid novum deste livro da autora, que resulta da combinatória, pouco usual na poesia portuguesa coeva, do modo lírico e do modo satírico, do pathos e do grito, do sussurro e da injunção clamorosa. 

Entre os dois pólos, modulações diversas de atitudes e de escritas/estilos: melancolia, ironia, injunção, paródia, sátira, escárnio, caricatura, meditação, tom litótico, tom enfático. O caderno de poesia ressuma mágoa, dor, desencanto, mas também perplexidade, espanto (o “pasmo”, de “Parola de Parola”), indignação e revolta. Os temas da morte e da perda (irmã, amigos, infância, canções de embalar, Mãe) não desencadeiam (senão pontualmente) reflexões filosóficas sobre os tópicos da finitude, da fugacidade da vida ou da tão cantada inexorável passagem do tempo. Porque, insistamos, a pulsão revolucionária nunca desaparece e Regina Guimarães não deixa de ser a poeta do inconformismo, servindo-se do humor e de jogos de linguagem para evidenciar o absurdo das situações do nosso quotidiano. De “Temperança” a “O Jogo do Desconfinamento”, passando por poemas como “Bemol” e “A Hora dos Cucurbitáceos ou Penélope contra Cinderela”, são muitas as variações temáticas, as tonalidades emotivas, as oscilações no volume da voz. A tentação do silêncio poético em “Em Carne e Osso” (“Estranho tudo o que me é íntimo / e já tudo me intimida / a ponto de emudecer-me”), ou em “Placebo”, é denegada em poemas como “Cluster”5 (“ó minha irmã, bem incomum”) e “Bons vivants”.

Estamos perante um livro complexo, heterogéneo, de camadas várias, que  se abre em muitas direções e tempos. Logo à entrada, num breve poema intitulado “A longa frase campestre”, revisita-se a Bíblia para, frisando a continuidade histórica, se lembrar a perseguição no presente aos refugiados. Noutro, sem título, emerge a dimensão metapoética e de demanda existencial: “figurei desfigurar-me / para lhe puxar as orelhas / ao verso quero eu dizer […] / figurei / desfigurar-me / para perguntar ao que escrevo / quem sou eu na irrealidade / quem na realidade não quero ser” (p. 25). Já no belíssimo poema “O Duplo Fundo da Gaveta”, abre-se uma porta (de apaziguamento?) para uma poética ecológica e cósmica: “há segredos, por exemplo, / estarmos mais pertos de sermos / minerais ou vegetais / e mais pertos de o pensarmos / antes mesmo de morrermos” (p. 73). Uma poética que se reforça no poema “O Jogo do Desconfinamento”: “Precisas mais da sombra das árvores / ou de um bunker com todas as comodidades?” (p. 65).

O livro “sobre” a morte de uma irmã é, entre outras coisas, um livro assombroso de denúncia de teorias da conspiração, das múltiplas ficções e mentiras engendradas em tempos de incerteza: 

 “Bons vivants”

estes que disto disseram

vida não é certamente

e aqueles que duvidaram

afirmando não bastar

viver-se para se viver

esses donos da bazófia 

mandadores de varandim 

açambarcando um saber 

feito de mil picardias

que ocupa todo o lugar 

 

como podem esses ver

que se a minha irmã morreu

essa sou eu menos eu?

menos corpo em mais cabeça

alma pouca igual rudeza

desejo de fraquejar

transformado em fortaleza

 

nunca mais me sentarei 

nas escadas imaginárias

dum palácio abandonado

não mais contarei mentiras

às sombras em movimento

nem verdade nua e crua

às bonecas já crescidas…

 

porque o pássaro voou

com a armadilha amarradas às patas

e todo o peso da sua leveza está pairando

acima dos meus ombros e dos meus olhos. (p. 81)

Assinale-se, pois, que o caderno possui uma forte componente satírica; ele é também (porque não podia deixar de o ser) o lugar de uma crítica ao controlo dos indivíduos pelo Estado e pelo discurso clínico; de cólera poética contra a perda de liberdade, a criminalização de comportamentos habituais e a patologização de atos banais da vida quotidiana. Parte substancial dos poemas reenvia diretamente (sem recurso a metáforas) para a pandemia e para o sentimento de estrangeiramento de cada cidadão no seu pequeno mundo, do medo transformado em fronteira, explorado e amplificado por instâncias de poder, de uma sociedade transformada num gigantesco hospital e num espaço carcerário. 

Uma sociedade burocratizada aqui caricaturada (veja-se “A hora dos Cucurbitáceos”), onde os seres humanos são reduzidos a números e a ficheiros, onde as “coisas” (os bois) não são chamadas pelos nomes, e onde os vocábulos estrangeiros, sobretudo em inglês, colonizam a língua portuguesa em nome de uma (pseudo) cientificidade e de uma existência anestesiada, reforçando o sentido de exílio – ou de insílio  – dos indivíduos. 

São muitos os poemas deste caderno que denunciam a disseminação de outros vírus para lá do biológico: os “vírus ideológicos” de que nos fala Zizek em A pandemia que  abalou  o  mundo, e os vírus linguísticos que alastram na sociedade portuguesa e que conduzem ao declínio da própria língua. Desfilam títulos que reenviam, ironicamente, para discursos formatados: “Golden Gate”, “Uppercut”, “Lay Off”, “Talking Heads & Speechless Feet”,  “Casualties”, “Influenza” e “Cluster”.  Atente-se num excerto deste último poema: 

Cluster 

[…]

ó irmã, imagina tu que o vocábulo

respigado na língua do império

para servir de emblema à start up nation

aos seus nichos de mercado

às suas indústrias tão culturais

quanto recreativamente criativas

designa agora focos de infecção

donde partem cadeias de contágio (p. 80)6

Contra estes e outros clusters insurge-se a voz inconformada de uma poeta possuída pelo excesso de lucidez ou de presciência (dom ou maldição?), que não contemporiza com a violência que se instala na própria língua. Se a língua obriga a dizer, a poeta obriga a desdizer, num trabalho corpo a corpo com o material linguístico (do fónico ao gráfico, do semântico ao simbólico), explorando as possibilidades infinitas da linguagem, num processo que é também de revelação (no sentido fotográfico do termo) e de libertação de palavras prontas a nascer – e com elas novas formas de olhar e de estar no mundo. A poeta sabe que a língua a precede e que “fraterna e fraticida” (cf.  poema “A fala do papagaio”), ela não se presta, nas suas formas cristalizadas, a falar do luto e da morte, do sofrimento individual e coletivo. 

Prossegue assim uma experimentação (inter)linguística e poética (ética, sempre) de décadas, que opta pela metonímia em detrimento da metáfora, e que continua a surpreender pelo modo como a dessacralização e a insurgência política se podem fazer presentes através de “simples” jogos paronomásticos. Um exemplo, do poema “Liberpater”: “em tempo de derrubar outras estátuas / erguendo iguais altares iguais alteres”. Explora-se constantemente a contiguidade dos vocábulos, engendrando associações inesperadas como na trágica ironia do poema “Ir de vela e de vala” ou na feliz sororidade do poema “Manos Manas”:

[…]

Elas, as mãos, ora ousadas ora devassas

irão pelo seu próprio pé lavrar terras alheias

em língua como que ignota dos seus falantes 

e dar-se-ão

sob forma de regra

a quem não souber saber

a quem não puder dar-se” (p. 53)

No conjunto dos poemas, destaca-se, desde logo pela sua extensão, o poema-serial, com uma estrutura interrogativa, “O jogo do Desconfinamento”. Trata-se de um poema perturbador na invetiva direta de cada leitor e na mimetização de um interrogatório (policial?), de radicalização de hipóteses, que não permite respostas evasivas ou outras estratégias de fugas à inscrição no mundo. 

Fiquemos com este poema-manifesto, profético também, que continuará a interpelar-nos para lá do seu tempo de escrita: 

O Jogo do Desconfinamento

          Um jogo de escolhas a jogar a solo e à suivre 

          Em que o jogador joga com e contra si mesmo 

 

Precisas mais duma carta de amor

ou de um extracto mensal de conta?

Precisas de mais uma noite de verão

ou de mais um candeeiro design?

Precisas mais de sopa de legumes 

ou de suplementos alimentares?

Precisas de mais um parque arborizado

ou de mais um parque de estacionamento?

Precisas mais da conversa no café

ou dos tweets dos poderosos analfabetos?

Precisas de mais uma mercearia gourmet

ou de mais um mercado de frescos?

Precisas mais de um consultor de imagem

ou duma consulta no médico de família?

Precisas mais de escolas livres e gratuitas

ou de mais coaching e de gestores de talentos?

Precisas mais de hospitais públicos 

ou de bancos de investimentos?

Precisas de mais dramaturgos sem travão

ou de mais opinion makers?

Precisas mais de prados e florestas

ou de cenários virtuais e sofisticados?

Precisas de mais filósofos na rua

ou de mais influencers na net?

Precisas mais de serras e oceanos

ou de paisagismo planificado?

Precisas de mais companheiros

ou da companhia de mais hipsters?

Precisas mais de diversidade biológica

Ou de transumanismo galopante?

Precisas de mais geografias rebeldes

ou de mais geolocalização dos párias?

Precisas mais do conto a cada encontro

ou do storytelling da netflix?

Precisas de mais do teu precioso tempo

ou de mais tempo para money-making?

Precisas de mais ler e andar nas nuvens

ou de alimentar o éter da tua cloud?

Precisas de mais companheiros de estrada

ou de mais likes no facebook?

Precisas mais do fazer-saber do lavrador

ou das performances do analista de big data?

Precisas de mais instantes inimagináveis

ou de mais fotografias no instagram?

Precisas mais de ideias para mudar mundo

ou dos softskills dum Scrum Master?

Precisas de mais professores talentosos

ou de mais horas de e-learning?

Precisas mais da fantasia de uma horta louca

ou de roupa trendy e acessórios tendance?

Precisas mais de ver melhor o que te olha

ou de mais selfies em toda a parte e hora?

Precisas mais do café do teu bairro

ou duma casa de chá rétro na baixa?

Precisas de mais gente a bater à tua porta

ou de mais aplicações no teu smartphone?

Precisas mais da sombra das árvores

ou dum bunker com todas as comodidades?

Precisas de mais bancos de jardim

ou de mais garantias de sigilo bancário?

Precisas mais de paraísos fiscais

ou de mais paraísos artificiais?

Precisas de mais saltimbancos

ou de câmaras de videovigilância

Precisas mais de cantinas comunitárias

ou de templos da nouvelle cuisine?

Precisas de mais contraditores ferozes

ou de mais animais de estimação?

Precisas de mais funambulismo na mioleira

ou de mais arame farpado na fronteira?

Precisas mais de ver crianças a brincar na rua

ou de visitar dreamlands e parques temáticos?

Precisas de mais razões para uma longa vida

ou de mais lazer e escapismo organizado?

Precisas mais de quem te ouça e console

ou dos videosjogos da consola?

Precisas mais de brincar aos cozinhados

Ou de oscilar entre low-food e fast-food?

Precisas de mais memória para pensar

Ou de mais ram para te esqueceres disso?  

 

Caderno das duas irmãs e do que elas sabiamPorto, Exclamação, 2021, 94 págs. (2.ª ed. 2023)

Referências Bibliográficas

Guimarães, Regina (2021), Caderno das duas irmãs e do que elas sabiam, 1ª ed., Porto, Editora Exclamação. 

––––––- (2023), Caderno das duas irmãs e do que elas sabiam, 2ª ed., Porto, Editora Exclamação. Inclui CD Mãos no Fogo, de Fred e Regina Guimarães.

––––––  (2020), Antes de Mais e Depois de Tudo, Poemas Escolhidos, seleção e Posfácio de Rui Amaral, Porto, Editora Exclamação.

–––– (2017), Desobedecer às Indústrias Culturais, Porto, Deriva.

Guimarães, Regina/Saguenail  Hélastre https://helastre.wordpress.com/

***

Amaral, Rui (2020), Posfácio a Antes de Mais e Depois de Tudo, Poemas Escolhidos, Porto, Editora Exclamação, pp. 95-98.

Collot, Michel (1997), “Le sujet lyrique hors de soi”, La matière-émotion,  Paris, Presses Universitaires de France, pp. 29-51.

Gato, Margarida Vale de (2020), “Uma marginalidade perplexa e abraçada”, in Jornal I, 23/09/2020 https://ionline.sapo.pt/artigo/709622/regina-guimaraes-uma-marginalidade-perplexa-e-abracada?seccao=Mais_i

Sampaio, Maria de Lurdes (1993/2021) Regina Guimarães: uma poética do devir, in Buala, in https://www.buala.org/pt/a-ler/regina-guimaraes-uma-poetica-do-devir

Zizek, Slavoj (2020), A  pandemia  que  abalou  o  mundo, Lisboa, Relógio d’Água, Trad. de João Moita.  

  • 1. Comentário do escritor aquando do lançamento do livro, em dez. de 2021, na livraria Exclamação, Porto. O texto que aqui se publica é diferente da apresentação oral que nessa altura fiz, baseada na leitura de poemas em folhas avulsas (literalmente com livro ausente). As páginas indicadas neste artigo reenviarão para a 1ª edição do livro.
  • 2. Rui Amaral, no posfácio que escreveu para esta antologia, refere-se ao tempo longo de leitura que dedicou à poesia de Regina, não só devido a “quantidades astronómicas de poemas” da escritora dispersos pelos mais diversos lugares e suportes, mas também ao facto de “a sua poesia não se faz[er] só com palavras”. (pp. 96-97)
  • 3. Para uma aproximação a essa obra, veja-se https://helastre.wordpress.com/
  • 4. Cf, Michel Collot, “Le sujet lyrique hors de soi”, La matière-émotion, Paris, Presses Universitaires de France, 1997, pp. 29-51.
  • 5. Enumeram-se aqui os vários títulos em língua inglesa (e não os que aparecem em língua francesa), porque esta é a língua da globalização e os vocábulos surgem claramente com conotações negativas.
  • 6. Sobre a crítica à mercantilização da arte e da cultura (que neste poema surge em articulação com a enfermidade), veja-se também o ensaio da autora Desobedecer às Indústrias Culturais, Ed. Deriva, 2017.

por Maria de Lurdes Sampaio
A ler | 20 Setembro 2023 | poesía, Regina Guimarães