Exposição Vento (A) Mar

No passado dia 19/05, sexta-feira, às 15h, decorreu no Panóptico do Centro Hospitalar Conde Ferreira (Rua de Costa Cabral, 1211, Porto), a abertura oficial da Exposição Vento (A) Mar no contexto da Bienal Fotografia do Porto, dos artistas Dori Nigro e Paulo Pinto, sob curadoria de Georgia Quintas. 


Em Vento (A)Mar Dori Nigro e Paulo Pinto investigam o território simbólico-poético da ancestralidade e os espaços de memória entre Pernambuco, seu estado de origem, e a cidade do Porto onde se radicaram. Partindo da imagem do barco e dos fios de que se tece a jornada por territórios e imaginários, estabelecem uma rede de processos poéticos e de pensamento crítico em torno das noções de fronteira, pertença, refúgio, memória, narrativa e identidade.
Programação paralela
Convidamos também para acompanhares as atividades que decorrerão no contexto da exposição:
03/06 visit.ação com os artistas e curadora, no Panóptico, das 16h30 às 18h.
22/06 performance Pin Dor Ama: primeira lição + conversa com Beatriz Lacerda e Lígia Ferro das 17h às 19h, na Faculdade de Belas Artes do Porto (Avenida de Rodrigues de Freitas, 265, Porto).

22.05.2023 | por mariadias | curadoria, Dori Nigro, exposição, Georgia Quinras, paula Pinto, porto, Vento (A)Mar

Proibido por inconveniente – Materiais das censuras no arquivo EPHEMERA

A partir do espólio do ARQUIVO EPHEMERA, biblioteca e arquivo do historiador José Pacheco Pereira, os curadores, Júlia Leitão de Barros e Carlos Simões Nuno, mostram nesta exposição exemplos das várias censuras do Estado Novo, eficaz arma do regime da ditadura. À volta da data do 25 de Abril de 2022, a exposição tem também uma intenção pedagógica, segundo Pacheco Pereira, “mostrar o que é a Liberdade, pela sua negação”.

A CENSURA E A DEFESA DO RESPEITINHO

“Só existe aquilo que o público sabe que existe” (Salazar)

O grande feito da Censura, existente durante 48 anos, foi deixar como herança, até aos nossos dias, uma nostalgia de um Portugal onde todos se entendiam, onde havia “consenso”, onde todos trabalhavam pelo “bem comum”, sem corrupção que não fosse o roubo do pão pelos necessitados, onde havia “respeito” e boa educação. Ou seja, uma nostalgia perversa do Portugal da ditadura.

Eu conheço bem a Censura que durou 48 anos, até por experiência própria. O país que não podia vir a público, ou seja, o país “real” como agora se diz, era muito diferente do que conseguia emergir nos jornais e nos livros, mesmo na imprensa clandestina. Um dos grandes sucessos da Censura foi criar uma imagem de Portugal pacificado, inerte, pouco conflitual, sem grandes violências, mais de bons costumes do que de maus, que foi eficaz mesmo com aqueles que lutavam contra a ditadura. E continua eficaz quando se lê o que se escreve hoje em dia sobre os malefícios da democracia, em particular a corrupção, com a sugerida e às vezes explícita ideia de que nada disto com esta dimensão existia antes do 25 de Abril. Uma das coisas que os atacantes do “sistema” fazem é acentuar a dimensão da corrupção em democracia, sugerindo inevitavelmente que ela vem com a forma do regime e, por isso, lutar contra a corrupção é também lutar contra o “sistema” de partidos e políticos corruptos.

Nunca ninguém se interroga por que razão nunca houve nada de parecido com a “operação Marquês” ao longo dos extensos 48 anos de ditadura? Não havia corruptos nos altos lugares da nação? Não havia corruptos na União Nacional? Nenhum general, embaixador, deputado à Assembleia Nacional, ministro ou secretário de estado, comandante da Legião ou graduado da Mocidade Portuguesa, nenhum governador colonial, bispo, “meteu a mão na massa”? Ou houve casos de corrupção que a Censura não nos deixou conhecer? Sem dúvida, como se vê nos cortes da Censura, do mesmo modo que havia pedofilia, violência contra as mulheres, violações, roubos, violências, e suicídios.

Mas a resposta é pior ainda: não havia corrupção porque não havia justiça para os poderosos do regime, e a pouca que havia era para os escalões intermédios para baixo. E, por isso, a corrupção entre os grandes da Situação, fossem políticos, com a mais que comum transumância da política para os negócios, decidida quase sempre pelo próprio Salazar, fossem os banqueiros e empresários do regime, estava naturalmente protegida porque ninguém sequer se atrevia a iniciar um inquérito. A excepção com os “ballets roses” foi um caso de costumes, e mesmo assim fortemente protegido pela Censura.

Neste sentido, a Censura foi talvez a mais eficaz arma do regime da ditadura, cujos efeitos ainda hoje estão submersos no nosso quotidiano. Muito mais do que a subversão do “político” o que a Censura protegia era o poder, todas as hierarquias que dele emanavam, exigindo mais do que respeito, “respeitinho”. Em 48 anos, em que não houve um único dia sem censura, foi este o seu legado.

A exposição sobre a Censura que o ARQUIVO EPHEMERA realiza em conjunto com a CM de Lisboa, à volta da data do 25 de Abril de 2022, tem por isso uma intenção a que podemos chamar pedagógica, mostrar o que é a Liberdade, pela sua negação.

Por: José Pacheco Pereira, abril de 2022

PROGRAMA PARALELO

Dia 9 | A Censura no cinema | 17h

“O que nem se podia ver”

Mesa redonda com:

António da Cunha Telles

António-Pedro Vasconcelos

Eduardo Geada

Fernando Matos Silva

Manuel Mozos

Paulo Trancoso

moderação: Paulo Portugal

Dia 21| A censura na música|18h

“O que nem se podia ouvir”

Dia 27 | 17h30

Apresentação do livro “Censura, a construção de uma arma política do Estado Novo”, da curadora da exposição, Júlia Leitão de Barros.

O livro é editado pela Tinta-da-China e será apresentado por Adelino Gomes.

18h30 | A censura do pensamento e do gosto

“O que nem se podia pensar”

Edifício Diário de Notícias

17.04.2022 | por arimildesoares | arquivo EPHEMERA, curadoria, exposições, José Pacheco Pereira, lisboa

Bienal Anozero regressa com Meia-Noite, em dois momentos, até 2022

Meia-Noite. Parte 1

27.11.2021 – 15.01.2022

Meia-Noite. Parte 2

09.04 – 26.06.2022

Luís Lázaro MatosLuís Lázaro Matos

Meriç AlgunMeriç Algun

O Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra dá início em 27 de novembro ao programa da sua quarta edição, intitulada Meia-Noite pelas curadoras Elfi Turpin Filipa Oliveira. 

Organizada desde 2015 pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), a Câmara Municipal de Coimbra e a Universidade de Coimbra, a Bienal apresenta pela primeira vez um programa que acontece em dois momentos e se prolonga até 2022: Meia-NoiteParte 1, de 27 de novembro de 2021 a 15 de janeiro de 2022, e Meia-Noite. Parte 2, em curso entre 9 de abril e 26 de junho de 2022.

O Anozero’21–22 tem como curadoras convidadas Elfi Turpin e Filipa Oliveira. O título Meia-Noite parte da observação da «noite» como «espaço de fluidez e quebra de normas, lugar aberto a outras possibilidades de visão, de conhecimento, de interação, aberto a outros corpos». Para as curadoras, «a noite» é também «um espaço que sempre foi muito contestado, e ultimamente altamente politizado».

A partir desta ideia, Turpin e Oliveira propõem «trabalhar com outros territórios, ou metodologias que ajudam a pensar neste conceito de fluidez de pensamento que tenta dsfazer e encontrar outras possibilidades para as dicotomias impostas pela cultura ocidental». No Anozero’21–22, pretendem assim aplicar metodologias curatoriais que visam atuar, simultaneamente, como zonas de investigação: relações interpoéticas — entre diferentes espécies; depois do patriarcado — para englobar uma visão feminista interseccional; e formas alternativas de produção de conhecimento.

Meia-Noite. Parte 1 inicia-se já em 27 de novembro com uma exposição-conversa que estará patente até 15 de janeiro de 2022 na Sala da Cidade. A exposição apresenta uma instalação do artista Carlos Bunga (Portugal, 1976) e um programa de filmes que ambiciona explorar com a participação do público as zonas de investigação propostas: La cabeza mató a todos, de Beatriz Santiago Muñoz (Porto Rico, 1972), Les mains negatives, de Marguerite Duras (Vietname, 1914), À Bissau, le Carnaval, de Sarah Maldoror (França, 1929) Shadow-Machine, de Elise Florenty (França, 1978) & Marcel Türkowsky (Alemanha, 1978). 

Meia-Noite. Parte 1 lança assim, para a cidade de Coimbra e para o País, um desafio à participação e discussão no âmbito da quarta edição do Anozero. Todos os dias, diferentes grupos da cidade, e de fora desta, serão convidados pelas curadoras e pelo Serviço Educativo do CAPC a visionar os filmes e a iniciar conversas sobre diversidade, igualdade, justiça social, produção de conhecimento, relações poéticas entre espécies e a noite como espaço de resistência. Às quintas-feiras, entre 2 de dezembro e 13 de janeiro, às 18 h, estarão sempre presentes convidados para discutir com o público o filme do dia. 

O segundo momento do Anozero’21–22 — Meia-Noite. Parte 2 — tem lugar entre 9 de abril e 26 de junho, com o habitual circuito expositivo por espaços emblemáticos de Coimbra. É da própria cidade que emergem os propósitos da proposta curatorial de Elfi Turpin e Filipa Oliveira. Veja-se o caso concreto da Biblioteca Joanina, do século XVIII: nesta fortaleza do conhecimento, reside uma colónia de morcegos, animais notívagos que encontram o seu alimento nos insetos e lagartas presentes nos 55 mil livros da biblioteca barroca. De relações poéticas como estas, emergirão os paralelismos necessários para pensar na noite como criadora de conhecimento que dilui as margens e convida a outras leituras do mundo. 

Anozero’21–22 Meia-Noite integra a Temporada Cruzada Portugal-França, uma iniciativa do Institut Français, avançada em julho de 2018 pelo Presidente Emmanuel Macron e o Primeiro-ministro António Costa. A temporada decorrerá entre fevereiro e outubro de 2022 e visa mostrar a excelência de artistas, pensadores, cientistas e empresários, com vista a fortalecer, ou até mesmo renovar, os alicerces da cooperação entre os dois países. A Bienal é um dos momentos altos da temporada em Portugal e promove múltiplos cruzamentos artísticos entre os dois países, como o são a curadoria a cargo da dupla luso-francesa, a criação da identidade pelo ateliê de design Charles Mazé & Coline Sunier, a parceria com o Centre Régional d’Art Contemporain Occitanie/Pyrénées Méditerranée e a participação de vários artistas franceses no programa.

A UNIVERSIDADE, O JORNALISMO E A ARQUITETURA NA PROGRAMAÇÃO CONVERGENTE

Como prova do trabalho contínuo do Anozero, e de forma a acentuar a reflexão central desta quarta edição, a bienal volta a apresentar propostas no âmbito da sua Programação Convergente. Estão já agendados três momentos, dedicados ao Jornalismo, à Arquitetura e à Curadoria de uma exposição que concretiza o desejo desta edição da Bienal de trabalhar em proximidade com a Universidade de Coimbra.

O primeiro momento acontece em 9 de novembro, com a realização do workshop «Mahalla: Journalisms of the South», no Círculo de Artes Plásticas de Coimbra. Organizado por Stefan Candea e moderado por Irina Velicu, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, este workshop irá debater os modos como a investigação jornalística está a reproduzir problemas sistémicos, alimentando estruturas de poder patriarcais, racistas e capitalistas e excluindo aqueles que se encontram nas margens. Os jornalistas Micael Pereira, do Expresso, e Cândida Pinto, da RTP, juntam-se à discussão.

Já em 16 e 17 de novembro, o auditório do Mosteiro de Santa-Clara-a-Velha acolhe o colóquio «COIMBRA 30-2030», organizado por José António Bandeirinha, Luís Miguel Correia e Carolina Coelho. Especialistas na área da arquitetura procurarão traçar uma renovada perspetiva da evolução da cidade de Coimbra, da presença romana à contemporaneidade. No âmbito do colóquio, estará também patente, entre 17 de novembro e 17 de janeiro de 2022, no CAPC Sereia, a exposição fotográfica Pharmakon: Remédio-veneno-bode expiatório, de Jorge das Neves. Pharmakon surge de um convite lançado ao autor para o confronto com um conjunto de obras de arquitetura identificadas durante o curso de dois dias. 

Nesta fase da Programação Convergente, dá-se também espaço a novos nomes no campo da curadoria, com a exposição No sonho do homem que sonhava, o sonhado acordou — patente no Círculo Sede do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), com a curadoria dos alunos do segundo ano do mestrado em Estudos Curatoriais do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, a convite da dupla de curadoras do Anozero’21–22 e em colaboração com a UmbigoLAB. A exposição convida a refletir nos círculos viciosos do pensamento e convoca a noite — que oculta e revela — a partir de trabalhos de Alberto Carneiro, Bárbara Bulhão, Zé Ardisson, Marilá Dardot, Hector Zamora, Margarida Alves, Clara Imbert, Pedro Pedrosa da Fonseca e Rita Gaspar Vieira. A mostra também estará patente até 15 de janeiro de 2022 e conta com um programa de atividades que envolve o lançamento da revista Umbigo e a projeção de filmes 16 mm pertencentes ao acervo do CAPC, na Sala das Caldeiras em parceria com o TAGV.

A Programação Convergente do Anozero contará com novas propostas no decorrer de 2022, que serão oportunamente anunciadas. A permanência e a pertinência deste pilar programático comprovam-se inclusive com os trabalhos apresentados entre edições.

Mais informações sobre Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra: 

A bienal foi criada com o objetivo de promover uma reflexão acerca do significado simbólico e efetivo da classificação da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, e tem colocado em diálogo a arte contemporânea e o património conimbricense, explorando os espaços mais emblemáticos da cidade.

Ao longo dos últimos anos, vários artistas têm sido convidados a realizar peças específicas para o contexto da Bienal, debruçando-se sobre a história da cidade e as suas idiossincrasias. As diferentes equipas curatoriais têm também procurado um cruzamento entre artistas portugueses e o circuito internacional, visando facilitar a integração da arte portuguesa neste último contexto. 

Uma constante releitura da cidade tem sido possível devido à renovação do leque de artistas participantes. Esta diversidade consolida a discussão bem como a participação e o envolvimento da população, princípios fundadores e orientadores do projeto, no sentido da construção de um legado cultural atuante e transformador de Coimbra e da própria Região Centro.

Com foco na qualidade, as propostas curatoriais têm resultado de uma investigação continuada de dois anos, onde se estabelecem pontes entre a produção académica, o universo da arte e da arquitetura e a própria sociedade civil. Este poder modificador é notório na crescente adesão não só dos residentes mas também daqueles que seguem de perto o universo da arte contemporânea. 

A edição de 2019 contou com mais de 81 mil registos de participação nas diferentes componentes da programação: Programa Expositivo, Programação Convergente, Programa de Ativação, Publicações e Voluntariado.

Edições anteriores:

2015 |UM LANCE DE DADOS
Curadores Gerais: Carlos Antunes, Luís Quintais, Pedro Pousada | Curadora Executiva: Luísa Santos

2017 | CURAR E REPARAR
Curador Geral: Delfim Sardo | Curadora Adjunta: Luísa Teixeira de Freitas

2019 | A TERCEIRA MARGEM
Curador Geral: Agnaldo Farias | Curadores Adjuntos: Lígia Afonso, Nuno de Brito Rocha

anozero-bienaldecoimbra.pt

21-22.anozero-bienaldecoimbra.pt

09.11.2021 | por Alícia Gaspar | arte contemporânea, bienal anozero, curadoria, noite

"Ficcionar o museu", ciclo de exposições

INAUGURAÇÃO SÁBADO 2 OUT — Entrada gratuita


15H00 | Inauguração do ciclo de exposições 

16H00 | “Hrönir ou Krönir” (2021), peça sonora pelo coletivo Pizz Buin 

(Irene Loureiro, Vanda Madureira, Rosa Baptista e Sara Santos)  

As novas exposições do CIAJG exploram a ideia de museu como máquina de ficções. Outrora canonizado como um templo sagrado, hoje procura reescrever a sua gramática na disputa por uma nova ordem de objetos, saberes e de narrativas. No tempo “circular” do CIAJG, as propostas artísticas reivindicam o gasto improdutivo e a imaginação como inversão da moral económica dominante nas nossas sociedades. - Marta Mestre, curadora-geral do CIAJG

Escola de Lazer  
Priscila Fernandes

Para os antigos gregos “scholē” (escola) significava “lazer” e praticar o lazer tinha a ver com exercitar o olhar e a discussão. Referia-se também àqueles que pensam em comunidade. Priscila Fernandes apresenta pela primeira vez em Portugal um importante corpo de trabalho com três séries recentes - “Never Touch the Ground” (2020), “Labour Series” (2020) e “Free.To do Whatever We” (2018). 

Amazing Fantasy  
Ana Vaz

Ana Vaz combina etnografia e especulação nos seus filmes, escritos e vídeo-instalações e aborda, de forma crítica, as relações entre o mito e a história colonial. 

Ritual das serpentes: as “maternidades” 
Coleção José de Guimarães 

A tematização da arte africana corre o risco de criar um sistema fechado de significados. A simbologia da serpente complexifica a dualidade harmoniosa e insurgente das maternidades africanas em diálogo com trabalhos de José de Guimarães, com as naturezas-mortas de Maria Amélia Coutinho, mãe do artista, e com Vanguarda Viperina, registo de uma ação do artista brasileiro Tunga.

Meio olho, Cara longa  
Pedro Henriques

Autoportantes como entidades sobrenaturais ou planares como pinturas abertas, as esculturas de Pedro Henriques lado a lado com as máscaras africanas. São lugares desconfortáveis entre a imagem e o objeto, de uma ambiguidade que se engendra na técnica e no discurso. 

Complexo Colosso - parte II  
Vários artistas

Para a segunda parte da exposição, o curador Ángel Calvo Ulloa convida novos artistas a interpretar os sentidos da insólita estátua colossal que se encontra numa das entradas da cidade de Guimarães. Diego Vites, Carme Nogueira, a dupla Iratxe Jaio e Klaas van Gorkum e o coletivo Pizz Buin juntam-se ao grupo de artistas que interpela o relato ficcional do Colosso e a própria ideia de origem.  

Diário Atmosférico  
Virgínia Mota 

“Atmosférica” é a propriedade daquilo que é gasoso ou que exprime a noção de vapor. Assim é o diário que Virgínia Mota elabora, onde cada página é um convite à atividade indisciplinada do devaneio.

Devir-Desenho-Objeto  
José de Guimarães 

Tantas vezes considerado momento de intervalo ou de pausa na produção artística, o desenho para José de Guimarães é, pelo contrário, um exercício intenso de transformação da realidade, cobrindo um período de cinquenta anos de trabalho. 

Coleção  
José de Guimarães  
Arte africana, chinesa e pré-colombiana

O trabalho do artista José de Guimarães e as coleções que tem vindo a construir – arte africana, arte pré-colombiana e arte arqueológica chinesa – compõem um acervo fruto da sensibilidade do artista ao património popular, sagrado e arqueológico de diversas partes do mundo. No total 1128 objetos adquiridos pelo artista na Europa, dos anos 80 em diante, e confiados em comodato ao CIAJG. Estes são apresentados regularmente em diálogos com os/as artistas convidados/as. O CIAJG tem como missão a investigação das suas coleções, acreditando que o conhecimento sobre as mesmas deve ser tecido num conjunto de relações económicas, históricas e políticas, e de conexões entre saberes sem hierarquia. Desta forma, será possível olhar amplamente para este legado e diversificar a narrativa das histórias com os outros. 

CONTINUAM

“Pasado”  
Rodrigo Hernández

Alfabeto Africano   
José de Guimarães 

Sala das Máscaras  
Arte africana

SEXTA 1 OUT

18H30 | Visita-conversa ao ciclo de exposições “Ficcionar o Museu”

Na véspera da inauguração do ciclo de exposições “Ficcionar o Museu”, teremos uma visita especial com os artistas e com Marta Mestre, curadora-geral do CIAJG.

Visita reservada ao público que adquirir bilhete para o concerto La Dame Blanche (Ciclo Terra).

DOMINGO 3 OUT

11H00 | Visita Orientada às novas exposições com Mariana Oliveira    
Educação e Mediação Cultural

Maiores de 6  

Lotação limitada 

Preço 2,00 eur, mediante inscrição prévia através do e-mail mediacaocultural@aoficina.pt ou do telefone 253 424 716

DOMINGO 10 OUT

11H00 | Visita-conversa “Um mergulho nas exposições e coleções do CIAJG” com Marta Mestre

Maiores de 6  

Lotação limitada

Preço 2,00 eur, mediante inscrição prévia através do e-mail geral@aoficina.pt ou do telefone 253 424 715

DOMINGO 17 OUT

11H00 | Domingos nos Museus

“Sorte ao Desenho, Desenho à Sorte”

Oficina de Artes Plásticas com Luísa Abreu

Educação e Mediação Cultural

Maiores de 6  

Lotação limitada

Preço 2,00 eur, mediante inscrição prévia através do e-mail mediacaocultural@aoficina.pt ou do telefone 253 424 716

17.09.2021 | por Alícia Gaspar | ciajg, curadoria, exposição, ficcionar o museu, marta mestre, Museu

Península | Colonialidade e Curadoria

PENÍNSULA explora a relação entre a curadoria e a colonialidade. O encontro conta com a presença do Grupo de Investigação Península, ligado ao Museu Reina Sofia de Madrid.
27 e 28 de Janeiro 2017 das 10h00 às 18h30 | Entrada Livre.
Programa:
Sexta-feira, 27 de Janeiro de 2017
10h00    Apresentação do Hangar
10h30    Apresentação do encontro
10h40    Encontro com Ângela Ferreira
12h00    Arte e Institucionalidade nas Caraíbas. Carlos Garrido
12h30    Encontro com Julia Morandeira
15h00 - 16h15  Politicas culturais, alteridade, exposições: Juan Guardiola
16h30    Encontro com Pedro Lapa (sobre o trabalho de Joaquim Rodrigo)
17h15 - 18h30  Colonialidade e Bienais Gerardo Mosquera
Sábado, 28 de Janeiro de 2017
09h45    Discursos, arquivos, memória Catarina Simão - Silvia Zayas - Salomé Lamas
11h30    Bienais, plataformas, alteridade Marta Lança - María Íñigo
14h30    Afetos, dissidência sexual, colonialidade: Lucía Egaña - Diego del Pozo
15h30    Colonialidade, instituições, estratégias Natxo Checa (sobre a obra de Gabriel Abrantes) - María José Ollero - Ana Pinilla - Carmen Sabalete
16h45    Memórias, (contra) arquivos, rastros Sally Gutiérrez + Aurora Alcaide
17h45 - 18h30  Mudanças na “linha abismal” e a luta das Diásporas Metropolitanas no espaço simbólico Nancy Garín - Antoine Silvestre
18h30   Terry Smith
imagem de Mónica Mirandaimagem de Mónica Miranda
Gerardo Mosquera (Cuba) é crítico de arte, curador, historiador e escritor. Vive entre Havana, Cuba e Madrid, Espanha. Foi curador chefe da 4ª edição da Trienal de São João Poly/Grafica; consultor da Rijksakademie van Beeldende Kunsten, Amsterdam; do MUAC, Mexico City; do Art in General, New York e outros centros de arte internacionais. Foi co-fundador da Bienal de Havana e curador no New Museum of Contemporary Art, New York. Director Artístico para a PhotoEspaña, Madrid, em 2011, 2012 e 2013, comissariou recentemente as exposições Lost in Landscape for Mart, Itália, e Artificial Amsterdam para de Appel, Amsterdão. É autor de numerosos textos e livros sobre arte contemporânea e teoria de arte, é membro do comité de assessores de vários jornais de arte, incluindo Art Nexus (Bogota), Calabar e Nka (New York). Mosquera deu várias palestras em África, Ásia, Australia, Europa, América Latina e América do Norte. Recebeu a bolsa Guggenheim em 1990.
Terry Smith (Austrália) é Professor de História e Teoria da Arte Contemporânea no Departmento de História de Arte e Arquitectura da University of Pittsburgh. De 2011 a 2014 foi Professor convidado no National Institute for Experimental Arts, College of Fine Arts da University of New South Wales, Sydney. Em 2010 ganhou o Franklin Jewett Mather Award para crítica de arte, atribuído pelo College Art Association (EUA) e em 2011 recebeu o Australia Council Visual Arts Laureate Award. Em 2014 foi Associado no Sterling and Francine Clark Institute, Williamstown, Massachusetts. Escreve para jornais e revistas de arte internacionais. É membro do conselho do Museum of Contemporary Art, Sydney. De 2004 a 2014 foi membro do conselho do Andy Warhol Museum, Pittsburgh. Actualmente é membro do conselho do Carnegie Museum of Art, Pittsburgh.

20.01.2017 | por martalanca | Colonialidade, curadoria