Histórias para ouvir inspiradas em mulheres negras de Lisboa, no início do século XX

com lançamento a 13 de outubro

 
 
 

“Síncopes” é uma sonic fiction composta por 5 episódios, inspirada em mulheres negras que habitaram a cidade de Lisboa no início do século XX. O primeiro episódio terá estreia a 13 de outubro, no Hangar - Centro de Investigação Artística, dia em que se realizará a escuta colectiva do episódio 1, intitulado “Eu mesma, eu própria”, assim como uma conversa entre as autoras, alguns dos intérpretes e o público.


Cristina Roldão (socióloga), XEXA (produtora, sound designer, artista visual) e Zia Soares (encenadora, atriz), são as autoras deste projeto e propõem cinco narrativas interpretadas por nomes como Isabél Zuaa, Binete Undonque, Filipa Bossuet, G FEMA, Piny, Raquel Lima e Vânia Doutel Vaz.


Segundo as autoras “Síncopes” é uma viagem titubeante que atravessa a cidade de Lisboa, Santiago, Cachéu, Salvador, Harlem, São Tomé ou, ainda, talvez de Maputo ou do Bié, uma viagem feita de sons propulsivos de avanços e recuos, de atritos ou de confluências. Do ruído, à música, à palavra,


Todos os episódios serão de livre acesso e serão lançados de forma semanal em diferentes plataformas: Hangar Online, Spotify e Apple Music.


Mais informações em https://hangar.com.pt/online/sincopes/

 

Cristina Roldão, Zia Soares e  XEXA e são as autoras de ‘Síncopes’

Cristina Roldão, Zia Soares e  XEXA e são as autoras de ‘Síncopes’.

 

SÍNCOPES _ ESTREIA

13.10.2024, 16H00 | HANGAR
A sessão integrará: escuta imersiva do ep.1 Eu mesma, eu própria; conversa entre as autoras, algumas intérpretes e o público; Cocktail

 

SÍNCOPES  online 
(Hangar Online, Spotify, Apple Music)
13.10.2024 _ ep.1 _ Eu mesma, eu própria
20.10.2024 _ ep.2 _ Carolina X
27.10.2024 _ ep.3 _ Melik
03.11.2024 _ ep.4 _ K’ aflikana
10.11.2024 _ ep.5 _ Síncopes

Autoria, direção artística: Cristina Roldão, XEXA, Zia Soares
Textos: Cristina Roldão, Zia Soares
Criação Sonora: XEXA
Investigação: Cristina Roldão, José Pereira, Pedro Varela
Design gráfico: Denise Santos 
Assistência técnica: Thiago Gondim
Apoio à produção: HANGAR - Centro de Investigação Artística

 

ep.1 _ Eu mesma, eu própria 
interpretação: Zia Soares

Ela chegou-nos coberta de insultos pela porta enviesada que é o livro “A Preta Fernanda: Recordações d’uma colonial”
(1912), que nos diz mais sobre a sociedade branca lisboeta do final do séc. XIX do que sobre quem foi Andresa do Nascimento de Pina, ou seria Andresa de Pina do Nascimento?, aka Fernanda do Vale. Há quem diga que é uma autobiografia, mas não, não é. É, sim, uma sátira racista e machista sobre uma mulher que escapava desmesuradamente ao formatado. Certamente que Andresa, ou Fernanda, terá tentado desaprovar publicamente aquele retrato monstruoso, e certamente terá sido amordaçada. E, outra vez, mais uma vez, a pergunta spivakiana de Carla Fernandes: “Pode a subalternizada recordar”? 
A resposta: 
• Pode.

ep.2 _ Carolina X 
interpretação: Isabél Zuaa

Apelido “X”, porque não sobra rastro da linhagem. Apelido “X” para rasurar o prefixo “preta”, que vem sempre primeiro que o nome próprio. Chegamos a ela, na verdade a elas, às centenárias
Carolina e Maria Teodora Doutora, através de jornais que davam conta do seu falecimento, 1943 e 1920 respetivamente. Ambas, seriam as “últimas” escravizadas em Lisboa? 
Quem é ela que pousa de pé, descalça, em plena Av. da Liberdade para o fotógrafo Charles Chusseau-Flavies, com o peito cheio de rosários, como quem usa uma extensa fiada de amuletos? Quem são elas, e tantas outras, que como elas, foram descartadas pelas “senhoras” e pelos “senhores”, depois de velhas, por falta de serventia, e largadas ao abandono nas ruas de Lisboa? “X” de
incógnita. “X” de encruzilhada. “X” de marco que não é possível esquecer, apesar do silêncio. “X” de incisão, por onde se precipita o romper das coisas.

ep. 3 _ Melik
interpretação: Binete Undonque

Não foi para aquilo que veio de tão longe: aquela fila interminável de gente e aquela terra estavam longe de ser o pináculo do progresso e da sofisticação.
No Porto como no IndieLisboa 2023, a lente branca, dos olhos dos brancos e da câmera dos brancos, zoomam nos seios desnudos dela e apelidam-na de Rosinha. 
Entre balantas, a pessoa convidada jamais seria sujeita a tal curiosidade impertinente, doentia e bárbara. Jamais seria exposta, jamais seria tocada, e o seu nome jamais seria esquecido. Seria uma espécie de milagre se aquele povo tivesse uma “influência civilizadora” sobre qualquer outro - diria quem nós sabemos que o disse.

ep.4 _ K’aflikana 
co-autoria: G FEMA
interpretação: G FEMA, Cristina Roldão

Não foi para aquilo que veio de tão longe: aquela fila interminável de gente e aquela terra estavam longe de ser o pináculo do progresso e da sofisticação.
No Porto como no IndieLisboa 2023, a lente branca, dos olhos dos brancos e da câmera dos brancos, zoomam nos seios desnudos dela e apelidam-na de Rosinha. 
Entre balantas, a pessoa convidada jamais seria sujeita a tal curiosidade impertinente, doentia e bárbara. Jamais seria exposta, jamais seria tocada, e o seu nome jamais seria esquecido. Seria uma espécie de milagre se aquele povo tivesse uma “influência civilizadora” sobre qualquer outro - diria quem nós sabemos que o disse.

ep.5 _ Síncopes
participação: Binete Undonque, Cristina Roldão, Filipa Bossuet, G FEMA, Isabél Zuaa, Piny, Raquel Lima, Vânia Doutel Vaz, XEXA, Zia Soares

Um círculo polifónico para uma conversa antiga, cujo fim não se vê.
Volta não volta, e a história dá voltas, a “renascença negra” é anunciada. É o Harlem Renaissance, a apoteose de Josephine Baker, o charleston invade os clubes de Lisboa, e ao mesmo tempo os “heróis do mar” fazem as campanhas de ocupação em África. Corre o ano de 2024, a Lisboa Crioula, o prefixo Afro metido à força em tudo e em todo o lado, e a Cláudia Simões é injusta e desavergonhadamente condenada.Ruptura com o racismo? Black face de si mesmo ou uma caricatura crítica da caricatura?  Ou então: a fonte criativa da negritude brota abundante e uma legião de tokens, negrófilos e gatekeepers da arte e da academia, ávidos de a extrair, ávidos de dela se apropriarem, salivam e montam armadilhas reluzentes.

Hangar - Centro de Investigação Artística

Rua Damasceno Monteiro 12

1170-112 Lisboa

Quarta a sábado | 15h – 19h

entrada livre

 

24.09.2024 | por martalanca | HANGAR, lisboa, mulheres negras

Lançamento I “De quem se esqueceu Lisboa? - A luta pela inscrição da memória anticolonial no espaço público”, de Leonor Rosas

No dia 18 de outubro, às 19h, na Biblioteca do Goethe Institut Lisboa, será apresentado o livro “De quem se esqueceu Lisboa? - A luta pela inscrição da memória anticolonial no espaço público”, de Leonor Rosas. O livro será apresentado pela antropóloga Elsa Peralta (CeComp, FLUL), pelo historiador Miguel Cardina (CES) e por Djuzé Lino da Associação Batoto Yetu. Esta obra, publicada âmbito do projeto Constellations of Memory, financiado pela FCT, reflete sobre a perpetuação das narrativas lusotropicais e brancas no espaço público lisboeta, procurando perceber de que forma se podem ler relações de poder nesta paisagem memorial, e sobre as possibilidades e projetos de inscrição de memórias contra-hegemónicas, anticoloniais e antirracistas no mesmo. Contamos com a tua presença!

 

On the 18th of October, at 7pm, at the Goethe-Institut Lisbon Library, the book “De quem se esqueceu Lisboa? - A luta pela inscrição da memória anticolonial no espaço público”, by Leonor Rosas will be presented. The book will be presented by the anthropologist Elsa Peralta (CeComp, FLUL), the historian Miguel Cardina (CES) and Djuzé Lino from the Batoto Yetu Association. This work, published as part of the Constellations of Memory project, funded by FCT, reflects on the perpetuation of Lusotropical and white narratives in Lisbon’s public space, seeking to understand how power relations can be read in this memorial landscape, and on the possibilities and projects for inscribing counter-hegemonic, anti-colonial and anti-racist memories in it. Hope seeing you there!

16.10.2023 | por martalanca | lisboa, memória

Um Fêmeo de Rubén Sabbadini

Estreia nacional Teatro do Bairro 5 a 14 de maio

Obra vencedora no concurso Nuestro Teatro, organizado pelo Teatro Nacional Cervantes, em Buenos Aires, em 2020.UM FÊMEO, do director e dramaturgo argentino Rubén Sabbadini, explora as contradições da sociedade contemporânea e a sua dificuldade em estabelecer um relacionamento com o mundo natural, e tem estreia nacional a 5 de Maio, no Teatro do Bairro, R. Luz Soriano 63 Bairro Alto, Liboa.
Interpretada por Marta Felix, Anilson Eugénio, Jaime Baeta, Tiago Vieira e David Santos, UM FÊMEO tem cenografia de Joana Sousa, desenho de luz de Cristóvão Cunha e está em cena até 14 de Maio, de Quarta a Domingo.

Sinopse:

Num jardim artificial do futuro próximo 5 jovens encontram-se para discutir um evento extraordinário: um grupo ecologista saiu a plantar as ruas e edifícios de uma grande cidade. A comida gratuita cresceu naturalmente nas ruas.Cada personagem irá contar a sua visão do evento.Vencedora do concurso Nuestro Teatro, promovido em 2020 pelo Teatro Nacional de Cervantes, em Buenos Aires (Argentina), UM FÊMEO foi uma das obras seleccionadas pela Eurodam 2023 - rede europeia de tradução teatral pela tradução de Marta Moreira.

UM FÊMEO posiciona-se como obra ecologista ao narrar como um grupo saiu a semear as ruas e os edifícios das cidades, provocando uma nova ordem na distribuição dos alimentos, nos transportes e na distribuição do tempo.Neste enquadramento ficcional, os frutos da terra são oferecidos gratuitamente, enquanto alimento, enquanto os personagens se esforçam por manter uma discussão acesa, não importa sobre o quê.A obra transforma-se no espelho de uma sociedade que pretende discutir o que quer que seja, desatendendo às suas necessidades básicas.

Reserva de bilhetes aqui!

27.04.2023 | por mariadias | arte, Bairro alto, femeo, lisboa, rubén sabbadini, teatro

Mesa-redonda: “Da Conferência de Bandung ao fim do império português”

Quarta-feira, 3 de maio de 2023

16:00 - 19:00

Palácio Baldaya,701A Estrada de Benfica, Lisboa, 1500-087, Portugal (mapa)

Há várias notas biográficas sobre Amílcar Cabral que o colocam na Indonésia em 1955, onde teria participado na Conferência de Bandung. Cabral não esteve na Indonésia, mas o erro é sugestivo da importância de Bandung para as lutas de libertação travadas pelos movimentos anticoloniais em África. Como igualmente importantes seriam, mais tarde, a Conferência Tricontinental de Havana (1966), de que Cabral foi um protagonista, e o trabalho da OSPAAAL, a Organização de Solidariedade com os Povo da Ásia, África e América Latina. Foi no âmbito desta organização que, por exemplo, se produziram alguns dos retratos mais icónicos de Amílcar Cabral, depois e na hora da sua morte, os quais podem ser vistos na exposição em curso no Palácio Baldaya. Nesta mesa-redonda, o historiador Sanjay Seth (Goldsmiths College) falará sobre o imaginário de Bandung, seguindo-se intervenções da investigadora Raquel Ribeiro (IHC/IN2PAST) e do historiador Fernando Camacho Padilla (Universidad Autónoma de Madrid) sobre a Tricontinental e a OSPAAAL.

16:00: Mesa-redonda: “Da Conferência de Bandung ao fim do império português”

18:00: Visita guiada à exposição “Amilcar Cabral, uma Exposição”

«Amílcar Cabral, uma Exposição», iniciativa da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, estará patente no Palácio Baldaya, em Benfica, entre 16 de março e 25 de junho. Tem entrada livre e pode ser visitada todos os dias das 9h às 22h.

A exposição sobre Amílcar Cabral é inaugurada no ano em que passa meio século sobre o seu assassinato (1973, Conacri), e conta a história do revolucionário que – ao lado dos seus camaradas do PAIGC – contribuiu decisivamente para o fim do último império colonial europeu. Mostra objetos e correspondência de Cabral, mas também imagens, sons e textos que outras e outros lhe têm dedicado. É uma exposição sobre Amílcar Cabral e as suas vidas posteriores.

“Amílcar Cabral foi uma figura destacada do século XX cuja memória permanece, seja no imaginário político ou no nome das ruas de vários países do hemisfério Sul, da África do Sul ao Brasil. A sua vida é hoje motivo de renovado interesse em África, assim como nas periferias de capitais europeias, em universidades ocidentais ou nos principais canais televisivos mundiais”, explica José Neves, membro da Comissão Científica da iniciativa.

No Palácio Baldaya estarão 50 peças que permitem uma viagem pela vida do agrónomo e líder nacionalista, mas não só: “Cada uma das peças expostas leva-nos a momentos e lugares da vida de Cabral, enquanto indicia o tempo, o espaço e a experiência de quem o conheceu, vigiou, admirou, filmou, retratou ou cantou. Cabral está omnipresente, mas muitas das 50 peças que exibimos têm protagonistas próprios, da fotógrafa italiana Bruna Polimeni ao músico angolano David Zé, passando pelo líder ganês Kwame Nkrumah”, acrescenta o historiador.

A partir da exposição, a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril vai promover iniciativas diversificadas – mesas redondas, concertos, visitas guiadas e cinema –, incidindo sobre temas como liberdade, colonialismo, luta anticolonial e descolonização.

 

27.04.2023 | por mariadias | Amílcar Cabral, arte, conferência, exposição, lisboa

Ontem, hoje e amanhã

Apresentação do arquivo digital dos Papéis da Prisão de Luandino Vieira

29 de março de 2023, 18h00
Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa

Durante os 12 anos de cárcere, José Luandino Vieira escreveu grande parte da sua obra ficcional e coligiu 17 cadernos compostos por anotações diarísticas, correspondência, postais e desenhos, cancioneiros populares, esboços literários e exercícios de tradução, ditos e textos em quimbundo, recortes jornalísticos e apontamentos, num total de 2000 frágeis folhas manuscritas, conservadas inéditas ao longo de 50 anos. Em 2015 este acervo foi publicado em livro sob o título Papéis da Prisão: apontamentos, diário, correspondência (1962-1971) (Leya-Caminho), com financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian. Apresenta-se agora, em formato digital, o acervo original destes Papéis da Prisão.
Oradores/as: José Luandino Vieira (Escritor) | Margarida Calafate Ribeiro (CES) | Nuno Simão Gonçalves (CES) | Roberto Vecchi (CES/U. Bolonha) | Sandra Inês Cruz (CES)


24.03.2023 | por mariadias | apresentação, exposição, lisboa, manuscrito, Papéis da Prisão de Luandino Vieira

Conferência de Primavera de 2023

 

Decorrerá no próximo dia 29 de março, às 18 horas (hora de Lisboa), a Conferência de Primavera de 2023, integrada no Ciclo permanente de conferências em Literatura, Humanismo e Cosmopolitismo, promovido pelo Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta. A oradora será a Professora Doutora Inocência Mata (Universidade de Lisboa) e a conferência terá por título “Estudos pós-coloniais e literatura-mundo: Reflexão sobre a epistemologia da crítica literária”.
A Conferência de Inverno de 2022 em Literatura, Humanismo e Cosmopolitismo decorrerá no Salão Nobre da Universidade Aberta (sito na Rua da Escola Politécnica, 141, em Lisboa) e terá transmissão direta online. A participação é gratuita, mas requer inscrição prévia para o e-mail lit.human.cosmo@gmail.com.

 

24.03.2023 | por mariadias | conferência de primavera, epistemologia, estudos pós-coloniais, Inocência Mata, lisboa

Neve Insular 0,0003% - algodão e resistência

O Centro Cultural de Cabo Verde (CCCV), a Neve Insular e o Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (i2ADS) têm a honra de convidar para a inauguração da exposição “Neve Insular 0,0003% - Algodão e Resistência” no dia 31 de março pelas 18h30 no CCCV, Lisboa.O Seminário e Oficinas irão decorrer nos dias 31 março e 1 abril, cuja programação está disponível em anexo e neste link o formulário de inscrição. Como podem o pensamento e as práticas artísticas em torno do algodão, o seu poder histórico, e as suas histórias de resistência provocar diferentes processos de intersecção das forças da arte, ecologia e transformação social num contexto de crises ambientais, cognitivas, políticas e culturais? O pensamento e prática artística da Neve Insular (NI) baseiam-se em 0,0003% da superfície terrestre da ilha de São Vicente, Cabo Verde cultivada com algodão e outras espécies em parceria com a Associação Agropecuária do Calhau e Madeiral. Um nada - tudo comprometido com a memória da plantação colonial de algodão e as novas proposições dos saber-fazer-pensar ligados à planta do algodão.

24.03.2023 | por mariadias | algodão, cccv, lisboa, neve insular, oficina, seminário

Feminist No Borders Summer School

Este ano a Feminist No Borders Summer School coordenada pela Fac_research chega tmb a Portugal! Vai se falar de fronteiras e como destruí-las, de lutas anticarcerárias, de saude anti-autoritária, de solidariedade feminista e antiracista, de cuidados mútuos numa perspetiva abolicionista e anti-capitalista. Inscrições até 24 de Março. A Escola vai decorrer de 14 a 18 de Junho em Lisboa.

24.03.2023 | por mariadias | antiracista, aullas, feminismo, Feminist No Borders Summer School, lisboa

O Livro da Patrícia: 28Janeiro, 17h30 - Lisboa

O Livro da Patrícia - 2ª Edição

28 Janeiro 2023, 17h30 - Livraria STET, R. Actor António Cardoso 12A, 1900-011 Lisboa, Metro ARROIOS ou ALAMEDA

Entrada Livre


Com Djaimilia Pereira de Almeida, Humberto Brito, David-Alexandre Guéniot

“O Livro da Patrícia” foi elaborado a partir de um projecto inacabado da fotógrafa e artista visual Patrícia Almeida, que faleceu há cinco anos. Reúne e faz dialogar textos e imagens sobre fotografia, memória, ausência.

Para a apresentação da 2ª edição, o autor convidou a escritora Djaimilia Pereira de Almeida e o fotógrafo e investigador Humberto Brito para partilharem as suas impressões de leituras. O público está calorosamente convidado a juntar-se à conversa.

24.01.2023 | por catarinasanto | apresentação, lisboa, livro

Angela Davis em Portugal

15 de Novembro, às 21h, no Teatro Tivoli (Lisboa)

A convite do LEFFEST, Angela Davis estará pela primeira vez em Portugal. No dia 15 de Novembro, no Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa, pelas 21h, a autora vai discutir com Gina Dent o tema do abolicionismo prisional, num debate moderado por Ines Branco López.

Segundo o festival, «o evento pretende incentivar a reflexão e a partilha de ideias, com foco no abolicionismo prisional. Como construir uma sociedade sem prisões, pensando com um olhar feminista, anti-racista, anticapitalista?»

A Antígona associa-se ao festival: durante o evento, estarão à venda no local, com um desconto especial, duas das principais obras da autora:

A Liberdade é Uma Luta Constante  Selecção de entrevistas e discursos, que lança uma nova luz sobre as lutas contra a violência de Estado e a opressão em vários pontos do mundo.

As Prisões Estão Obsoletas? Um dos pilares da reflexão de Angela Davis em torno do abolicionismo prisional.           

04.11.2022 | por Alícia Gaspar | Angela Davis, anti-racista, anticapitalista, antígona, feminista, gina dent, ines branco lópez, lisboa, Portugal, tivoli

Lisboa criola apresenta: Festa criola

A cidade em celebração

Depois de ter feito a programação de música e DJ sets do Jardim de Verão da Fundação Calouste Gulbenkian conquistando uma extraordinária adesão de público, o projeto LISBOA CRIOLA lança, em Novembro, um grande festival de encerramento de 2022: a FESTA CRIOLA.

A FESTA CRIOLA acontece de 2 a 5 de Novembro com inúmeros eventos no Castelo de São Jorge, em Marvila, no Rato e no Hub Criativo do Beato. O festival conta com apoio da Câmara Municipal de Lisboa, é de entrada livre e a participação nos eventos é gratuita (exceto os de comida e em restaurantes).

Créditos - Lisboa CriolaCréditos - Lisboa Criola

Estão programadas iniciativas de Música, Gastronomia, Literatura, Artes Visuais e Dança. Inspiradas no conceito “Criolo”, estas 5 áreas foram pensadas com o apoio de curadoras/es com diversos backgrounds culturais que ajudaram a programar as experiências mais entusiasmantes: Blaya na programação de Dança, DJ Ary Rafeiro na Música, Inês Matos Andrade na Gastronomia, Nash Does Work nas Artes Visuais e Gisela Casimiro na Literatura.

O evento arranca no Castelo de São Jorge com leitura de poemas por Alice Neto de Sousa e Leo Middea Trio no Largo da Achada, passa por aulas de dancehall em Marvila, oficinas de literatura infantil, conversas com Gisela Casimiro e Nuna, flash tattoos, o forró vibrante de DJ Swingueiro e muito mais. Na gastronomia, a crioulagem lisboeta viaja pelos sabores de Cabo Verde, pelos sorvetes da múcua de Angola, pela comida do Médio Oriente e de outros lugares. A FESTA CRIOLA termina no Hub Criativo do Beato com uma grande noite ao som de DJ Berlok e da DJ Umafricana.

Dino dSantiago, diretor artístico da LISBOA CRIOLA partilha:

“A missão da LISBOA CRIOLA é aproximar, celebrar e amplificar a mistura cultural que compõe a cidade de Lisboa. Com esta grande FESTA CRIOLA, em Novembro, queremos que se transpire crioulidade a partir de diversos lugares da capital e através do cruzamento de disciplinas. E, acima de tudo, que as pessoas celebrem e sintam que são a cidade.”

O programa da FESTA CRIOLA fica disponível nas redes sociais e no website do projeto.

Website: https://lisboacriola.pt/

Instagram: https://www.instagram.com/lisboa.criola/

Créditos - Lisboa CriolaCréditos - Lisboa Criola

Sobre:

A FESTA CRIOLA é um evento da LISBOA CRIOLA. A LISBOA CRIOLA é um projeto cultural, criativo, transversal e participativo, lançado em 2021, cujos objetivos passam pela criação de uma cidade mais inclusiva, igualitária e representativa. Conta com o apoio e co-organização da Câmara Municipal de Lisboa.

20.10.2022 | por Alícia Gaspar | beato, castelo são jorge, CML, EGEAC, festa criola, lisboa, lisboa criola, Marvila, Portugal

Alkantara Festival 2022

De 11 a 27 de novembro, o Alkantara Festival convida artistas e públicos para uma programação internacional de dança, teatro, performance e encontros, distribuída pela cidade de Lisboa. Apresentam-se projetos que partem de investigações artísticas, políticas, culturais e sociais para experimentar formatos e possibilidades de diálogo. Alimentam-se espaços de reflexão para que o conhecimento e os sentidos ganhem novas estruturas de referência.

No Teatro São Luiz, quatro projetos convocam os públicos para movimentos e experiências: entre diásporas, exílios e sacrifícios; encontros em torno de processos de desflorestação, monoculturas e estratégias de regeneração; e corpos onde as memórias se reinventam a partir dos gestos.

18 a 20 novembro

Conversas
Refloresta
Plataforma Terra Batida
Coordenação: Rita Natálio

 

19 e 20 novembro

Dança
Sacrifico Enquanto Estou Perdido na Terra Salgada
Hooman Sharifi

 

24 a 26 novembro

Teatro
BOCA FALA TROPA
Gio Lourenço

 

26 e 27 novembro

Dança
NEVER ODD OR EVEͶ
De Filiz Sizanli & Mustafa Kaplan / Sofia Dias & Vítor Roriz

Mais informações aqui.

17.10.2022 | por Alícia Gaspar | Alkantara, alkantara festival, artes, conversas, cultura, dança, lisboa, teatro

Da Resistência ao Colonialismo Português à África Pós-Independente

Este encontro reúne investigadores que trabalham a história do anticolonialismo africano, bem como das independências e da formação do Estado nos contextos moçambicano e angolano, sem esquecer as relações transnacionais que estes processos estabeleceram a uma escala global, da China ao Cuba, passando por Portugal.

Trata-se de um encontro promovido pelo Museu do Aljube, o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e o Instituto de História Contemporânea (Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Évora), reunindo investigadores doutorandos e doutorados destas duas últimas escolas. O encontro é ainda palco para a apresentação e discussão de um trabalho recente dos historiadores Allen Isaacman (University of Minnesota) e Barbara Isaacman, autores de trabalhos de referência no quadro da história de Moçambique.

Local: Museu do Aljube — Rua Augusto Rosa, 42 — 1100-091 Lisboa

14h-16h | Da resistência ao poder: investigações em curso

– Matheus Pereira (ICS — ULisboa) | “Eu abaixo assinado enfermeiro no hospital de Magude”: notas sobre “enfermeiros indígenas”, assimilacionismo e estratégias de resistência ao colonialismo português em Moçambique (1917-1961)
– Tomás Diel Melícias (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST) | Camaradas de Angola: o maoismo na construção política da UNITA angolana
– Rita Narra Lucas (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST) | A revolução portuguesa de 1974 e o espectro terceiro-mundista
– Rebeca Ávila (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST) | Brasil e Cuba: entre a libertação africana e a revolução portuguesa
– Rodrigo Domenech de Souza (ICS — ULisboa) | Poder e produção no pós-independência moçambicano
– Edalina Sanches (ICS — ULisboa) | Partidos Únicos e transição para a democracia em África

Moderação de Victor Barros (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST)

16h15-18h | Samora Machel, uma nova biografia

Conversa com Allen Isaacman e Barbara Isaacman sobre o seu livro “Samora Machel: a life cut short“.

Moderação de Nuno Domingos (ICS — ULisboa)

Informações aqui.

17.10.2022 | por Alícia Gaspar | colonialismo, colonialismo português, evento, ics-ul, lisboa, museu do aljube, pós-colonialismo

Minela Reis e Ivone Gaipi trazem Angola a Lisboa

A pintora Minela Reis e a escultora Ivone Gaipi apresentam os seus mais recentes trabalhos na exposição “No Desaguar dos Corpos” na Galeria Artistas de Angola, em lisboa. A mostra tem curadoria e mentoria de Olga Maria e Sousa. A inauguração será no dia 7 de outubro, sexta-feira, a partir das 17h, na Rua Sousa Lopes N.º 12A em Lisboa e ficará patente até 14 de novembro.

Para a exposição Minela Reis, pintora angolana, traz um combinado de trabalhos feitos a pastel seco, a óleo e aguarela, nos suportes de papel e tela, onde a figura humana é predominante. A presença e diversidade das cores fortes é a força que origina um conjunto de contrastes entre o claro e o escuro, e o quente e o frio. O corpo pintado e desenhado parece estar em movimento, tem textura, curvas, brilho e cheiro, os rostos e os olhares são profundos e vivos, sorriem e têm emoções.

Minela ReisMinela Reis

Na arte de Minela a presença da figura humana é uma constante, através da pintura consegue regressar a Angola, às cores, cheiros e aos céus africanos. Pinta com a emoção do que sente no momento.

Já a escultora Ivone Gaipi vai explorar o Alginato, o Gesso e as Resinas, onde a técnica de body casting é transposta para a escultura. Ivone viveu quatro anos em Angola, onde foi profundamente tocada pelo país. O calor, as cores, os ritmos, as gentes sorridentes e alegres, e a mistura ardente do cheiro a terra, formam a sua grande fonte de inspiração para as esculturas que integram esta exposição.  A nostalgia destas emoções, resultaram no reviver Angola materializada em expressões de Arte. É essa transmutação que transporta para o trabalho de escultura, numa linguagem que expressa a exploração do corpo através da sua desconstrução, conexão e simbiose com o que o rodeia.

Ivone GaipiIvone Gaipi

03.10.2022 | por Alícia Gaspar | angola, escultura, exposição, ivone gaipi, lisboa, minela reis, pintura

20ª edição do Doclisboa

 

Em Outubro, o Doclisboa comemora 20 anos e apresenta uma edição especial com a realização das sessões de abertura e encerramento em simultâneo nas cidades de Lisboa (abertura no Cinema São Jorge e encerramento na Culturgest) e do Porto (Cinema Trindade).

sessão de abertura realiza-se no dia 6 de Outubro com a estreia portuguesa de Terminal Norte, de Lucrecia Martel. A reconhecida cineasta está de volta ao cinema documental com uma curta realizada durante a pandemia, onde acompanha a cantora Julieta Laso nos seus vários encontros com um extraordinário grupo de artistas argentinos na região de Salta. Entre copleras - cantoras de música popular -, uma pianista de música clássica, uma rapper de música trap, um dueto feminino, a primeira coplera trans, o reconhecido guitarrista Bubu Rios, entre muitos outros, a câmara de Martel vai registando sessões de improviso e conversas sobre música e identidades, construindo um retrato íntimo destes artistas que, num período em que todas as portas se fecham, aqui encontram um espaço de libertação. 

Em Lisboa, a abertura conta ainda com um preâmbulo protagonizado por Lula Pena, para dar início à celebração da 20ª edição do Doclisboa. Uma experiência sonora surpresa preparada pela compositora e cantora portuguesa a descobrir na Sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge.

encerramento do festival está marcado para dia 15 de Outubro, na Culturgest e Cinema Trindade, e fica a cargo de Objectos de Luz, de Acácio de Almeida e Marie Carré, que aqui encontram o mote para formular a sua declaração de amor à fotografia e ao cinema. 

Acácio de Almeida, um dos mais importantes directores de fotografia da cinematografia portuguesa, estreia-se na realização para nos oferecer o seu olhar afectivo sobre a luz na sua obra e no cinema, percorrendo este passado de memórias e homenageando as actrizes e actores cujos rostos iluminou, como Isabel Ruth, Beatriz Batarda, Luís Miguel Cintra e José Mário Branco, entre tantos outros. Objectos de Luz é uma ode à história do cinema português e um testemunho da sua paixão pela arte da imagem em movimento a partir da luz. 

Mais informações.

12.09.2022 | por Alícia Gaspar | cinema são jorge, cinema trindade, cultura, Culturgest, DocLisboa, lisboa, porto

Artistas em Cena no Teatro Romano

Museu de Lisboa - Teatro Romano

30 junho a 31 dezembro 2022

Terça a domingo, das 10h às 18h

Créditos Tiago MouraCréditos Tiago MouraCelebrando o património humano do território envolvente do teatro romano, a nova exposição temporária apresenta obras de 36 artistas que habitam, nasceram ou aqui trabalham.

Esta exposição é o resultado de um processo colaborativo com uma comunidade de artistas que vive e trabalha na envolvente do monumento que é o palco mais antigo de Portugal.

Entre artes plásticas, música, ourivesaria, fotografia, pintura, cerâmica, teatro, prosa e poesia, este território caracteriza-se pela sua riqueza, arqueológica e patrimonial, mas, especialmente, pelo valor humano dos que o habitam e aqui trabalham e pelos que aqui viveram.

Resgatando o génio criativo deste lugar ancestral, devolve-se ao público a produção artística hoje produzida neste território. Uma mostra de artistas feita por muitos e para muitos.

Artistas: Alexandre O’Neill, Alexandre Delgado O’Neill, António Jorge Gonçalves, António Gedeão, Ary dos Santos, Augusto Rosa, Carlos No, Cátia Pessoa, Cláudia Chaves, Constança Pinto Gonçalves, Fernanda Fragateiro, Fernando Calhau, Henrique Pavão, Inês Simões, João Cristino da Silva, João Pimentel, Joana Passos, José Faria, Marcos Magalhães, Marta Araújo, Marta Mateus, Menez, Nininha Guimarães, Nuno Cera, Nuno Saraiva, Paula Delecave, Pedro de Castro, Pedro Reis Gomes, Pierre Pratt, Ronaldo Bonachi, Rui Moreira, Rui Sanches, Rute Reimão, Sara Domingos, Teresa Pavão e Tomaz Hipólito.

16.08.2022 | por Alícia Gaspar | arte, artes plásticas, exposição temporária, fotografia, lisboa, música, pintura, poesia, teatro romano

Afropeu | A diáspora negra na Europa, de Johny Pitts

Redescobrir a Europa pelo olhar das comunidades afropeias. Afropeu – A diáspora negra na Europa, de Johny Pitts, é uma viagem pelos locais do Velho Continente onde os europeus de ascendência africana jogam com obediências múltiplas e constroem novas identidades. A obra vencedora do Prémio Europeu de Ensaio 2021, traduzida pelo escritor Bruno Vieira Amaral, chega a Portugal pela Temas e Debates a 2 de junho, e a sessão de lançamento, que conta com a presença do autor e de Bruno Vieira Amaral, acontecerá no dia 4 de junho, às 18h, na livraria Ler Devagar, em Lisboa.
Fascinante e arrebatador, Johny Pitts traz a visibilidade necessária a comunidades negras que continuam a ser silenciadas. De Afropeu – A diáspora negra na Europa resulta um mapa alternativo, que nos leva da lisboeta Cova da Moura, com a sua economia clandestina, a Rinkeby, zona de Estocolmo onde oitenta por cento da população é muçulmana. Johny Pitts visita também a Universidade Patrice Lumumba em Moscovo, onde os estudantes oeste-africanos continuam a aproveitar ao máximo as ligações com a URSS surgidas durante a Guerra Fria, e Clichy-sous-Bois em Paris, onde nasceram os motins de 2005. Seja qual for a geografia, são os afropeus os protagonistas da sua própria história. Com um efeito quase cinematográfico, é notável a maneira como Johny Pitts capta o espírito de cada lugar, fazendo com que a perceção que o leitor tem da Europa seja desafiada e reimaginada.

Sobre o autor:

Johny Pitts, movido pela sua própria história, viajou por vários países europeus (França, Bélgica, Países Baixos, Alemanha, Suécia, Rússia e Portugal) em busca de comunidades negras que não tivessem a visibilidade merecida. Como resultado, Afropeu – A diáspora negra na Europa é um belíssimo estudo sobre a identidade negra na Europa. Venceu também os prémios Leipzig Book Award for European Understanding 2021,Jhalak Prize 2020 e Bread & Roses Award for Radical Publishing em 2020.

O autor vai estar em Portugal para o lançamento do livro e está disponível para entrevistas.

Sessão de lançamento, com a presença do autor e de Bruno Vieira Amaral

dia 4 de junho

18h00

Livraria “Ler Devagar”

Lisboa

30.05.2022 | por arimildesoares | A diáspora negra na europa, Afropeu, Bruno Vieira Amaral, Johny Pitts, lisboa, Livraria ler devagar

II Encontro de Jovens Investigadores da CPLP sobre África

II EJICPLP África | 25.26.27 maio de 22 |Evento Híbrido


As inscrições já se encontram abertas para a 2ª edição do Encontro de Jovens Investigadores da CPLP sobre África, que irá decorrer nos dias 25, 26 e 27 de maio de 2022 em formato híbrido (presencial - ISEG em Lisboa e online – streaming), com entrada livre, mas mediante registo, disponível aqui. 

Neste 2º ano, o EJICPLP sobre África consolida-se como um espaço de promoção e divulgação de trabalhos de jovens investigadores na área de Estudos Africanos em Língua Portuguesa para debaterem a ciência numa perspetiva multidisciplinar relativamente a África.

Celebrando o Dia Internacional de África, que se comemora a 25 de maio, a 2ª edição do Encontro tem como temática a INOVAÇÃO, tendo como objetivo debater o papel da ciência na inovação em África. Visa-se aprofundar e saber até que ponto a investigação científica sobre África tem produzido ou trazido inovação ao continente Africano, bem como debater a possível necessidade de se reformular questões e metodologias de investigação científica, numa perspetiva inovadora e pragmática, que permita a apropriação dos resultados destes estudos no quotidiano das sociedades africanas.

O programa conta diariamente com dois momentos demarcados, sendo as manhãs dedicadas a especialistas de renome nas geografias onde se fala a língua portuguesa, num debate de ideias ao mais alto nível e as tardes destinadas à apresentação de trabalhos científicos por investigadores dos vários países da CPLP dando voz e promovendo novos estudos de investigação.

Destacamos a presença de personalidades distintas de toda a CPLP, como Filomeno Forte (Angola), Marina Alkatir (Timor-Leste), Leila Leite Hernandéz (Brasil), Miguel de Barros (Guiné Bissau), Fernando Jorge Cardoso (Portugal) e Isabel Castro Henriques (Portugal), entre várias outras, reforçando os princípios da diversidade, inclusão e representatividade de todos os países de expressão de língua portuguesa.

Os temas em análise são multidisciplinares e abordam questões como:
 

Empoderamento da mulher africana. (25 maio)

Aproximação da investigação científica à agenda de decisores políticos. (25 maio)

Inovação financeira e energética na investigação em África. (26 maio)

Inovação com a tradição. (26 maio)

Enquadramento científico da Rota da Lisboa Africana. (27 maio)

O Encontro de Jovens Investigadores da CPLP sobre África é um projeto fundado por Cristina Molares d’Abril, contando ainda com uma Comissão Organizadora e um Conselho Científico multinacional e multidisciplinar.

Programa

12.05.2022 | por Alícia Gaspar | Africa, CPLP, cultura, evento híbrido, iseg, lisboa

Debate: Quo vadis, Europa? Guerra contra a Ucrânia

No dia 27 de abril, pelas 19h00, terá lugar, no auditório do Goethe-Institut em Lisboa, o debate Guerra contra a Ucrânia: um ponto de viragem para a Europa?, com a participação da professora universitária e ex-secretária de Estado Ana Santos Pinto, da investigadora política Mónica Dias, do economista Janis Kluge e da investigadora e perita ucraniana Ljudmyla Melnyk. O debate será moderado por Ricardo Alexandre e tem tradução simultânea em português e alemão.

A guerra de agressão não provocada contra um país neutro e soberano fez tremer e realinhar a Europa. O que significa este “ponto de viragem no tempo” para a Europa? Como queremos lidar com instabilidade e incerteza na ordem internacional no futuro? De que vale a democracia ocidental se for ameaçada? E que impacto tem esta guerra em países tão diferentes como a Alemanha e Portugal?

Após o debate, haverá a oportunidade de conversar com os convidados.

Para mais informações, ver: Debate: Guerra contra a Ucrânia: um ponto de viragem para a Europa?

20.04.2022 | por Alícia Gaspar | debate, Goethe institut, guerra, lisboa, ucrânia

Proibido por inconveniente – Materiais das censuras no arquivo EPHEMERA

A partir do espólio do ARQUIVO EPHEMERA, biblioteca e arquivo do historiador José Pacheco Pereira, os curadores, Júlia Leitão de Barros e Carlos Simões Nuno, mostram nesta exposição exemplos das várias censuras do Estado Novo, eficaz arma do regime da ditadura. À volta da data do 25 de Abril de 2022, a exposição tem também uma intenção pedagógica, segundo Pacheco Pereira, “mostrar o que é a Liberdade, pela sua negação”.

A CENSURA E A DEFESA DO RESPEITINHO

“Só existe aquilo que o público sabe que existe” (Salazar)

O grande feito da Censura, existente durante 48 anos, foi deixar como herança, até aos nossos dias, uma nostalgia de um Portugal onde todos se entendiam, onde havia “consenso”, onde todos trabalhavam pelo “bem comum”, sem corrupção que não fosse o roubo do pão pelos necessitados, onde havia “respeito” e boa educação. Ou seja, uma nostalgia perversa do Portugal da ditadura.

Eu conheço bem a Censura que durou 48 anos, até por experiência própria. O país que não podia vir a público, ou seja, o país “real” como agora se diz, era muito diferente do que conseguia emergir nos jornais e nos livros, mesmo na imprensa clandestina. Um dos grandes sucessos da Censura foi criar uma imagem de Portugal pacificado, inerte, pouco conflitual, sem grandes violências, mais de bons costumes do que de maus, que foi eficaz mesmo com aqueles que lutavam contra a ditadura. E continua eficaz quando se lê o que se escreve hoje em dia sobre os malefícios da democracia, em particular a corrupção, com a sugerida e às vezes explícita ideia de que nada disto com esta dimensão existia antes do 25 de Abril. Uma das coisas que os atacantes do “sistema” fazem é acentuar a dimensão da corrupção em democracia, sugerindo inevitavelmente que ela vem com a forma do regime e, por isso, lutar contra a corrupção é também lutar contra o “sistema” de partidos e políticos corruptos.

Nunca ninguém se interroga por que razão nunca houve nada de parecido com a “operação Marquês” ao longo dos extensos 48 anos de ditadura? Não havia corruptos nos altos lugares da nação? Não havia corruptos na União Nacional? Nenhum general, embaixador, deputado à Assembleia Nacional, ministro ou secretário de estado, comandante da Legião ou graduado da Mocidade Portuguesa, nenhum governador colonial, bispo, “meteu a mão na massa”? Ou houve casos de corrupção que a Censura não nos deixou conhecer? Sem dúvida, como se vê nos cortes da Censura, do mesmo modo que havia pedofilia, violência contra as mulheres, violações, roubos, violências, e suicídios.

Mas a resposta é pior ainda: não havia corrupção porque não havia justiça para os poderosos do regime, e a pouca que havia era para os escalões intermédios para baixo. E, por isso, a corrupção entre os grandes da Situação, fossem políticos, com a mais que comum transumância da política para os negócios, decidida quase sempre pelo próprio Salazar, fossem os banqueiros e empresários do regime, estava naturalmente protegida porque ninguém sequer se atrevia a iniciar um inquérito. A excepção com os “ballets roses” foi um caso de costumes, e mesmo assim fortemente protegido pela Censura.

Neste sentido, a Censura foi talvez a mais eficaz arma do regime da ditadura, cujos efeitos ainda hoje estão submersos no nosso quotidiano. Muito mais do que a subversão do “político” o que a Censura protegia era o poder, todas as hierarquias que dele emanavam, exigindo mais do que respeito, “respeitinho”. Em 48 anos, em que não houve um único dia sem censura, foi este o seu legado.

A exposição sobre a Censura que o ARQUIVO EPHEMERA realiza em conjunto com a CM de Lisboa, à volta da data do 25 de Abril de 2022, tem por isso uma intenção a que podemos chamar pedagógica, mostrar o que é a Liberdade, pela sua negação.

Por: José Pacheco Pereira, abril de 2022

PROGRAMA PARALELO

Dia 9 | A Censura no cinema | 17h

“O que nem se podia ver”

Mesa redonda com:

António da Cunha Telles

António-Pedro Vasconcelos

Eduardo Geada

Fernando Matos Silva

Manuel Mozos

Paulo Trancoso

moderação: Paulo Portugal

Dia 21| A censura na música|18h

“O que nem se podia ouvir”

Dia 27 | 17h30

Apresentação do livro “Censura, a construção de uma arma política do Estado Novo”, da curadora da exposição, Júlia Leitão de Barros.

O livro é editado pela Tinta-da-China e será apresentado por Adelino Gomes.

18h30 | A censura do pensamento e do gosto

“O que nem se podia pensar”

Edifício Diário de Notícias

17.04.2022 | por arimildesoares | arquivo EPHEMERA, curadoria, exposições, José Pacheco Pereira, lisboa