ROTAS & RITUAIS - programa geral

 “Imigrantes, os Emigrantes que somos” é o tema da 3ª edição de ROTAS & RITUAIS, patente no Padrão dos Descobrimentos e no Cinema São Jorge de 15 a 30 de Novembro. ROTAS & RITUAIS traz a Lisboa uma reflexão sobre os movimentos migratórios globais e a diversidade cultural das sociedades contemporâneas através de várias manifestações artísticas.
Tatiana Macedo é a autora das duas exposições de fotografia do ROTAS & RITUAIS abertas ao público no Padrão dos Descobrimentos a partir de 15 de Novembro - Luso-Tropicália - e no Cinema São Jorge a partir de 16 de Novembro - Imigrantes, Emigrantes somos nós.
ROTAS & RITUAIS apresenta, no Cinema São Jorge, seis concertos de música pop contemporânea que testemunham a diversidade das origens e das influências musicais presentes no solo português. Couple Coffee, Sagas, Mister Lizard, Os Dias de Raiva, Boss AC e Cacique 97 sobem ao palco do Cinema São Jorge e vão aquecer as noites de inverno que se aproximam.
ROTAS & RITUAIS propõe, também no Cinema São Jorge, um ciclo de onze filmes que aborda o tema da migração sob várias perspectivas, no qual constam documentários e ficções nacionais e internacionais premiados como Bab Sebta, de Frederico Lobo e Pedro Pinho (1º Prémio de Longa-Metragem Portuguesa do DocLisboa 2008) e Swagatan, de Catarina Alves Costa (Prémio Planète no Bilan du Film Etnhographique, Paris, 1999).
O Cinema São Jorge acolhe ainda três conferências que vão colocar na mesa questões como a identidade e a integração das populações migrantes na sociedade portuguesa.
ROTAS & RITUAIS lança ainda um desafio aos mais pequenos (dos 6 aos 12 anos): o atelier Entre Fronteiras tem lugar de 17 a 21 de Novembro no Padrão dos Descobrimentos e convida a uma viagem ao mundo das viagens…

04.11.2010 | por martalanca | emigração, rotas

Rotas e Rituais - exposições de Tatiana Macedo

Exposições Luso-Tropicália
Fotografia, conceito, Produção e Direcção Artística: Tatiana Macedo
Padrão dos Descobrimentos
De 15 a 30 de Novembro / 3ª a Domingo, das 10h às 18h

As imagens de “Luso-Tropicália” foram produzidas no contexto da Residência Artística “Sítio das Artes”, inserida no Fórum Cultural “O Estado do Mundo” em 2007, na Fundação Calouste Gulbenkian, dando origem a um livro de artista, com o mesmo nome e apresentando-se agora sob a forma de exposição. O projecto é resultado do convite que fiz a jovens músicos de descendência africana, imigrantes e descendentes de imigrantes, para se encontrarem comigo
no Centro de Arte Moderna – espaço visualmente neutro mas simbolicamente carregado – a fim  de os retratar. Mas como diz, e bem, Miguel Vale de Almeida na sua introdução para este livro, estes são simultaneamente retratos e auto-retratos: “O que a artista e os retratados fizeram foi
encontrar-se a meio caminho entre o retrato e o auto-retrato. Nesse encontro, a linguagem escolhida para a apresentação de si foi também descoberta no meio caminho entre a estereotipização do jovem negro e a individuação. Artista e retratados encontram-se no “lugar” onde a visibilidade é finalmente possível: visibilidade de indivíduos, de pessoas que, como qualquer indivíduo e pessoa, são pontos de intersecção de várias coordenadas colectivas –  incluindo as que constituem a hiper e a invisibilidade, agora resignificadas e, por isso,  superadas, no gesto, na pose, na expressão.”
(Miguel Vale de Almeida em Ver (se), introdução para o livro Luso-Tropicália de Tatiana Macedo)
Os protagonistas destes retratos têm em comum não só o facto de terem descendência africana e serem músicos, mas também viverem em bairros periféricos da área metropolitana de Lisboa,  como a Quinta do Mocho, Apelação, Outurela/Portela e Monte Abraão. Não por coincidência, a história deles cruza-se com a minha.

Imigrantes, Emigrantes Somos Nós de Tatiana Macedo
Cinema São Jorge / 16 - 29 de Novembro 2ª a Domingo, 10h às 23h

O ponto de partida para esta exposição foi o desafio lançado a Tatiana Macedo para orientar um workshop de fotografia direccionado a jovens imigrantes e/ou descendentes de imigrantes residentes em Lisboa. Com a duração de 7 dias, o workshop focou-se na representação de nós mesmos e do outro, com a apresentação de vários exemplos de trabalho produzido sobre este tema no âmbito da fotografia, bem como um exercício prático em que os alunos tiveram que (se) representar. Deste exercício, e em conjunto com os alunos, foram escolhidas as melhores fotografias que poderão ser visitadas no período de 16 a 29 de Novembro, no Cinema São Jorge. “Existe cada vez mais uma ideia de que se multiplicam “os outros” dentro do “eu” e da complexidade que envolve todo o discurso à volta do conceito de identidade. Será ainda  possível falar de identidade no singular, ou deveríamos substituir o termo por “processos de  identificação”? Identidade é hoje um conceito plural no sentido em que já não é possível falar de grupos homogéneos e muito menos de “massas”. As “massas” são sempre “os outros”, e aquilo que “sou” define-se pela multiplicidade de “outros” dentro de mim. Os jovens imigrantes ou descendentes de imigrantes que vivem hoje em Lisboa, como em qualquer outra parte do mundo, vivem de forma intensa essa multiplicidade. Eles são “do funge e do bacalhau”, são “do caril e do caldo verde”, são de Lisboa como são de Luanda, de Maputo, de Moscovo ou de  Beijing (a título de exemplo). São da cidade como são do mundo virtual, estão no facebook, no hi5, no twitter, estão em contacto. E cada um deles tem uma história diferente para contar. Um grande amigo meu define-se na sua página do facebook da seguinte forma: “sou dos últimos, sou da lata, sou do vinho, sou de Lisboa tanto quanto sou de Luanda, ainda estou com o Obama, sou dos poetas, sou dos feios, sou do sotaque, sou dos meus amigos, sou dos descalços, sou do laço, sou dos fracos.”.

04.11.2010 | por martalanca | Luso-tropicália, Tatiana Macedo

AFROPOLIS - Stadt Medien Kunst

 

Today, over half the world’s population lives in cities. In particular, the regions of the Global South face rapid globalisation, with African cities recording the highest urbanisation rates. The African contexts have created specific urban structures, topographies and cultures, notably different from European-American models of urban
development. How do these structures function? How do urban dwellers organise their daily life? What issues are addressed in the African discourse on the history and future of cities? What positions do European and African artists take on urbanity in Africa?
The Afropolis exhibition is showcasing five African cities - Cairo, Lagos, Nairobi, Kinshasa and Johannesburg.

Upgradasion, 2010  Slum-TV  Slum-TV is a grass-roots initiative founded in 2006 in Mathare, Nairobi, primarily dedicated to producing documentary video clips. The Upgradasion installation produced the scenario of a slum development project in a style somewhere between a TV soap and a comic strip. Upgradasion provides an insight into the complex economies and power relations in a slum.Upgradasion, 2010 Slum-TV Slum-TV is a grass-roots initiative founded in 2006 in Mathare, Nairobi, primarily dedicated to producing documentary video clips. The Upgradasion installation produced the scenario of a slum development project in a style somewhere between a TV soap and a comic strip. Upgradasion provides an insight into the complex economies and power relations in a slum.

The curatorial approach highlights the interconnectedness of scientific and artistic
concepts, not only exploring urban histories and recent developments, but also presenting 30 artistic viewpoints on issues of urbanity about and from these five cities. The result is a remarkable synergy of scientific and artistic research, documentary material and artistic reflection. The works shown in Afropolis include graphic
arts, painting, photography, sculpture, installation, film and video art, as well as design, comics and weblogs.

Rautenstrauch-Joest-Museum Kulturen der Welt
Cäcilienstrasse 29–33
50667 Köln / Germany

http://www.afropolis.net/

04.11.2010 | por nadinesiegert

ÁFRICA21

O BUALA inicia uma parceria de alguns conteúdos com a ÁFRICA21. Fundada em Novembro de 2006, a revista ÁFRICA21 tem redacções em Luanda e Lisboa, sendo distribuída preferencialmente em todo o espaço da CPLP. Com uma tiragem de 10 mil exemplares, ÁFRICA21 é uma revista de informação, economia, análise e cultura, focada na África lusófona, mas também noutros países africanos e latino-americanos.
O director-geral é o jornalista e escritor angolano João Melo. O director
executivo é o jornalista português Carlos Pinto Santos, residente em Lisboa.
São cronistas permanentes da ÁFRICA21 os escritores Pepetela (angolano), Mia Couto (moçambicano), Germano Almeida (cabo-verdiano), José Carlos Vasconcelos (português), Conceição Lima (são-tomense), Odete Costa Semedo (guineense), Luís Cardoso (timorense) e Luíz Ruffato (brasileiro).
ÁFRICA21 dispõe da neswletter (africa21@africa21digital.com) e do portal, editados em Brasília.

veja aqui um artigo.

03.11.2010 | por martalanca | ÁFRICA21

As mulheres em Cabo Verde, em debate

03.11.2010 | por martalanca | cabo verde, mulheres africanas

homenagem ao Ruy Duarte de Carvalho em Luanda

VAMOS LÁ VISITAR PASTORES
leitura encenada
Ao ler os pensamentos deste “homem dos sete instrumentos”, decidimos compartilhar as nossas interpretações com um público mais vasto tentando assim prestar, de uma forma humilde, homenagem não só ao homem mas principlamente às ideias que depois de impressas se tornaram eternas como a areia dos desertos que tanto serviram de leito para este ser tão colorido.
Nesta leitura encenada, queremos num Work in Progress, ou seja uma experiência, longe de ter o seu fim, deambular em III TOMOS, entre letras e imagens, entre dunas e marés, entre nós e este ícone das letras angolanas.
TOMO I        04 de Nov. 2010
TOMO II    18 de Nov. 2010
TOMO III    Jan de 2011 às 21H00 no Cine Nacional (Chá de Caxinde), no âmbito da II TRIENAL DE LUANDA
pelos actores angolanos Orlando Sérgio e Miguel Hurst  
VAMOS LÁ VISITAR O RUI

ideia original de Orlando Sérgio

03.11.2010 | por martalanca | Orlando Sérgio, Ruy Duarte de Carvalho

POP UP Lisboa 2010

É uma mostra de arte contemporânea e cultura urbana que vai acontecer em vários espaços de Lisboa: Palácio Verride (em Santa Catarina), Pavilhão 27 do Hospital Júlio de Matos, Lx Factory e estações de comboios de Lx. Arranca a 4 de Novembro e termina a 11 de Dezembro.
A inauguração oficial do POP UP é já na 5ª feira, dia 4 no Palácio Verride em Santa Catarina, às 22h. Festa com performance e Dj entre dezenas de obras de arte espalhadas pelo palácio, entre as quais da Ana Silva & Teodolinda Semedo.
6ª feira destacamos o mural que Pedro Zamith vai fazer ao vivo na Lx Factory. No sábado destaco a abertura da colectiva no Pavilhão 27 do Hospital Julio de Matos às19h, com obras do projecto Mau Din (colectivos internacionais), Miguel Januário, Yonamine, Samuel Rama, Délio Jasse, Abraão Vicente, entre outros.

O POP UP reúne novos talentos, artistas consagrados e especialistas na dinamização de um cartaz cultural que é desenvolvido em interacção permanente com a identidade e a população da cidade onde o evento decorre. O Pop Up visa contribuir para a promoção cultural e identitária da cidade de Lisboa - dentro e fora de portas. Viver a cidade, celebrar a cultura,
Promover Lisboa na rota das capitais da cultura urbana.

03.11.2010 | por martalanca | artistas contemporâneos, lisboa

Prémio Nacional de Cultura - Angola

O escritor Ruy Duarte de Carvalho, falecido em Agosto na Namíbia, foi distinguido a título póstumo ontem, em Luanda, com o Prémio Nacional de Cultura e Artes, na categoria de literatura.
Os vencedores do prémio foram anunciados em conferência de imprensa promovida pelo Ministério da Cultura. O júri, presidido por Zavoni Ntondo, distinguiu igualmente Virgílio Coelho, Mestre Makiesse, Núcleo de Artes Pitabel, Zeze Gambôa, Bonga e Grupo Ntunga Nzola.
Na categoria de Literatura, o júri decidiu atribuir o prémio, a título póstumo, a Ruy Duarte de Carvalho, falecido em Agosto na Namíbia aos 69 anos. O presidente do júri, Zavoni Ntondo, disse que o prémio foi atribuído pela dimensão antropológica da sua produção literária, onde se destaca, com especial relevo, o traço pastoril dos Cuvale. “Trata-se de um escritor que pela sua dimensão artística merece este reconhecimento”, frisou Zavoni Ntondo, acrescentando que Ruy Duarte de Carvalho produziu de forma esmerada poesia e ficção.
Com as obras “Em busca de Kabasa: Estudos e reflexão sobre o Reino do Ndongo” e “Os Túmúndóngó, os génios da natureza e o Kilamba”, o antropólogo Virgílio Coelho venceu na categoria de Investigação em Ciências Humanas e Sociais. O presidente do júri, Zavoni Ntondo, referiu que a escolha de Virgílio Coelho se deve à pertinência e ao interesse dos trabalhos para o estudo científico da organização político administrativa do Reino do Ndongo e socioeconómica e religiosa dos túmúndóngó. “Estes dois estudos contribuem para o conhecimento profundo da história do Reino do Ndongo”, disse.

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02.11.2010 | por martalanca | Prémio nacional de cultura, Ruy Duarte de Carvalho

filmes de Jorge António na Trienal de Luanda

02.11.2010 | por martalanca | jorge antónio

Namibe Vasto de Jorge Coelho Ferreira

02.11.2010 | por martalanca | Namibe

Nneka - Africans

U keep pushing the blame on our colonial fathers
U say they came and they took all we had processed
They have to take the abuse that they have caused our present state with their intruding history
Use our goodness and nourishment in the Name of missionary
Lied to us, blinded slaved us, misplaced us, strengthen us, hardened us then
They replaced us now we got to learn from pain
Now it is up to us to gain some recognition
If we stop blaming we could get a better condition

Chorus
Wake up world!!
Wake up and stop sleeping
Wake up Africa!!
Wake up and stop blaming
Open ur eyes!!
Stand up and rise
Road block oh life penalty

Why do we want to remain where we started
And how long do we want to stop ourselves from thinking
We should learn from experience that what we are here for this existence
But now we decide to use the same hatred to oppress our own brothers
It is so comfortable to say racism is the cause
But this time it is the same colour chasing and biting us
Knowledge and selfishness that they gave to us, this is what we use to abuse us

 Chorus

Those who have ears let them hear
Brothers who are not brainwashed take ruins and rest
Pick them up and stick them back together
This is the only way we can change this African weather
Lied to us, blinded slaved us, misplaced us, strengthen us, hardened us then
They replaced us now we got to learn from pain

 Chorus

You got to wake up please
You got too
(Wake up Africa, wake up and stop blaming)
Blaming ha, ha, ha
Open yours eyes your eyes
Stand up and rise
Road block oh life penalty
Wake up…

02.11.2010 | por martalanca | Africans, Nneka

Bruno Beltrão, um coreógrafo no futuro

Quando Bruno Beltrão começou a apresentar os seus espectáculos fora do Brasil, a grande surpresa para o público e a crítica, que imediatamente o coroou como um dos expoentes de uma nova forma de interpretar o corpo contemporâneo, não estava somente na relação entre as danças urbanas e os códigos formais da coreografia. O que lhe era apontado era um discurso capaz de suplantar modelos deterministas de relação entre corpo e objecto, entre acção e entre representação e presença.


Aos 31 anos, o coreógrafo brasileiro, rosto principal do Grupo de Dança de Rua de Niterói, do outro lado da baía de Guanabara, tornou-se não tanto um coreógrafo brasileiro mas um dos principais elementos de uma nova filosofia sobre a dança. O cruzamento que propõe entre o hip-hop e os cânones clássicos, sugerindo uma nova geografia territorial e disciplinar, levaram-no aos palcos dos principais teatros e festivais europeus, que, fascinados pela descoberta, não apenas o distinguem – foi considerado coreógrafo do ano em 2006 pelo conjunto de críticos internacionais da revista alemã Ballettanz – como o co-produzem com regularidade. A qualidade maior do seu trabalho está no modo como, combinando um trabalho centrado no corpo enquanto elemento activo no interior de uma coreografia, consegue expor um movimento que nunca se encerra em si mesmo, antes o amplia e o torna, efectivamente, o centro da acção.
Em Portugal vimos Eu e o meu coreógrafo no 63 e Do popping ao pop ou vice-versa (ambos Danças na Cidade, 2005), Too legit to quit (Serralves, 2006), H2 (Alkantara Festival/CCB, 2006) e H3 (Alkantara Festival/Teatros São João e São Luiz, 2010), exemplos de pesquisa que tem evoluído em direcção a uma aproximação não apenas entre a forma e o conteúdo mas, sobretudo, entre o olhar de quem assiste e o reconhecimento da dança como uma disciplina múltipla e mutante.
Tiago Bartolomeu Costa Público

02.11.2010 | por martalanca | dança

Be My Man da cantora nigeriana Asa

por sugestão de Juliana, do Tás a Ver

02.11.2010 | por martalanca | Asa

3 Pontes, Baía - Luanda, na Trienal de Luanda

Depois da exposição Fotografia Angola, a II Trienal de Luanda recebe desde segunda-feira a mostra 3 Pontes, que reflecte a relação multidisciplinar entre o Estado da Baía e Angola.
Vídeos, telas, música, performances, cinema, conferência, apresentação de livros e grafiti marcam a presença nesta programação cultural e artística da Bahia em Angola.
A mostra, que decorre até ao dia 6 de Novembro, é resultado de um trabalho de 23 artistas baianos, no âmbito do acordo de cooperação rubricado este ano, entre a Fundação Sindika Dokolo e o Governo do Estado da Baía.
Daniel Rangel, curador da exposição, disse que a exposição denomina-se 3 Pontes porque a “relação entre a Baia e a África deu-se em três momentos fundamentais, nomeadamente com o tráfico de escravos, o segundo nos finais dos anos 40 até começo dos anos 50 e terceiro continua com o diálogo actual e o intercâmbio entre os povos dos dois países”.

Para ele, este é um momento importante, tendo em conta a dimensão da exposição e a simbologia da mesma porque “a arte baiana é muito influenciada por uma estética e cultura que vem de África”, daí a escolha primeiro de artistas baianos.

O também director da Directoria de Museus da Bahia (DIMUS), Daniel Rangel, frisou que esta é uma retribuição da promoção da arte e da cultura angolana na Baia.“A Fundação Sindika Dokolo tem promovido a cerca de um ano eventos na Bahia, nomeadamente concertos, exposições, performances, palestras e outros factos.”
Deste acordo de duração de três anos, o interlocutor revelou também que constam residências artísticas no Brasil e de uma provável abertura de um espaço cultural da fundação na Bahia, e um daquele Estado em Luanda. Recordou também que há um angolano com uma galeria em São Paulo, onde se promovem artistas do seu país e baianos.

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02.11.2010 | por martalanca | África-Brasil, Três pontes

Falas / Buala na bienal de S.Paulo


Para ampliar o debate - parte 01
29ª Bienal   Terreiros   eu sou a rua   

No primeiro momento da fala acerca do website BUALA, no dia 04/10/2010, Marta Lança apresentou a natureza editorial dessa publicação virtual e disponibilizou sua fala, assim como Marta Mestre, para publicação no website da 29a Bienal.

BUALA - CULTURA AFRICANA CONTEMPÔRANEA, UMA CASA EM CONSTRUÇÃO
POR MARTA LANÇA
É uma interface digital colaborativa de reflexão e documentação sobre culturas africanas contemporâneas e sua relação com o Brasil e Portugal. Cinema, ensaios e reportagens, manifestos, textos políticos e literários, dança, teatro e música, pensar a cidade e a urbanização, materiais de processos de trabalho, criação e difusão cultural em curso. E ainda um blog de divulgação cultural, uma galeria com exposições virtuais e biografias de autores e artistas africanos são algumas das coisas que podem encontrar.
A idéia do BUALA partiu de uma constatação de que faltava documentar e divulgar  aspectos culturais interessantes que se passam em África ou na diáspora africana, numa perspectiva actual, contra as visões saudosistas ou unilaterais que foram as dominantes por muito tempo. Além disso, sentíamos que muito do conhecimento produzido sobre África não chega aos países africanos, nem circula suficientemente entre os mais interessados. Achámos que a internet seria a ferramenta com maior alcance, e sobretudo entre jovens, para estreitar e expandir todas estas potencialidades, por dia temos 500 leitores de todo o mundo e sem grandes custos.
Sou portuguesa mas com muitos anos de experiência nas áreas culturais em África. Era a altura certa para criar uma plataforma que reunisse uma série de gente com quem tenho convivido, trabalhado ou que são referências importantes para nós – e descobrir muitos outros. O facto de termos uma visão geral e particular destes países - dos seus rancores e irritações, das tendências, dependências e vontades, das práticas culturais e figuras que compõem o panorama cultural de cada um, e por acreditarmos que há uma nova geração que consegue viver estas realidades trazendo outros elementos e ter um olhar descolonizado, fez com que achássemos proveitoso pôr em diálogo as várias perspectivas no interesse da partilha.
É com estas novas visões e novos topos que nos interessa trabalhar, de forma descomplexada, integrando a abordagem pós-colonial na análise das relações do passado para entender as do presente e as ligações e relações de poder actuais. Tentamos reverter a tendência deste “espaço de língua portuguesa” como uma espécie de bolha alienada do resto mundo, interessa-nos contribuir para que os países lusófonos observem e participem do que se passa no resto de África - o que por vezes não acontece, por exemplo Angola e Cabo Verde comunicam muito mais com o Brasil e Portugal do que com os restantes países africanos - o mesmo podíamos dizer sobre a falta de atenção de África e do mundo para estes países como intervenientes culturais fortes.

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01.11.2010 | por martalanca | Bienal de S.Paulo, buala, Terreiros

África fantasma de João Samões no Temps d'Images 2010

A dramaturgia desta nova criação de João Samões foi guiada e assombrada pela África Fantasma de Michel Leiris, um texto etnográfico saturado de sombras de um passado colonial familiar à nossa história colectiva. O texto foi utilizado e manipulado como um mapa a percorrer (trilhar e triturar) e uma superfície de projecção (tela e ecrã) para os meus próprios fantasmas.

Leiris parte na primeira expedição etnográfica francesa a África, como um homem que perdeu a sua sombra, já não oficialmente um membro do grupo surrealista de Paris, mas ainda imbuído dessa histórica experiência revolucionária e libertária. Os sonhos, o acaso, a arte primitiva, o sexo e aventura, a loucura e a morte - contrapontos a um cada vez mais vincado e feroz racionalismo científico e capitalista - abrindo as possibilidades da experiência humana. África torna-se um imenso território onde ele projecta as suas fantasias e fantasmas.

Criação, dramaturgia, espaço cénico e sonoro João Samões Textos a partir de Michel Leiris, Frantz Fanon Interpretação Laurinda Chiungue Interpretação musical Jan Wierzba Figurantes Tiago Gandra, Cátia Leitão Colaboração artística Cláudia Dias, Mónia Mota Direcção técnica Carlos Gonçalves Técnico de cena José Pedro Sousa Registo e edição vídeo João Dias, João Samões Registo fotográfico Ricardo Mendes Produção Os Três Caracóis Co-produção DuplaCena/Temps d`Images 2010

João Samões nasceu em Lisboa, em 1970. Estudou Antropologia, técnicas de improvisação e composição coreográfica em Lisboa e Nova Iorque. Entre 1991 e 1996 colaborou como actor, performer e dramaturgo com a companhia de teatro Olho. Intérprete de dança contemporânea em criações de Francisco Camacho (1997 e 1998) e Vera Mantero (2001 e 2002). Em 1998 foi convidado para o Crashlanding@Lisboa, um projecto internacional de improvisação concebido por Meg Stuart. Criou as peças: 18 Minutos (2000), Zonas de Ruidosa Influência (2004), O Labirinto a Morte e o Público  (2007), Blackout (2008), África Fantasma (2010). O seu trabalho como criador e intérprete de artes performativas tem sido apresentado em Portugal, Espanha, França, Itália, Bélgica, Áustria e México.

5 e 6 Novembro, 21h30, INSTITUTO FRANCO-PORTUGUÊS, LISBOA Avenida Luís Bivar, 91, Metro Saldanha, São Sebastião, €5

Informações e Reservas: ostrescaracois@gmail.com / 918 086 407

www.joaosamoes.blogspot.com    www.ifp-lisboa.com    www.tempsdimages-portugal.com

01.11.2010 | por franciscabagulho | África Fantasma, João Samões, Michel Leiris, Temps d'Images

Candidatura de Dilma é a mais notada em países africanos de língua portuguesa

A corrida eleitoral brasileira foi acompanhada de formas diferentes nos países africanos de língua portuguesa. Candidatura da governista Dilma Roussef tem maior projeção por causa da imagem de Lula.

 Durante os oito anos da gestão Lula, a política externa brasileira deu um novo impulso às relações diplomáticas e econômicas com o continente africano – onde a China é protagonista em investimentos e representa concorrência tanto para o Brasil quanto para países europeus e os Estados Unidos.

Em seus dois mandatos, Lula visitou a África 11 vezes – é o presidente brasileiro que mais viajou ao continente, onde o Brasil abriu ou reativou 16 embaixadas nos últimos oito anos. Por causa das afinidades históricas e linguísticas, a relação do Brasil pode ser considerada mais próxima com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, Palop, onde o país sul-americano passou a ter presença e imagem mais fortes durante a gestão Lula.

Esta semana, por exemplo, em entrevista à Deutsche Welle, o chanceler brasileiro Celso Amorim reiterou o apoio do Brasil, no âmbito da comunidade internacional, à estabilização da Guiné-Bissau, palco há anos de instabilidade política e considerada ponto intermediário do tráfico de drogas entre a América do Sul e a Europa.

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31.10.2010 | por martalanca | África-Brasil, Lula

Seu Jorge foi à Nação Zumbi e voltou feliz

Para Seu Jorge foi mais uma metamorfose: depois de se vestir de “executivo” em “América Brasil”, gravata e pasta na mão, agora mergulhou de jeans, ténis e camisola escura com capuz no universo “afrociberdélico” dos Nação Zumbi. O resultado, já se sabia pelo disco, é bastante compensador, embora no palco não vá além do prometido. Com uma alteração curiosa: o impedimento de António Pinto, compositor e baixista, de viajar nesta digressão, fez com que Seu Jorge surgisse em palco com quatro membros do grupo nordestino Nação Zumbi, em lugar de dois. Aos integrantes do provisório grupo Almaz, que serviu de base ao disco, Lúcio Maia (guitarra) e Pupillo (bateria), vieram juntar-se nos coliseus Gustavo da Lua (percussões) e Alexandre Dengue (baixo).

A entrada em palco de Lúcio Maia, sozinho, com a estridência planante da sua guitarra, marcou desde logo o tom. Que se percebia também pela remoção das cadeiras da plateia, como nos concertos de rock, deixando espaço aberto à dança. A batida forte e impressiva de “Errare humanum est” (Benjor revisitado por Almaz), com Seu Jorge a tocar flauta antes de cantar filtrado por amplo “reverb”, deu o concerto por começado, abraçando depois a calma em “Saudosa Bahia” e a festa em “Cirandar”. Mais festa? “Carolina”, um dos temas óbvios e mais antigos de Seu Jorge, com notas distorcidas e roupagens ácidas. Pretexto para ele pegar na máquina fotográfica, fazer sinal com as mãos para iluminarem a plateia, e fotografá-la. E foi ainda de máquina ao peito que se atirou a “Das model”, dos Kraftwerk, que cumpriu sem deslumbrar. “Everybody loves the sunshine” teve direito a sintetizador, que Seu Jorge manipulou, de pé, enquanto cantava. Já “Pai João” cresceu numa fúria de tambores e cordas, apelando à dança. “Tive razão” (do disco “Cru”, 2004), agora renascido reggae, abriu caminho ao michaeljacksoniano “Rock with you” e este a “Ziggy Stardust”, de Bowie, digno sobrevivente da delirante aventura fílmica de Seu Jorge com Wes Anderson.

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31.10.2010 | por martalanca

Danse L'Afrique Danse. 8e Édition au Festival Danse Bamako

Après Luanda, Antananarivo, Paris et Tunis, Bamako accueille la 8ème édition « Danse l’Afrique danse ! » initiée par CULTURESFRANCE et mise en œuvre avec Donko Seko, sous la direction artistique associée de Kettly Noël. Donko Seko est une structure qui opère sur la scène malienne comme un foyer vivant où se conjuguent formation, création et diffusion artistique. Du 29 octobre au 5 novembre 2010, Bamako reçoit 16 pays africains invités, plus de 200 artistes, un espace de diffusion international pour la création contemporaine, un rendez-vous gratuit, un festival pour toutes les danses, dans toute la ville. Un partenariat Nord-Sud qui consacre une stratégie de développement de la création chorégraphique sur le Continent.

+ info

www.creativeafricanetwork.com

Lebau Boumpoutou © Elise Fitte-DuvalLebau Boumpoutou © Elise Fitte-Duval

31.10.2010 | por franciscabagulho

15ª Mostra de Cinema Africà de Barcelona 2010

Durante estos quince años, las pantallas de la Mostra de Cinema Africà de Barcelona han sido el marco idóneo para presentar el pasado y el presente, historia y actualidad, de una cinematografía que inició tarde su andadura independiente. Los primeros pasos del cine realizado en los diferentes países del continente africano se caracterizaron por la gran vitalidad y entusiasmo de sus pioneros.

De Vieyra a Sembène, de Afrique sur Seine a La Noire de …, cineastas y películas que, en los años 50 y 60, abordaron el tema de la evolución del continente y la conquista de la independencia psicológica y política, a través de una reformulación fílmica de la historia africana tras la colonización, con el objetivo de recomponer un imaginario colectivo profundamente dañado.

En sucesivas ediciones, las pantallas de la Mostra y el público asistente, hemos sido espectadores privilegiados de la evolución seguida por el cine africano. Desde sus inicios en los años 60 y 70, con las obras de Ousmane Sembène que revindicaba el cine como un instrumento de transformación social; o con la mirada etnográfica de Moustapha Alassane sobre la sociedad nigerina. Visionamos también la prolífica década de los 80, con las obras de Souleymane Cissé, Idrissa Ouédraogo y Cheick Oumar Sissoko, que reafirmaban la identidad africana y se nutrían de la tradición para tratar temas universales. O Henri Duparc, cuyas comedias contituyen una critica virulenta de las sociedades africanas. Sin olvidar la irrupción en escena del inclasificable Djibril Diop Mambéty, con su revolución estética y formal y la consagración de la pionera del cine africano, Safi Faye.

En los 90 nace una nueva generación de realizadores que opina sobre África y el mundo desde la ficción y el documental, aportándonos una mejor comprensión de este continente: Jean Marie Teno, Moussa Touré, Ramadan Suleman, Mama Keita, Fanta Nacro y tantos otros que hemos acompañado en su trayectoria cinematográfica y que han encontrado en Barcelona su público.

Las diferentes secciones de la Mostra, nos han permitido presenciar este primer relevo generacional. Partícipes, también, pantallas y público, de la consolidación del cine Marroquí y del Magreb. De Mostafa Derkaoui a Mohamed Ismail. De Youssef Chahine a Taïeb Louhichi.

Con el siglo XXI, llegaron las graves dificultades económicas que han situado al cine realizado en África en una situación delicada y, a su vez, la aparición del formato digital, que se plantea como una posible solución al problema y que ha significado, en principio, un cambio de tendencia y una revitalización de la nueva generación de cineastas, los de la diáspora africana que viven en Europa. De Jean-Pierre Bekolo a Jawad Rhalib. De Mohammed Soudani a Alain Gomis. Las pantallas de la Mostra acompañan este proceso, siendo sensibles a la nueva realidad y adaptándose a los nuevos formatos de proyección.

Pasado y presente, historia y actualidad del cine africano, a través de la mirada de los cineastas arriba citados y de otros muchos. Durante todo este tiempo, el certamen ha sido, fundamentalmente, una o varias pantallas, pero también quiere ser cómplice de un futuro. Un futuro que pasa por una nueva generación de jóvenes realizadores, proceso que apoyamos activamente desde l’Ull Anònim con la creación de estructuras de formación en Senegal. Queremos afirmar, una vez más, que África también es cine.

Programación

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31.10.2010 | por franciscabagulho | cinema africano