As artes & as [cis]ões, os conluios vitais, os virais, as políticas do que agora podemos e todos estes métodos instáveis para irmos fazendo um depois

As artes & as [cis]ões, os conluios vitais, os virais, as políticas do que agora podemos e todos estes métodos instáveis para irmos fazendo um depois Já entendemos a predisposição cissexista e trans-exclusionária da larga maioria das instituições artísticas e culturais portuguesas. Somos capazes, confio, de reconhecer um recorte pelo qual corpas queer são constituídas enquanto autoras e estórias queer são constituídas enquanto obras, desde que se salvaguarde a distância crucial que separa “queer” de “trans”. Corpas e estórias trans importam, neste paradigma, como tópicos. Como objetos formais, figuras de estilo, artefactos ocasionais. Como elementos variáveis na produção do espetáculo, e na preservação do espetáculo da norma enquanto tal.

Corpo

19.06.2023 | por Salomé Honório

Bye, Bye Tristes Trópicos: Do “Pessimismo Sentimental” ao Decolonial, Escola Sem Sítio – 2o. Semestre de 2022

Bye, Bye Tristes Trópicos: Do “Pessimismo Sentimental” ao Decolonial, Escola Sem Sítio – 2o. Semestre de 2022 No esteio desse “admirável mundo novo”, a artilharia retórica pós-moderna e pós-colonial traria novas feridas narcísicas ao pensamento ocidental que hoje ainda ecoam em políticas e poéticas decoloniais com a entrada de agentes indígenas, afro-descendentes e queer na arena artística e intelectual de modo a desafiar os antigos prognósticos da velha antropologia. Esse curso pretende acompanhar a trilha dessas transformações epistemológicas e políticas a partir de alguns capítulos de sua história. Pretende ainda problematizar, a partir dos campos das artes visuais e das ciências sociais, os limites das retóricas pós-coloniais e decoloniais diante dos fascismos contemporâneos e da complexidade paradoxal do real das instituições a partir das polêmicas atuais.

A ler

13.07.2022 | por Leonardo Bertolossi

Educar como Forma de Libertar e Desacorrentar a Mente

Educar como Forma de Libertar e Desacorrentar a Mente Devemos exaltar os grandes feitos dos homens do nosso continente não na perspetiva de sermos melhores que os outros, mas para incutir nas novas gerações que somos tão capazes como os outros. Só assim conseguiremos guiar os africanos e os afrodescendentes para o êxito e acabar, de uma vez por todas, com esta falta de confiança e de autoestima que paira sobre o nosso continente; só assim, no que deve constituir uma missão prioritária dos sistemas de ensino dos países deste continente, libertaremos, definitivamente, todos os africanos das amarras do colonialismo.

Mukanda

08.07.2022 | por Ednilson Leandro Pina Fernandes

Entrevista com Miguel Sermão. “A pergunta que faço é: O que é uma cara africana?”

Entrevista com Miguel Sermão. “A pergunta que faço é: O que é uma cara africana?” Acho que existe um preconceito, não só na sociedade, mas no meio artístico também. Não podemos ter em conta que um personagem tenha a cor de quem a representa, a não ser para certos personagens históricos, que impliquem zelar pelo que escreveu o autor. Qualquer personagem é feito por qualquer outra pessoa, só que, infelizmente, quem dirige ou coordena as companhias, ao pensar num espectáculo não pensam nos actores negros, sejam africanos ou afrodescendentes. Não existe esse pensar de que há no meio artístico português actores negros. Quando se pensa tendencialmente, os pápeis são característicos digamos.

Cara a cara

27.04.2022 | por Sílvia Milonga

“Nós, artistas, somos como os pedreiros que construíram o Kilamba que não têm acesso às moradias”, arte que vem da periferia

“Nós, artistas, somos como os pedreiros que construíram o Kilamba que não têm acesso às moradias”,  arte que vem da periferia  São artistas que pintam e mostram uma nova Angola, com técnicas e estéticas tão ousadas como os seus discursos e olhar para o cenário artístico. Nas artes visuais angolanas, a produção mais potente vem da periferia, longe do centro onde se encontram as galerias e salas de exposição. Em outubro do ano passado fui desafiado a sair da minha zona de conforto — a música — para entrevistar os jovens da residência artística ResiliArt que produziram obras para a II Bienal Africana da Cultura da Paz. Aceite a proposta, tornou-se evidente que essa produção artística não está na elite de Luanda e que apenas uma parte destes artistas entra nos grandes centros durante as exposições e não tem acesso às condições de produção e mercado.

Vou lá visitar

16.02.2022 | por Analtino Santos

Sobre o campo de irreverência de uma Escola Artística na renovação da educação artística

Sobre o campo de irreverência de uma Escola Artística  na renovação da educação artística  O projecto de uma Escola Internacional de Arte (M_EIA) estabelecida no contexto preciso da ilha de São Vicente, Cabo Verde, no início do século XXI, materializa uma complexidade conceptual onde se relacionam, num nó cego, as controvérsias políticas da actualidade, na dimensão da sua globalidade e na precisão do local; a conflitualidade da arte e da cultura num panorama ambivalente onde a cultura visual se desequilibra entre o isolamento informativo e o acesso franco; o movimento solitário e comunitário por melhores condições de vida.

Vou lá visitar

23.05.2012 | por Rita Rainho e José Carlos de Paiva

Reprimindo demónios do passado: a reinserção identitária africana e racial nas representações

Reprimindo demónios do passado: a reinserção identitária africana e racial nas representações Como tem sido produzida a identidade do africano na história, qual é o papel dos media nas novas percepções, representação e discurso sobre os africanos e negros? A globalização cultural traz novos modos de representação identitária que vão para além do que é visível, englobando aspectos simbólicos e de fraternidade em relação às diferentes raças. As identidades visíveis entram num caos globalizado.

A ler

19.06.2010 | por Gerson Geraldo Machevo