Inserindo vários monólogos de Amílcar Cabral consigo próprio, vazados e lavrados em modo diarístico na sua depois desaparecida, ou, melhor, surripiada agenda azul, o romance 'A Última Lua de Homem Grande' pretende ser ser uma espécie de reconstituição póstuma dessa mesma agenda azul e de eventos marcantes da vida e da obra de Amílcar Cabral, esse Morto Imortal, cujos dilemas, paradoxos, ambivalências e notável coerência do ser e do estar são traçados à saciedade nesse deslumbrante e cativante, mas também trágico perfil social e psicológico de Amílcar Cabral que é o romance A Última Lua de Homem Grande, doravante um marco fundamental do percurso literário de sucesso de Mário Lúcio Sousa que vem, aliás, marcando com um verbo muito próprio e luzente as letras caboverdianas contemporâneas, tornando-se assim por mérito próprio um dos maiores, mais criativos, imaginativos e produtivos escritores
Mukanda
22.09.2022 | por José Luís Hopffer Almada
Djam Neguin, artista caboverdiano multifacetado provocativo e irreverente, brinda-nos e surpreende com nova composição. “Badio Branku” como título, manifesta uma capacidade sintética de todo um conteúdo e narrativas contemporâneas daquilo que enfrentamos nas nossas sociedades, sedentas de africanidade como processo emancipatório.
Djam canta a um “espelho invertido”, uma máscara de quem não se quer ver. E sobretudo acusar-se. O existencialismo fala-nos do fardo que é a nossa própria liberdade, na simetria de uma responsabilidade que nem sempre é assumida na mesma medida. Amílcar Cabral falou disso, quando projetou e defendeu a criação do “homem novo”, que pensasse pela sua “própria cabeça”. Um ser livre. Um homem que se pode dar ao luxo de se ver e de ser visto, humanamente, sem “lágrimas de cor”.
Palcos
07.06.2022 | por Valdevino Santos Bronze
quase “tudo” gira à volta da mulher, ou seja, é ela o pilar da família. Ela é mãe, muitas vezes mãe solteira cujo marido ou pai dos filhos a abandonou para ir viver com outra(s) mulher(es), ela é dona de casa em todos os sentidos, isto é, educa sozinha os filhos, faz os deveres de casa quando os filhos ainda não têm autonomia para ajudarem, é ela que trabalha e, na maioria das vezes, é com o salário dela que os filhos comem, se vestem e vão para a escola. A mulher foi, desde sempre, a pedra basilar da sociedade cabo-verdiana, assumindo-se ainda com mais força enquanto tal nos momentos de maiores dificuldades a nível nacional, quando os homens, devido ao flagelo da imigração por causa da seca e da falta de recursos do país, tiveram de se aventurar por outros destinos, sendo que muitos esqueceram a família, que ficou para trás na forma de um grande peso deixado nas costas das mulheres, as quais se viram obrigadas a assumir todos os papéis que deveriam ser partilhados com o marido/pai dos filhos.
Mukanda
21.01.2022 | por Ednilson Leandro Pina Fernandes
O conceito de identidade, tem uma operacionalidade escassa, quase nula, e o seu uso implica o permanente confronto com a inevitabilidade da sua indefinição, mas é irrefutável de que quando o estudamos ou abordamos no campo da actividade humana ou cultural (e a música ou expressão musical nessa cultura) ele se torna dado adquirido.
Mukanda
16.05.2012 | por Soraia Simões de Andrade