A biodiversidade é um conceito abstracto, entrevista a Mia Couto

A biodiversidade é um conceito abstracto, entrevista a Mia Couto Duas horas com Mia Couto numa envolvente conversa que atravessa vários aspectos dos seus interesses e percursos. Como chegou até aqui, as suas geografias afectivas, Moçambique e os duros momentos de violência, a utopia da Independência, a diversidade de povos e seus modos de vida como inspiração para as histórias, o ambiente e o modelo de desenvolvimento a descobrir.

Cara a cara

17.07.2014 | por Marta Lança

Conversa com Mia Couto

Conversa com Mia Couto Tal e qual como a escravatura ou a colonização, a corrupção é a continuação de uma relação que tem sempre dois lados. Não há os corruptos de um lado e os honestos do outro. A escravatura foi feita com cumplicidades internas. Havia elites africanas que enriqueceram muito. Esta leitura da história que hoje há é muito simplista. Como há um certo sentimento de culpa dos europeus, ela passa bem. Mas deve ser interrogada, porque criou da parte dos africanos o discurso vitimista, de ser preciso fazer valer na Europa aquilo que perdemos durante séculos. (entrevista de 1998)

Cara a cara

02.09.2013 | por Anabela Mota Ribeiro

Guimarães Rosa lido por africanos: impactos da ficção rosiana nas literaturas de Angola e Moçambique

Guimarães Rosa lido por africanos: impactos da ficção rosiana nas literaturas de Angola e Moçambique Este artigo mostra como a ficção de Guimarães Rosa foi lida por escritores de Angola e Moçambique, mais especificamente por Luandino Vieira, Ruy Duarte de Carvalho e Mia Couto, atentando para os impactos da obra rosiana na produção desses escritores. Pretendo também destacar a dimensão política das estratégias poético-ficcionais rosianas, percebida de imediato pelos mencionados escritores africanos.

A ler

14.12.2012 | por Anita Martins de Moraes

Discurso etnográfico e representação na ficção africana de língua portuguesa: notas sobre a recepção crítica de Mia Couto e o projeto literário de Ruy Duarte de Carvalho

Discurso etnográfico e representação na ficção africana de língua portuguesa: notas sobre a recepção crítica de Mia Couto e o projeto literário de Ruy Duarte de Carvalho investiga as noções de representação implicadas no uso de materiais etnográficos para estudo das literaturas africanas de língua portuguesa. Discute, inicialmente, como essas literaturas têm, desde suas primeiras manifestações, se aproximado da antropologia, propondo-se como retrato de sociedades não-ocidentais. Analisa, em seguida, como esta expectativa de retrato se insinua na recepção crítica de um romance contemporâneo, Terra Sonâmbula (1992), do moçambicano Mia Couto. Propõe, então, por meio da análise do romance Os papéis do inglês (2000), que o projeto literário do escritor angolano Ruy Duarte de Carvalho resiste a este tipo de expectativa, problematizando-a.

Ruy Duarte de Carvalho

10.10.2011 | por Anita Martins de Moraes

Onze perguntas para Mia Couto, uma entrevista inspiradora

Onze perguntas para Mia Couto, uma entrevista inspiradora Essa África que eu conheço sobrevive por um espírito de solidariedade, de abertura e de respeito com os outros. A forma que os africanos têm de se abordar, de saber um dos outros é uma coisa genuinamente autêntica. Quando eu estou cumprimentando alguém, quando estou falando com alguém, eu dou espaço para o outro. Então há uma lição de escutar os outros. Eu nunca falo quando o outro está falando, dou espaço, não tenho medo do silêncio, que é uma coisa que acontece aqui. As pessoas estão conversando, de repente há um silêncio, e isso é um peso, é uma coisa da qual temos que nos libertar, é uma ausência. Na África, essa ausência não existe. Nesse silêncio, há sempre alguém que fala. São os mortos. Por exemplo, a relação com o corpo.

Cara a cara

01.09.2011 | por Mia Couto

"O outro pé da sereia": o diálogo entre história e ficção na representação da África contemporânea

"O outro pé da sereia": o diálogo entre história e ficção na representação da África contemporânea O texto consiste em uma análise de "O outro pé da sereia", de Mia Couto, focalizando o diálogo entre a história e a ficção, no intuito de mostrar o tratamento dado pelo autor às principais questões do mundo contemporâneo: a identidade, o sentido de pertencimento, o pós-colonialismo e o choque entre culturas. Ao fazê-lo, Mia busca desconstruir os arquétipos acerca da África e seus povos.

A ler

31.08.2010 | por Shirley de Souza Gomes Carreira

O último voo do flamingo, de João Ribeiro

O último voo do flamingo, de João Ribeiro Será, pois, necessário ter tempo para se tornar um país. É uma tarefa longa, mas outros flamingos virão. São tão numerosos como naquele primeiro plano do filme. Eles guiam os vivos. Na região de Tizangara, os pescadores chamam-lhes “salva-vida”: basta seguir a sua voz para alcançar a terra quando se está perdido. A doce e bela música de Omar Sosa convida a dar tempo ao tempo.

Afroscreen

06.07.2010 | por Olivier Barlet