Diário de um etnólogo guineense na Europa (dia 4)

Diário de um etnólogo guineense na Europa (dia 4) O tio Paulo Bano Bajanca tinha-me ensinado para ficar desconfiado quando os tugas me mandam ficar em casa, ele disse assim: “Sobrinho!, fica desconfiado quando os tugas te mandam ficar em casa e te dizem para não sair, porque, de repente, quando te mandam sair, já nem a tua casa te pertence. Foi o que fizeram na Guiné.” Eu, às vezes, pensava que o tio Paulo Bano exagerava, mas descobri que não. Toda a história dos tugas da Europa é desse tipo, tios que matam sobrinhos para tomar o poder, irmão que mata a irmã, tio que casa a sobrinha, uiiiiii.

Mukanda

19.10.2020 | por Marinho de Pina

Cabemos nesta BUALA há 10 anos! -depoimentos

Cabemos nesta BUALA há 10 anos! -depoimentos "O BUALA iniciou em Portugal uma rutura com a tradicional rigidez canónica do olhar eurocentrado sobre a colonialidade que marca as relações entre antigos poderes coloniais e espaços outrora colonizados. O BUALA desprovincializou o debate pós-colonial em Portugal ao abri-lo a outros contextos geográficos fora do espaço lusófono, libertando-o da redoma académica em que esteve fechado durante muito tempo. Esse caráter polissémico da sua articulação interdisciplinar ajudou ainda a desobstruir o caminho entre academia e militância, entre teoria e prática." Mamadou Ba

A ler

25.05.2020 | por vários

O Peso do Vazio

O Peso do Vazio As próprias letras das canções e os respectivos vídeo-clipes são um culto da ostentação oca e bacoca. Meninos de fatos italianos, cheios de penteados (a mostrar que lhes pesa mais o cabelo que a cabeça) e com dourados a pender dos dedos, dos dedos e do pescoço (a mostrar que precisam apenas de mostrar), meninos que cantam pouco e se repetem até à exaustão, fazem o culto deste vazio triste...

Mukanda

16.02.2011 | por Mia Couto