Aprender a Desaprender: Diálogos para a Descolonização da Arquitetura

Aprender a Desaprender: Diálogos para a Descolonização da Arquitetura Compreender o percurso de Paulo Moreira e do INSTITUTO é importante para percebermos que este trabalho tem uma continuidade, que há um comprometimento no tempo com as questões aqui pensadas, e um interesse que se fortalece a cada projeto. Este aspeto reveste-se de particular importância num tempo em que as palavras decolonial (que em português não quer dizer nada, porque nada quer dizer o prefixo ‘de’), descolonizar e reparações, entre algumas outras, são cada vez mais esvaziadas de significante político e a própria ideia de aprender a desaprender tem feito o seu caminho e chegará em breve a muitos títulos.

Cidade

10.08.2024 | por Ana Cristina Pereira (AKA Kitty Furtado)

Terra Longe / Diásporas - excerto (poema de Nzé de Sant'y Ago)

Terra Longe / Diásporas - excerto  (poema de Nzé de Sant'y Ago) Ai noites de Assomada dos prantos em Fundura suplicando pelas almas redivivas pelas vozes exuberantes nos jardins da Praça Estrela na Praça Camões na Praça do Rossio na Praça Figueira no Largo Martim Moniz no bairro da Mouraria no bairro da Alfama nas colinas da Graça no Canecão no Conde Barão no Lontra no Coquenote no Cave Adão no Monte-Cara lá na Dedês na Casa de Cabo Verde...

Mukanda

19.12.2023 | por José Luís Hopffer Almada

Quando os diabos dançam

Quando os diabos dançam Num momento indeterminado na costa do Pacífico da Nova Espanha, atual México, escravos africanos disfarçaram-se de diabos e desfilaram pelas ruas de pequenos povoados. Pediam aos deuses ancestrais a liberdade. Com máscaras de seres do inframundo e à cadência de harmónicas e puítas reinventadas, criaram a Dança dos Diabos. O ritual é uma das expressões máximas dos afromexicanos, minoria invisibilizada durante séculos e que só em 2019 foi oficialmente reconhecida com povo originário.

A ler

02.09.2022 | por Pedro Cardoso

As Telefones: resquícios do império na experiência dos sujeitos da diáspora

As Telefones: resquícios do império na experiência dos sujeitos da diáspora Corpos irreconhecíveis, à medida que o tempo passa, para ambas. Corpos que procuravam ressignificar no distanciamento uma nova forma de filiação, nas vagarosas lembranças das férias juntas, nas memórias fragmentadas dos monólogos maternais ao silêncio constrangedor que as duas foram capazes de sobreviver em linha.

A ler

23.06.2020 | por Liz Almeida

Liberdade /diáspora a cronologia universal da descolonização da História

Liberdade /diáspora a cronologia universal da descolonização da História A presença assertiva, quase arrogante, e o dandismo performado pelos/as personagens retratados/as, demarcam as fotografias de Diop de uma qualquer humilde dignidade, expressão imagética da subjetividade colonizada que o racismo consente. Trata-se, sim, da mimese (mimicry) de que nos falava Homi Bhabha, aquela em que o fracasso na identificação narcísica com os modos de representação do colonizador, o carácter sempre inapropriado dos sujeitos coloniais, cria uma ambivalência que, num espelho cómico e trocista, perturba a autoridade encenada pelo discurso colonial.

A ler

04.11.2018 | por Bruno Sena Martins

Remessas, migrações, e o desenvolvimento de Cabo Verde

Remessas, migrações, e o desenvolvimento de Cabo Verde No caso de Cabo Verde as remessas constituem um importante suporte financeiro para imensas famílias, e uma das ligações transnacionais mais importantes entre as diásporas e o país de origem, ocorrendo sobretudo no âmbito familiar. São utilizadas sobretudo nas despesas quotidianas, no ensino e na saúde, a sua utilização na estrutura produtiva continua a ser limitada, e o recurso aos canais informais é considerável, ocorrendo por vezes com metade dos migrantes.

A ler

18.04.2016 | por Cláudia Rodrigues

De Rhode Island à Buraca, uma história alternativa da música africana

De Rhode Island à Buraca, uma história alternativa da música africana Os tempos estão definitivamente a mudar, apesar do peso – que Conductor diz ser tão “asfixiante” na Cidade da Praia como em Luanda – da tradição musical. É uma história em que ele se vê ao espelho (uma banda de kuduro na Buraca, e a gravar com M.I.A.?), e não gosta lá muito da imagem: “O que eu sinto muito em Cabo Verde, sobretudo sendo um meio tão pequeno, em que é muito difícil não incomodares o teu inimigo, é que há muitos jovens a fazerem coisas incríveis que não encontram aqui plataformas adequadas ao seu percurso musical. Demasiados artistas bons precisam de penar muito”

Palcos

18.04.2016 | por Inês Nadais

La Milagrosa

La Milagrosa As cores e os objetos ganham uma especial importância na videoinstalação, tendo em conta a sua correspondência na mitologia ioruba trazida pelos escravos. Há todo um panteão de deuses através de santos, cores e objetos. Por exemplo, elementos ligados à água, como peixes ou estrelas do mar, correspondem à deusa do mar e da maternidade - Yemayá - sincretizada com a Virgen de Regla (pelo que a sua cor é o azul marinho);

Afroscreen

13.04.2016 | por Rui Mourão

Entrevista com Irineu Destourelles

Entrevista com Irineu Destourelles A entrevista com Destourelles oferece um ponto de reflexão sobre as ambiguidades da dialética entre o eu e o outro, o dentro e o fora, o colonizador e o colonizado e sobre a sua atividade artística através de um olhar oscilante que a diáspora lhe proporciona. Neste contexto, Destourelles comenta o modo como os processos de domínio, assentes nos estereótipos dicotómicos, tendem a perpetuar-se assumindo novas matizes e o modo como estes são interrogados através do seu trabalho artístico.

Cara a cara

28.03.2016 | por Ana Nolasco

Entrevista a Sheila Walker

Entrevista a Sheila Walker É óbvio que os africanos têm de ter instituições que se desenvolvam logicamente a partir do seu passado. Impor um sistema que funciona noutro lugar não funciona. Há todo um raciocínio diferente, as civilizações africanas tinham sistemas políticos e económicos que funcionaram. Teria sido melhor desenvolverem uma modernidade africana sem interferência. Mas houve quatrocentos anos de exportação de africanos. E não eram os mais fracos, os mais estúpidos. Perder tanta gente em tanto tempo foi um problema, e logo a colonização interrompeu todo o processo histórico de todos os países africanos.

Cara a cara

17.03.2016 | por Cláudio Fortuna

Entrevista a Elikia M'Bokolo

Entrevista a Elikia M'Bokolo Os “afrodescendentes” que se encontram na América, nas Antilhas, na Europa e na Índia, são os conservadores de valores do continente africano, por via da religião, dos sentimentos de solidariedade, da visão do futuro, das resistências. Nas minhas aulas de história africana, no que diz respeito à Diáspora africana, considero que a África de fora joga um papel muito importante para o interior do continente. Na década de 1950 e 1960, nota-se que a Diáspora, de fora e a do interior do continente, tiveram uma forte ligação.

Cara a cara

11.03.2016 | por Cláudio Fortuna

Os modos de figuração da memória e das experiências diaspóricas em quatro documentários brasileiros

Os modos de figuração da memória e das experiências diaspóricas em quatro documentários brasileiros ECAScreenings 2: Quais são os traços e vestígios de memória que os cineastas privilegiam geralmente nas narrativas que constroem sobre a realidade sócio-cultural das populações diaspóricas? As imagens fílmicas funcionam como reflexos das memórias diaspóricas ou participam diretamente dos mecanismos de seu resgate e de sua mise-en-scène estratégica no espaço público? "este artigo pretende partir da própria historicidade e ambiguidade do conceito de diáspora (tal como definido e aplicado ao “mundo negro da América” por Stuart Hall e Paul Gilroy) para examinar, em particular, as estratégias de mise-em-scène da memória diaspórica em quatro filmes documentários brasileiros."

Afroscreen

16.05.2013 | por Mahomed Bamba

Casa dos Estudantes do Império: berço de líderes africanos em Lisboa

Casa dos Estudantes do Império: berço de líderes africanos em Lisboa O regime do Estado Novo criou a Casa dos Estudantes do Império com o objetivo de fortalecer a mentalidade imperial e o sentimento da portugalidade entre os estudantes das colónias. No entanto, desde cedo, a Casa despertou neles uma consciência crítica sobre a ditadura e o sistema colonial, mas também a vontade de descobrir e valorizar as culturas dos povos colonizados.

Vou lá visitar

26.01.2013 | por João Carlos

Filmes da África e da diáspora: Imagens, narrativas, músicas e discursos

Filmes da África e da diáspora: Imagens, narrativas, músicas e discursos Os textos reunidos neste livro resultam de um exercício hermenêutico coletivo sobre um mesmo objeto: os filmes da África e de suas diásporas. São textos analíticos tecidos a partir de perspectivas diversas: antropológica, literária, sociológica, estética e política. Depois de ter despertado o interesse dos críticos ávidos de novidade, as obras dos cineastas africanos acabaram se constituindo em valiosos objetos de estudo para os pesquisadores universitários. Em resenhas, teses, dissertações e outros trabalhos acadêmicos, os filmes africanos são estudados como “textos” e pretextos a partir dos quais se elaboram reflexões teóricas abrangentes sobre questões identitárias, culturais e ideológicas que formam o bojo do pensamento pós-colonial e dos cultural studies.

Afroscreen

02.10.2012 | por Mahomed Bamba e Alessandra Meleiro

Hip Hop da Diáspora: Malcriado, Chullage e Bandidos

Hip Hop da Diáspora: Malcriado, Chullage e Bandidos La Mc Malcriado em Paris; Chullage em Lisboa; Jay na Noruega. Trata-se de nomes que tornam visíveis uma dupla margem, traduzindo a contestação tanto no arquipélago como na diáspora. Na diáspora, estes jovens cumprem extraordinariamente a função de mediação cultural.

Palcos

10.08.2011 | por Eurídice Monteiro

A caminho da luta

A caminho da luta É com intensa guerra de repressão em Angola, particularmente no norte, corpos expedicionários a partir de Portugal para Angola, e a PIDE a procurar controlar os africanos que se encontravam a estudar em Portugal, que se dá este acontecimento extraordinário: em Junho de 1961 saem de Portugal cerca de cem jovens das ex-colónias africanas, uma parte significativa deles, em duas acções que os levaram a atravessar o rio Minho, e todo o norte de Espanha, rumo a França, e a uma participação activa na longa guerra de libertação nacional dos seus países, que os conduziu à independência. O resultado foi a incorporação nos movimentos que lutavam pela independência de jovens que viriam a ser presidentes, ministros e intelectuais.

Mukanda

02.08.2011 | por Associação Tchiweka de Documentação

"Família Alcântara" – a saga de uma produção cinematográfica

"Família Alcântara" – a saga de uma produção cinematográfica Comecei a sofrer com a falta do ensino da história da África e dos afro-descendentes na faculdade. Já trabalhava como assistente de produção cinematográfica e, se desde criança me incomodava muito a (ausência da) representação dos negros nos meios de comunicação brasileiros, como produtora isso passou a me incomodar muito mais. Para sair daquela letargia, senti que tinha que perseguir o sonho de realizar meus próprios filmes. Mas... por onde começar?

Afroscreen

17.05.2010 | por Lilian Solá Santiago