Marinho de Pina

Do chão de Sonaco, preguiçoso amador (com esperança de profissionalização) e verbómano inveterado. É um artista transdisciplinar e contador de histórias em vários formatos: performa, dança, escreve, toca, canta, poeta, arquitetura, desenha, dorme, procrastina. Conta histórias a crianças. Já escreveu um livro, traduziu uns, participou em outros, fez filmes e coisas assim, já plantou árvores e ajudou a dar à luz a Mediateca Abotcha, na Guiné-Bissau, um lugar de criação cultural de sonhos e utopias com a comunidade local, com vista à horizontalização de saberes. Portanto, dentro da tradição guineense já não vai para o caixão com carvão enfiado no cu quando morrer. O seu pai queria que fosse jogador de futebol, mas ele queria era ser santo, sonho que morreu quando descobriu que o pecado era mais saboroso. Foi trolha e calceteiro, agora donquixoteia-se por aí e por ali contra moinhos decoloniais, descoloniais, neocoloniais, anticoloniais, contra-colonias, retro-coloniais, qualquer-coisa-colonial, e não achou melhor lugar para isso do que a academia (não o ginásio, pelamordideus). Tem a mania de que está inflexivelmente certo de que gosta mais de dúvidas do que de certezas inflexíveis. É também arquiteto e assistente de investigação DINÂMIA’CET – ISCTE, com um mestrado sobre arquitetura vernácula guineense e construção com terra e presentemente a fazer um doutoramento sobre Espaços Sagrados em Bissau. Desde 2006 que perde tempo a produzir textos para alimentar um bem desconhecido blogue com reflexões, opiniões, teorias, poesias, críticas de filmes, de livros, de músicas, motivo para exercitar o pensamento. Criado com histórias e risos, acredita na liberdade e no poder da comunhão existente na migração ativa e coletiva entre a escuta e a fala.

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