Crónica da morte anunciada da sátira
Sticks and stones may break my bones, but words will never hurt me ou a pena é mais poderosa que a espada?
No dia em que iam matá-la, a Sátira levantou-se às cinco e meia da manhã para ir esperar o Air-force One em que chegava Trump.
Começo já por desiludir os leitores: A frase anterior é completamente parafraseada da original, de Garcia Marquez. A partir daqui é sempre a descer.
Ao contrário das certezas do criador de Macondo em relação ao protagonista do romance, ao longo desta crónica nunca se sabe muito bem se a sátira morreu, ou está em vias disso. Também não se sabe se o final é feliz. Por três ordens de razão: nesta altura da crónica ainda não o escrevi, o mais certo é não ter chegado a alguma conclusão até lá e, mas isso já não é apenas culpa minha, tal como a beleza, a felicidade está no olhar de quem a contempla ou vive: um final feliz para mim, pode ser a tragédia alheia e vice-versa.
Sei apenas que, tal como Portugal e talvez o resto da humanidade, a Sátira está em crise desde o princípio dos tempos, provavelmente desde a famosa oferta da maçã pela serpente, à qual Deus não achou piada e terminou na expulsão do Paraíso.
Não será alheio a essa percepção da morte da sátira (as percepções são, aparentemente, o alfa e o ómega dos dias de hoje) o facto de o óbito da mesma ser anunciado ciclicamente. Por exemplo num artigo do Guardian de 2016, ou neste artigo na Prospect, 2014, ou neste do NY Times, de 2019.
As razões apontadas para a morte da sátira estão divididas em várias categorias, da morte natural ao homicídio, com o suicídio pelo meio. Ou seja, não só vos não consigo assegurar que a sátira morreu como, a ter morrido, aparentemente há múltiplas explicações para tal, que aparentemente são mutuamente exclusivas, só que não, já que tendem a ser verdadeiramente híbridas.
No fundo e até prova em contrário que esteja viva, pode bem ser que as razões da morte da Sátira sejam como os suspeitos de homicídio no Crime do Expresso do Oriente, de Agatha Christie (spoiler alert, são todos culpados).
Mas estará morta mesmo, a Sátira? E, não estando, podemos passar-lhe a certidão de óbito?
Na verdade, como podemos dizer que a sátira está morta se a nossa visão dos políticos e da sua essência enquanto seres humanos foi tremendamente influenciada, na minha geração, por exemplo, por séries como Yes, Minister, ou Yes Prime Minister, como outras gerações seriam por VEEP, ou The Thick of it, de Armando Iannucci?
Como podemos achar isso quando programas como Daily Show, de Jon Stewart e companhia se tornaram o formato por excelência de sátira política um pouco por todo o mundo, como o “Isto é gozar com quem trabalha”, de Ricardo Araújo Pereira em Portugal é exemplo? Como é que podemos dizer, no limite, que está morta, quando o Charlie Hebdo continua a funcionar, depois da sua redacção ter sofrido um ataque horrendo e terrorista sob o pretexto da sátira a que se prestava ser ofensiva?
Ao contrário, como afirmar que não morreu, se ela se comporta como um coro grego incapaz de mudar as acções dos homens e os seus alvos são aparentemente protegidos de fatos de teflon, impermeáveis e indiferentes à sua voz?
Mas e se morreu porque, como muitos sustentam, foi superada pela criatividade da realidade: eu tenho bastante imaginação, mas se eu escrever que um deputado da nação lusa, conhecido pelas suas catilinárias em pleno plenário da AR, contra os bandidos que grassam no seu Portugal imaginário e loiro, se ia dedicar ao furto de malas em aeroportos (um dos locais mais vídeo-vigiados do mundo), guardá-las em casa e no gabinete da AR, para depois vender os seus conteúdos numa app de revenda de roupa usada com uma conta com o nome dele, a 1 € a unidade, ninguém acreditaria. A sátira seria demasiadamente grosseira, meramente caricatural.
Pois. Só que aconteceu realmente. Ou alegadamente.
Mas mesmo o mais optimista dos leitores, que achasse que, ainda assim, a sátira podia ir além do que isto, teria de se vergar sob o peso de, dias depois, o deputado avisar preventivamente que era uma vítima da inteligência artificial, para a seguir dar inadvertidamente uma entrevista a dois comediantes, em que prometia continuar a defender as medidas do grupo parlamentar de que se demitira, sob ameaças físicas, do partido Chega, porque pertencia a Mário Machado, um neo-nazi condenado por múltiplos crimes violentos. “Pertence como?” perguntam o Jovem Conservador de Direita e o seu fiel assessor, contendo a felicidade luminosa de mil sóis e continuando – “como é que funcionam as visitas conjugais?” Ao que o deputado responde, muito homofóbico, “eu sou dele, do Mário. Mas nada dessas mariquices.”
Perante isto, há sátira que resista?
A julgarmos pelas piadas dos deputados do Chega sobre o seu ex-deputado-de–fresco, não (envolviam trocadilhos com malas e bagagem), não.
Um quadro típico de sátira: um presidente da Câmara indignado pela baixa produtividade do sector criminal da capital, põe em causa os relatórios policiais que a comprovam. Seria plágio da realidade.
Se calhar é esse o segredo da sátira: portar-se como o gato de Schrodinger: por cada lado que a quer ver morta há um oposto que a mantém viva. Mas isto é só um se calhar, eu mal percebo de humor quanto mais de física para saber se a metáfora é realmente aplicável.
Como dizia uma ilustre pensadora portuguesa, Lili Caneças, estar vivo usualmente é o contrário de estar morto e, desse ponto de vista, será que a sátira é mais lazarenta que o próprio Lázaro, uma fénix sempre pronta a ressuscitar das próprias cinzas ou, como diria um dos seus mais ilustres cultores, Mark Twain: “as notícias da morte dela são francamente exageradas?”
Talvez sejam, mas que, tal como as bruxas, que há atentados à vida da sátira, há.
Por exemplo, na rede social antigamente conhecida por Twitter, agora X, um dos donos, Elon Musk, autoproclamado líder mundial da defesa da liberdade de expressão, proclamou urbi et orbi que quem o gozasse veria a sua conta bloqueada, ao mesmo tempo que declarava que era preciso libertar a comédia (que não fosse sobre ele, naturalmente). Há uma década, extremistas islâmicos invadiam a sede do Charlie Hebdo e massacravam literalmente parte da redacção.
Há semanas, uma das veteranas cartoonistas do Washington Post, durante décadas aclamado como farol da liberdade, o lugar de onde saíram as reportagens sobre Nixon e Watergate, onde o lema, apresentado abaixo do título era “a democracia morre na escuridão” teve de se demitir, após uma sátira dela sobre o jornal e o seu dono, Jeff Bezos, ter sido censurada.
Bezos anunciaria mais tarde que a secção de opinião do seu jornal passaria a ter apenas opiniões que concordassem com a dele, o que levou à demissão do director da secção.
Jon Stewart teve de cancelar o seu programa na Apple tv porque a administração da Apple quis proibi-lo de convidar uma reguladora estatal americana, com a qual estavam a ter problemas.
Se na Rússia é muito difícil um satirista obter um seguro de vida, não é menos verdade que, em Portugal, em ditadura, ou fora dela, como aconteceu por exemplo a Herman José, ou mais recentemente a Joana Marques, processada por uma piada, a vida dos satiristas não é um mar de rosas.
Como em todas as formas e estilos de humor e até de liberdade de expressão, os nossos sentimentos e até convicções sobre a utilidade e premência da sátira, a sua necessidade ou vã gratuitidade, dependem demasiado, quando não totalmente de um factor raramente assumido por todos: A sátira é óptima e corajosa quando dirigida a outros, sobretudo aqueles a quem nos opomos, e é uma vergonha sem nome, uma indecência sem préstimo social ou justiça, se é sobre os nossos e, como tal, não deve existir.
Um exemplo muito claro disto é o caso do “Jon Stewart” egípcio, Bassem Yousseff, cirurgião cardiovascular, que se tornou o comediante no epicentro da “Primavera Árabe”. Com coragem indómita, a sátira de Bassem Yousseff foi vista como uma das razões da queda do regime e aclamada como tal. Ao expor ao ridículo a ditadura de Mubarak, sobretudo aos olhos da juventude egípcia, corroía até ao âmago as instituições que sustentavam o poder.
Mubarak cai e o novo regime considerou naturalmente que a necessidade de sátira havia desaparecido a partir do momento em que tinham passado a ser poder. Programa cancelado, ameaçado por todos os lados, Bassem Yousseff não teve outra solução que não emigrar para os EUA, antes ser feito, no mínimo, preso político. Aclamado como satirista (ele é mesmo muito bom), tornou-se cidadão americano.
Seria de pensar que aí chegado, os seus dias seriam tranquilos.
Nada de mais errado. Muitos dos que o achavam genial, sobretudo numa certa esquerda liberal americana, estão agora furiosos pelo seu apoio à causa palestina e choveram acusações, a meu ver absurdas, de antissemitismo ao seu humor e activismo. A sátira dele, em muitos círculos é, agora, ilegítima. Há que exterminá-la. Que isto seja a montanha russa da carreira dele, é trágico.
Mitos sobre a Sátira, ou dos móbiles do crime.
Um dos mitos sobre a Sátira é o da sua relevância. Desde o conto infantil “O Rei vai nu” em que uma criança ousa ver e clamar o que os outros se recusam a mirar e a reconhecer, passando pelos “bobos da corte”, os únicos autorizados a dizer “as verdades” aos soberanos e aos seus séquitos, que os satiristas parecem ter o poder de reduzir os donos disto tudo ao patamar do risível. É sua a tarefa, como o escravo de um César, de recordar aos detentores do poder que eles não são divinos, que por muito que escapem às leis dos mortais, são ainda e sempre isso, mortais, cheios de defeitos e, como tal, alvos legítimos do ácido humorístico da sátira.
A realidade tem sobre este mito o efeito habitual de quando encontra mitos. Não corre bem aos mitos.
Dois exemplos: é consensual que durante os anos 20, princípio dos anos 30 do século passado, a cena do humor alemão, sobretudo de cabaret, o equivalente com muito mais pinta do stand up actual, era pujante e feroz (o mito de que os alemães não produzem humoristas, quando de lá saíram Billy Wilder e Ernst Lubitch, já para não falar nas origens genéticas de um tal de Herman José, é obviamente tonto), e ridicularizou ao extremo Hitler e os seus apaniguados. Conta quem as viu, leu e relatou, que as sátiras eram demolidoras.
Mas as sátiras eram meramente palavras, retórica e inteligência. Sendo piadas, faltava-lhes o essencial, força bruta. De pouco ou nada serviram, além de um pequeno solavanco ou incómodo. Elas e os seus cultores foram esmagados, primeiro “democraticamente”. Depois da consolidação do poder nazi, a sátira viu-se proibida e os seus praticantes postos em fuga, perseguidos, torturados, enfiados em campos de concentração, executados, se apanhados.
A sátira foi totalmente impotente para impedir ou travar a ascensão do Nazismo e de outros fascismos. Ainda o é, aparentemente.
Infeliz e contraditoriamente, o poder não pensa assim. Odeia a sátira.
Já a contei noutro lugar, mas repito-me com gosto, uma famosa piada de Robin Williams, entrevistado num talk show na Alemanha, que ilustra o ponto. À pergunta da entrevistadora “Porque não existem humoristas na Alemanha?” ele respondeu: “Se calhar é por terem morto todas as pessoas engraçadas”. Deixo à vossa imaginação o silêncio no estúdio.
Mataram todos? Todos, não. Há ainda, como referi atrás, humoristas alemães, sobretudo judeus, que fugiram para os EUA e migraram para Hollywood.
Infelizmente não faltam ao longo da história outros exemplos da aparente impotência da sátira. Os EUA de hoje são disso exemplo evidente.
No meio de uma complicada renovação de contrato com a NBC como apresentador do reality show, “O Aprendiz”, Donald Trump decide aumentar o seu valor comercial anunciando uma potencial candidatura à Presidência dos EUA.
Existiu durante décadas a tradição de, no jantar dos correspondentes em Washington DC, um comediante convidado e o Presidente da República fazem um roast (modalidade de stand up em que a sátira aos convidados é especialmente incisiva e “sem limites”) aos presentes: a fina flor dos players da política da capital, desde os lobbyistas aos congressistas, passando por estações de televisão e suas vedetas.
Donald Trump passou pouco mais de uma hora a ser epicamente gozado, quer por Obama, um caso sério de talento para a entrega de piadas e por Seth Meyers, ex-redactor chefe do Saturday Night Live, e apresentador do Late Night with Seth Meyers.
É hilariante, bastante cruel e pode ser visto aqui:
O resto é história: a sátira não só não cumpriu a sua missão de combate à ascensão de Trump, como involuntariamente se tornou parte daquilo a que, nos comic books de super-heróis, chamamos a origin story, no caso, de um super-vilão.
Até que ponto a sátira não teve aqui precisamente o efeito inverso ao pretendido? Em vez de esmagar Trump, rebentando o balão da sua vaidade e reduzindo-o à sua expressão mínima, um construtor civil racista de Nova Iorque, um herdeiro capaz de falir os próprios casinos, e fez dele, ao contrário, aos olhos de muitos dos seus concidadãos, um mártir antissistema da soberba elitista da inteligentsia americana? Mais grave, não seria por causa da sátira que Trump, o primeiro veículo movido exclusivamente a ego, coca-cola e big macs, ficou sem outra alternativa que não a de candidatar-se e ir até ao fim?
É provavelmente a relação de Trump com a sátira o principal motivo pelo qual se deu esta última vaga de declarações de óbito da mesma.
Portanto, conclui-se, a sátira não só pode ser inócua e ineficaz no combate ao autoritarismo na versão incipiente, como pode inclusive reforçá-lo, servindo como prova da existência e perigo dos inimigos fantasmas, que o regime jura serem a ameaça à pátria e contra os quais o povo se deve unir sob o seu comando.
Perante isto, mata-se a sátira, desistindo dela? Afinal de contas, se é um placebo, ou pior, um agnete da doença, não é melhor eutanasiá-la?
Contra essa opinião dois pesos pesados, génios absolutos do humor.
Chaplin no seu Grande Ditador fê-lo. Combateu Hitler com as armas que tinha ao seu dispor. Se para mais nada serviu, consta que o Fuhrer era fã e ser assim escavacado por um ídolo deve doer.
Ainda mais longe vai o grande Mel Brooks, na extraordinária comédia os Produtores. O musical que os ditos cujos tentam montar para irem à falência é, nada menos, que o produto da imaginação de um nazi: Springtime for Hitler é a canção que dá nome à coisa, aqui no filme original:
Voltaria à carga com Hitler’s Rap
Brooks é judeu. Viola aqui o tabu de não se poder brincar com o nazismo, porque isso é desrespeitar as vítimas. A ideia subjacente é que a sátira tornaria um Hitler em versão camp quase palatável, porque engraçado.
Mesmo no filme, a primeira reacção do público à peça é de horror, alguns abandonam a estreia, naquilo a que hoje chamaríamos virtue signaling, mas aos poucos vão regressando, ao ouvirem as gargalhadas.
Brooks explica que a sátira a Hitler e ao Holocausto, ao contrário do que os seus críticos afirmam, não reduz a monstruosidade do que aconteceu, mas desmonta os seus responsáveis, retira-lhes o seu estatuto mitológico. Trá-los de volta a serem humanos. Isto não é menos terrível, pelo contrário, é a banalidade do mal de que Hannah Arendt fala.
Mas sabermos que é possível gozar com Hitler, gozar com ele, erode a sua solidez e contribui para a sua derrocada enquanto ícone. O ridículo, se não mata, mói. E muito.
A sátira e o humor enquanto desforra dos fracos, oprimidos e perseguidos. Só por isso já valeria a pena? Talvez, mas a verdade é que ainda têm outra função, segundo Brooks: o riso espanta o medo. Não há, portanto, antídoto melhor contra ele, nem há melhor vitamina para a coragem.
Outro dos mitos mais comuns sobre a morte da Sátira está sobretudo ligado à Arte ou, se preferirem, à valorização estética do género de comédia.
Esse mito é o de que políticos ridículos são facilmente ridicularizáveis e, portanto, pasto fértil para os satiristas, e humoristas em geral. Alega-se que a piada já está feita. Logo é fácil, logo sem valor artístico algum. O equivalente a “o meu filho de 5 anos pintava isso”.
Não é verdade. Pelo menos para a boa sátira (não se preocupem, não irei por aí, o artigo está quase no fim).
Acreditem que a facilidade que a facilidade gera é apenas aparente. Quando a caricatura é sempre ultrapassada pelo caricaturado, às vezes de modo entusiástico, perde frescura e capacidade de surpreender. A distância torna-se tão curta que se instala uma dormência do público, dos cidadãos em relação ao material original. E se não te importa o original, porque é que te haverias de importar e rir com a sua caricatura e denúncia?
Em suma, se a realidade supera em imaginação a ficção, esta serve para quê? Para criar um território de normalidade? Consertar a realidade? Uma coisa é certa, não dá jeito nenhum à Sátira enquanto forma de arte.
Além disto existe outra coisa, frequentemente esquecida: os humoristas, ou vá, a generalidade deles, são como as pessoas. Preferem viver em lugares seguros, prósperos, governados por pessoas que não estejam a falar a sério, quando dizem que vão invadir a Gronelândia. Preferem, em geral, não viver em distopias pós-apocalípticas, em risco de vida permanente ou sujeitos aos humores de fanáticos religiosos ou líderes que ponham as suas efígies em longos panos vermelhos em lugares como o Kennedy Center.
Antes de satiristas são cidadãos. Prefeririam fazer piadas sobre outros assuntos até porque o poço dos ridículos e fraquezas humanas é sem fundo. Assunto nunca lhes faltaria. E se faltasse existe uma coisa que nunca prejudica estes assuntos da arte, a imaginação.
Mas e se eu estiver enganado e a sátira enquanto forma de arte se dever submeter apenas, como diria o Wilde, à sua avaliação estética, afastando todas as outras formas de avaliação. Será que como dizem tantos comediantes a sátira se dever submeter exclusivamente a ter piada ou não?
Eu tinha avisado que não iam sair da crónica a saber mais do que quando tinham entrado, mas só para adensar a confusão junto algo que o santo padroeiro dos satiristas, George Carlin, afirmou: que a sua indiferença sobre o resultado da experiência humana era o que lhe dava verdadeiramente a distância necessária para exercer a sua arte (a comédia, a sátira).
A filha dele discordava, e confrontou-o: “Se não te interessas por nada porque é que continuas a fazer isto” ao que ele respondeu “Aí apanhaste-me.”
Afinal, como ele tinha antes dito: “Dentro de cada cínico, existe um idealista desiludido”.
PS:
Talvez poucas imagens simbolizem melhor as blurred lines entre a sátira e realidade que a icónica fotografia de Trump com Zelensky na sala oval, que ilustra a crónica e que foi, também ela satirizada pelo mundo inteiro e naturalmente pelo mais longevo dos programas de sátira americanos, o Saturday Night Live:
É o trailer da segunda temporada. Se isto significa que a sátira morreu ou, pelo contrário, que é imortal é coisa que já se percebeu, esta crónica não resolveu.