Batalha Centro de Cinema inaugura a 9 de dezembro

A programação da 1.ª temporada — entre dezembro deste ano e julho de 2023 — foi apresentada esta manhã numa conferência de imprensa com as intervenções de Rui Moreira, Presidente da Câmara Municipal do Porto, e Guilherme Blanc, diretor artístico do novo centro cultural da cidade.

©Paulo Cunha Martins©Paulo Cunha Martins

Com a missão de promover o conhecimento e a fruição cultural através do cinema e da imagem em movimento, o Batalha inclui no seu programa ciclos temáticos, retrospetivas e focos em práticas contemporâneas, bem como ligações entre o cinema e outras artes. Estimular a cinefilia e cultura fílmica através de projetos educativos, editoriais, formativos e de debate está no centro da atividade da nova instituição. 

Dedicados a temas específicos e cruzando diversos tipos de cinematografias, os ciclos temáticos abordam e debatem questões sociais, culturais e políticas prementes. Políticas do Sci-Fi abre o programa de cinema a 9 de dezembro com The Day the Earth Stood Still, de Robert Wise, acompanhado da curta-metragem The New Sun, da artista polaca Agnieszka Polska. Até julho são também apresentados os ciclos Domesticidade(s), El Futuro Ya No Está Aquí e Contra-Fluxos.

O programa inclui ainda ciclos em torno da filmografia, completa ou essencial, de cineastas e artistas nacionais e internacionais. O primeiro é dedicado a Claire Denis, um dos nomes mais influentes, estimulantes e ecléticos do cinema contemporâneo, naquela que será a mais completa retrospetiva da realizadora em Portugal. Este eixo fundamental da programação — que espelha a visão de diversidade formal, temática, geracional e geográfica inerente ao Batalha — apresenta ainda retrospetivas de Melvin Van Peebles, André Gil Mata, Zacharias Kunuk, Luísa Homem, Joanna Hogg, Lorenza Mazzetti, Basil da Cunha, Annemarie Jacir e Mai Zetterling e focos de artista dedicados a Agnieszka Polska, Riar Rizaldi e Fatima Al Qadiri.

O cinema português ocupa um lugar central na programação do Batalha, nomeadamente em Seleção Nacional, exibições semanais com o intuito de pensar, valorizar e divulgar o património fílmico nacional, e Luas Novas que, todos os meses, destaca novos nomes do cinema produzido em Portugal.  

Nas Matinés do Cineclube, o Batalha retoma a ligação histórica com o Cineclube do Porto em sessões quinzenais que revisitam os momentos mais marcantes da história da instituição.

Focado em experiências coletivas de realização e produção de cinema, Coletivos apresenta o trabalho do coletivo indígena COUSIN; de Yugantar Film Collective, o primeiro coletivo de cinema indiano fundado e constituído exclusivamente por mulheres; e Zanzibar, formado por jovens realizadores em Paris no final dos anos 60.

Através da exibição de filmes relacionados com celebrações e efemérides, Especiais! assinala datas relevantes e apresenta estreias e projetos comissariados. Aqui incluem-se programas como Towards the Last Movies, um programa composto pelos últimos filmes vistos por personalidades do século XX antes das suas mortes, e Oásis, dedicado à experiência do verão e às suas poéticas com cinema, palestras, performances, música ao vivo e DJ sets dentro e fora de portas.

Também neste contexto são promovidos em junho os Novos Encontros do Cinema Português com o objetivo de criar um espaço de debate independente dedicado à indústria cinematográfica, recriando a Semana de Estudos sobre o Novo Cinema Português que aconteceu no Batalha em 1967.

Em dezembro de 2023, altura em que o Centro de Cinema assinala um ano de atividade, Especiais! apresenta em estreia Os Amigos do Gaspar: Uma Reunião na Cidade. O projeto, resultado de um trabalho em curso de pesquisa e restauro das marionetas, revisita o programa infantil que marcou o imaginário de uma geração, acrescentando-lhe uma dimensão fílmica e performática.

Ao longo do ano, o Batalha abre portas aos vários festivais de cinema da cidade, tornando-se o ponto de encontro entre públicos e profissionais. Acolhe também as Sessões Filmaporto, dedicadas a filmes de autores e produtores da cidade cuja seleção é feita através de uma open call permanente.

Além de Premium Connect, instalação de Tabita Rezaire, e Confederação — Dentro Daquela Liberdade que Tínhamos, que inauguram na abertura, esta temporada apresenta exposições de Pedro Huet e de CAConrad com Alice dos Reis e Pedro Neves Marques.

Em Palavra e Movimento — palestras, conversas e debates, associados ou independentes dos programas de cinema — o destaque vai para A Minha História de Cinema #1, um ciclo de palestras com Trinh T. Minh-ha (Vietname), Manthia Diawara (Mali) e Byung-Chul Han (Coreia do Sul), que inclui filmes realizados pelos três autores de influentes obras escritas.

A estreia em filme-concerto do restauro de Os Faroleiros — com uma nova composição sonora encomendada a Daniel Moreira e interpretada ao vivo pelo quarteto de cordas The Arditti Quartet — e as performances de James Richards e Billy Bultheel, Jonathas de Andrade e Rita Natálio são algumas das propostas da secção Música e Performance.

O encontro, a partilha e o lazer fora da sala de cinema são promovidos em Cinema ao Redor através do convite à participação em grupos (de cinefilia, leitura e para jovens), cursos e oficinas (para adultos e crianças) e de atividades como as Visitas Guiadas e o Batalha Quiz. Destaque ainda para o projeto semestral Vizinhos, cuja primeira edição é desenvolvida em colaboração com vizinhos do Batalha com raízes no Bangladesh e resulta num ciclo de filmes selecionados em conjunto com a equipa artística do Centro de Cinema.

As sessões para Famílias, pensadas a partir do programa geral, são dirigidas simultaneamente a adultos e crianças desafiando a construir uma relação pessoal com o cinema em toda a sua diversidade.

O programa Escolas ocupa um lugar central no Batalha. Propondo uma relação contínua e permanente com a comunidade escolar, inclui um programa de cinema, gratuito para escolas do Porto, com propostas do pré-escolar ao ensino secundário divididas em quatro temáticas: Ecologia, Amizade, Identidade e Diáspora. Integra ainda um grupo de trabalho contínuo com estudantes do 1.º ciclo de uma escola e um grupo de apreciação fílmica para professores. Escolas abrange, ainda, o ensino superior em Big Show, um momento de encontro anual de estudantes dedicado à exibição de filmes finalistas de licenciatura.

O Batalha integra também um projeto de Escrita que compreende a publicação de edições próprias — com contribuições literárias ou críticas de autorias externas — e a encomenda, a um grupo de autores convidados, de novos textos críticos, disponibilizados em folhas de sala colecionáveis.

O programa completo para os meses de dezembro e janeiro, bem como uma antevisão do que pode ser esperado da primeira temporada, estão disponíveis nas plataformas de comunicação do Batalha, lançadas esta quarta-feira.

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No Batalha

Além de duas salas de projeção preparadas para exibição de formatos digitais e analógicos (a Sala 1 com 299 lugares e a Sala 2 com 126 lugares), o renovado Batalha integra ainda a Sala-Filme, um espaço dedicado a instalações, uma Biblioteca especializada em cinema e imagem em movimento e uma Filmoteca, que reúne património fílmico relacionado com a cidade. A Cafetaria & Bar, localizada no antigo salão de chá, está equipada para projeções e performances.

Durante as obras de requalificação do edifício, foram descobertos os frescos de Júlio Pomar (1926–2018). Censurados pelo Estado Novo em 1948, estiveram, durante décadas, escondidos sob camada de tinta e são agora disponibilizados ao público. No interior do Batalha estão também contempladas obras de Américo Braga, Arlindo Rocha, António Sampaio e Augusto Gomes.

Acessibilidade e Inclusão

A acessibilidade física e intelectual são princípios fundamentais e transversais a toda a ação do Centro de Cinema. Além de medidas com o objetivo de ultrapassar condicionantes impostas pela arquitetura do edifício, foram implementadas ações regulares e persistentes. Ao longo da temporada, em sessões de cinema e eventos selecionados, estão previstas legendas para pessoas surdas e ensurdecidas em cerca de 20% das sessões, tradução simultânea, Língua Gestual Portuguesa e audiodescrição. Os filmes em português terão legendas em inglês (exceto nos casos de impossibilidade técnica).

Bilhetes

O preço dos bilhetes para as sessões de cinema é de 5 euros, ao qual se aplicam descontos abrangentes, incluindo cartão Porto. (50%) e Tripass (25%). O valor foi fixado a partir de uma aproximação média a outras entidades de exibição da cidade, privadas, públicas ou semipúblicas. No caso das performances e filmes-concerto, o intervalo de preços vai dos 3,5 aos 7 euros. Alguns eventos, como conversas, terão entrada gratuita.

O cartão BFF (Batalha Friends Forever), com um preço fixo por mês ou por ano, permite o acesso ilimitado a todas as sessões de cinema, com descontos para estudantes e maiores de 65 anos.

Os bilhetes para a programação de dezembro e janeiro poderão ser adquiridos, a partir de 17 de novembro, na bilheteira física e no site do Batalha. 

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Vou lá visitar | 4 Outubro 2022 | batalha centro de cinema, cinefilia, cinema, cultura, cultura fílmica, cultura visual, eventos, inauguração, porto