Encontros do património audiovisual

“A Associação dos Amigos do Museu do Cinema em Moçambique (AAMCM) iniciou a preparação da 3ª edição dos ENCONTROS DO PATRIMÓNIO AUDIOVISUAL, a ter lugar em Maputo, a 27, 28 e 29 de Outubro de 2025. Desde a primeira edição, os ENCONTROS DO PATRIMÓNIO AUDIOVISUAL apresentam-se como um espaço em formato híbrido, com participação presencial e à distância, de intercâmbio de ideias, trabalhos artísticos e investigação na vasta área do Património Audiovisual, com foco em Moçambique. Em 2025, a 3.ª edição, com foco alargado aos PALOP, e como temática geral “A imagem em movimento na Independência dos PALOP”, cujos 50 anos se comemoram. O evento tem financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian, e conta com o apoio do Centro Cultural Franco-Moçambicano. Convidamos todos os interessados – artistas, docentes, investigadores e estudantes – a propor artigos inéditos e/ou apresentações de projetos artísticos.”

Informações sobre a chamada. 

12.11.2024 | by martalanca | cinema, Moçambique

"Do Cinema de Estado ao Cinema Fora do Estado: ANGOLA"

O ciclo;  ”Do Cinema de Estado ao Cinema Fora do Estado: ANGOLA” acontece na Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, do dia 12 a 23 de Novembro de 2024; com uma programação onde são destacadas algumas das obras fílmicas que marcam e registam o nascimento, a história social, política, econômica, institucional… de uma nação; Angola. Gostaria de vos contar mais detalhes sobre estes filmes; em que cada um deles nas suas imagens em movimento, nos contam pedaços de histórias reais, ficcionadas; sobre Angola. Dando-nos deste modo a oportunidade de conhecermos melhor a sua história; e percebermos o processo e o percurso evolutivo do cinema angolano até aos dias de hoje; e a importância da sua ‘presença’ no panorama mundial.

Através dos mesmos -filmes- e já não tão timidamente, temos assistido a um crescente interesse, desenvolvimento e evolução na arte cinematográfica, em Angola; seja dos cineastas, público, ou ainda de uma nova geração de estudantes de cinema angolano; como também o interesse e curiosidade de países estrangeiros pelo cinema produzido neste país; tendo como exemplo a presença dos nossos filmes pelos festivais e salas de cinema mundiais.Mas prefiro não me alongar, nesta conversa, e esperar por vocês na próxima semana, e, como tantas outras vezes, criarmos ‘rodas’ de boas e animadas conversas, que seguramente nos ajudam a ‘arrumar’ ideias, pensamentos sobre Angola no seu todo; que é tanto… E para isso, poderemos contar com a presença do realizador Ery Claver; Pocas Pascoal; Zéze Gamboa, entre outras personalidades do mundo das artes, e claro, nós, público.

10.11.2024 | by martalanca | cinema angolano, cinemateca

“Tocar a palavra com a língua”, Deborah Uhde e a dupla Marta Sala e Cheong Kin Man

“Tocar a palavra com a língua,” refere a agência da linguagem como evento sensorial, gesto, poder narrativo e espontaneidade linguística. A língua, experiência corporal e orgânica de um impulso suave e viscoso, torna-se voz, ecos de viagens e relatos do indizível, e assim, potencialmente, em espaços de permeabilidade linguística com novas línguas e (des)arquivos da ausência que, por sua vez, se condensam em iconografias de um novo tempo: o dos vocabulários utópicos. Essas experiências de relação entre o exterior e o interior criam espaços transitivos nos signos, ideogramas, variados sistemas de escrita e no movimento dos lábios. Usar a palavra como agência de transformação crítica leva-nos a questionar a força do relato, o destinatário, o contexto e os atos de pertença e posse.
Através do ensaio fílmico Wechselseiten [Page Changes] de Deborah Uhde, da instalação multimédia Apocalypses de Marta Sala e Cheong Kin Man, e do documentário autoetnográfico Uma ficção inútil: a-resposta deste duo, percorremos a interseção de movimentos linguísticos, linguagens (visuais, sonoras, corporais) e as geo-formações do passado e do futuro utópico. Tocar a palavra com a língua traça conexões entre cartografias instáveis, práticas culturais, idiomas inventados e experiências têxteis e textuais em um campo crítico de trânsitos globais desde o início do século XX, como ocupações, relatos coloniais, toponímias e administrações territoriais pós-marítimas. Referimo-nos a vários momentos da história na encruzilhada entre países da Europa e áreas específicas da China, como a zona anteriormente conhecida em alemão como “Kiautschou”, ou ainda, Macau como um território aduaneiro independente.



A dupla de artistas polaco-macaense, Marta Stanisława Sala e Cheong Kin Man, sediada em Berlim, combina têxteis e linguagem para criar línguas construídas como abordagem decolonial. As suas autoetnografias experimentais foram apresentadas no Festival Begehungen (Alemanha), na Fundação Fernando Leite Couto (Moçambique), na Bienal de Macau, entre outros.

Deborah Uhde (Alemanha) é cineasta e artista independente, com um foco especial em filmes experimentais e documentários, bem como em formatos situacionais, como instalações e performances. Também se dedica à redação de críticas, à condução de workshops e formações, e à curadoria de programas de cinema.

Faremos, enquanto dupla juntamente com a Deborah Uhde, um happening com o mesmo título como da exposição: “Tocar a palavra com a língua.”
O Jornal Tribuna de Macau reportou o seguinte, no dia 17 de Outubro de 2024:

[…] Com o fim de promover a igualdade linguística na capital alemã, o duo de Macau e da Polónia expôs a sua nova publicação artística, “Ein halbfiktionaler Crashkurs zur Orakelschrift” (em português, “Um Curso Intensivo Semi-Fictício sobre a Escrita Oracular”), com 24 posturas humanas ilustradas directamente inspiradas na antiga escrita chinesa.
“Beleza é relação de poder”, “o homem (o rato) é a Natureza” ou ainda “o homem (o rato) é o mundo que este pode imaginar” são algumas das declarações artísticas de Cheong e Sala que acomodaram os antiquíssimos ideogramas chineses “belo”, “homem” e “céu”.
Usado para incentivar o público comunicar com o corpo, o trabalho foi originalmente concebido para o mais recente “happening” artístico de línguas fictícias da dupla no seio do “Festival para o Bem-Estar Urbano… em redor do Bunker dos Ratos” em Setembro na capital alemã, tendo o apoio do Senado de Berlim. A mesma iniciativa terá lugar no Atelier Artéria de Lisboa, em 22 de Novembro, a convite e com a curadoria de Lorena Tabares Salamanca.

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10.11.2024 | by martalanca | Cheong Kin Man, Marta Sala

Trinh T. Minh-ha no Doc's Kingdom

Doc’s Kingdom – Seminário Internacional de Cinema Documental realiza-se pela segunda vez consecutiva em Odemira, de 19 a 23 de novembro 2024, para repensar o cinema documental a partir da perspetiva do som. A reconhecida cineasta vietnamita Trinh T. Minh-ha é uma das principais convidadas da edição e também irá marcar presença em três eventos em Lisboa após o Seminário.
Durante cinco dias, o Doc’s Kingdom apresenta um programa que inclui filmes, debates, instalações e performances sonoras, propondo uma reflexão aprofundada sobre cinema de não-ficção e o seu papel na atualidade. O Seminário, que sob direção de Marcia Mansur se consolida como um espaço de encontro internacional em Odemira, é um momento de discussão crítica e interdisciplinar.

Repensar o mundo através do som: o programa “Formas de Escutar”

A curadoria da edição de 2024 está a cargo de Stoffel Debuysere, programador da plataforma belga Courtisane, que foi selecionado através de um concurso público internacional. Com o título “Formas de Escutar” (“Ways of Listening”), o programa procura desviar o foco habitual na imagem e explorar a dimensão crítica do documentário a partir da escuta. Entre os convidados estão Trinh T. Minh-ha, Trevor Mathison e Gary Stewart, Ernst Karel, Matilde Meireles, Alison O’Daniel e Susana de Sousa Dias.
A presença de Trinh T. Minh-ha (1952, Hanói) é um dos momentos mais aguardados. Residente nos EUA desde os anos 1970, Minh-ha é uma referência incontornável na interseção entre cinema, questões pós-coloniais e feministas, desafiando formatos documentais e normas culturais de representação. 

Trevor Mathison (1960, Londres), co-fundador do Black Audio Film Collective, também estará presente com Gary Stewart, parceiro no projeto Dubmorphology. A programação inclui ainda obras e performances ao vivo de Ernst Karel (1970, Palo Alto), conhecido pela sua prática em música eletroacústica e som para documentário, e uma performance sonora inédita de Matilde Meireles, desenvolvida em Odemira com sons captados no local. Completam a lista de artistas e cineastas convidados Susana de Sousa Dias (1962, Lisboa), que apresenta novos trabalhos e uma sessão pública no âmbito dos 50 anos do 25 de abril, e Alison O’Daniel (1979, Miami), com o filme The Tuba Thieves (2023), exibido em Sundance, CPH:DOX e DOK Leipzig.

Trinh T. Minh-ha, Naked Spaces - Living Is Round (1985). Cortesia da realizadora e Arsenal.Trinh T. Minh-ha, Naked Spaces - Living Is Round (1985). Cortesia da realizadora e Arsenal.

Sessões de cinema e eventos abertos ao público

À semelhança das edições anteriores, o programa é mantido em segredo até ao início de cada sessão e a participação em todas as atividades do Seminário é garantida mediante inscrição prévia. Este ano, no entanto, o Doc’s Kingdom expande a sua programação de sessões abertas ao público, incluindo a sessão de abertura (terça-feira, 19) com What About China?, o filme mais recente de Trinh T. Minh-ha, no Cineteatro Camacho Costa, e a sessão de encerramento (sábado, 23) que contará com uma performance sonora da dupla Dubmorphology, no Mercado Municipal.

Entre as sessões de cinema de livre acesso destacam-se ainda 48 de Susana de Sousa Dias (2009), para assinalar os 50 anos do 25 de Abril; Handsworth Songs do Black Audio Film Collective (1986), um ensaio experimental que aborda questões raciais e políticas; e Meezan de Shahab Mihandoust (2023), com desenho sonoro de Ernst Karel.

Além das sessões, será apresentada na Igreja da Misericórdia a exposição Expeditions, com uma instalação fílmica do Black Audio Film Collective, de 19 a 21 de novembro.

Três sessões imperdíveis com Trinh T. Minh-ha em Lisboa

Após o Seminário, Trinh T. Minh-ha apresentará o seu trabalho em três encontros em Lisboa. No dia 24 de novembro, às 18h, a Fundação Oriente será exibido What About China? (2022). No dia seguinte, a cineasta apresenta uma Masterclass no auditório da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, às 17h, seguida de uma conversa com Catarina Alves Costa. Por fim, a Cinemateca Portuguesa exibe, ainda no dia 25 de novembro, às 21h30, a nova cópia restaurada da longa-metragem Naked Spaces – Living Is Round (1985).

SESSÕES ESPECIAIS E GRATUITAS EM ODEMIRA
Terça-feira, 19 Novembro
15h-18h | Igreja da Misericórdia
Instalação: Expeditions (Black Audio Film Collective)
(continua de 20 a 21 Novembro, 12h-18h)

18h | Cineteatro Camacho Costa
Sessão de Abertura: What About China? (Trinh T. Minh-ha, 2022, 135’)
Quinta-feira,  21 Novembro
Cineteatro Camacho Costa
14h30 | 48 (Susana de Sousa Dias 2009, 93’)
21h45 | Handsworth Songs (Black Audio Film Collective,1986, 60’) 
Sábado, 23 Novembro
14h30 | Cineteatro Camacho Costa
Meezan (Shahab Mihandoust, 2023, 72’)
21h30 | Mercado Municipal de Odemira
Sessão de Encerramento: Performance Dubmorphology (Trevor Mathison & Gary Stewart)
AGENDA TRINH T. MINH-HA EM LISBOA 
Domingo, 24 Novembro 
18h | Fundação Oriente 
Sessão gratuita do filme What About China? (Trinh T. Minh-ha, 2022, 135’)
Segunda-feira, 25 Novembro
17h | Auditório da Faculdade de Belas Artes 
Conferência de Trinh T. Minh-ha, seguida de conversa com Catarina Alves Costa
21h30  | Cinemateca Portuguesa 
Sessão Naked Spaces: Living is Round (Trinh T. Minh-ha, 1985, 135’) 
Exibição de cópia restaurada, com apresentação da realizadora.

Mais informação em: www.docskingdom.org.

08.11.2024 | by martalanca | doc's Kingdom, Trinh T. Minh-ha

“Sacrifício Renascimento”, de Paulo Kapela

 Vamos apoiar a memória e a obra original do Mestre Kapela! Vamos apoiar a Arte Contemporânea Angolana! Paz e Amor!

Exposição no ELA-Espaço Luanda Arte, visitável de terça e domingo, das 12h às 20h, e até 29 de Janeiro 2025.

Kapela Paulo nasceu em Maquela do Zombo, no Uíge, Angola em Abril de 1947. Para além de ter vivido na sua terra-natal Angola, também viveu na República Democrática do Congo e na República do Congo, em Brazzaville, aonde foi aluno da escola endógena ´Poto-Poto´. Regressou a Angola em 1989 e assentou-se em Luanda, primeiro no edifício da União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP), depois no Beiral, e depois de forma auto-suficiente numa casa no Palanca e depois na Vila Alice.

Kapela Paulo expôs internacionalmente desde 1995, tendo participado em exposições como “Africa Remix, que viajou por Londres (Reino Unido), Paris (França), Tóquio (Japão), entre outras cidades. Em 2003 venceu o Prémio CICIBA (Centro Internacional de Civilizações Bantu), em Brazzaville. Em 2007 participou na mostra “Check List Luanda Pop” na 52ª Bienal de Veneza, Itália. E em 2009 sua obra fez parte da mostra da 2ª Trienal de Luanda, Angola e, ainda no mesmo ano, sua obra fez parte da Exposição Colectiva “Luanda Smoth and Rave”, França. Em 2013, a sua obra esteve exposta na Exposição Colectiva “No Fly Zone, no Museu Coleção Berardo, Portugal. Em 2015 realizou a sua primeira Exposição Individual de sempre em Angola de nome “Kapela”, na Galeria Tamar Golan, Luanda. Ainda em 2015 apresentou a Exposição Individual “Entre Suplícios na Galeria Hall de Lima Pimentel, também em Luanda. Em 2016 realizou uma Exposição Colectiva no ´ELA-Espaço Luanda Arte´ de nome “Velhos Papéis, Novas Histórias” sob a plataforma ´Pop-Up Mash-Up´ em conjunto com o Artista Angolano Binelde Hyrcan. Em 2017 realizou uma Exposição Individual no ´ELA-Espaço Luanda Arte´ de nome “Luvuvamu + Nzola  I  Paz + Amor”. Em 2018 viajou para Congo Brazzaville, que não visitava há 50 anos, e esteve na ´Escola Poto-Poto´ - após o qual realizou a Exposição Individual “Regresso a Poto-Poto no ´ELA-Espaço Luanda Arte´. Em 2019 expôs sua obra no Camões de Luanda numa mostra com o título simbólico “Regresso à UNAP” que veio a ser a sua última exposição em vida.

Em Outubro 2020 a sua enorme mestria foi reconhecida com a atribuição do ´Prémio Nacional de Cultura e Artes (PNCA)´ 21ª edição - ficou muito feliz com esse reconhecimento. Tragicamente, Kapela Paulo faleceu em Novembro 2020 devido a complicações com o Covid-19, e deixou um enorme vazio entre familiares, amigos, colegas e o público em geral que o reconhece como o ´Pai Spiritual´ da Arte Contemporânea de Angola.

O ´ELA-Espaço Luanda Arte´ é um espaço de arte contemporânea com mais de 9 anos de existência. Re-emergiu em 2022 no armazém Cunha & Irmão SARL / ex-Escola Portuguesa, situado na Rua Alfredo Troni 51/57, na baixa de Luanda ao lado do Ministério das Relações Exteriores. 

08.11.2024 | by martalanca | Mestre Kapela

Ciclo de Debates “Dados Étnico-Raciais: O que se perdeu”

O Projeto AGRRIN - Corpos geradores: da agressão à insurgência. Contributos para uma pedagogia decolonial (DOI 10.54499/2022.06269.PTDC), o SOS Racismo, o Coletivo Andorinha e a Diásporas convidam para o Ciclo de Debates “Dados Étnico-Raciais: O que se perdeu”. Tal iniciativa nasce do desejo de recuperarmos o relevante debate público sobre a recolha de dados étnico-raciais nos Censos portugueses. A proposta divide-se em quatro encontros, que buscam abordar assuntos como a atual situação do debate, as iniciativas alternativas de auto-mapeamento, as possíveis repercussões em termos de políticas públicas e as experiências de recolhas internacionais.

O primeiro encontro, “O que (não) aconteceu: a luta pela recolha de dados”,  ocorrerá em 08 de novembro de 2024 na sede do SOS Racismo (R. Dom Luís de Noronha 17, Lisboa) às 18h30. A apresentação do ciclo de debates ficará a cargo de Lou Loução (SOS Racismo) e da Professora Doutora Judite Primo (AGRRIN - Corpos Geradores).

Para refletir sobre os caminhos percorridos até aqui na luta pela recolha de dados étnico-raciais e a fim de pensar propostas para a recuperação desta pauta, convidamos para este primeiro encontro Anabela Rodrigues (GTO-LX; Solidariedade Imigrante), Mamadou Ba (SOS Racismo) e Piménio Teles (SOS Racismo). O debate contará com moderação de Thaís Brito (Coletivo Andorinha; Diásporas)

06.11.2024 | by martalanca | Dados Étnico-Raciais

LEFFEST 2024 __ Secção Palestina

Nesta edição dedicamos uma secção especial à PALESTINA. Como festival internacional de cinema, consideramos uma obrigação reflectir sobre a história deste país e o seu presente.

Para além de uma selecção de filmes, alguns acompanhados pelos seus realizadores, temos a honra de receber algumas das figuras mais importantes na defesa da causa palestiniana,  e com as quais o público terá a oportunidade de interagir, tal como Leila Shahid, pensadora, antiga representante da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e eterna militante; Elias Sanbar, historiador,  tradutor da obra de Mahmoud Darwish, antigo embaixador da Palestina na UNESCO e tanto mais; e Nida Ibrahim, jornalista e correspondente da Al Jazeera na Cisjordânia, que conversará com a jornalista e escritora portuguesa Alexandra Lucas Coelho.

Este programa contará também com a exposição In-Between, do artista gazeu Khaled Jarada, que explora o desconforto de estar entre mundos, reflectindo sobre o seu próprio exílio. A exposição será inaugurada no dia 10 de Novembro no Teatro do Bairro às 19h, que será seguida de uma noite de poesia na qual Mariam Said recitará poemas inéditos do seu falecido marido, Edward Said. Nesta leitura evocaremos Mahmoud Darwish e daremos voz a poetas palestinianos contemporâneos.

No dia 11 de Novembro poderá assistir a um concerto de solidariedade com o povo palestiniano – Make Freedom Ring – Concerto pela Palestina – cujos fundos reverterão para a organização Médicos Sem Fronteiras.

Aproveitamos também para destacar dois eventos que, apesar de não estarem incluídos no programa dedicado à Palestina, estão interligados e, deste modo, poderão ser de igual interesse:

  • Uma conversa via Zoom com Slavoj Žižek, moderada pelo realizador Udi Aloni, sobre a representação da guerra e do genocídio na imprensa e a influência que essa representação exerce – no dia 9 de Novembro às 19h no Liceu Camões;
  • Uma noite dedicada ao Líbano onde será exibido o filme Whispers de Maroun Bagdadi, seguida de um concerto com Charif Megarbane –  no dia 12 de Novembro às 22h no Teatro do Bairro.

03.11.2024 | by martalanca | leffest, palestina

Kabeça Orí

Uma criação de Aoaní e Joyce Souza, o espetáculo terá estreia absoluta n’O Espaço do Tempo, em Montemor-o-novo no âmbito do Festival ETFEST 15 de Novembro às 21h, com reposição no dia 16 às 16h. ENTRADA GRATUITA

Kabeça Orí surge do encontro das artistas transdisciplinares Aoaní, natural de São Tomé e Príncipe e Joyce Souza, nascida no Guarujá-SP, Brasil. Ambas mulheres negras, mestres em Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema, doutorandas pela Universidade de Coimbra e que vivem atualmente em Lisboa.

O projeto Kabeça Orí raia depois de ser selecionado pelo programa Kilombo, de curadoria das Aurora Negra para o Alkantara Festival 2023. Foi esta residência artística que possibilitou o desenvolvimento da pesquisa e sua fundamentação teórica. Dela resultou uma vídeo performance que foi apresentada no supracitado festival. Essa pesquisa, orientou a criação do objeto performativo inédito, no caso, o espetáculo teatral que agora apresentamos.

Kabeça Orí é um dos projetos aprovados na 4ª edição das Bolsas de Criação na área das Artes Performativas Contemporâneas, promovidas pelo O Espaço do Tempo, com o apoio do Banco BPI e da Fundação “la Caixa”. O projeto é também financiado pela República Portuguesa - Cultura I DGARTES – Direção Geral das Artes e tem os apoios da Biblioteca de Alcântara, Câmara de Almada, Centro de Experimentação Artística - Câmara da Moita, RDP África, Buala e STP Digital.

Ficha Artística

Criação e performance: Aoaní e Joyce Souza Dramaturgia: Monalisa Silva
Música: Xullaji
Operação de Som: Sara Marita Percussionista: Emile Pereira

Iluminação: Ariene Godoy
Cenário e figurino: Neusa Trovoada
Fotografia: Joniricos
Produção executiva: Nig d’Alva
Produção: Associação Orí - Negritudes em Convergência Espiralar Co-produção: O Espaço do Tempo

Biografias

Aoaní (1984), é atriz, performer, dramaturga, encenadora, produtora e jornalista. Natural de São Tomé e Príncipe, vive em Lisboa. Licenciada em Comunicação Social- Jornalismo, pela FANOR, Fortaleza -CE / Brasil (2009), é Mestre em Teatro – Artes Performativas, pela ESTC, em Lisboa (2022) e Doutoranda em Estudos Fílmicos pela FLUC. Viveu em Angola, onde trabalhou quase uma década na área da comunicação social, atuando como jornalista, editora e assessora de comunicação. Em 2012 publicou uma coletânea de crónicas intitulada Miopia Crónica pela editora Chá de Caxinde. Em 2017 mudou-se para os Estados Unidos da América, onde frequentou aulas de interpretação para teatro e para câmara no Owens Community College e na Starbound Talent - Toledo, Ohio. Desde então tem trabalhado como atriz em teatro, cinema e audiovisual, com nomes como Zia Soares, Xie Xiaodong e Jeremy Meier.

Além dos Estados Unidos, os seus trabalhos também já foram exibidos em Portugal, Alemanha, Itália e China. Mantém-se ligada à comunicação como colaboradora do programa Avenida Marginal, da RDP África e do Buala.

Joyce Souza (1987), artista transdisciplinar e educadora. Natural do Guarujá- São Paulo - Brasil, vive em Almada. Doutoranda em Arte Contemporânea pela Universidade de Coimbra. É mestre em artes performativas (ESTC-IPL). Licenciada em educação artística (FPA) e em teatro (EAD-ECA-USP).

No Brasil atua profissionalmente desde 2009 como atriz, mediadora cultural e docente. Em Portugal desde 2018, publicou artigos ligados a práticas teatrais, educativas e anti-racistas bem como o e-book “Carapinha. Uma encruzilhada Afro Luso Tupiniquim”. Integrou diversos espetáculos teatrais, destacando o projeto “descobri-quê?” dirigido por José Nunes, Cátia Pinheiro e Dori Nigro, inserido na programação da Odisséia Nacional do TNDMII, onde atua como intérprete e formadora. O projeto recebeu o Prémio Acesso Cultura – Mickaella Dantas 2024. Realizadora e performer ao lado de Aoaní Salvaterra da vídeo performance “Kabeça” exibida no Brasil, Austrália, Estados Unidos, Argentina, Roménia, Alemanha, São Tomé e Príncipe. Sendo indicada como melhor curta experimental no Brazil New Visions Film Fest e no festival Pebblesundergroud recebeu o prêmio do Júri e da Audiência. Atualmente ministra a formação “Encruzilhadas Artísticas para Criar, Resistir e Subverter” promovido pelo TNDMII e outros projetos artístico-pedagógicos.

02.11.2024 | by martalanca | Kabeça Orí