A arte na sociedade cokwe e nas comunidades circunvizinhas

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL
A Arte na Sociedade Cokwe e nas Comunidades Circunvizinhas

Luanda, 9 e 10 de Novembro 2010
Hotel Trópico

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07.10.2010 | par martalanca | Cokwe

apresentação do Buala em Sampa

E lá estivemos, no dia 4, a falar um pouco deste projecto BUALA que cresce todos os dias, para alguns amigos e visitantes da Bienal de S.Paulo. Foi muito acolhedor e proveitoso!   

(…) A contemporaneidade africana contraria os olhares paternalistas que têm sido a tendência dominante na produção sobre África. Damos prioridade às novas gerações africanas que, embora tenham apanhado os conflitos e guerras nos seus países, estão menos vinculados a uma mentalidade de recalcamentos e trazem, nas suas cidades, outras vivências e lógicas de pensar e de sonha . Filhos da geração de nacionalistas e independentistas, fazem dessa herança a referência para as suas lutas, com os desafios do presente, que são muitos. Africanos que vivem fora e mantêm uma ligação ao continente reflectindo e posicionando-se de forma interessante. MM, ML e Lígia AfonsoMM, ML e Lígia AfonsoContribuições de não africanos que se propõem a abordar África sem as narrativas gastas do passado. Entre todos o contacto do mundo onde vivem, numa curiosidade genuína e apelativa.
Se os países africanos, em reconstrução e com muitas carências - presas dos oportunismos, desde os governos aos interesses estrangeiros, eternos cúmplices do subdesenvolvimento – não apostarem na cultura e educação, não poderão dar um passo fundamental para um verdadeiro jogo de forças entre iguais. O BUALA pretende contribuir para esse salto qualitativo com as ferramentas possíveis, desde já, criar um espaço de encontro e debate com a acessibilidade de todos. (…)

07.10.2010 | par martalanca | Bienal de S.Paulo, buala

o espectador emancipado, de Jacques Rancière

o espectador emancipado, de Jacques Rancière

06.10.2010 | par martalanca | Jacques Rancière

Zezé Motta, grande actriz brasileira, em A Divina Saudade

Zezé Motta em Temporada Popular no SESC Tijuca - 06 e 07/10 - 20h

06.10.2010 | par martalanca | Brasil, Zezé Motta

A República revisitada na galeria Diário de Notícias

Exposição comissariada por Pedro Lapa, com os artistas: Ângela Ferreira, João Tabarra, João Fonte Santa, João Pedro Vale, Luciana Fina / Moritz Elbert, Pedro Barateiro, Mafalda Santos, Gabriel Abrantes, Yonamine.

Inaugura 7 Outubro, às 19h na Galeria Diário de Notícias, Lisboa.

06.10.2010 | par franciscabagulho

Maputo-Maputo: um regresso na África Austral, exposição de Gonçalo Antunes

No dia 8 de Outubro, pelas 18:30, vai ser inaugurada a exposição Maputo-Maputo: um regresso na África Austral, da autoria de Gonçalo Antunes, na Sala Arte à Parte, em Coimbra. O catálogo será lançado simultaneamente.

Maputo-Maputo é um projecto artístico que parte de uma viagem realizada pelo antropólogo e artista Gonçalo Antunes, entre Novembro de 2009 e Janeiro de 2010, através de vários países da África Austral e tendo como ponto de partida e de chegada a capital de Moçambique – Maputo.

A exposição consiste na instalação de quinze painéis que contam a história dessa viagem, recorrendo a diversos meios plásticos (colagem, desenho, texto). Os materiais que compõem os painéis resultaram da recolha de fragmentos materiais da viagem (recortes de jornais e revistas, bilhetes, panfletos turísticos, folhetos políticos, fotografia, embalagens, etc.), o que envolve o trabalho numa estética forte em cor e informação.

O catálogo, prefaciado pelo antropólogo e Professor de antropologia da Universidade de Coimbra Fernando Florêncio, encontra-se dividido em quinze capítulos, que correspondem aos quinze painéis. São reproduzidas imagens dos painéis e de vários pormenores, acompanhadas de textos que nos dão a sua visão sobre a história do país ou região e narram as diversas experiências e encontros que preencheram a viagem.

Gonçalo Antunes residiu em Maputo entre 2008 e 2010, onde trabalhou em projectos de apoio a crianças de rua. Licenciou-se em Antropologia pela Universidade de Coimbra (2004) e fez um mestrado em Antropologia do Desenvolvimento no Goldsmith College em Londres (2007). Ao longo da última década tem tido diversas experiências pessoais e profissionais em vários países como Reino Unido, Índia, China, Timor, Brasil e Moçambique.

8 Outubro a 14 Novembro  Sala Arte à Parte (Rua Fernandes Tomás, nº29, Coimbra)

Para mais informações contactar: Gonçalo Antunes (912349464), Ana Rita Amaral (966952131)

05.10.2010 | par franciscabagulho

@ praia maria Palácio da Cultura Ildo Lobo arranca com programação regular a partir do mês de Outubro


Ainda em fase experimental o Palácio da Cultura Ildo Lobo (PCIL) irá apresentar uma oferta de conteúdos regulares a partir do mês de Outubro.

 

A Programação é enriquecida pela re-abertura da escola de música Sinboa com um novo formato e um leque de escolhas variado.

 

É também de salientar o Núcleo de Animação e Tempos livres do PCIL com propostas para crianças e jovens durante o ano lectivo e também actividades pontuais durante o fim de semana para pais&filhos.

Como já foi referido trata-se de uma fase experimental, de auto-conhecimento, e captação de recursos, parceiros, público(s).

 

A nível de infra-estruturas em Outubro as instalações sanitárias irão ser reabilitadas, desde os camarins às casas-de-banho Públicas, fruto de um esforço conjunto entre o MESCC e a Unesco. O serviço de Cafetaria-Bar também abrirá em breve e a livraria terá outra dinâmica.

 

Quanto aos equipamentos é com muita satisfação que recebemos um afinador de pianos, graças ao apoio do Banco Interatlântico. Para além dos pianos da sala das teclas, destinados unica e exclusivamente para o ensino, temos um piano para prática, um piano para pequenas apresentações e outro de apoio para ensino musical, na sala das cordas.

 

Já está aberta exposição permanente com quadros do acervo PCIL, com trabalhos de artistas cabo-verdianos como Tchalé Figueira, Kiki Lima, Nelson Lobo, David Levy Lima, Abrãao Vicente, Mito Elias, Nelson Lobo, Bela Duarte, Manuel Figueira, assim como artistas intenacionais como o Moçambicano Chichorro, entre outros.

 

Estamos em reconstrução, em aprendizagem e abertos ao público. Contamos com a visita, opinião, crítica, sugestão, contribuição de todos aqueles que nos visitem física ou virtualmente.

 

Naturalmente que se trata de um trabalho em rede onde os criadores-artistas têm desempenhado um papel fundamental para que este programa se concretize, a eles um muito Obrigado!

 

Segue então o programa de Outubro:

Sábado 2

Ensino Música - Apresentação da Sinboa - Escola de Música   | 11h - Sala da China

Sexta 8

Exposição Retrospectiva - Mindelact - 16 anos em Cena | Sala da China - todos os dias das 15h às 22h - patente até ao dia 31 de Outubro

Sábado 9

Apresentação Núcleo de Actividades e Tempos Livres PCIL | 16h - PCIL

| Tertúlias sobre a Educação Artística em Cabo Verde | Exposição de Trabalhos de Alunos de EVT | Feira do Livro Infantil | Cinema de Animação | Actividades Paralelas para Pais e Filhos |

Terça 12

Exposição Fotografia -  THE DELICATE SOUNDS, de Joe Wuerfel Sala de Exposições - todos os dias das 15h às 22h - patente até ao dia 31 de Outubro

Quarta e quinta-feira  12 e 13

Workshop Ballet Flamenco com Companhia de Dança DANIMARO

Sexta a Segunda-feira 15 a 18                                                                                                                         

URBANUS - Encontro de Expressões Urbanas Contemporâneas| Vários espaços das 15h às 22h

Segunda-feira 18 Dia Nacional da Cultura

Encerrramento - URBANUS

Entrega Prémio Orlando Pantera

Festa DOC TV CPLP 2010

Semana 25 a 29

SunSet’s - Dj’s e Performes ao Pôr do Sol | Varanda Panorâmica das 18h às 20h30

 

ACTIVIDADES PERMANENTES

·         Sinboa - Formação Musical: Violino, Piano, Violão, Acompanhamento de Músicas Tradicionais Cabo Verdianas, Baixo

Dos 7 aos 99 anos | mais informações: sinboa@gmail.com

·         Núcleo de Animação e Tempos Livres: Grupo de Teatro LubitUs, Musicalização Infantil, Grupo Coral Infantil, Atelier de Artes Plásticas

Dos 7 aos 14 Anos | mais informações: programacaodopalacio@gmail.com

 

Acolhimento:

Sala Incubar-TE| Artes Plásticas - Pintura de Painéis para Igreja de São Miguel - José Maria Barreto

Sala AltaVoltagem| Música - Hip Hop Acolhimento Akasia Roots (preparação para participação no Waga Festival - Burkina Faso)

Sala de Ensaios| Música - Vários Zequinha Magra; Tony di Fogo; Remna Schwartz

SalaXina| Música - Grupo Coral da Uni-CV

 

 

Palácio da Cultura Ildo Lobo

Praça Alexandre Albuquerque

+ 238 261 80 18

programacaodopalacio@gmail.com

 

 

Palácio da Cultura Ildo Lobo

Coordenadora: Samira Pereira

Office Manager: Leonor Rodrigues

Coordenação Pedagógica Sinboa: Zeca Couto

 

Agradecimentos: MESCC, CMP, Fundação Amílcar Cabral, Zero Point -Art Gallery, CCF, CCP, Banco InterAtlântico, Núcleo de Música da UNI-CV, Centro Cultural do Mindelo, Mindelact, Unesco e aos amig@s PCIL

04.10.2010 | par samirapereira

Buala na Folha de São Paulo

Site sobre cultura africana será lançado hoje na Bienal de SP

Buala.org reúne artigos sobre literatura, música e artes visuais

SILAS MARTÍ

De olho na mais nova geração de artistas africanos, um site que será lançado hoje na Bienal de São Paulo tenta mapear a produção cada vez mais forte dessa região.

Batizado de Buala, termo no dialeto quimbundo que significa casa ou aldeia, o novo portal deve cobrir todos os tipos de manifestação cultural na África, de literatura e música às artes, com foco em países de língua portuguesa.

“Existe uma nova geração de artistas que nasceu no pós-independência e começou a criar um discurso próprio”, diz a portuguesa Marta Lança, editora do buala.org. “Estão mais conscientes de seu lugar no mundo, buscando uma nova africanidade.”

Já de pé, em fase de testes desde maio, o site registra por volta de 10 mil acessos por mês e tem cerca de 50 colaboradores espalhados pelo mundo, em especial em Angola, Moçambique, Cabo Verde, Portugal e Brasil.

Para além da esfera lusófona, também há colaboradores no norte africano, no Senegal e na África do Sul.

“Para nós, interessa a situação atual, aquilo que é produzido hoje nesses países”, diz Lança. “Não é uma África cristalizada no tempo. Interessam as grandes transformações das metrópoles.”

Toda a reformulação urbanística de Luanda, por exemplo, é assunto para um amplo ensaio publicado no site.

Também há contribuições de escritores angolanos como Mia Couto e José Eduardo Agualusa, além da cobertura de fenômenos da cultura pop, como o estilo kuduro.

“É criar esse canal de informação entre o continente e a diáspora, usar a cultura digital para conhecer o continente”, diz Lança. “Muitos dos próprios africanos não têm acesso ao discurso que está sendo produzido sobre eles.”

 

Publicado hoje na Folha de São Paulo (link só para assinantes)

04.10.2010 | par guilhermecartaxo

Puto Português - Ta sair male

03.10.2010 | par martamestre | puto português

Francisco Vidal + Ihosvanny _ novas galerias no Buala

Acabámos de abrir mais duas exposições na nossa Galeria:

Diário pele de leopardo digital”, de Francisco Vidal

Noise I Ruído”, de Ihosvanny

Francisco VidalFrancisco VidalIhosvanny

03.10.2010 | par franciscabagulho

Manifesto dos Brancos da UFRGS pelas cotas raciais

ESSE SAMBA VAI PARA CELSO ATHAIDE, ALBA ZALUAR E CAETANO VELOSO!
Este texto é um manifesto escrito e subscrito por brancos que compõem a comunidade escolar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele é uma retumbante admissão pública, por nossa parte, de que vivemos em um contexto de exclusão estrutural de negros e indígenas dos benefícios e espaços de cidadania produzidos por nossa sociedade e onde, ao mesmo tempo, é produzida uma teia de privilégios a nós brancos, que torna completamente desigual e desumana nossa convivência. Somos opressores, exploradores e privilegiados mesmo quando não queremos ser. O racismo não é um “problema dos negros”, mas também dos brancos. É pelo reconhecimento destes privilégios que marcam toda nossa existência, mesmo que nós brancos não os enxerguemos cotidianamente, que exigimos a imediata aprovação de Ações afirmativas de Reparação às populações negras e indígenas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. No Brasil vivemos em um estado de racismo estrutural. Já é comprovado que raça é um conceito biologicamente inadmissível, só existe raça humana e pronto. Mas socialmente, nos vemos e construímos nossa realidade diária em cima de concepções raciais. Portanto, raça é uma realidade sociológica. Não é uma questão de que eu ou você sejamos pessoalmente preconceituosos. Mas é só olhar para qualquer pesquisa que veremos como existe um processo de atração e exclusão de pessoas para estes ou aqueles espaços sociais, dependendo de sua cor. Não é à toa que não temos quase médicos negros, embora eles sejam a maioria nas filas dos postos de saúde; que quase não vemos jornalistas negros, mas estes são expostos diariamente em páginas policiais; que não temos quase professores negros, especialmente em posições com melhores salários, e vemos alunos negros apenas em escolas públicas enquanto, na universidade pública quase só encontramos brancos. A situação dos indígenas não é diferente, quando eles ainda sofrem lutando pelo direito mínimo de ter suas terras e aldeias, mesmo isso lhes é surrupiado pelos brancos. Vamos parar com esta falácia de dizer que não aceitamos cotas raciais na universidade, porque não queremos ser racistas: se vivemos no Brasil, se fomos criados nesta cultura, se construímos nossas vidas dentro deste conjunto de relações onde a raça é um elemento determinante, somos todos racistas! Não fujamos da realidade. Não usemos a falsa desculpa de que não queremos criar divisões entre raças no Brasil. Nossa sociedade poderia ser mais dividida racialmente do que já é hoje? O estudo de Marcelo Paixão intitulado “Racismo, pobreza e violência”, compara o IDH dos brancos e dos negros dentro do Brasil. O IDH tenta medir a qualidade de vida das populações, combinando os três fatores que, por abranger, cada qual, uma imensa variedade de outros, seriam os essenciais para a medição: renda por habitante, escolaridade e expectativa de vida. Na última versão do IDH, de 2002, o Brasil ocupa o 73º lugar entre 173 países avaliados, mesmo possuindo todas as riquezas nacionais e sendo o 11º país mais desenvolvido economicamente no mundo. Porém, entre 1992 e 2001, enquanto em geral o número de pobres ficou 5 milhões menor, o dos pretos e pardos ficou 500 mil maior. [Consideram-se brancos 53,7% dos brasileiros; pretos ou pardos, 44,7%, que chamaremos, hora em diante de negros]. O estudo mostra que Brasil dos brancos seria, na média o 44º do mundo em matéria de desenvolvimento humano, ao passo que o Brasil dos negros estaria no 104º lugar!!! Nada disso é novidade, porém, para quem aceita viver com os olhos minimamente abertos. Temos que reconhecer que vivemos num sistema estruturalmente racista, que se reproduz em cima de mecanismos constantes de exclusão e exploração dos negros e de privilégios naturalizados aos brancos. Em um sistema racista, pessoas brancas se beneficiam do racismo, mesmo que não tenham intenções de serem racistas. Nós brancos não precisamos enxergar o racismo estrutural porque não sofremos diariamente diversos processos de exclusão e tratamento negativamente diferencial por causa de nossa raça. Nossa raça (e seus privilégios) são tornados invisíveis dia-a-dia. Este sistema de privilégios invisíveis a nós brancos é que nos põe em vantagens a todo instante, por toda nossa vida, em todas as situações, e que destroça qualquer tentativa de pensarmos que estamos onde estamos apenas por méritos pessoais. Que mérito puro pode ter qualquer branco de estar no lugar confortável em que se encontra hoje, mesmo que tenha saído da pobreza, dentro de um sistema que lhe privilegiou apenas por ser branco, ao mesmo tempo em que prejudicou outros tantos apenas por serem negros? Vamos apresentar uma breve listinha de circunstâncias em nossas vidas que expõem nossos privilégios de brancos e que, embora não percebêssemos, embora os víssemos apenas como relações naturais para nós, por sermos pessoas normais e “de bem”, foram decisivas para nos trazer onde estamos (e por não serem vivenciados também por negros e indígenas, seu resultado é fazer com e seja tão desproporcional o número destas populações dentro da UFRGS, por exemplo): 1) Sempre pude estar seguro de que a cor da minha pele não faria as pessoas me tratarem diferentemente na escola, no ônibus, nas lojas, etc; 2) Estou seguro de que a cor da pele dos meus pais nunca os prejudicou em termos das busca ou da manutenção de um emprego; 3) Estou seguro de que a cor da pele dos meus pais nunca fez com que seu salário fosse mais baixo que o de outra pessoa cumprindo sua mesma função; 4) Posso ligar a televisão e ver pessoas de minha raça em grande número e muitas em posições sociais confortáveis e que me dão perspectivas para o futuro; 5) Na escola, aprendi diversas coisas inventadas, descobertas, grandes heróis e grandes obras feitas por pessoas da minha raça; 6) A maior parte do tempo, na escola, estudei sobre a história dos meus antepassados e, por saber de onde eu vim, tenho mais segurança de quem sou e pra onde posso ir; 7) Nunca precisei ouvir que no meu estado não existiam pessoas da minha raça; 8) Nunca tive medo de ser abordado por um policial motivado especialmente pela cor da minha pele; 9) Já fiz coisas erradas e mesmo ilegais por necessidade, e nunca tive medo que minha raça fosse um elemento que reforçasse minha possível condenação; 10) Posso ir numa livraria e perder a conta de quantos escritores de minha raça posso encontrar, retratando minha realidade, assim como em qualquer loja e encontrar diversos produtos que respeitam minha cultura; 11) Nunca sofri com brincadeiras ofensivas por causa de minha raça; 12) Meus pais nunca precisaram me atender para aliviar meu sofrimento por este tipo de “brincadeira”; 13) Sempre tive professores da minha raça; 14) Nunca me senti minoria em termos da minha raça, em nenhuma situação; 15) Todas as pessoas bem sucedidas que eu conheci até hoje eram da mesma raça que eu; 16) Posso falar com a boca cheia e ficar tranqüilo de que ninguém relacionará isso com minha raça; 17) Posso fazer o que eu quiser, errar o quanto quiser, falar o que eu quiser, sem que ninguém ligue isso a minha raça; 18) Nunca, em alguma conversa em grupo, fui forçado a falar em nome de minha raça, carregando nas costas o peso de representar 45% da população brasileira; 19) Sempre pude abrir revistas e jornais, desde minha infância, e estar seguro de ver muitas pessoas parecidas comigo; 20) Sempre estive seguro de que a cor da minha pele não seria um elemento prejudicial a mim em nenhuma entrevista para emprego ou estágio; 21) Se eu declarar que “o que está em jogo é uma questão racial” não serei acusado de estar tentando defender meu interesse pessoal; 22) Se eu precisar de algum tratamento medico tenho convicção de que a cor da minha pele não fará com que meu tratamento sofra dificuldades; 23) Posso fazer minhas atividades seguro de que não experienciarei sentimentos de rejeição a minha raça. Esta realidade destroça meu mito pessoal de meritocracia. Minha vida não foi o que eu sozinho fiz dela. Muitas portas me foram abertas baseadas na minha raça, assim como fechadas a outras pessoas. A opção de falar ou não em privilégios dos brancos já é um privilegio de brancos. Se o racismo, e os privilégios dos brancos são estruturais, as ações contra o racismo devem ser também estruturais. Racismo não é preconceito: racismo é preconceito mais poder. Se não forçarmos mudanças nas relações e posições de poder em nossa sociedade, estaremos reproduzindo o racismo que recebemos. E agora chegou a hora de a universidade dizer publicamente: vai ou não vai “cortar na própria pele” o racismo que até hoje ajudou a reproduzir, estabelecendo imediatamente Cotas no seu próximo vestibular? Se mantivermos o vestibular “cego às desigualdades raciais” estaremos, na verdade, mantendo nossos olhos fechados para as desigualdades raciais que nós mesmos ajudamos a reproduzir sociedade afora. Nós, brancos da universidade que assinamos esta carta já nos posicionamos: exigimos cortar em nossa própria pele os privilégios que até hoje nos sustentaram. Cotas na UFRGS já!

02.10.2010 | par martalanca | cotas raciais, democracia racial

Laboratório | “Arte, Technologia e Ecologia” (Call for Participation)

Na Escola de Artes Visuais–Marrakech, de 6 - 10 de Outubro, será realizado um encontro e laboratório em torno das temáticas de práticas artísticas, vocabulário e arquivo, e terá a presença dos artistas convidados:  Pushpamala N. (Bangalore / Delhi - India), Yto Barrada (Tanger - Morrocos), Christophe Keller (Berlim - Alemanha), Younès Rahmoun (Tétouan - Marrocos).

+ Info

02.10.2010 | par martamestre

Ondjaki vence o Prémio Jabuti

“AvóDezanove e o Segredo do Soviético” do angolano Ondjaki venceu o Prémio Jabuti na categoria juvenil, é um romance que fala de “um tempo que os mais-velhos chamam de antigamente.” O Jabuti é um dos mais prestigiados prémios literários brasileiros atribuído em 21 categorias e na categoria de romance o vencedor foi “Se Eu Fechar os Olhos Agora”, do jornalista Edney Silvestre que já foi considerado o Melhor Livro do Ano de um Autor Estreante no Prémio São Paulo de Literatura 2010.

veja aqui os outros vencedores da categoria juvenil

02.10.2010 | par martamestre | ondjaki

O Quintal de Contá Estória

O Quintal de Contá Estória é um espectáculo que vai buscar a forma tradicional de narrar histórias. AKA, movimento de divulgação de arte africana, idealizou um formato que pretende reavivar o ambiente tradicionalmente africano que se proporcionava à noite, no quintal, quando os mais-velhos da família se propunham a contar estórias.

 

30 de Setembro, 

5a feira

 22h 

(Entrada Livre)
Sala TGV - Clube Ferroviário*
Sta Apolónia

 

Com o actor-contador Ângelo Torres 

e o mestre de korá José Galissá


Em cada sessão serão partilhados 3 a 4 contos, com duração variável entre 15 a 30 min. 

 

A sessão tem um intervalo de 15 min.

 

*(Morada: Rua de Santa Apolónia n.º 59. Transportes: Comboios CP – Estação de Santa Apolónia; Metro – Linha Azul, Estação de Santa Apolónia; Carris – Carreiras 12, 28, 34, 206, 210, 706, 735, 745, 759, 781, 782, 794)

 

…………………..

“Lembras-te mãe? Dos ensinamentos que me puseste na além ida  e vinda dos barcos na triangulosa estrada comercial? Mãe, não é que também adormecia na dança do teu corpo enquanto  tiravas o pó da nossa cor da roupa do senhor?! Mãe, sinto os batimentos do teu coração mas não o que eles  me queriam transmitir…”
Hibraym Pinto

Vem largar o teu corpo nas costas do chão do Quintal de Contá Estória,  sentir o batimento e refazer a tua interpretação.

01.10.2010 | par martalanca

Ditos e reditos - provérbios dos países de língua portuguesa

Vezes há em que o provérbio comporta uma sentença enigmática, apresentando-se como uma palavra que vale por outra, numa forma indireta de dizer algo. Em regra, contudo, é uma frase imperativa, direta, funcionando como um eufemismo, podendo ajudar as pessoas a administrar conflitos e evitando reacções adversas.

Por outro lado, embora se possa pensar que são pertença do indivíduo, os provérbios são oriundos da sociedade. Assim sendo, quando um provérbio é utilizado de forma adequada, o discurso passa a ser irrefutável por constituir uma verdade que, apesar de anónima, se encontra consagrada.

Em geral metafóricos, sendo enunciados do mundo vegetal e/ou do mundo animal, e, alguns deles agregando num único os dois mundos, é aos humanos que se aplicam.

Tendo por base uma breve seleção para o conjunto dos países lusófonos (apresentados pela respectiva ordem alfabética) feita, principalmente, no livro de minha autoria Ditos e reditos: provérbios da lusofonia, visa mostrar que houve como que uma fusão de conceitos que engendrou, nas diversas línguas, formas só na aparência diferentes, de formular o mesmo enunciado. Um conjunto proverbial que é do domínio da lusofilia, não numa postura euro centrada antes na esteira do ensaísta Eduardo Lourenço porque “a língua também é nossa”, ou, dito de outro modo, e parafraseando o escritor angolano Ondjaki, “bonitas são as línguas depois de manejadas pelas pessoas”. Vale notar ainda, a existência de variações regionais da língua portuguesa, em especial no Brasil, quer se trate do léxico quer da pronúncia.

Caminhemos agora de mãos dadas com a Língua e a História:

O mimo leva sempre à indulgência e à permissividade, pelo contrário o amor, por querer bem a quem se ama, pode exigir que se castigue e, nem por isso fica diminuído.

Acresce que a ciência aprendida em criança fica melhor consolidada. Radicando em várias passagens dos provérbios salomónicos surgem em: Angola: O pau endireita-se enquanto é pequenino; Brasil: Cipó novo é que se torce; Cabo Verde: De pequenino se torce o pepino; Moçambique: Endireita-se a árvore enquanto é pequena; Portugal: De pequenino se torce o viminho.

A perseverança e a tenacidade permitem realizar mesmo o que parece impossível, já desde a Idade Média: Brasil: Pequeno machado derriba grande árvore; Cabo Verde: A machadinha corta a figueira; Portugal: Pequeno machado derruba grande carvalho. E, da mesma época, Brasil: Hóspede e peixe com três dias fede; Portugal: Hóspede e pescada, em três dias enfada.

Desde meados do século XVI, se diz que os filhos herdam as qualidades ou os defeitos de seus pais, bastando conhecer uns para identificar os outros: Brasil: Filho de peixe peixinho é; Filho de peixe vem nadando; Cabo Verde: O filho da cabra salta na rocha; O filho do gato caça ratos; Guiné-Bissau: Filho de gato arranha; Portugal: Cão de caça vem de raça; De tal árvore, tal fruto.

A inveja (palavra derradeira dos Lusíadas, o poema épico de Luís de Camões), uma das características da espécie humana, é matéria abundantemente inspiradora da produção proverbial. Já em 1585, a realidade mais sedutora era sempre a alheia: Brasil: A cabra da vizinha dá mais leite do que a minha; Portugal: A galinha da minha vizinha é mais gorda que a minha; O peixe que foge do anzol parece sempre maior.

Uma exposição irresponsável e excessiva ao perigo leva a danos, por vezes, irreversíveis donde, por meados de Quinhentos, ter sido fixado: Brasil: Tanto vai o pote à bica que, um dia, lá se fica; Portugal: Tanto anda a linhaça até que vai a cabaça; Tanto pica a pega na raiz do trovisco que quebra o bico.

Mentir ou dissimular são duas faces da mesma moeda todavia, ambas por completo desaconselhadas, até porque a verdade acaba sempre por se descobrir, como ensina o provérbio fixado nos alvores do século XVII: Brasil: A verdade é como o azeite: vem à tona; Portugal: A verdade e o azeite vêm sempre ao de cima; Timor-Leste: Palavras coadas pelas ondas / são coadas também pelo beiral; / as ondas e o beiral / coam devagarinho.

Poder-se-ia continuar num caminhar quase sem fim, uma vez que quando se julga já estarem esgotados os provérbios em qualquer língua, para determinada situação, logo surgirá um, até então desconhecido, a provar serem uma fonte inesgotável e perpétua, conforme teremos ocasião de mostrar nas futuras andanças por estes domínios.

 

Elisa Maria Lopes da Costa, historiadora portuguesa, é colaboradora do Instituto de Estudos de Literatura Tradicional, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa.

 

da revista PESSOA

30.09.2010 | par martalanca

programação da Trienal de Luanda - 3ª semana

30.09.2010 | par martalanca | Trienal de Luanda

xé wi, tou a falar pra ti!

30.09.2010 | par martalanca | portugueses em Angola

Migration: Economic Change, Social Challenge

Please find below a call for papers for the conference “Migration: Economic Change, Social Challenge” to be held at University College London on 6 - 9 April 2011. If the poster does not display correctly, please visit the conference website here

30.09.2010 | par martalanca | migration

Literatura lusófona em destaque em eventos internacionais

A literatura lusófona terá uma participação ativa em festivais internacionais agendados até ao final do ano. O tema da Feira do Livro de Gotemburgo, na Suécia, o principal evento literário na Escandinávia, é a literatura africana. O evento que decorrerá de 23 a 26 de setembro contará com a presença dos moçambicanos Mia Couto e Paulina Chiziane e do angolano Ondjaki, que em 2008 foi laureado com o prêmio Grinzane for Africa como jovem autor africano do ano. O escritor luso-sueco Miguel Gullander, autor de Perdido de volta (publicado em Portugal e no Brasil), também tem presença garantida. A feira de Gotemburgo deverá receber 100 mil visitantes.

No mesmo período, acontecerá o Festival Internacional de Literatura de Berlim, na Alemanha. Entre 15 e 25 de setembro, mais de 20 autores lusófonos marcarão presença. Entre os brasileiros, destacam-se Milton Hatoum, Paulo Lins ou Nélida Piñon. Marina Colasanti, autora do livro Minha guerra alheia a ser publicado em breve pela editora Record, cujo trecho poderá ser lido em primeira mão na edição de lançamento da Pessoa, também estará presente.

A África lusófona será representada no Festival pelo angolano José Eduardo Agualusa, o moçambicano Mia Couto e a luso-são-tomense Grada Kilomba, autora de Plantation memories, publicado em 2008 na Alemanha. De Portugal irão António Lobo Antunes, que em 2009 publicou Que cavalos são aqueles que fazem sombra no mar?, Pedro Rosa Mendes, Alice Vieira e Paulo Teixeira.

Na Feira do Livro de Frankfurt, o principal evento mundial do setor editorial, o país convidado de 2010 é a Argentina. Para a edição desse ano, que decorrerá de 6 a 10 de outubro, são esperados 7 mil expositores de mais de 100 países, que devem atrair mais do que os 290 mil visitantes da feira em 2009. Cerca de 70 expositores brasileiros e 14 portugueses estarão presentes. Em 2013, o Brasil será o convidado do evento, repetindo a homenagem que recebeu em 1994. Na época, o Brasil foi o primeiro país da América Latina a ganhar espaço exclusivo. Em 1997, Portugal foi o tema central da feira.

 

da revista Pessoa

30.09.2010 | par martalanca | Literatura lusófona

Exposição Malick Sidibé

Malick Sidibé, 74 anos, é o fotógrafo africano em actividade de maior reconhecimento internacional. O seu estúdio, fundado em 1962 num bairro periférico de Bamako, continua a ser hoje um local de peregrinação para os habitantes da cidade e para muitos turistas que desejam ser retratados pelo mestre. Premiado em 2007 com o Leão de Ouro da Bienal de Veneza pelo conjunto da sua obra, Malick Sidibé é um caso excepcional no panorama da fotografia africana. Em Portugal, as suas obras foram expostas pela primeira vez por Albano Silva Pereira, em Coimbra, mas provavelmente Malick Sidibé ainda não é um fotógrafo conhecido do grande público. Apresentar uma exposição de Malick Sidibé no âmbito do doclisboa é um grande motivo de orgulho e serve também para clarificar posições sobre o que é o documentário cinematográfico. No doclisboa valorizamos um entendimento do documentário enquanto forma de expressão próxima da antropologia, do ensaio, e por vezes até da ficção. No documentário constroem-se ou reconstituem-se universos com características assumidamente subjectivas. Essa subjectividade, paradoxalmente, documenta o real. E fá-lo muitas vezes de forma mais rica do que aquilo que se pretende neutro, pretensamente observacional e objectivo.
Os milhares de clichés tirados por Malick Sidibé ao longo de cinco décadas são hoje um retrato da evolução dos costumes, dos sonhos e valores de várias gerações. Através destas fotografias percebemos como é que diversos grupos dentro de uma mesma sociedade queriam ser retratados. À primeira vista, o que chama a atenção nas suas fotografias são os cenários teatrais, as roupas extravagantes, os acessórios (motocicletas, óculos de sol, malas, vasos de flores), mas, depois, percebe-se que o denominador comum mais forte entre todas as imagens é a energia dos retratados, simplesmente orgulhosos de pousar para a câmara de Malick. O fotógrafo maliano, tal como os grandes documentaristas, privilegia a relação de confiança com aqueles que retrata. Curiosamente, a obra de Malick Sidibé não deixa de lembrar o universo hedonista apresentado por Jean Rouch em «Moi, un Noir» (1958). Tanto o fotógrafo maliano como o etno-cineasta francês apresentam contrapontos à imagem repetida até à exaustão de uma África marcada pela dor e pela pobreza. Talvez esta afirmação positiva da vida, oposta a um retrato de uma África miserável para consumo ocidental, tenha levado a realizadora Cosima Spender a dar por título «Dolce Vita Africana» ao único documentário realizado até hoje sobre Malick Sidibé.

 

Um pouco de Bamako no doclisboa

29 de Set. até final de Out.
3ªf a 6ªf | 10:00 às 19:00 | Sábados e Domingos | 14:00 às 19:00
GALERIA PALÁCIO GALVEIAS – CAMPO PEQUENO
ENTRADA GRATUITA

30.09.2010 | par martalanca | Malick Sidibé