Proibido por inconveniente – Materiais das censuras no arquivo EPHEMERA

A partir do espólio do ARQUIVO EPHEMERA, biblioteca e arquivo do historiador José Pacheco Pereira, os curadores, Júlia Leitão de Barros e Carlos Simões Nuno, mostram nesta exposição exemplos das várias censuras do Estado Novo, eficaz arma do regime da ditadura. À volta da data do 25 de Abril de 2022, a exposição tem também uma intenção pedagógica, segundo Pacheco Pereira, “mostrar o que é a Liberdade, pela sua negação”.

A CENSURA E A DEFESA DO RESPEITINHO

“Só existe aquilo que o público sabe que existe” (Salazar)

O grande feito da Censura, existente durante 48 anos, foi deixar como herança, até aos nossos dias, uma nostalgia de um Portugal onde todos se entendiam, onde havia “consenso”, onde todos trabalhavam pelo “bem comum”, sem corrupção que não fosse o roubo do pão pelos necessitados, onde havia “respeito” e boa educação. Ou seja, uma nostalgia perversa do Portugal da ditadura.

Eu conheço bem a Censura que durou 48 anos, até por experiência própria. O país que não podia vir a público, ou seja, o país “real” como agora se diz, era muito diferente do que conseguia emergir nos jornais e nos livros, mesmo na imprensa clandestina. Um dos grandes sucessos da Censura foi criar uma imagem de Portugal pacificado, inerte, pouco conflitual, sem grandes violências, mais de bons costumes do que de maus, que foi eficaz mesmo com aqueles que lutavam contra a ditadura. E continua eficaz quando se lê o que se escreve hoje em dia sobre os malefícios da democracia, em particular a corrupção, com a sugerida e às vezes explícita ideia de que nada disto com esta dimensão existia antes do 25 de Abril. Uma das coisas que os atacantes do “sistema” fazem é acentuar a dimensão da corrupção em democracia, sugerindo inevitavelmente que ela vem com a forma do regime e, por isso, lutar contra a corrupção é também lutar contra o “sistema” de partidos e políticos corruptos.

Nunca ninguém se interroga por que razão nunca houve nada de parecido com a “operação Marquês” ao longo dos extensos 48 anos de ditadura? Não havia corruptos nos altos lugares da nação? Não havia corruptos na União Nacional? Nenhum general, embaixador, deputado à Assembleia Nacional, ministro ou secretário de estado, comandante da Legião ou graduado da Mocidade Portuguesa, nenhum governador colonial, bispo, “meteu a mão na massa”? Ou houve casos de corrupção que a Censura não nos deixou conhecer? Sem dúvida, como se vê nos cortes da Censura, do mesmo modo que havia pedofilia, violência contra as mulheres, violações, roubos, violências, e suicídios.

Mas a resposta é pior ainda: não havia corrupção porque não havia justiça para os poderosos do regime, e a pouca que havia era para os escalões intermédios para baixo. E, por isso, a corrupção entre os grandes da Situação, fossem políticos, com a mais que comum transumância da política para os negócios, decidida quase sempre pelo próprio Salazar, fossem os banqueiros e empresários do regime, estava naturalmente protegida porque ninguém sequer se atrevia a iniciar um inquérito. A excepção com os “ballets roses” foi um caso de costumes, e mesmo assim fortemente protegido pela Censura.

Neste sentido, a Censura foi talvez a mais eficaz arma do regime da ditadura, cujos efeitos ainda hoje estão submersos no nosso quotidiano. Muito mais do que a subversão do “político” o que a Censura protegia era o poder, todas as hierarquias que dele emanavam, exigindo mais do que respeito, “respeitinho”. Em 48 anos, em que não houve um único dia sem censura, foi este o seu legado.

A exposição sobre a Censura que o ARQUIVO EPHEMERA realiza em conjunto com a CM de Lisboa, à volta da data do 25 de Abril de 2022, tem por isso uma intenção a que podemos chamar pedagógica, mostrar o que é a Liberdade, pela sua negação.

Por: José Pacheco Pereira, abril de 2022

PROGRAMA PARALELO

Dia 9 | A Censura no cinema | 17h

“O que nem se podia ver”

Mesa redonda com:

António da Cunha Telles

António-Pedro Vasconcelos

Eduardo Geada

Fernando Matos Silva

Manuel Mozos

Paulo Trancoso

moderação: Paulo Portugal

Dia 21| A censura na música|18h

“O que nem se podia ouvir”

Dia 27 | 17h30

Apresentação do livro “Censura, a construção de uma arma política do Estado Novo”, da curadora da exposição, Júlia Leitão de Barros.

O livro é editado pela Tinta-da-China e será apresentado por Adelino Gomes.

18h30 | A censura do pensamento e do gosto

“O que nem se podia pensar”

Edifício Diário de Notícias

17.04.2022 | par arimildesoares | arquivo EPHEMERA, curadoria, exposições, José Pacheco Pereira, lisboa

A Liberdade Passa por Aqui

 

Imagem por José FradeImagem por José Frade

No âmbito das comemorações do 48.º aniversário do 25 de Abril, o quarto andar da antiga prisão do Aljube é agora um espaço de convívio e liberdade. Há um bar com cocktails revolucionários, uma pista de dança com música de intervenção e três murais – escrita, desenho e colagem – onde o público é convidado a deixar o seu contributo em forma de arte. Novas palavras, novas imagens, novas ideias, o que foi e o que é a revolução, 48 anos depois.

DJ
23 ABRIL
Luís Varatojo + Di Cândido aka DIDI

24 ABRIL
Surma + Tó Trips
VIDEO
Cristina Viana

MURAIS — Orientação
Escrita: Ondjaki
Desenho: Nuno Saraiva
Colagem: Inês Vieira da Silva

Museu do Aljube - Resistência e Liberdade

23 — 24 Abr - 2022
Sábado e domingo

Das 16h às 20h

Como lá chegar?

17.04.2022 | par arimildesoares | 48.º aniversário do 25 de Abril, A Liberdade Passa por Aqui, lisboa, museu do aljube

O Fascismo Aqui (Nunca) Existiu!

27 de abril, às 21h

Sinopse

“O primeiro espetáculo de um tríptico teatral denominado “IDENTIFICAÇÃO DE UM (O MEU!) PAÍS” sobre a vida em Portugal nos últimos 70 anos, de 1945 até aos nossos dias. Esta primeira abordagem, a estrear em 2017, abarca o período que vai de 1945, ano em que terminou a Segunda Guerra Mundial e em que nasceu a personagem, um homem que dá testemunho de como foi viver em Portugal nesses tempos, até à manhã do 25 de Abril de 1974.

Um olhar muito pessoal, uma revisitação, uma retrospetiva do quotidiano da(s) vida(s) de um português e dos portugueses, através de alguém que, intervindo ativamente na vida política, social e cultural do nosso país, interpreta com os olhos de hoje, as suas vivências pessoais e os acontecimentos nacionais e globais que o marcaram como pessoa e nos marcaram como povo.

Como o poeta, diz a personagem, VIVER PARA CONTAR. Histórias, umas verdadeiras (ou mais ou menos) outras inventadas do seu pequeno mundo, próprias, da sua família ou dos seus vizinhos da ilha do Porto em que habitou durante a sua infância e juventude, misturadas com a vida das personagens e heróis que conheceu nos seus primeiros livros e filmes, na telefonia onde o mundo (ainda que censurado) entrava em sua casa, a primeira que teve um rádio em todo o bairro, antes do aparecimento da televisão que o apanhou já rapazote, das notícias e acontecimentos que diariamente acompanhava pelos jornais e as longas conversas com os outros que lhe contavam o mundo”. O MUNDO EM QUE VIVI, vivemos!

Ficha Técnica e Artística

Texto, Dramaturgia, Direção e Encenação: José Leitão

Assistência de Encenação: Daniela Pêgo

Interpretação: Flávio Hamilton, Inês Marques, Luís Duarte Moreira, Patrícia Garcez e Susana Paiva

Direção Técnica, Desenho de Luz e Vídeo: André Rabaça

Direção de Movimento: Costanza Givone e Daniela Cruz

Música: Pedro “Peixe” Cardoso

Figurinos: Luísa Pinto | Espaço Cénico: José Lopes e José Leitão

Fotografia: Paulo Pimenta | Produção: Sofia Leal e Daniela Pêgo

Classificação etária | M/ 12 anos

Duração | 90 minutos (aprox.)

Lotação | 188 lugares (inclui quatro lugares para pessoas com mobilidade reduzida)

Preço de bilhetes | 7 € (preço normal); 5€ ( < 25 anos; pack familiar; profissional do espetáculo; + 65 anos; pessoas com deficiência). Aderentes Cartão CAES - dois bilhetes pelo preço de um normal.

Info e reservas | 91 461 69 49| geral@teatromosca.com

Morada: AMAS –Auditório Municipal António Silva

Shopping Cacém

Rua Coração de Maria, nº 12735-470 Cacém

16.04.2022 | par arimildesoares | Cacém, O Fascismo Aqui (Nunca) Existiu!, teatro

Museu do Ar organiza atividades para o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios

O Museu do Ar promove visitas guiadas, com entrada gratuita, nos dias 18, 23 e 24 de abril para assinalar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios.

As visitas guiadas são compostas por diversas “escalas” através de um percurso que passa pelo Palácio da Granja do Marquês, Campanário, Capela de Nossa Senhora do Ar, Aqueduto e Hangares de Vila Nova da Rainha.

Esta é uma oportunidade única para viajar no tempo e conhecer estes locais, onde os visitantes são transportados para uma inesquecível história com início há 200 anos.

O ponto de encontro será no Museu do Ar em Sintra, na Granja do Marquês, e a visita tem a duração de 01h30, com cerca de 2,5 Km.

A iniciativa é limitada a 30 pessoas e a inscrição pode ser efetuada AQUI. Para mais informações deve entrar em contacto com o Museu do Ar através do e-mail: museudoarportugal@gmail.com

Os horários das visitas são os seguintes:

  • 18 de abril (segunda-feira) – 14h30
  • 23 de abril (sábado) – 14h30
  • 24 de abril (domingo) – 10h30
Saiba mais sobre o Museu do Ar.

16.04.2022 | par arimildesoares | Campanário, Capela de Nossa Senhora do ar; Aqueduto e Hangares de Vila Nova da Rainha; Sintra, Granja do Marquês, Museu do ar

MOVART - Podcast project

With a podcast, visual art and especially the voice of the artists is made audible. In this way, we hope to create another level in the experience of and with art.

We are happy to announce the release of the MOVART Podcast Project. In this podcast, we talk to the artists of the MOVART Gallery.

We learn more about the story behind the artworks: About the inspiration, the motivation and the process from the artist‘s perspective. 

In the first episode we will meet Fidel Évora. We talk to him about street art, the power of social media to construct our own past and the role of music in visual art. Enjoy!

In the coming months we will be releasing more episodes with artists such as Kwame Sousa, Alice Marcelino, Sofia Yala, Mario Macilau and many more. Stay tuned

14.04.2022 | par Alícia Gaspar | cultura, galeria movart, movart, podcast

“Somos O Que Somos” é o novo single de A’mosi Just a Label

A’mosi Just a Label volta a levar-nos através da simplicidade da sua música até “Somos O Que Somos”, um retrato sobre a existência de cada um. O novo single, totalmente cantado em português, é o mais recente avanço de um disco a editar no dia 29 de abril.


A’mosi Just a Label é a forma existencial de um ser humano que não se caracteriza apenas pelo um nome. O artista angolano, nascido no Uige, com pais Bazombo, fundou a Konono Soul Music, batizando assim a editora independente numa homenagem ao género musical com o mesmo nome. Foi em 2014, com o EP “Jack Nkanga”, que o artista começou a ganhar notoriedade ao ser nomeado para os prémios Angola Music Awards. Venceu o prémio francês Le Rêve Africain em 2016, e foi ainda nomeado no top da Rádio Luanda com dois singles “Redentor” e “Arts & Crafts”, em 2013 e 2014 respectivamente.

A’mosi produz um som vanguardista, num conjunto de melodias com influências contemporâneas e urbanas, ilustrados por textos e poesias baseados na intuição humana ao enfatizar o bem da natureza. “Somos O Que Somos” é “um retrato sobre a existência, desde a forma como viemos ao mundo, à nossa postura diante da vida sendo ela boa ou má, à beleza que esbanjamos, o que compreendemos sobre a humanidade enquanto existimos. É uma referência ao valor das coisas sem a influência humana e a felicidade que supostamente somos.” explica A’mosi.

O novo single é um tema totalmente cantado em português, escrito, composto, e produzido inteiramente pelo artista. “Somos O Que Somos” junta vários músicos entre Angola, Portugal e Brasil, e foi gravado por Pedro Serraninho, em Lisboa nos estúdios do Atlântico Blue, por Idalésio no estúdio da Arca Velha em Luanda, por Joselmo Graciano no estúdio da Libito Music, e ainda editado por Waldemar Vilela sob direção do próprio autor da música.

É nesta forma despretensiosa de olhar a vida que A’mosi Just A Label nos leva de novo através da leveza da sua música, desta vez com o single “Somos O Que Somos”. O novo tema pode ser escutado nas plataformas digitais habituais.

13.04.2022 | par Alícia Gaspar | a'mosi just a label, arte, konono soul music, música, somos o que somos

MOVART | Nzinga Residency - Open Call

The MOVART Gallery is excited to host our first artist residency. A project by women for women.

NZINGA Residency aims to be a platform that promotes the empowerment of women in African countries, that encourages cultural production by women and that contributes to the creation of new synergies and cooperation between Portuguese-speaking countries and to the strengthening of cultural relations between those. 

The artists are invited to explore different themes and concepts of production, crossing the boundaries of gender and identity. The programme aims to be a space for searching and building connections  through art.

The open call is aimed at emerging female artists from Angola and the PALOPs, lasts for two month and takes place in October  in Luanda, Angola.

We are pleased to be working with both ProCultura and the WUAMI – Centro de Artes, Pesquisa e Formação on this project. 

For more information: https://movart.co.ao/en/nzinga-residency/

13.04.2022 | par Alícia Gaspar | movart, nzinga residency, open call, Residência Artística, wuami

Sant Jordi na FLUL

De 18 de abril a 13 de maio
EXPOSIÇÃO | “A literatura catalã, um miradouro para o mundo”
Entrada da Faculdade de Letras (FLUL - Universidade de Lisboa)

Sant Jordi é uma das celebrações mais originais da Catalunha e tem lugar durante a primavera, no dia 23 de abril. “Trata-se de uma festa popular, que une cultura e romantismo combinando a celebração do dia do livro e do dia dos apaixonados”.

segunda-feira, 18 de abril
APRESENTAÇÃO DE LIVRO | Conversa com Rita Custódio e Àlex Tarradellas, tradutores da antologia de poesia catalã ‘Resistir ao Tempo’
16h30 | Sala A201 Anfiteatro III (FLUL)

terça-feira, 19 de abril
TERTÚLIA COM TINA VALLÈS | Os alunos de Catalão B1 e B2 falarão com a autora do livro ‘La memòria de l’arbre’, Tina Vallès
18h30 | Sala C134.A (FLUL)

quarta-feira, 20 de abril
APRESENTAÇÃO DE LIVRO | ‘A Memória da Árvore’, com Tina Vallès (autora), Artur Guerra e Cristina Rodriguez (tradutores)
18h | Livraria LeYa na Buchholz (Rua Duque de Palmela, 4)

sexta-feira, 22 de abril
CONFERÊNCIA | “Uma ponte entre culturas. A tradução literária de português para catalão” com Gabriel de la S. T. Sampol (tradutor)
17h | Sala A202 Anfiteatro IV (FLUL)

sábado, 23 de abril
PASSEIO LITERÁRIO | “A vida é passear-se pela Baixa”. Itinerário literário baseado no livro de poemas ‘Lisbona’, com a presença de Gabriel de la S. T. Sampol (autor)

Inscrição: xmagrinya@edu.ulisboa.pt
10h | Jardim do Príncipe Real

07.04.2022 | par Alícia Gaspar | FLUL, leitura, literatura, poesia, poesia catalã, sant jordi

Marlene Monteiro Freitas regressa ao D. Maria II para mergulhar em clássico de Eurípides

Cinco anos depois de ter estreado Bacantes, Prelúdio para uma Purga no Teatro Nacional D. Maria II, a coreógrafa e bailarina Marlene Monteiro Freitas regressa à Sala Garrett com o espetáculo que mergulha neste clássico do teatro. A 13 e 14 de abril, quarta e quinta-feira, às 19h, será possível ver ou rever Bacantes, Prelúdio para uma Purga, o olhar de Marlene Monteiro Freitas sobre As Bacantes, de Eurípedes.

©Guidance©Guidance

No texto de Eurípides, estão presentes o delírio e o irracional, a ferocidade e o desejo de paz, a selvajaria e a aspiração a uma vida simples. Direções contraditórias, elementos que chocam, corpos íntegros que se desmembram e crenças testadas ao limite. Este é o mundo que Marlene Monteiro Freitas percorre em Bacantes, Prelúdio para uma Purga. Um autêntico combate de aparências e dissimulações, polarizado entre os campos de Apolo e Dionísio.

Estreado em Lisboa em 2017, Bacantes, Prelúdio para uma Purga é um espetáculo coproduzido pelo Teatro Nacional D. Maria II e por vários teatros e festivais europeus, que tem viajado internacionalmente nos últimos cinco anos. Cofundadora da estrutura de artes performativas P.OR.K, Marlene Monteiro Freitas recebeu recentemente o Chanel Next Prize, prémio internacional dedicado à inovação no âmbito das artes e da cultura, distinção que juntou ao Leão de Prata da Bienal de Veneza, que lhe foi atribuído em 2018.

Mais informações sobre Bacantes, Prelúdio para uma Purga aqui.

07.04.2022 | par Alícia Gaspar | arte, bacantes prelúdio para uma purga, cultura, eurípides, marlene monteiro freitas, teatro, teatro dona maria

CCB | Ciclo Visualidades Negras — 13 abril com o cineasta Billy Woodberry

©Joana Linda©Joana Linda

Cineasta, Billy Woodberry é um dos fundadores do movimento coletivo L.A. Rebellion (Los Angeles School of Black Filmmakers), uma geração de jovens cineastas afro-americanos que procuraram a construção de um novo cinema negro. Ficou conhecido por ter realizado a longa-metragem de ficção Bless Their Little Hearts (1984), que foi premiada no Festival Internacional de Cinema de Berlim. Billy Woodberry é também professor de Cinema na Escola de Artes da Califórnia (CalArts) e ainda na UCLA.

O ciclo Visualidades Negrascom curadoria e moderação de Filipa Lowndes Vicente (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), propõe várias reflexões sobre a relação entre visualidade e negritude, abordando problemáticas que passam pela justiça racial, política e social.

Com o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.

Descontos
Estudantes 20% 
Membros de associações 20%*
Preço de grupo: Mínimo de 10 pax – 20%*
*Estes descontos são válidos apenas na compra de bilhetes individuais e vendidos presencialmente no CCB.

06.04.2022 | par Alícia Gaspar | billy woodberry, CCB, ciclo visualidades negras, cultura, cultura visual, negritude

“Tempo Djá Muda” | Concerto de apresentação 14 de abril

KRIOL é o recente projeto formado por Danilo Lopes (Fogo-Fogo, Refillon e Orquestra Todos) com o seu primo Renato Chantre (Kussondulola, Mercado Negro e Orquestra Cesária Évora) que promete reinventar a música tradicional de Cabo Verde.

Esta dupla de peso juntou-se durante a pandemia motivada por criar novas sonoridades com o objetivo de levar o melhor da ilha até nós.

“Tempo Djá Muda” reflete a fusão do universo musical cabo-verdiano e os tempos em que vivemos em que “está tudo trocado, sem tempo de ouvir, só tempo de falar… aquilo que conta é mostrar a tua força” É uma crítica à sociedade em que vivemos e surge também como uma mensagem de esperança… “é tempo de os homens grandes mudarem!”

Desde Mazurkas, Valsas, Colá San Jon até Coladeras e Batukes… os concertos dos Kriol são uma viagem pelos sons do Atlântico, com um psicadelismo tropical que lhes é bastante peculiar, onde a dança simplesmente acontece.

O concerto de apresentação é no dia 14 de Abril na Casa Independente, com hora marcada para as 22h30. Depois seguem-se os Makafula que assumam os comandos da pista de dança até às 02h para nos fazer viajar pelo afro electronic. A noite promete!

06.04.2022 | par Alícia Gaspar | batukes, cabo verde, colá san jon, coladeras, concerto, KRIOL, mazurkas, música, tempo djá muda, valsas

Bolsas Jovens Criadores 2022

Até 15 de abril está aberto o concurso para atribuição de Bolsas de criação e/ou formação nas áreas de Artes Visuais e Artes do Espetáculo (Teatro e Dança).


Centro Nacional de Cultura e o Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P. promovem mais uma vez o concurso para atribuição das BOLSAS JOVENS CRIADORES.

Trata-se de uma iniciativa que tem como objetivo estimular o trabalho criativo dos/as jovens nas diversas áreas das Artes e das Letras, e dirige-se a candidatos/as residentes em Portugal, de idade não superior a 30 anos, que tenham já apresentado publicamente um trabalho na área em que concorrem.

A seleção destes jovens, a cargo de júris independentes convidados pelo Centro Nacional de Cultura, nem sempre é fácil devido ao grande número de projetos de qualidade apresentados anualmente. A aposta nos candidatos selecionados tem sido gratificante pelo excelente trabalho que desenvolvem e pelo indubitável contributo para o panorama cultural português.

Foram até hoje distribuídas mais de 200 bolsas, permitindo a muitos jovens consolidar as suas carreiras artísticas, tendo-se muitos deles distinguido na criação cultural e artística nacional.

As candidaturas deverão ser enviadas até ao dia 15 de abril, conforme regulamento disponível em www.cnc.pt

06.04.2022 | par Alícia Gaspar | artes do espetáculo, artes visuais, bolsas, centro nacional de cultura, dança, teatro

Memórias de Servidão - Arquivo Digital de Memórias do Trabalho Servil

Apresentação | 06 abr. ‘22 | 17h00  | Auditório | Entrada livre

A condição servil tem permanecido numa zona encoberta da memória oficial e da história da sociedade portuguesa. Se a subalternidade servil doméstica foi votada ao silêncio, bem como a história das mulheres que fundamentalmente a viveram, deixou o seu enorme lastro nas formas de dependência social dos indivíduos, reproduzindo trajetórias, formas de desclassificação e desigualdades de género e de classe.

O site “Memórias de Servidão - Arquivo de História do Trabalho Servil” – apresenta-se como o novo arquivo digital de estudo e divulgação da história da condição servil, doméstica e hoteleira, procurando o registo oral e documental destas formas de trabalho.

O grupo de investigadores que o dirige pretende que funcione como um instrumento de conhecimento e partilha da história do trabalho servil, extensível não apenas à comunidade académica, mas também à sociedade civil. Este espaço pretende constituir-se como verdadeiro repositório de fontes visuais e escritas, acessível a todos, mas também como um espaço no qual um conjunto de investigadores nacionais e internacionais possam ter a oportunidade de incorporar as suas reflexões.

Queremos partilhar os grandes objetivos do “Memórias de Servidão - Arquivo de História do Trabalho Servil” e mostrar a forma como a sua estrutura pretende contruir-se de forma colaborativa e interativa. As suas valências são múltiplas, uma vez que as plataformas digitais de produção e divulgação de conhecimento têm gerado fenómenos de partilha que extravasam, muitas vezes, dificuldades na constituição de redes de trabalho, mas conseguem agir como facilitadores da difusão de temas com extrema relevância para a compreensão das estruturas da sociedade, atravessando reflexões sobre as questões de classe, género, etnia, trabalho, corpo, direitos ou mudanças sociais.

Programa
17h00 – Apresentação da Equipa Responsável pelo Site (DHLAB-IHC-NOVA FCSH)
17h15 – À descoberta do Arquivo: visita guiada virtual
17h45 – Apresentação do portal BUALA (Marta Lança)
18h15 – Discussão
19h00 – Fim da apresentação

Imagem: Pormenor de The Maids, Paula Rego, 1987.

05.04.2022 | par Alícia Gaspar | arquivo de história, arquivo digital, BNP, inauguração, memórias de servidão, site, sociedade civil

Tá faltando mundo aí: Literatura, infância e representações culturais

©Renato Parada©Renato Parada

Antropóloga, escritora, editora e consultora brasileira, Heloisa Pires Lima estará no CCB, no dia 6 de abril, às 18h30, a apresentar a conferência Tá faltando mundo aí: Literatura, infância e representações culturais, na qual irá falar sobre as dinâmicas do circuito livreiro infantojuvenil, destacando o caso da origem continental africana.

Esta palestra inaugura o ciclo Visualidades Negras, com curadoria e moderação de Filipa Lowndes Vicente (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), que propõe várias reflexões sobre a relação entre visualidade e negritude, com Billy Woodberry (13 abril), Deborah Willis (27 abril), Kenneth Montague (4 maio) e Ruth Wilson Gilmore (18 maio).

Com o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.

20% desconto para estudantes (mediante apresentação de cartão de estudante ou comprovativo. Desconto válido apenas para bilhetes de sessão)

31.03.2022 | par Alícia Gaspar | heloisa pires lima, infância, literatura, representações culturais

AMPLA - Mostra de cinema: exibição "Alcindo"

2 de Abril, pelas 15h, na Culturgest

A Ampla, na sua primeira edição, é uma mostra de cinema que reúne uma seleção de filmes premiados em 2021 nos principais festivais em Portugal, entre eles Curtas Vila do Conde, Fantasporto, MOTELX, Festival Queer, MONSTRA, Doclisboa, IndieLisboa. Constitui uma oportunidade única para ver o melhor cinema português e mundial, entre curtas e longas-metragens, de documentários a filmes de terror, sem esquecer sessões dirigidas ao público mais novo Esta mostra é organizada pela Horta Seca - Associação Cultural, com a co-produção da Culturgest e a consultoria da Acesso Cultura, tendo como parceiros a Fundação Liga, a Bengala Mágica, a Associação Cultural de Surdos da Amadora e a APPDA Lisboa.

Para ser o mais inclusiva possível, todos os filmes que compõem a mostra são exibidos com recursos de acessibilidade.Desta forma, o filme “Alcindo” será exibido com legendas descritivas, interpretação em língua gestual portuguesa e audiodescrição, convidando também as pessoas com necessidades específicas a desfrutarem das sessão. Está também contemplada a acessibilidade no espaço físico para as pessoas que utilizam cadeiras de rodas.

 

31.03.2022 | par Alícia Gaspar | alcindo, ampla, Culturgest, documentário

JUSTLX – Feira de Arte Contemporânea de Lisboa

A JUSTLX – Feira de Arte Contemporânea de Lisboa, irá regressar finalmente em Maio. Forçada a adiar as últimas edições nos anos da pandemia, a feira que aposta em artistas emergentes volta a acontecer nas datas normais, ou seja, em maio, entre os dias 19 e 22, desta vez no Centro de Congressos de Lisboa, em Belém.


A congénere lisboeta da feira JUSTMAD que se realiza em Madrid há 13 anos, é um evento especial com uma importante aposta em novas galerias e artistas contemporâneos que permitem descobrir novos talentos. A JUSTLX é já considerada uma feira muito relevante dentro daquela que se está a tornar a Art Week de Lisboa, coincidindo com outras eventos culturais na cidade, e que trazem um grande impulso e visibilidade ao panorama artístico português.

A terceira edição da JUSTLX conta com a direção artística de Semíramis González e Óscar García que também dirigem a feira JUSTMAD em Madrid. Ambos lideram um projeto curatorial de grande qualidade técnica e artística, e que aposta na excelência estética tanto na seleção de galerias como dos artistas que estas apresentam.

“Apesar das circunstâncias globais que nos obrigaram a adiar a JUSTLX, temos agora toda a energia concentrada numa grande edição em 2022 que fortaleça as vendas das nossas galerias em grandes coleções, e continue o trabalho de disseminar a arte contemporânea emergente entre colecionadores nacionais e internacionais.”, assinalam Semíramis González e Óscar García, Diretores Artísticos da Feira.

Para o espaço no Centro de Congressos de Lisboa, a JUSTLX irá trazer um máximo de 28 galerias oriundas de diversos países, nomeadamente Portugal, Espanha, França, EUA, Venezuela e China.

A edição contará ainda com uma instalação artística colaborativa que combina sustentabilidade ambiental e um compromisso com o mundo rural. Trata-se da obra “Acequia 41”, criada na residência artística RAS DE TERRA, em Villanueva de la Vera, Cáceres, por Isabel Flores, Tamara García, Natasha Lelenco e Rafael Blanco, sob a direção criativa da artista Mónica Sánchez-Robles. Ras de Terra faz parte da New European Bauhaus, um pacto verde promovido pela Comissão Europeia, que abre novas oportunidades de desenho e criação. A peça resultante do trabalho conjunto será exposta na feira JUSTLX de 19 a 22 de Maio.

Com esta presença diversificada, a JUSTLX consolida, uma vez mais, a internacionalização da cidade de Lisboa no âmbito das feiras de arte.

A JUSTLX é organizada pela Art Fairs, uma empresa espanhola promotora de feiras de arte e eventos culturais, e que organiza, desde 2009, as feiras Madridfoto (Feira Internacional de Fotografia), a JUSTMAD (Feira Internacional de Arte Emergente), a Justmadmia (Feira Internacional de Arte Emergente de Miami) e a Summa (Feira Internacional de Arte Contemporânea).

30.03.2022 | par Alícia Gaspar | arte, feira de arte contemporânea, JUSTLX, lisboa

Polén no ar

O Pólen é um projeto audiovisual de documentação e difusão de conflitos ambientais, iniciado em março de 2018, pela documentarista e antropóloga Rita Brás e pela fotógrafa e historiadora Inês Abreu, e que conta com o apoio da associação cultural Fogo Posto, sediada em Lisboa.

Tem como base um mapeamento de mais de 120 conflitos ambientais, do projeto exploratório “Portugal: Ambiente em Movimento”, constituído em 2015, por pesquisadores e ativistas da Oficina de Ecologia e Sociedade do Centro de Estudos Sociais de Coimbra, da Universidade de Lisboa e do Brasil.

Pólen tem vindo a explorar os temas da mineração de lítio, combustíveis fósseis, poluição do Rio Tejo e afluentes, e a acompanhar as ações de movimentos sociais e ambientalistas como a Greve Climática Estudantil, entre outros, com o objetivo de divulgar as respostas dos cidadãos nas suas variadas formas de resistência: protestos, ações, discussões e soluções.

Sem filiação partidária, o projeto apoia todos os movimentos que encaram este tempo como o tempo da urgência, da inquietação com a tecnologia e a especulação financeira sobre os recursos do planeta e os seus habitantes, constituindo-se como um arquivo em permanente atualização, aberto e disponível para todos.

28.03.2022 | par Alícia Gaspar | ambiente, Manifestação, polén no ar, Portugal

Entre ideias e reflexões — Alice Marcelino

No episódio de março, Alícia Gaspar conversou com a fotógrafa Alice Marcelino sobre comunidades negras, violência policial, e a celebração do cabelo. Foram também discutidos e explicados dois dos seus projetos: “Black Skin White Algorithms” e “Kindumba”.

Podem acompanhar o trabalho de Alice Marcelino em www.alicemarcelino.com

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Alice Marcelino é uma fotógrafa baseada em Londres. A artista vive e trabalha entre Londres e Lisboa. Nasceu em Luanda, Angola a 1980.

Em 2016 Alice formou-se na Universidade de Londres em Fotografia. Atualmente frequenta um mestrado em Meios Digitais na Universidade de Goldsmiths.

O seu trabalho explora a cultura, tradição, migração e identidade, reflectindo sobre o seu significado no nosso mundo globalizado em constante mudança.

Episódio já online no Spotify e outras plataformas.

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25.03.2022 | par Alícia Gaspar | alice marcelino, black skin white algorithms, buala podcast, comunidades negras, entre ideias e reflexões, fotografia, kindumba, negritude, podcast, Violência policial

Vencedores da 1ª Open Call - Lisbonweek’22

Catarina Lopes Vicente (Portugal), Inês Neves (Portugal), José Cereceda (Chile), Leonor Sousa (Portugal), Maura Grimaldi (Brasil), Virgílio Pinto (Angola), são os artistas vencedores da 1ª Open Call Lisbonweek para o Programa de Residências Artísticas em Marvila, o bairro selecionado para a edição deste ano.

A organização da LW’22 manifesta a sua enorme satisfação pela resposta ao desafio lançado e que se traduziu no elevado número de candidaturas, com projetos inovadores e de grande qualidade técnica e artística. No total foram apurados seis artistas, tendo a organização decidido atribuir mais duas residências às quatro inicialmente previstas.

As mais de quarenta propostas recebidas foram avaliadas por um Júri composto por Xana Nunes, diretora da Actu e fundadora da Lisbonweek, Filipa Oliveira, curadora e programadora, Brooke Waterhouse, fundadora do Project One, e Georges Zorgbibe, colecionador. Ficaram apurados como finalistas 11 artistas, e depois de uma fase de entrevistas foram escolhidos os seis vencedores.

“Esta primeira Open Call da Lisbonweek teve uma adesão extraordinária. É preciso mais instituições e projetos que promovam o trabalho criativo e uma relação muito próxima com a cidade, os seus bairros e os seus habitantes.” refere Filipa Oliveira, curadora da LW’22.

Xana Nunes, fundadora da Lisbonweek, considera que “o resultado desta Open Call reflete bem a diversidade de nacionalidades a viver em Lisboa.”, e acrescenta ainda que “não foi fácil a escolha entre mais de duas dezenas de artistas estrangeiros que concorreram, o que mostra que Lisboa neste momento é, sem dúvida, umas das cidades de eleição para as gerações criativas.”

Durante o mês de abril os seis artistas irão “mergulhar” em Marvila e na história incrivelmente rica deste bairro. As residências terão lugar no espaço do Prata Riverside Village e os projetos daí resultantes serão exibidos durante a 7ª edição da LW’22, em maio, e que o público poderá descobrir num circuito artístico que irá percorrer diversos locais emblemáticos da freguesia, como a Fábrica do Braço de Prata, o Palácio da Mitra, a Igreja de Marvila, os jardins do Prata Riverside Village, entre outros.

A convocatória foi lançada no início de fevereiro e dirigiu-se a todo o tipo de práticas artísticas, desde artes visuais, passando pela dança, música, artes digitais ou mesmo NFT’s, e que respondessem ao tema central desta edição: “O Trabalho”. A Open Call - Residências LW’22 pretende contribuir para a nova criação artística contemporânea, e chamar a atenção para o património histórico e contemporâneo deste bairro lisboeta.

Sobre os artistas vencedores da Open Call LW’22

Catarina Lopes Vicente (Lisboa, 1991) – Foi vencedora da Bolsa de Artes Visuais da Fundação Gulbenkian, é colecionadora de objetos e imagens e apaixonada pelas suas formas. Pretende mergulhar no histórico de maquinaria agrícola e industrial de Marvila de forma a poder representá-lo e dar continuidade ao seu trabalho.

Inês Neves (Lisboa, 1995) – Artista performer e designer, o seu trabalho foca-se no cruzamento de disciplinas através da transdisciplinaridade e da colaboração. Através da Residência LW, a artista pretende desenvolver a investigação sobre o corpo, espaço, desenho e movimento, numa performance/desenho.

José Cereceda (Chile) – Artista circense que propõe a realização de uma performance integrando as artes circenses performativas e plásticas. A corda e o seu emaranhado serão o seu material e forma de expressão, através da qual irá refletir sobre as origens do bairro de Marvila.

Leonor Sousa (Lisboa, 1996) – Artista com atelier em Marvila, desenvolve um trabalho nos campos da pintura e da instalação, e tem como projeto mapear a experiência do trabalho em Marvila.

Maura Grimaldi (São Paulo, 1988) – Nascida em São Paulo e a residir em Lisboa, é uma artista investigadora multidisciplinar e que vai desenvolver um projeto de pesquisa e de experimentação convidando co-criadores para refletir sobre a ideia do trabalho e do nãotrabalho como espaço de reflexão crítica.

Virgílio Pinto (Angola, 1993) – Artista com formação em cinema vídeo e multimédia, já com algumas curtas-metragens no seu percurso. Focando no tema do “Trabalho”, irá deambular com a sua câmara pelo bairro de Marvila, o que resultará num projeto cinematográfico.

Se quiser acompanhar ao vivo as Residências Artísticas LW’22, poderá contactar a organização através do email: contact@lisbonweek.com

Catarina Lopes VicenteCatarina Lopes VicenteLeonor SousaLeonor Sousa

 

Inês NevesInês NevesVirgilio PintoVirgilio Pinto

 

Maura GrimaldiMaura GrimaldiJosé CerecedaJosé Cereceda

 

Sobre a 7ª Edição LW’22 – Marvila (01 a 31 maio)

No ano em que celebra o seu 10º Aniversário, a Lisbonweek irá centrar as atenções no Bairro de Marvila. Durante todos os fins de semana de maio, Marvila será palco de uma intensa programação cultural e turística, com exposições de arte, visitas guiadas, conversas, ateliês, e muito mais.

A Lisbonweek arranca no dia 1 de Maio, Dia do Trabalhador, data simbólica que marca a 7ª edição dedicada ao “Trabalho”. O que significa o trabalho nos dias de hoje? Como tem evoluído, e como será no futuro? É precisamente este o desafio lançado aos artistas vencedores da Open Call, sob a curadoria de Filipa Oliveira. E o bairro de Marvila dará o mote: a Marvila moderna, das artes, dos coworks, ligada ao rio e às suas linhas contemporâneas com os projetos de arquitetura que já a habitam, nunca esquecendo a sua origem industrial, das fábricas, dos operários, do porto, do ferro, dos tonéis de vinho, e dos mercados ambulantes. Em maio, a Marvila antiga e contemporânea dar-se-á a conhecer com a Lisbonweek.

A LW’22 é desenvolvida em parceria com o Prata Riverside Village em Marvila - o único projeto em Portugal do Prémio Pritzker Renzo Piano, e conta ainda com o apoio habitual da Câmara Municipal de Lisboa, e da Junta de Freguesia de Marvila nesta edição.

Mantendo a premissa de dar a conhecer espaços nunca antes vistos e histórias nunca antes contadas, a Programação da 7.ª edição da Lisbonweek irá incluir as habituais visitas culturais quer a locais icónicos de Marvila, como a Fábrica do Braço de Prata, a Praia de Marvila, ou o Páteo Marialva, quer a espaços que não estão acessíveis ao público, como o magnífico Palácio da Mitra. O percurso das visitas culturais será mais uma vez concebido pelo historiador Pedro Sequeira, em Português e Inglês.

Para além da descoberta do património de Marvila, haverá ainda o percurso das artes criado pela curadora Filipa Oliveira e que terá várias dimensões. De um lado, a apresentação das obras resultantes do programa de residências, espalhadas por diversos locais emblemáticos de Marvila, e por outro, as ações Meet the Artist a decorrer em várias galerias, como a Francisco Fino, a .insofar, ou a Bruno Múrias, em que o público poderá contactar com o artista/curador que está a expor, ou outra atividade em exclusivo para a Lisbonweek. Desta forma, a LW’22 propõe um projeto de pesquisa artística, resposta e impulsionamento do próprio bairro que não só apresenta propostas inéditas, como procura envolver e colaborar com os diversos agentes e promotores artísticos de Marvila.

Todos os fins de semana da LW’22 serão ativados com conversas e ateliês sobre arte, arquitetura e cidades, e está prevista uma grande festa de encerramento na Fábrica do Braço de Prata a 28 de maio.

A programação completa da LW’22 ficará disponível no início de abril, assim como os bilhetes para as visitas culturais, conversas e ateliês, com a possibilidade de comprar bilhete individual ou combinado para cada uma das atividades, em Português e Inglês

23.03.2022 | par Alícia Gaspar | Lisbonweek, Marvila, open call, residências artísticas

Simpósio "Memórias e Narrativas (Pós) Coloniais I Mindelo

Mindelo 24 e 25 de março 2022


Programação

Dia 24 de março

9h abertura por João Branco e Marta Lança

9h 30 - 10h 10 Marta Lança - editora e programadora cultural. “Processos de memorialização e falsos consensos.”

10h 15 - 10 h55 Gisela Casimiro - artista e escritora. “O Museu e eu: cápsula do tempo sobrevivido.”

11h -11h40  Celeste Fortes - antropóloga e professora.  “Trabalho intelectual no feminino: da busca pelo brancoportencimento ao vozativismo do feminismo negro.”

DEBATE até as 12h30

Dia 25 de março

9h 5- 9h 45 João Pedro George - escritor e sociólogo. “Revivalismo pós-colonial e produção literária.”

9h 55 - 10h 35 António Tavares - coreógrafo e agente cultural.  “CONTRA_danca. Um corpo enfermo.”

10h 40 às 11h 20 José J. Cabral - escritor e investigador. “Destapando um dos Tarrafais do império.”  

DEBATE até às 12h30

Depois do primeiro passo com o Maio Doc em dezembro, que trouxe  visualidades e distintas abordagens ao tema do colonialismo, apresentamos dois dias de intervenções e debates que desvelam mais leituras a partir do período colonial, os seus meandros e impactos.

As intervenções para debate provêm de investigadores e artistas portugueses e cabo-verdianos, que trazem uma grande diversidade de perspectivas:

O escritor e investigador José Cabral destapa a história sombria de um dos Tarrafais do Império, S. Nicolau: “Com teses e dissertações publicadas, é sobejamente conhecida a fase da deportação para Cabo Verde a partir de 1936 (Tarrafal de Santiago); o mesmo não acontece com a fase anterior, iniciada em 1931, na sequência da Revolta da Madeira, em que, depois de breve estadia num lazareto na Praia, os deportados são enviados para o “Campo de Concentração de Presos Políticos em São Nicolau”, servindo-se do edifício do ex-semanário, mais tarde ampliado com a edificação um outro campo em Tarrafal, na mesma ilha: Notórios português (precursores do 25 de abril 1974, no dizer do Dr. Mário Soares),  que passaram por lá, permanecem no anonimato, e suas histórias e legado, a carecer de exumação.”

José Cabral José Cabral Celeste FortesCeleste Fortes

António TavaresAntónio TavaresGisela CasimiroGisela Casimiro

A escritora e artista Gisela Casimiro, na apresentação “O Museu e Eu: Cápsula do tempo sobrevivido” cria um diálogo entre o seu trajecto artístico e militante e o de outros artistas negros da diáspora, à luz de acontecimentos recentes que marcaram a sociedade, a luta antiracista e a forma como a literatura e a arte têm lidado com os mesmos.  

A antropóloga e professora Celeste Fortes aborda o Trabalho intelectual no feminino: “Num dos armários do meu corpo em libertação, estavam escondidos vários desejos. Um deles era o de conhecer a minha história. O amor-próprio exige que falemos de nós. Mas como, se não conhecemos a nossa história? Como, se filhas do silêncio e removidas da história – masculinizadas na voz e nos protagonistas exclusivos –  não conseguimos transpor as barreiras do silêncio e vencer as amarras da história única.  No meu país, as mulheres são vítimas do esquecimento coletivo e da história oficializada. ”

O bailarino e coreógrafo António Tavares avança com uma ideia de CONTRAdança: “É neste corpo enfermo, aprisionado nas grilhetas da dúvida, da culpa, do castigo e do medo, que está alojado essa multa ou contradança…”

O escritor e sociólogo João Pedro George “Revivalismo Pós-colonial e produção literária” explica como a história dos 15 anos anteriores à queda do domínio colonial português (1960-1975) se  tornou “recentemente objeto de uma tendência revivalista na produção de obras literárias de grande sucesso comercial. Manifestação social, política e comercial da nostalgia de muitos portugueses em relação ao estilo de vida nas ex-colónias, este revivalismo tem sido instrumentalizado por estruturas empresariais altamente profissionalizadas — conglomerados editoriais —, através de uma mistura de intensidade emocional, informações históricas parciais e simplificadas e glorificação de um passado nacional coletivamente significativo.”

A editora e programadora cultural Marta Lança aborda práticas de memorialização do colonialismo. “Como se efetiva o processo de fixar o passado, por vezes traumático e violento, como se tem questionado e como se pode produzir novas memórias trazendo novas visibilidades. Falaremos de lugares, atos de memória e transmissão da História revisitando as controvérsias de algumas políticas de memória atráves de práticas culturais: memoriais, museus, toponímias, práticas artísticas e vestígio nas cidades. Defendemos a memorialização como processo de constante resignificação da memória, enquanto ação que se dá no presente e se articula às políticas atuais.”

Coorganização Centro Cultural Português e BUALA 

João Branco e Marta Lança 

22.03.2022 | par Alícia Gaspar | Centro Cultural portugues, Mindelo, pós-colonialismo, simpósio