Prémio Ammodo Architecture 2024 distingue o projeto ISOB de Ângelo Lopes, Jakob Kling, Nuno Flores e Rita Rainho

Mindelo, 19 de novembro de 2024

A Ammodo Architecture divulga os primeiros vencedores do Ammodo Architecture Award, uma nova iniciativa anual que apoia a arquitetura social e ecologicamente responsável e os seus criadores em todo o mundo. Os 23 premiados foram distinguidos em três categorias: Arquitetura Social, Envolvimento Social e Escala Local. Cada um receberá entre €10.000 e €150.000 para apoiar e desenvolver a sua prática e novos projetos.

A lista completa dos premiados pode ser consultada aqui e mais abaixo.

O prémio reforça o papel essencial e transformador da arquitetura na abordagem de desafios sociais e ambientais, conferindo visibilidade à comunidade global de arquitetura e a praticantes locais. A Ammodo Architecture prioriza o modo como os premiados estabelecem novos projetos e iniciativas para enfrentar desafios contemporâneos, com novas perspetivas e conhecimentos em arquitetura. Juntamente com o prémio, está a ser desenvolvida uma plataforma de conhecimento que visa tornar visíveis os projetos e fomentar a partilha de conhecimento – elemento central desta iniciativa será um arquivo digital em expansão.

Os premiados foram selecionados por um comité consultivo multidisciplinar global, presidido por Joumana El Zein Khoury, diretora executiva da World Press Photo Foundation, incluindo: Andrés Jaque, arquiteto, reitor e professor na Columbia University GSAPP em Nova Iorque; Anupama Kundoo, arquiteta e professora na TU Berlin; Floris Alkemade, arquiteto e ex-Arquiteto Chefe do Governo dos Países Baixos; e Mariam Issoufou, arquiteta e professora na ETH Zurich. A seleção de potenciais projetos foi organizada através de uma convocatória aberta e de uma equipa global de embaixadores regionais experientes.

Em Cabo Verde, o projeto “International Seminar on Outros Bairros” (ISOB)  de Ângelo Lopes, Jakob Kling, Nuno Flores e Rita Rainho (I2ADS - Universidade do Porto) foi distinguido na categoria Social Engagement do prémio AMMODO Architecture Award 2024.

fotografia de Marcelo Londoñofotografia de Marcelo Londoño 

Esta distinção permitirá aos arquitetos e investigadores realizar a programação do International Seminar on Outros Bairros (ISOB), entre janeiro de 2025 e junho de 2026, que consistirá num concurso de práticas artísticas em espaço público, quatro workshops, um seminário internacional e uma exposição. Além disso, será organizado o arquivo digital da Iniciativa Outros Bairros (IOB) e do próprio ISOB. Desta forma o grupo de arquitetos e investigadores propõe uma reflexão sobre os territórios autoproduzidos existentes em Cabo Verde, a partir da experiência vivida enquanto membros em vários momentos da IOB, onde adotaram uma abordagem do urbanismo relacional procurando a compreensão do modo de vida da população local.

IOB foi realizada entre 2019 e 2022 em três zonas auto-produzidas na ilha de São Vicente, Cabo Verde. Foi uma ação financeiramente possível como iniciativa governamental associada ao MIOTH - Ministério das Infraestruturas, do Ordenamento do Território e Habitação do Governo de Cabo Verde e acompanhada por um compromisso técnico e científico do MA - Ministério do Ambiente e da Ação Climática do Governo de Portugal.

Este novo projeto, apoiado pela Ammodo Architecture Award 2024, visa retomar e expandir, a partir de Cabo Verde, o debate sobre como atuar no território, considerando o atual processo planetário de urbanização.

fotografia de Diogo Bentofotografia de Diogo Bento

Pessoa de Contacto.  Ângelo Lopes email: isobcaboverde@gmail.com  tel: +2389814488 Siga nas redes sociais Instagram: @outrosbairros

SOBRE AMMODO ARCHITECTURE AWARD 2024

Declaração do Conselho Consultivo
Há uma mudança de paradigma para os arquitetos enquanto procuramos um novo papel na sociedade – precisamos de nos aproximar das realidades que necessitam de transformação, dentro do contexto onde estes projetos se iniciam. O Prémio Ammodo Architecture reconhece a complexidade do mundo, as comunidades humanas e não-humanas, e o papel da arquitetura nesse contexto. Os projetos premiados mostram claramente envolvimento social e esforços multidisciplinares que têm em conta a comunidade mais ampla e os sistemas naturais. Coisas que antes eram consideradas experimentais estão a tornar-se práticas comuns – é o momento ideal para identificar projetos que verdadeiramente encarnem a busca por um novo futuro.

Marleen van Driel, Chefe de Arquitetura na Ammodo disse:Os premiados mostram-nos que a arquitetura pode oferecer uma nova perspetiva e estabelecer novos padrões de envolvimento social e de resposta ecológica. A Ammodo Architecture está aqui para captar e partilhar este conhecimento para apoiar a sua visibilidade e impacto. Os nossos novos prémios esperam catalisar novos projetos e mostrar o progresso e a contribuição da arquitetura para os desafios sociais e ecológicos contemporâneos.

 Lista completa dos premiados

Ammodo Architecture Award para a Arquitetura Social (€150,000 per project):

  • Long House with an Engawa por Yamazaki Kentaro Design Workshop (Yachiyo, Japan)
  • La Balma por Lacol (Barcelona, Spain)

Ammodo Architecture Award / Engajamento Social (€50,000 por projeto):

  • Outros Bairros Initiative por Outros Bairros Initiative (São Vicente, Cabo Verde)
  • One Green Mile Public Space and Streetscape Design por StudioPOD (Mumbai, India)
  • FLOW by POOL IS COOL por Decoratelier Jozef Wouters (Brussels, Belgium)
  • Living above Garages por Falk Schneemann Architektur FSA (Karlsruhe, Germany)
  • Wooncoöperatie De Warren por Natrufied Architecture (Amsterdam, the Netherlands)
  • Bronwen’s Sanctuary por Studio Propolis Ltd (Cardiff, UK)
  • Architecture in the Periphery porr IAMÍ Institute (Belo Horizonte, Brazil)
  • Reference Centre for Babassu Coconut Harvesters por Estúdio Flume (Vitoria do Mearim, Brazil)
  • Pivadenco Rural School por Duque Motta & AA and MAPAA (Los Sauces, Chile)
  • Forest of Memory por Puente Consultorías Culturales (San Jose del Fragua, Colombia)
  • Sustainable Alleys por RAMA estudio (Quito, Ecuador)
  • Las Tejedoras por Natura Futura + Juan Carlos Bamba (Chongón, Ecuador)

Ammodo Architecture Award para Escala Local (€10,000 por project): 

  • Warwick Junction Brook Street Child Care Facility por Asiye eTafuleni (Durban, South Africa)
  • Community Art Creative Project (CACP) por Team CACP/YIIIE Architects (Chengdu, China)
  • Designing (In)Constant Infrastructures por Chaal.Chaal.Agency (Bhuj, India)
  • Gouron Museum Community Trail: Shipwrecks Reimagined por Studio Chahar (Qeshm Island, Iran)
  • Hábitat_Meeting Place for Urban Pedagogy por Ad Urbis (La Habana, Cuba)
  • Community Added Value Center por Cooperativa CIMBRA (Caimancito, Argentina)
  • Jardin Maloka por Colectivo Aula Viva (Inirida, Colombia)
  • Community Fog Catcher Prototype por Alsar-Atelier + Oscar Zamora (Bogotá, Colombia)
  • ‘10th of July’ Family Group’s Community Hub by Habitable (Lima, Peru)

Imagens e informações dos projetos premiados podem ser consultadas em ammodo-architecture.org

Sobre a Ammodo

A Ammodo é uma fundação que promove e apoia a arte, a ciência e a arquitetura. Acreditamos que expandir o conhecimento e desenvolver novas perspetivas nestes campos é essencial para enfrentar os desafios contemporâneos e fazer a sociedade avançar.

Sobre a Ammodo Architecture

O programa de arquitetura da Ammodo reconhece projetos exemplares de arquitetura social e ecologicamente responsável, bem como os seus criadores, e apoia novos trabalhos em todo o mundo. Tornamos estes projetos visíveis, destacamo-los, partilhamos conhecimento e criamos uma rede. O Prémio Ammodo Architecture é atribuído em três categorias: desde projetos de iniciativa local, colaborações e iniciativas, até projetos internacionalmente reconhecidos e edifícios concluídos. Os prémios incluem apoio financeiro substancial para novos projetos ou iniciativas que impulsionem a mudança.

Para mais informações, visite ammodo-architecture.org ammodo.org Siga nas redes sociais Instagram: @ammodoarchitecture LinkedIn: Ammodo Architecture

18.11.2024 | por martalanca | Ângelo Lopes, architecture, arquitetura, cabo verde, Jakob Kling, Nuno Flores, Rita Rainho

Encontro Internacional Lusófono de Literatura, Arquitetura e Património I Mindelo

1.o EILLAP 9 e 10 de maio Centro Cultural do Mindelo

Modalidade semipresencial

PROGRAMA

DIA 9 9h00-9h30 (CV) / 9h30 – 11h30 (PT) – ABERTURA

Inês Alves (Universidade Jean Piaget, Mindelo)
Hilarino da Luz (CHAM – NOVA FCSH/UAc, Portugal) Presidente da Câmara de S. Vicente - Dr. Augusto Neves

SESSÃO I - 9h30 -11h

Moderação: Hilarino da Luz (CHAM – NOVA FCSH/UAc, Portugal)

9h30-9h45

Escolas-piloto do PAIGC e o forjar da identidade nacional

ANA LÚCIA REIS (CHAM – NOVA FCSH/UAc, Portugal)

9h45-10h00

́Rotcha Scribida ́ sua gestão enquanto parte do Património Cultural ARÍCIA CONCEIÇÃO (Cabo Verde) – Online

10h00-10h15

Preservar a memória: contribuição do Onésimo Silveira para a Comunidade Cabo-verdiana
CARLA ROCHA e OLGA FERREIRA (Portugal / Cabo Verde)

10h15-10h30

O papel do autor-político na poesia de António Jacinto, Jorge Rebelo e Marcelino dos Santos
TOM SENNETT (Reino Unido / Moçambique)

10h30-11h00

Debate

11h00-11h15

Coffee Break

SESSÃO II – 11h15-12h30

Moderação: Claudino Borges (Universidade Jean Piaget de Cabo Verde)

11h15-11h30

Património Natural em Moçambique: Uma História da “Proteção da Natureza” desde o início do Século XX
PAULO VASCONCELOS (Portugal / Moçambique)

11h30-11h45

Sinta10 Tours

HIBRARIN DIAS (Cabo Verde)

11h45-12h00

Turismo Religioso na Serra do Estrondo Património Natural do Tocantins NÚBIA NOGUEIRA (Brasil) – Online

12h00-12h15

Morna: de música crioula a Património Imaterial da Humanidade

GENI DE BRITO (Brasil / Portugal) - Online

12h15-12h30

Cabo Verde: A escrita insurgente de Dina Salústio e Fátima Bettencourt SÔNIA SANTOS (Brasil) – Online

12h30-13h00

Debate

13h00 - 15h00 - ALMOÇO LIVRE
15h00 SESSÃO III - MESA REDONDA - Lugares e Património

Moderação: Inês Alves (Universidade Jean Piaget de Cabo Verde) Existirá um futuro ‘belo’ para a imagem do Mindelo?

CARLOS SANTOS (Universidade de Cabo Verde)

O patrimônio artístico feminino e seu apagamento histórico: notícias do Nordeste do Brasil
MADALENA ZACCARA (Universidade Federal de Pernambuco)

Patrimônio e desenvolvimento: diálogos possíveis entre cidades da lusofonia
MARCELA SANTANA (Cátedra Unesco Diálogo Intercultural em Patrimónios de Influência Portuguesa - Universidade de Coimbra)

Brasília: o patrimônio entre a literatura e a arquitetura

VALÉRIA DA SILVA (Universidade Federal de Goiás)

18h30_ Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design

O Mar na Memória em Cabo Verde: Cruzamentos entre o “Mar Liso” de José Cabral e o “Falucho” de Manuel Brito-Semedo
Projeção de filme e onversa entre os autores

DIA 10
9h00-10h30 SESSÃO I - MESA REDONDA – Literatura, Lugares e Património

Moderação: António Tavares (Centro Cultural do Mindelo)
Mindelo, Cidade Literária: sua representação urbana e criação literária

ISABEL LOBO (Cátedra António Aurélio Gonçalves - UniMindelo)

Memória Coletiva na Inserção entre Literatura e Património ILDO ROCHA (Ministério dos Transportes e Turismo)- Online

Lugar do Património na Arquitetura das minhas obras JOSÉ CABRAL(Instituto das Pescas de Cabo Verde)

Mindelo, Um Espaço de História e de Memória

MANUEL BRITO-SEMEDO (Universidade de Cabo Verde)

10h30-11h00 Coffee Break

SESSÃO II – 11h00-11h15

Moderação: Carlos Santos (Universidade de Cabo Verde)

11h00-11h15

Relacionalidade e Território

NUNO FLORES (Portugal) Presencial

11h15-11h30

Leituras cruzadas sobre a (auto)construção da forma-dinâmica urbana de Maputo
DAVID VIANA (Portugal / Moçambique) - Online

11h30-11h45

Narrativas Visuais na Cidade Velha: Reflexos da História e Identidade Cultural na Arquitetura
YARA MONTEIRO (Brasil / Cabo Verde) – Online

11h45-12h00

Debate

SESSÃO III- 12h00-13h00

Moderação: Ana Lúcia Reis (CHAM – NOVA FCSH/UAc, Portugal)

12h00-12h15

O Património nos Lugares da Memória em Cabo Verde - a decadência da comunidade dos Rabelados do Interior de Santiago
CLAUDINO BORGES (Cabo Verde)

12h15-12h30

Rios Urbanos Naturalizados como Ferramentas para o Desenvolvimento e Equidade: Ribeira Afonso
NAGAYAMMA ARAGÃO (Portugal / São Tomé e Príncipe) - Online

12h30-12h45

Águas e Vozes
LÚCIA VIGNOLI (Brasil) - Online

12h45-13h00

Debate

13h00 - 15h - ALMOÇO LIVRE

15h00-16h30 – CONVERSA ENTRE ESCRITORAS / HOMENAGEM Memória em Fátima Bettencourt & Dina Salústio
Hilarino da Luz (CHAM – NOVA FCSH/UAc, Portugal)

16h30-16h50 - ENCERRAMENTO

 

08.05.2024 | por martalanca | arquitetura, literatura, Mindelo, Património

Sombras do Império: Belém, Projetos, Hesitações e Inércia 1941-1972

Parte 2
Padrão dos Descobrimentos
Inauguração: 29 de outubro, 17h00

Demolição da Fábrica do Gás em BelémDemolição da Fábrica do Gás em Belém

A segunda parte da exposição “Sombras do Império. Belém, - Projetos, Hesitações e Inércia. 1941-1972”, patente ao público a partir de 30 de outubro, revisita alguns projetos do Estado Novo para a Praça do Império e orla ribeirinha de Lisboa.

Sombras do Império. Belém - Projetos, Hesitações e Inércia. 1941-1972, inaugurada a 2 de maio, dá a conhecer a sucessão de planos urbanísticos e projetos de arquitetura cujo centro foi a Praça do Império. Menorizados ou até esquecidos pela historiografia, estes projetos revelam-se hoje particularmente significativos, pela escala e natureza das transformações que anteviam, pela orientação programática que preconizavam, pelo investimento de meios que implicariam, pela extensão do seu período de elaboração, em contraponto com o pouco que foi concretizado.
 
A partir de documentação de natureza diversa – desenhos e memórias descritivas, pareceres, ofícios, legislação, fotografias, bibliografia da época – e de investigação académica recente, a exposição apresenta um percurso cronológico centrado nos projetos para a Praça do Império e área envolvente e para os designados “Palácio do Ultramar” e “Museu do Ultramar”, considerando ainda outras propostas para grandes edifícios públicos a localizar na orla ribeirinha de Lisboa.

Estes projetos são a base para abordagens diversas e complementares, apresentadas por investigadores de diferentes formações disciplinares, que irão aprofundar a contextualização e ensaiar propostas de leitura crítica: Urbanismo, Arquitetura, Paisagismo, Arte Pública, Património, Propaganda e Ideologia Coloniais.

Na segunda fase desta exposição são revistas algumas realizações integradas nos planos para a zona:

. a envolvente da Torre de Belém e a sua extensão à ermida de São Jerónimo, no Restelo;
 
. o Museu de Marinha com o planetário, anexo ao Mosteiro dos Jerónimos;
 
. a reconstrução do Padrão dos Descobrimentos, sobrepondo-se ao projeto vencedor do concurso para um monumento ao Infante D. Henrique, a materializar no promontório de Sagres.
 
A exposição encontra-se organizada em sete núcleos: Cronologia 1941 -1972; Da Praia do Restelo à Praça do Império; A Exposição do Mundo Português e mais além; Uma praça para o Império todo; Da Torre de Belém à ermida de São Jerónimo; Museu de Marinha e Planetário; “Não haverá Mar Novo”.

Sombras do Império 
Belém - Projetos, Hesitações e Inércia 1941-1972

2 de maio de 2022 - 30 de janeiro de 2023
Todos os dias das 10h00 às 18h00 (última entrada às 17h30)
 

João Paulo Martins – Arquiteto, Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, CIAUD.
Equipa de Investigação
Joana Brites – Historiadora da Arte, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, CEIS20
Natasha Revez – Historiadora da Arte
Pedro Rito Nobre – Arquiteto
Sebastião Carmo-Pereira – Arquiteto Paisagista
Sofia Diniz – Historiadora da Arte
Animações digitais
Planos de Belém
Alice Vieira
João Abrunhosa
Teresa Fernandes

Fotografia
Demolição da Fábrica do Gás em Belém
Câmara Municipal de Lisboa. Repartição dos Serviços Culturais. Secção de Propaganda e Turismo
7 de junho de 1950
PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/SPT/000036
Arquivo Municipal de Lisboa

26.10.2022 | por Alícia Gaspar | arquitetura, Belém, história, mosteiro dos jerónimos, museu da marinha, Padrão dos Descobrimentos, planetário, pós-colonialismo, restelo, Sombras do império

Lançamento | Critical Neighbourhoods – The Architecture of Contested Communities

Conversa entre o autor Paulo Moreira, e Julia Albani. 23 de Setembro às 19h, na livraria pop-up da Galeria Antecâmara.

Numa época em que a arquitetura e os estudos urbanos tendem para aceitar e compreender os bairros informais, ao invés de ignorar ou erradicá-los, torna-se cada vez mais urgente a experimentação no terreno. Em anos recentes, um número crescente de arquitetos tem vindo a consciencializar-se do facto destes assentamentos estarem cá para ficar, e precisarem de intervenções seletivas. Critical Neighbourhoods – The Architecture of Contested Communities analisa estudos recentes e ações práticas em três continentes distintos (África, América, Ásia). A publicação é editada por Paulo Moreira, com contributos de Elisa Silva, Julia King, Matthew Barac e Ines Weizman, e um prefácio de AbdouMaliq Simone.

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EN

At a time when architectural and urban studies are moving towards seeking to accept and understand informal neighbourhoods rather than ignoring or eradicating them, the need for experiments on the ground is becoming increasingly urgent. In recent years, a growing number of architects and spatial practitioners have begun to act on their commitment to the idea that these settlements are here to stay and require selective intervention. Critical Neighbourhoods – The Architecture of Contested Communities analyses recent studies and practical actions in three different continents (Africa, America and Asia). The volume is edited by Paulo Moreira, with contributions by Elisa Silva, Julia King, Matthew Barac and Ines Weizman, and a preface by AbdouMaliq Simone.


05.09.2022 | por Alícia Gaspar | arquitetura, estudos urbanos, lançamento de livro, Paulo Moreira

Arquitecturas Film Festival regressa a Lisboa em Junho com foco em Angola

Tendo como tema Bodies Out Of Space, o festival vai realizar-se no Cinema São Jorge de 1 a 6 de Junho.

O Cine-Estúdio do Namibe é um edifício projectado pelo arquitecto José Botelho Pereira para Moçâmedes, mas que nunca recebeu filmes. Walter Fernandes (Livro | Angola Cinemas) O Cine-Estúdio do Namibe é um edifício projectado pelo arquitecto José Botelho Pereira para Moçâmedes, mas que nunca recebeu filmes. Walter Fernandes (Livro | Angola Cinemas)

Arquitecturas Film Festival regressa ao Cinema São Jorge, em Lisboa, de 1 a 6 de Junho deste ano, numa oitava edição que se debruça sobre Angola e um total de 36 filmes, anunciou a organização esta terça-feira.

Sem se realizar em 2020, devido à pandemia de covid-19, o regresso do festival dedicado à arquitectura faz-se nos primeiros dias de Junho, com o tema Bodies Out Of Space. “É uma excursão sobre a construção social do espaço conectado a um fio que circula dentro das suas próprias narrativas de dominação. Narrativas também sobre identidade que, muitas vezes, é retirada ou forçada a representar o nosso corpo”, pode ler-se na apresentação. A partir desta reflexão, acrescenta a nota, nasce “uma vontade de pensar activamente sobre a responsabilidade como espectadores” por um “labirinto de desigualdades como descendentes directos da exploração do espaço e dos corpos”.

Além da selecção oficial e da competitiva, o evento debruça-se sobre Angola, país onde “a confluência de tempos e regimes é visível na sua arquitectura e na sua memória colectiva”, com a curadoria da jornalista, escritora e produtora Marta Lança.

O certame arranca com a exibição de Para Lá dos Meus Passos, de Kamy Lara e Paula Agostinho, seguindo cinco bailarinos de diferentes regiões do território angolano. A programação inclui a estreia em sala de “Body-Buildings”, do português Henrique Pina, que cruza dança, arquitectura e cinema no olhar para “seis retratos coreográficos em seis locais portugueses distintos”. Tânia Carvalho, Vera Mantero, Olga Roriz, Paulo Ribeiro, Victor Hugo Pontes e Jonas & Lander cruzam a dança com a arquitectura de Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura, Aires Mateus, João Luís Carrilho da Graça e João Mendes Ribeiro.

Ao todo, são 36 filmes de mais de uma dezena de países diferentes, com a programação completa a ser anunciada em breve. Documentários, filmes de ficção, animação e obras experimentais estarão incluídas na selecção, sempre com a marca da arquitectura contemporânea, com prémios atribuídos para Novos Talentos, Melhor Ficção, Melhor Filme Experimental e o Prémio do Público.

Ao lado da programação cinematográfica, o café do Cinema São Jorge recebe um ciclo de debates intitulado África Habitat, organizado em parceria com a Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, e a exposição de instalações dos angolanos Lino Damião e Nelo Teixeira. Afonso Quintã organiza ainda uma mostra sobre os cineteatros de Angola, partindo de material do Cine-Estúdio do Namibe, um projecto do arquitecto José Botelho Pereira para Moçâmedes, concluído em 1974, mas que nunca entrou em funcionamento.

Concebido pela Do You Mean Architecture e pelo Instituto, o Arquitecturas é uma co-produção com a EGEAC e o Cinema São Jorge, com vários outros parceiros e o apoio da Embaixada de Angola.

16.03.2021 | por Alícia Gaspar | Aires Mateus, Álvaro Siza, angola, arquitectura, arquitecturas film festival, arquitetura, bodies out of space, body buildings, cinema, cinema de são jorge, dança, do you mean architecture, Eduardo Souto de Moura, embaixada de angola, Henrique Pina, instituto, João Luís Carrilho da Graça e marta lança, João Mendes Ribeiro, lisboa, Olga Roriz, Paulo Ribeiro, Tânia Carvalho, Vera Mantero, Victor Hugo Pontes e Jonas & Lander