Ativismo Climático

Conferência-performance integrada no ciclo Notas para imaginar estranhos mundos. Atividades em torno de saberes ecológicos / Maria Gil e Bruno Alexandre & Guest: Pedro Rodrigues | Teatro do Silêncio / CCB . 15 e 16 fevereiro . sábado e domingo . 16h00 . Espaço Fábrica das Artes.

Direção artística Maria Gil e Bruno Alexandre

Direção do coro/Guest Pedro Rodrigues

Intérpretes Diana Dionísio, Francisco d’Oliveira Raposo, José Smith Vargas, Teresa Caldas, Susana Baeta

Desenho de luz Alexandre Jerónimo

Assistência de encenação Matilde Pereira – estágio ESAD.CR

Assistência de produção executiva Cristiano Sousa – estágio ESAD.CR

Produção Teatro do Silêncio | 20 anos

Apoio Junta de Freguesia de Carnide e Câmara Municipal de Lisboa Coprodução Centro Cultural de Belém/Fábrica das Artes


Todo o ativismo é um convite à ação, mas para esta conferência-performance pensamos o ativismo como um gesto comunitário, um movimento em direção aos outros. Entre manifesto e manifestação de um desejo de mudança, pensámos num coro que deambula, como uma presença que nos inquieta. Entre canções e gestos, sussurramos línguas em vias de extinção, relembrando a certeza de sermos feitos das matérias que vemos, mas principalmente das que deixámos de querer ver.

A proposta era criar um pequeno coro de vozes. Talvez porque cantar em conjunto seja, em si mesmo, uma forma de responder ao isolamento num mundo escaqueirado. Ou talvez porque as batalhas contra a destruição programada do planeta exigem imaginação coletiva.

As nossas «notas» começaram por ser musicais. Fomos buscar canções ao Coro da Achada de que todos fazemos ou fizemos parte. Com a Maria, o Bruno e o João debatemos ideias, encontrámos cumplicidades, descobrimos que canções podiam ser. Foi necessário torná-las outras, «estranhas», para um pequeno coro. Mas para pôr as canções a confrontar-se com outras ideias, a abrirem-se a outros gestos, sentimos a necessidade de descobrir formas simples de criar sonoridades, espaços livres em que pudesse ressoar a imaginação e o corpo e a voz em ação.

Claro que não basta imaginar — foi preciso fazer, descobrir os tempos, urgentemente criar, tomar posição, agir. Contra um mundo da extorsão, desperdício e apropriação abusiva, imaginar outro que não fica em Marte. Fica exatamente aqui.

10.02.2025 | por martalanca | ativismo, Bruno Alexandre, Climático, Maria Gil

Festa do projeto ReMapping Memories Lisboa - Hamburg: Lugares de Memória (pós)coloniais

Com um passeio-áudio à cidade literária, uma festa com leituras visionárias e uma intervenção artística nos ferries entre Lisboa e a margem sul do Tejo, o Goethe-Institut Portugal, juntamente com muitos colaboradores e convidados, celebrou no passado dia 28 de Maio o fecho preliminar do projecto ReMapping Memories Lisboa - Hamburg: Lugares de Memória (Pós)Coloniais. As boas-vindas foram dadas por Susanne Sporrer e Marta Lança, responsáveis pelo projeto.

Decorreu uma tertúlia sob o lema “leituras visionárias”, com contribuições de autores, entrevistados, artistas e ativistas que participaram ao longo dos últimos anos no ReMapping Memories, como Jéssica Falconi, Inês Beleza Barreiros, José Baessa de Pina, Gisela Casimiro, Ariana Furtado, Joaquim Arena, Isabel Castro Henriques e João Pedro George. Com moderação de Mariama Injai.

Após dois anos de reflexão e intervenção sobre as diferentes facetas pós-coloniais das cidades portuárias de Lisboa e Hamburgo, é tempo de entregar o projecto às duas sociedades para que esta troca possa continuar a muitas vozes.

30.05.2022 | por Alícia Gaspar | ativismo, festa do projeto remapping, Goethe institut, pós-colonialismo, ReMappingMemories, tertúlia

2ª Mostra Taturana de Cinema

A 2ª Mostra Taturana de Cinema: Democracia e Antirracismo, realizada em parceria com a Coalizão Negra por Direitos, Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN) e Wonder Maria Filmes (Portugal), reúne curtas e longas-metragens documentais, brasileiros e de outros países, sob a premissa de que não é possível falar em democracia sem se comprometer com a luta antirracista. A Mostra acontece nos dois países de 14 a 19 de setembro, semana em que se celebra o Dia Internacional da Democracia.

Se a imagem desempenha um papel fundamental na sociedade contemporânea, para falar em democracia também é necessário descolonizar o olhar.

Da perspectiva do racismo estrutural – quando as práticas institucionais, históricas, culturais e interpessoais inferiorizam e prejudicam sistematicamente um grupo social ou étnico em benefício de outro, e isso baliza o funcionamento de uma sociedade –, as ordens imaginárias não escapam da lógica de dominação. A repetição de imagens – no cinema, na mídia, nas redes – muitas vezes torna familiar e naturaliza concepções que ajudam a construir, apoiam e mantêm opressões como racismo, sexismo, estigmatização de grupos historicamente discriminados e exterminados pela dominação de matriz colonial, que persiste no mundo globalizado de hoje. 

O cinema pode ser uma ferramenta privilegiada para combater e romper com esses modelos hegemônicos de ver, pensar e representar o outro dentro de uma lógica de opressão. Ver-se em outra perspectiva, imaginar-se, descrever-se e reinventar-se pelo cinema é uma forma de descolonizar imaginários, interrogar as matrizes de representação opressoras e criar estratégias para a construção de outras, que em vez de reduzir, multiplicam as possibilidades de existência na ideia de diversidade.

É com esse olhar que a curadoria da Mostra selecionou 23 filmes dirigidos apenas por pessoas negras e indígenas e organizou 11 atividades (debates, encontros, oficinas e mais) relacionadas às questões abordadas pelas obras. 

Os filmes e as atividades estão organizados em seis eixos temáticos: Experiências do corpo e da fé: religiosidade, estética e antirracismo; Em defesa da vida: direito ao território e ao modo de viver; Árvore da memória: busca da ancestralidade e combate ao apagamento e à invisibilidade; Muros do racismo: estruturas e fronteiras geográficas, materiais e simbólicas; Vidas negras importam: violência de Estado e genocídio da população negra; Outras histórias possíveis: memória, vozes e disputa de narrativas. 

A Mostra abre, ainda, uma conexão direta com Portugal: parte da programação está pensada especificamente para estabelecer diálogos com este país de histórico colonizador e, respeitadas as diferenças, promover debates sobre temas e entre pessoas a partir de pontos em comum. Assim, filmes de realizadores que trazem histórias vividas no continente africano e nas diásporas, em países como Angola, Guiné e Quênia, além de Portugal, somam-se à programação do encontro, proposto como espaço de diálogo e comprometimento.

Os documentários têm acesso gratuito pela plataforma TodesPlay (tanto para Brasil quanto para Portugal), por onde também serão transmitidos debates e outras atividades online com pessoas convidadas. Acontecem, ainda, algumas atividades presenciais em ambos países; destaque especial para as caminhada históricas pelos centros de São Paulo e Lisboa, revisitando lugares de presença africana nessas cidades. Em São Paulo, a programação presencial acontece no Centro Cultural São Paulo (CCSP) e no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes. Em Lisboa, acontece no Museu do Aljube – Resistência e Liberdade. Em todos os locais presenciais, o público será reduzido e haverá protocolos de segurança.

08.09.2021 | por Alícia Gaspar | antirracismo, ativismo, cinema, democracia, mostra taturana de cinema

Memorializar e descolonizar a cidade (pós)colonial - debates

Por ocasião do lançamento do projeto ReMapping Memories Lisboa e Hamburgo, Lugares de Memória (Pós)Coloniais, levado a cabo pelo Goethe-Institut, têm lugar uma série de discussões abertas sobre a cidade. Iremos debater temas como as marcas coloniais visíveis na cidade e nos corpos de quem a habita; a luta anti-colonial e a inscrição africana e afrodescendente no espaço metropolitano; ou, de um modo mais global, políticas, abordagens e desafios do processo de “descolonização” nas cidades europeias. Os debates contarão com estudiosos, ativistas e artistas e podem ser assistidos pela FB do Goethe, do TBA e do BUALA. 

Curadoria Goethe-Institut e Marta Lança 

5, 6 e 7 de maio das 18h00 às 20h00  

Os encontros decorrem em zoom com streaming, são gravados para material do site.

Língua: dia 5 e 6: português, dia 7: alemão e português, com tradução simultânea.

O site ReMapping Memories Lisboa e Hamburgo, Lugares de Memória (Pós)Coloniais resulta de uma pesquisa, mapeamento e análise de lugares em Lisboa e Hamburgo que contam histórias de colonialidade, de resistência e disputa de memória (material e imaterial) no espaço urbano. Num processo entre várias cidades europeias, pretende-se contribuir para o não apagamento da história e da memória colonial e pós-colonial de Lisboa e Hamburgo, defendendo a igualdade na pertença e acesso à cidade, ainda segregada na sua geografia, vivência e representações. 

#ReMappingMemories

5 de maio de 2021 – 18-20h

As marcas coloniais na cidade e no corpo - Moderação: Marta Lança 


Vídeo 1 de Rui Sérgio Afonso

Isabel Castro Henriques -  Percursos históricos dos Africanos em Lisboa (séculos XV-XX)

Mamadou Ba - A geografia racial estrutura a relação entre estar na cidade e ser da cidade

António Brito Guterres - A forma (pós)colonial da Metrópole

Debate 

6 de maio de 2021 – 18-20h 

Vídeo 2 de Rui Sérgio Afonso

Inscrição de uma AfroLisboa  - Moderação: Marta Lança 

Nádia Yracema - Artista mo(nu)mento

Kalaf  Epalanga - A importância de criar um Museu da Kizomba

José Baessa de Pina (Sinho) - Como construir comunidade nos subúrbios de Lisboa 

Debate 

7 de maio 2021 – 18-20h 


Vídeo 3 de Rui Sérgio Afonso

Estratégias para descolonizar a cidade - Moderação: António Sousa Ribeiro  

Miguel Vale de Almeida - “Como abanar estátuas?” os debates sobre Descolonizar a cidade

Maria Paula Meneses - Lisboa: histórias ocultas e linhas contínuas 

Noa K. Ha - O desafio da memória pós-colonial. Legados de colonialidade na cidade

Debate

Sinopse dos debates e bios dos convidados disponível aqui.

01.05.2021 | por Alícia Gaspar | ativismo, cidade, colonialismo, debates, Descolonização, Goethe institut, Hamburg, história, lisboa, memorializar e descolonizar a cidade pós colonial, Portugal, re-mapping memories, ReMappingMemories, sociedade

Aqui em carne e osso com Mamadou Ba

SOMOS DE CARNE E OSSO, pessoas de proveniências variadas e diferentes gerações que não suportam o racismo nem as suas formas de violência, declaradas ou subtis. Entendemos que o colonialismo foi responsável pela exploração e genocídio de povos e culturas, assente em conceções de superioridade racial inadmissíveis, hoje como no passado.

Somos pessoas que não podem ficar caladas face às iniciativas que tentam transformar o antirracismo e ativistas antirracistas em inimigos da democracia. Condição para democracia plena são sociedades plurais e assentes na diversidade, capazes de olhar para o seu passado sem trauma ou glorificação, garantindo o respeito pelos direitos humanos de todos os refugiados, imigrantes, minorias étnicas que aqui têm a sua vida ou esperam poder tê-la.

Não criámos perfis automáticos. Cada um/a de nós é uma pessoa de carne e osso que não pode ficar calada neste tempo em que o racismo se normaliza no espaço público e a discriminação e violência encontram adeptos e ganham força no silêncio das pessoas decentes.

AQUI EM CARNE E OSSO COM MAMADOU BA 

24.02.2021 | por Alícia Gaspar | anti-racismo, antifascismo, ativismo, democracia, Mamadou Ba, Portugal, somos de carne e osso, SOS Racismo

Olhares sobre o Racismo

Programação “Cinema de Urgência”, em colaboração com o SOS Racismo e inserido no programa do DocLisboa, que se realiza no espaço do Padrão dos Descobrimentos.

14 de Janeiro, 18h00:  “30 Anos, olhares sobre o racismo” de Bruno Cabral, Eddie Pipocas e Dércio Ferreira | Convidado: Dércio Ferreira

15 de Janeiro, 18h00: “Racismo à Portuguesa: Há uma preferência ‘óbvia’ dos senhorios em arrendarem casa a brancos”; “Racismo à Portuguesa: A justiça em Portugal é ‘mais dura’ para os negros” de Joana Gorjão Henriques e Frederico Baptista | Convidada: Joana Gorjão Henriques 

16 de Janeiro, 10h30: “Mikambaru” de Vanessa Fernandes | Convidada: Vanessa Fernandes

17 de Janeiro, 10h:30: “Treino Periférico” de Welket Bungué | Convidados: Isabél Zuaa e Bruno Huca

18 de Janeiro, 18h00: “Nós Terra” de Ana Tica | Convidada: Ana Tica

19 de Janeiro, 18h00: “Canto do Ossobó” de Silas Tiny | Convidado: Silas Tiny

20 de Janeiro, 18h00: “Era uma vez um arrastão” de Diana Adringa, Mamadou Ba, Bruno Cabral, Joana Lucas, Jorge Costa, Pedro Rodrigues | Convidada: Maria do Carmo Piçarra

 

Os horários apresentados preveem restrições de fim-de-semana, passando as sessões de Sábado e Domingo para o período da manhã (aguarda confirmação).

06.01.2021 | por martalanca | anti-racismo, ativismo, Mamadou Ba, Portugal, SOS Racismo, Welket Bungué