"António Ole: Matéria Vital" reúne obras de diversos períodos do multifacetado percurso artístico de mais de cinquenta anos de António Ole (Luanda, 1951). Realizadas em vários meios, da escultura à fotografia, do desenho ao vídeo, estas obras colocam em evidência a atenção que Ole tem dedicado à natureza e aos seus elementos e matérias vitais. A terra, a água, o fogo e o ar assumem aqui inúmeras formas que, no seu conjunto, convidam a uma percepção planetária e a uma consciência ecológica não só da coabitação, mas, sobretudo, da interdependência entre formas de vida humana e não humana (animal, vegetal, mineral) – assunto vital, para cuja premência e urgência a própria realidade pandémica veio, mais do que nunca, alertar.
Vou lá visitar
27.04.2021 | por Ana Balona de Oliveira
Com uma obra marcadamente atenta aos ritmos e rostos, às matérias e construções, às superfícies e texturas urbanas – em especial, de Luanda, dos seus musseques e das suas ilhas –, desde cedo Ole observou também essa outra Angola tão dissemelhante da capital, as suas diversas paisagens e modos de vida. António Ole: Matéria Vital / Vital Matter desvela, precisamente, alguns desses outros ritmos e texturas, as matérias vitais para lá das paredes e da pele da cidade.
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14.04.2021 | por Ana Balona de Oliveira
Que seja então levada a sério – com o mesmo espírito crítico e exigente com que foi realizada – a obra multifacetada de Ruy Duarte de Carvalho, assim como a das gerações artísticas que lhe sucederam, em Angola e na diáspora, e que, sem terem necessariamente pensado muito no que ele fazia, comungam, “por caminhos tão diversos mas também tão convergentes”, duma mesma prática e duma mesma busca.
Ruy Duarte de Carvalho
20.04.2020 | por Ana Balona de Oliveira
De uma viagem recente a Luanda, destaco uma exposição colectiva e três individuais: Being Her(e), comissariada por Paula Nascimento (Angola) e Violet Nantume (Uganda); 50 Anos Vivendo, Criando, de António Ole (Angola); Luvuvamo + Nzola | Paz + Amor, de Paulo Kapela (Angola); e Senhores do Vento, de Thó Simões (Angola). Em Lisboa, assinalo Fuck It’s Too Late!, a primeira individual de Binelde Hyrcan (Angola) em Portugal, com curadoria de Ana Cristina Cachola (Portugal).
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27.02.2018 | por Ana Balona de Oliveira
O ritmo com que a arte, a literatura e, em geral, a cultura angolana se transfigurou na primeira década de paz em Angola poderá abrandar devido à atual crise económica, política e social, mas o certo é que percebemos que, apesar dos constrangimentos, há uma revolução cultural em curso, cujas características, dimensão e profundidade precisam ainda de ser avaliadas.
Mukanda
07.07.2016 | por Adriano Mixinge
“É o fecho de um ciclo”, diz-me António Ole enquanto conversamos num café de uma das ruas mais movimentadas da Praça do Chile, em Lisboa. Falamos a propósito da exposição que estava para estrear em Luanda, no Centro Cultural Português, e que decidiu estruturar a partir de uma das séries de trabalhos mais internacionalmente conhecidas – as Township Walls, ou paredes de “bairros de lata” (favelas) –, fechando assim um ciclo criativo que na verdade se recicla, proporcionando outras abordagens artísticas.
Cara a cara
25.01.2011 | por Lúcia Marques
A exposição "Na pele da cidade", de António Ole, fala sobre espaço. É a sua cidade natal Luanda, mas poderia ser sobre qualquer outra cidade, um local onde ele parou, numa das suas muitas viagens, para absorver as suas particularidades; para absorvê-las e permitir que se entranhem na sua própria pele.
Cara a cara
26.11.2010 | por Nadine Siegert
Se o escritor e poeta francês Paul Valéry fosse vivo, ele só teria de atravessar a rua: aquela que foi a sua casa está mesmo defronte do museu Dapper. Durante meses, poderia entrar, visitar minuciosamente a exposição, compreender como é que o poder político, o poder mágico-religioso e o poder artistico e cultural estão representados. Antes de sair do museu, Paul Valéry poderia ir ainda ao restaurante e comer um “calulu à la française”: e essa hoje muito provavelmente já nem seria até uma hipótese, mas sim um facto, porque a exposição “Angola, figuras de poder” é um acontecimento.
Vou lá visitar
23.11.2010 | por Adriano Mixinge