O mundo que de outro modo não é

O mundo que de outro modo não é Há um traço ancestral latente na articulação do gesto utópico, e no movimento vital desse gesto. Uma estória sobre começos, e sobre fins sempre presentes. Uma conversa, implícita e antiga, com todos os passados que nem como história, subsistem, não tendo sobrevivido aos protocolos de transliteração. Uma faísca anímica, sumiça – a da cedência de controlo sobre o cálculo de probabilidades que constitui o real enquanto tal. Algo movido pelo convívio com a perda, que a traz e carrega consigo – com raiva, orgulho, curiosidade, e carinho.

A ler

12.06.2024 | por Salomé Honório

Moçambique é uma fantasia pós-colonial

Moçambique é uma fantasia pós-colonial Das múltiplas chaves de entrada em tão eficaz dramaturgia destaco a desconstrução liminar do sistema assistencialista das organizações de ‘ajuda humanitária aos africanos’, a exploração dos refugiados sob o pretexto de um trabalho dignificante, as cenas de contracena e faz-de-conta clássicas à maneira de Molière, a energia contagiante dos ‘números coreográficos’ mimetizando danças de resistência moçambicanas e um trabalho perfeito sobre os equívocos que conduzem a posições racistas quando a identificação de alguém por um colono se sobrepõe à identidade que o ex-colonizado reclama para si.

Palcos

21.08.2017 | por António Pinto Ribeiro