No filme insinua-se a autocrítica, a crítica ao lugar de privilégio que permitiria conviver ou sobreviver com realidades duras, apesar de se sonhar uma cidade imaginária ou possível ao virar da esquina. Lugar de privilégio cuja dimensão passamos a compreender melhor no final do filme, a chave talvez para entender a natureza do sufoco de L.
Afroscreen
14.02.2024 | por Josina Almeida
Des/Codificar Belém é um projecto de cidadania activa do colectivo FACA que problematiza as narrativas e dissensões no espaço público, colocando em diálogo artistas e jovens de corpos outros, tomando Belém como espaço para reflectir a herança colonial através de ações artísticas em co-criação. Os artistas convidados trabalharam em residência artística com jovens, das quais resultaram a criação de objectos artísticos, realizados e apresentados no espaço público.
Cidade
06.02.2024 | por ColectivoFACA
Duramente atingida pela austeridade, radicalmente transformada pelo turismo, subitamente suspensa pela crise sanitária, a cidade de Lisboa sofreu profundas transformações durante a última década. Fruto de políticas que popularizaram a sua imagem enquanto cidade cosmopolita e de lazer, a turistificação e financeirização do espaço público e privado transformaram as formas de ver e viver Lisboa.
Cidade
24.10.2023 | por Catarina Botelho e David-Alexandre Guéniot
Uma cidade cuja dinâmica resume a situação em que se encontra o resto da Guiné-Bissau, tal como é apresentada ao longo da história: de hospitais onde a cura é sinónima de morte; escolas representadas por edifícios em que o funcionamento das aulas disputam terreno com constantes greves dos professores; estradas com buracos que concorrem entre si para acolher o país a fundar na miséria, corrupção, assassinatos, tráfico de drogas ou tabaco de irã de todas as espécies, machismo embrenhado no patriarcado que suplanta as mulheres na posição de subalternas, delinquência forjada pela ausência de um Estado que velasse pela dignidade da população, impunidade...
Cidade
27.09.2022 | por Sumaila Jaló
Partindo de perspectivas feministas interseccionais do espaço urbano e da arquitectura, Cidade e feminismos pretende criar um espaço de partilha de diferentes investigações, práticas e vivências da cidade que contribuam para enriquecer o debate sobre o espaço urbano em Portugal. Fundadas no cuidado, no reconhecimento das diferentes necessidades e vivências dos corpos e na participação colectiva, estas formas de conceber a arquitectura e criar cidade são fundamentais para repensarmos os problemas e fracassos do modo como se tem pensado e construído o espaço urbano. Particularmente num momento em que o contexto pandémico que atravessamos expôs e intensificou as fragilidades e contradições urbanas, e em que, ao mesmo tempo, assistimos a uma crescente gentrificação e neoliberalização do espaço público das cidades em Portugal.
Cidade
31.08.2022 | por Catarina Botelho e Joana Braga
O presente estudo, tem como objetivo esclarecer acerca da importância do património cultural imóvel, visando proporcionar um enquadramento cultural e histórico do mesmo, e simultaneamente a recolha de informação sobre a função que desempenha, averiguando qual o contributo gerado para a dinamização na cidade de Lisboa. Considerando que património cultural imóvel e cultura estão intimamente próximos e que sem a noção de cultura não existiria a noção de preservação do património, a pertinência deste trabalho reside, entre outras, na hipótese de fornecer elementos que permitam compreender as inúmeras interligações existentes, e sem as quais não seria possível experienciar e usufruir do património nos moldes em que atualmente o fazemos. Analisa-se esta interligação com o espaço público, partindo de uma definição de cultura e oferece-se uma caracterização abrangente.
Cidade
26.05.2022 | por Alícia Gaspar
Outros Céus Fechados de Lisboa aparece como inquietação perante as distopias urbanas, apoiadas pela financeirização que evidentemente tem os espaços abandonados como ativos económicos permanentes, bastante distante de quaisquer alternativa que visa prolongar os direitos à cidade e à habitação, como meios inadiáveis na construção do Estado Social.
Cidade
11.05.2022 | por Lubanzadyo Mpemba Bula
A relação entre os corpos e o espaço é inescapável, sendo através do segundo que os primeiros se cumprem enquanto agentes móveis e livres, e exercitam os seus direitos de cidadania. Contudo, o que importa nomear é a privação do pleno acesso ao espaço a determinados corpos, os corpos de pessoas negras, das comunidades ciganas/romenas e migrantes.
Partindo da tese de bell hooks acerca da antítese margem-centro, a vedação do acesso ao centro dos corpos racializados atua enquanto instrumento de periferização desses mesmos corpos, segregados pelos caminhos de ferro.
Cidade
13.04.2022 | por Catarina Valente Ramalho
Diz-se que a história é escrita por vencedores; os mapas também o são. Propõem uma linguagem, um discurso, uma ideologia. Dizem o que existe e o que não existe e circunscrevem o possível, estabelecem o governável. Na sofisticação das suas linhas não há espaço para perguntas. As suas omissões são nossas, delas dependem vidas, territórios, decisões.
Cidade
21.01.2022 | por António Brito Guterres
O edifício do largo Matadi (ex-Tristão da Cunha) é, como sabem aqueles que o frequentam, o maior ponto cultural da cidade. Aquela informalidade e disponibilidade para o outro, sem que seja o dinheiro a comandar a natureza das relações, representando uma certa baixa de Luanda, de mistura socio-cultural, de experimentação e de modernidade, entre o local e o global, com angolanos e estrangeiros, é praticamente só ali que acontece. A convivência de dois tipos de arquitectura é um marco da história da cidade, os vestígios de outros tempos lado a lado com o ritmo acelerado de uma cidade frenética, também ali estão bem representados. Não nos faltam justificativas para a preservação e valorização do Elinga.
A ler
18.01.2022 | por Marta Lança
Gueto é a tradução de um bairro entre “guerra” e “paz”. Para aqueles que lá vivem, recusa-se o rótulo de “piores” e reivindica-se o direito à cidade. Das “assadas” ao “amor”, novos sentidos são dados a esses territórios de “memórias” que não querem estar reféns da segregação urbana.
Afroscreen
10.11.2021 | por Otávio Raposo
A Quinta do Mocho tornou-se um bairro cool para os visitantes que buscam experiências alternativas ao turismo de massa.
Afroscreen
14.10.2021 | por Otávio Raposo
Promover a diversidade, a representatividade e a igualdade são pilares desta missão conjunta, através da qual nos dedicamos a ser agentes ativos no fortalecimento e na criação de pontes por via da aproximação e da partilha de experiências, valorizando o respeito pelo “outro”, tendo como veículo a educação e a aprendizagem intercultural. É este o mote da Lisboa Criola, que nos une na diferença, abraçando o desafio de, através das artes e da cultura, aproximarmos e promovermos o diálogo entre pessoas de comunidades, culturas e origens diversas.
Cidade
29.06.2021 | por vários
Para esta sua primeira individual na Galeria Simone Cadinelli, Jeane Terra apresenta trabalhos direta e indiretamente relacionados com os acontecimentos em Atafona, sobre as ruínas produzidas pelo embate do mar com a cidade, acontecimentos que chamam a atenção para o fato de que tudo o que foi, é e será construído, irá se transformar em ruína.
Mukanda
16.05.2021 | por Agnaldo Farias
Exposição que olha e interroga a cidade, como um gesto de escavação da matéria de que ela é feita, para revelar os diferentes estratos que nela se justapõem, as configurações menos visíveis dos seus traçados e assim desemaranhar as tensões que a atravessam. A exposição reúne artistas com diferentes percursos, linguagens e formas de expressão que, através da fotografia, da imagem em movimento, do som e da palavra, reflectem e reformulam a vivência do tempo e a espacialidade da cidade, questionando as lógicas de organização que a regulam.
Vou lá visitar
26.04.2021 | por Ana Jara e Joana Braga
Por ocasião do lançamento da página web do projeto ReMapping Memories Lisboa e Hamburgo, Lugares de Memória (Pós)Coloniais, levado a cabo pelo Goethe-Institut, têm lugar uma série de discussões abertas sobre a cidade. Iremos debater temas como as marcas coloniais visíveis na cidade e nos corpos de quem a habita; a luta anti-colonial e a inscrição africana e afrodescendente no espaço metropolitano; ou, de um modo mais global, políticas, abordagens e desafios do processo de “descolonização” nas cidades europeias. Os debates contarão com estudiosos, ativistas e jornalistas.
Vou lá visitar
23.04.2021 | por vários
A construção de cidade exige a confluência em fogueiras que agregam os adversários dispostos a conversar e a uma experiência do tempo sem tempo em que eu procuro acompanhar as razões do que se me afigura como estranho, inflexível ou irracional. As cidades fazem-se de paciência e de acumulação no transcorrer indiferente dos séculos. É nas dinâmicas tensionais da coabitação e no labor anónimo do quotidiano, no quase-nada em que se negociam ganhos e perdas, reputações e amizade, dívidas e gratidão para o resto da vida, a distração prosaica que engendra a saúde de uma cidade que nunca é a mesma. Onde a fúria, os gestos de rutura, o embate frontal e as clivagens têm lugar nobre e merecem atenção.
Mukanda
04.03.2021 | por João Sousa Cardoso
Sento-me em qualquer sítio e toda a gente tem uma história com o Teatro Viriato. O Teatro é da cidade. E, ainda assim, sentimos que há novos públicos, há novas energias, novas possibilidades. É isto que um teatro deve ser. É uma casa onde nos encontramos todos, vindos de não sei de onde. Com coisas em comum para partilhar mas também com coisas que nunca tínhamos visto antes. Por vezes incómodas.
Cara a cara
25.01.2021 | por Mariana Carneiro
Nas últimas décadas, o conflito na África subsariana não só devastou as aldeias e criou campos de refugiados em lugares dispersos, como também transformou as cidades e vilas onde agricultores aterrorizados procuravam segurança e oportunidade. Apesar dos subúrbios desordenados – fruto de um crescimento urbano não planeado – não escaparem à visão dos gabinetes das autoridades do Estado e das instituições de apoio internacional, estas organizações não têm abordado a relação entre conflito e urbanização. Tal negligência compromete a reconstrução pós-conflito, desperdiça oportunidades para o desenvolvimento e arrisca-se a quebrar uma paz muito débil.
Cidade
02.01.2021 | por Simone Haysom
Em nossa cidade temos mulheres com práticas extremamente importantes, práticas viáveis e sustentáveis. Mas elas sabem disso? Será que estamos fortalecendo em nossa região uma cultura que faça a mulher se apropriar de seu lugar de fala? Será que a mulher da Amazônia se identifica como um ator de transformação social nos mais diversos espaços? Será que nossa cidade, enquanto um ambiente de todos, favorece a autonomia feminina em todos os seus ecossistemas? Se não, o que falta? Essas são provocações individuais e coletivas fundamentais para construirmos territórios que possibilitem a potência de todas as mulheres.
A ler
29.12.2020 | por Natália Carvalho Viana