Agressões e racismo, abusos quotidianos nos bairros

Agressões e racismo, abusos quotidianos nos bairros As histórias contam-se na primeira pessoa. Fala-se de agressões gratuitas, da falta de respeito, de não se sentirem cidadãos de direito: “antes de se identificar já foi vítima”, “queremos ser tratados como cidadãos”; polícias à paisana com conversas ordinárias, insultos repetidos “pretos de me***”, “volta para a tua terra”; saídas à noite que acabam em tragédia, rusgas quando se está calmamente no café a ver a bola e se acaba deitado no chão à chuva, a ouvir insultos, festas de aniversário ou modestos convívios que de repente se misturam com balas, e ops, danos colaterais...

Cidade

25.10.2024 | por Marta Lança

Solidariedade com Cláudia Simões e todas as vítimas de violência policial

Solidariedade com Cláudia Simões e todas as vítimas de violência policial Apelamos a todas as pessoas, coletivos e demais forças da sociedade portuguesa e comunidade internacional que se juntem a nós na exigência de revogação da sentença e de reparação da violência infligida pela polícia e pelo sistema judicial a Cláudia Simões. Neste momento, em que ela se prepara para recorrer da decisão, a solidariedade de todes é indispensável, com Cláudia Simões e com todas as vítimas de violência policial e do estado.

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05.09.2024 | por vários

"Não mates a minha mãe!"

"Não mates a minha mãe!" T-shirts e cartazes a pedir «Justiça para Cláudia Simões», frase que infelizmente teve e terá diversos nomes de vítimas. Recebo um papelinho com instruções para o caso de sermos agredidos ou presos. Descemos a Avenida com centenas de pessoas a gritar «Gentalha unida jamais será esquecida», ou seria «Gentalha esquecida sempre unida»?, «a nossa luta é todos os dias, contra o racismo e a xenofobia». Cláudia Simões, mais uma mulher negra espancada, cara desfeita num golpe mata-leão, em que o leão era o polícia da PSP Carlos Canha que a agrediu em frente à filha, desesperada, a assistir ao desespero da mãe.

Cidade

25.11.2023 | por Marta Lança

As histórias de jovens mortas nas manifestações por liberdade e contra o uso do véu no Irão

As histórias de jovens mortas nas manifestações por liberdade e contra o uso do véu no Irão A morte de Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial levou à eclosão de uma onda de protestos no Irão. A jovem foi detida pela chamada "polícia da moralidade" por causa da forma como usava o véu islâmico – segundo relatos, teria deixado alguns fios de cabelo visíveis sob o hijab. Segundo testemunhas, Mahsa foi agredida numa viatura. A polícia nega, e diz que ela morreu por causa de um problema cardíaco pré-existente. O uso do véu tornou-se obrigatório no país após a Revolução Islâmica, em 1979, que transformou a vida dos iranianos – principalmente as mulheres, que viram os seus diretos serem bastantes restringidos.

Jogos Sem Fronteiras

12.10.2022 | por Haniya Ali

Haiti. “O horizonte foi embora, ficou sozinho no mundo”

Haiti. “O horizonte foi embora, ficou sozinho no mundo” Um polícia a cavalo, chicote na mão, chapéu à cowboy, persegue um migrante haitiano que corre no deserto do Texas. Ele, o corpo negro, acelera, finta os arbustos rasteiros da terra árida e tropeça. A imagem é real, a indignação nem tanto. Nos últimos dias, milhares de migrantes do Haiti aglomeram-se na fronteira entre o México e os Estados Unidos. A verborreia que tenta justificar a violência contra os ilhéus é muita e cansa. Refugiamo-nos na poesia, canto seguro e transparente. O Haiti migrante e resistente entrelaçado nos poemas de René Depestre.

Jogos Sem Fronteiras

01.10.2021 | por Pedro Cardoso

O fetichismo da marginalidade (II)

O fetichismo da marginalidade (II) Não creio que a Argentina se transforme no Brasil. Penso que as igrejas aqui nunca terão tanto poder como lá têm. A Argentina é uma sociedade bastante secular. Agora, é preciso compreender plenamente o que acontece numa igreja, as pessoas não vão apenas em busca da promessa do paraíso, que é normalmente a primeira coisa que se pensa a partir de um lugar secular; não, as pessoas vão à igreja para encontrar colectividade, entusiasmo partilhado, dançar, gritar, êxtase. Uma pessoa cuja vida é bastante monótona, limitada e com muito esforço físico no trabalho, como poderia não querer ir para um lugar onde sente tantas emoções positivas? Porque se eliminarmos Deus e o simbolismo, quem entre nós não tem uma crença?

Cara a cara

22.09.2021 | por César González, Tomás Guarnaccia e Miguel Savransky

Grita Colômbia

Grita Colômbia A Colômbia está há 34 dias nas ruas, em protesto fogo-vivo contra um sistema político, económico e social decadente. A repressão das forças policiais matou até hoje 43 pessoas. Centenas desapareceram, milhares foram presas arbitrariamente. A luta contra a desigualdade e a pobreza continua, em estado de alerta. Operários, camponeses, indígenas, estudantes e uma classe média cada vez mais vulnerável gritam lado a lado. Dia após dia, a Colômbia exige um novo rumo.

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31.05.2021 | por Pedro Cardoso

“Viver dentro de um corpo negro, num país perdido no Sonho”, a partir do livro de Ta-Nehisi Coates

“Viver dentro de um corpo negro, num país perdido no Sonho”, a partir do livro de Ta-Nehisi Coates Esta carta de um pai para o filho, que cresceram, ainda assim, com referências diferentes (o filho teve a sorte de assistir a dois mandatos de um presidente negro, exemplo para a comunidade negra em termos de representatividade e ambição), transparece a continuidade do medo e da raiva. Alicerçam a ideia de comunidade imaginada, uma vez que o corpo negro deita por terra qualquer teoria ou história de superação e sucesso pessoal (estudos, dinheiro, estatuto), enquanto for marcado pela descriminação.

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02.06.2020 | por Marta Lança

A Descida do Triunfo

A Descida do Triunfo Sem o envolvimento de nenhum partido político, movimento partidário ou social. As pessoas, maioritariamente jovens, mobilizaram-se pela luta contra os atos de violência da polícia e em solidariedade pela Família Negra do Bairro da Jamaica.

Mukanda

30.01.2019 | por Son Ibr Jiobardjan

O excremento do fascismo

O excremento do fascismo Dizer que o racismo se manifesta de forma sistémica, e que a polícia é parte desse problema, não é a mesma coisa do que dizer que todos os polícias são racistas ou que todos os portugueses são racistas. É isso o que as associações anti-racistas vêm dizendo há muito tempo, num esforço pedagógico admirável mas que muitos preferem ignorar, e que até agora não tem tido grande efeito junto das instituições do Estado que deveriam garantir que episódios como o de domingo no Jamaica, de segunda-feira no centro de Lisboa, ou de há duas semanas, no Cacém, não voltem a repetir-se.

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25.01.2019 | por Pedro Schacht Pereira

Carta do Bailundo para a Jamaica: amor em tempos de ódio

Carta do Bailundo para a Jamaica: amor em tempos de ódio “Jamaica, Jamaica, veio só mostrar que a situação está bem malaica, depois de anos na miséria, foi preciso surra da bofia para nos levarem à séria. Racismo no café, no MNE e no SME Não não casos isolados como dizem os deputados que vetam fazer um censo racial para mostrar em números reais o que está mal, Discriminação, habitação e violência policial”

Cidade

23.01.2019 | por Sílvia Norte

Jovens negros portugueses levam brutalidade policial a tribunal

Jovens negros portugueses levam brutalidade policial a tribunal O novo caso, actualmente a ser julgado em tribunal, rejeita a versão dos acontecimentos tal como foi transmitida pelos agentes da polícia, e acusa-os de agressão física, rapto agravado, tratamento desumano, e de incitamento à discriminação, ódio e violência por motivos raciais – bem como de injúria e falsificação de testemunhos e documentação.

Corpo

25.11.2018 | por Ana Naomi de Sousa

"Entre mim e o mundo" - PRÉ-PUBLICAÇÃO

"Entre mim e o mundo" - PRÉ-PUBLICAÇÃO "Entre mim e o mundo" é uma reflexão profunda e pessoal, muitas vezes indignada, sobre o racismo. Numa carta ao filho adolescente, Ta-Nehisi Coates recorda a sua infância e juventude num bairro violento de Baltimore, o despertar intelectual por via dos livros, dos discursos de Malcolm X e de mulheres amadas. Dolorosamente, relembra ainda a perda de um colega de faculdade, também ele negro, vítima de uma perseguição policial. O BUALA publica as primeiras páginas do livro que pôs a América a discutir o racismo.

Mukanda

14.03.2016 | por Ta-Nehisi Coates