José Augusto Ramos - Textos em Diáspora - LANÇAMENTO

O Centro de História da Universidade de Lisboa (CH-ULisboa) tem o prazer de convidar para o lançamento e a apresentação de dois volumes de estudos reunidos do Professor Catedrático Emérito José Augusto Ramos:

Textos em Diáspora: O Tempo e o Homem  

Textos em Diáspora II: Os Deuses e a Hermenêutica

A sessão terá lugar a 15 de Maio de 2024, no Anfiteatro I da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, pelas 17h30

A apresentação estará a cargo dos Professores Doutores Arnaldo do Espírito Santo e Francisco Caramelo, sendo a sessão presidida pelo Professor Doutor Hermenegildo Fernandes, Director da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Mais informações podem ser consultadas na página do CH-ULisboa dedicada ao evento: https://chul.letras.ulisboa.pt/eventos-detalhe.php?p=1224.

03.05.2024 | por mariana | diáspora, FLUL, José Augusto Ramos, lançamento

"25 de Abril, sempre no ar" - sessões de escuta radiofónica - MAIO 2024

25 de Abril, sempre no ar

SESSÕES DE ESCUTA RADIOFÓNICA

7, 14 e 21 de Maio no Museu do Aljube, Lisboa

Revolução que deu os passos decisivos na rádio, é na rádio que ela mais ecoa.

Voltamos aos passos das canções, dos repórteres que fintavam as sombras dos vampiros, do enviado especial estrangeiro tomado pela poesia que estava na rua e dos artistas de hoje que invadem e ocupam uma rádio porque ela ainda é a casa das palavras. Para que o microfone continue a ser poema e fale.”

Caras e caros ouvintes de Abril (em Maio),
Começa esta próxima terça-feira, 7 de Maio, a extensão portuguesa da programação dedicada ao cinquentenário da revolução dos cravos criada para um dos maiores festivais de rádio do mundo, o Longueur d’ondes de Brest, realizado em Fevereiro de 2024.
Voltamos a sintonizar alguns dos memoráveis - e alguns deles quase desconhecidos ou algo esquecidos - momentos radiofónicos que põem Abril sempre no ar: antes, durante ou depois do sonho “inteiro e limpo” que se iniciou na rádio.
25 de Abril, sempre no ar
Estas sessões de escuta imersiva e colectiva permitem, em diálogo com as peças ou fragmentos escolhidos de reportagens, documentários, criações ou outros formatos radiofónicos, uma reflexão sobre a própria escuta e todas as suas camadas sonoras e ecos contemporâneos.
Uma viagem com alguns dos protagonistas e autores destes sons de resistência e liberdade: Adelino Gomes, Fernando Alves, Manuel Alegre, João Brites, João Paulo Guerra e Francisco Fanhais.[Na primeira escala desta programação radiofónica em curso, em Brest, além de Adelino Gomes e Francisco Fanhais, marcaram igualmente presença: Elsa Cornevin, Irene Flunser Pimentel, Kaye Mortley, Isabel Meira, Luísa Semedo, Pedro Rosa Mendes e Victor Pereira, entre outros.]
É uma curadoria que tive a alegria e a responsabilidade de realizar, com a infinita camaradagem – cúmplice, crítica e sábia – do repórter de Abril e de todos os meses, Adelino Gomes.

A entrada é livre.

03.05.2024 | por mariana | 25 de abril, museu do aljube, revolução dos cravos

Edições Fora de Jogo | Anarquismo em debate, filme Colônia Cecília | Lisboa | 5 de maio 2024

Neste domingo, dia 5 de maio, ocorre o evento Anarquismo em Debate, a partir das 15h na Casa do Comum do Bairro Alto (Rua da Rosa, 285, Lisboa).

Após a estreia do filme “Colônia Cecília. Um sonho anarquista” (2024), haverá discussão com a presença do realizador Carlos Pronzato, e com Diogo Duarte, autor do livro “O anarquismo e a arte de governar” (Fora de Jogo, 2024).

Entrada livre.

Pré-venda - Libertar o Futuro. Textos Políticos (1916-1926), Antonio Gramsci

“O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça, mas porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa agrupar os nós que depois só a espada poderá cortar, deixa promulgar as leis que depois só a revolta fará anular, deixa exercer o poder a homens que depois só um motim poderá derrubar. A fatalidade que parece dominar a história não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo.”

Texto de Antonio Gramsci publicado em “La Città futura”, em fevereiro de 1917, e incluído em Libertar o Futuro. Textos Políticos (1916-1926), brevemente em reedição da Fora de Jogo.

O livro está disponível, com desconto de pré-venda, a 10€. Para o adquirir aproveitando esta campanha, envie-nos um e-mail para geral@foradejogo.org.

Fora de Jogo é a editora da Associação Cultural com o mesmo nome. Estamos focados na publicação de livros que exploram um conjunto de processos sociais, históricos, políticos e culturais situados em diferentes geografias, temporalidades e escalas da realidade. Interessa-nos, particularmente, a publicação de investigações nas áreas da história e  das ciências sociais, mas igualmente de todos os géneros, da poesia ao  romance, da fotografia à dramaturgia, que expandam este conhecimento e  as perspetivas sobre o mesmo.

03.05.2024 | por mariana | Anarquismo em Debate, evento, exibição de filme, fora de jogo, lançamento de livro

Tesouros do Arquivo | Bushman + Mandabi

No mês de maio, apresentamos dois filmes complementares que nos convidam à reflexão sobre as necessidades e dificuldades das diásporas africanas no final dos anos 60.

09 Maio, 5ª f, 19h15

Bushman

De David Schickele

EUA, fic., 1971, 73’

+ info: https://www.batalhacentrodecinema.pt/program/bushman/

Em 1968, Gabriel, um jovem nigeriano a viver nos Estados Unidos, reflete sobre todas as fricções que acompanharam a década de 60. Viajou para a Califórnia em busca de uma vida melhor, mas diariamente é confrontado com os paradoxos de uma sociedade aparentemente progressista, que esconde o seu racismo estrutural.

Restaurado recentemente em 4K a partir dos negativos originais, o filme foi arquivado durante décadas após a sua estreia.

É considerado um marco da representação negra no cinema americano, especialmente por captar a emergência da contracultura da Costa Oeste da época.

25 Maio, Sábado, 17h15

Mandabi

De Ousmane Sembène

Senegal/França, fic., 1968, 91’

+ info: https://www.batalhacentrodecinema.pt/program/mandabi/

Combinando humor e crítica social, Mandabi acompanha Ibrahima, um homem pobre e desempregado que vive em Dakar.

A sua vida toma um rumo inesperado quando recebe uma ordem de pagamento do sobrinho que trabalha em Paris, destinada a ajudar a família. As tentativas para descontar o cheque tornam-se cada vez mais complicadas devido à burocracia, corrupção e ganância.

Enquanto revela as dificuldades do protagonista no acesso ao dinheiro, esta relíquia do cinema senegalês explora temas como a pobreza, colonialismo e os desafios de uma sociedade em mudança.

Falada principalmente em wolof, Mandabi foi a primeira longa-metragem de sempre realizada numa língua africana.

 

03.05.2024 | por mariana | apresentação de filme, Bushman, filmes, Mandabi, Tesouros do arquivo

Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas | Digressão 2024 - 50 anos 25 Abril

Queridos companheiros, companheiras, companheires,

escrevo-vos do presente de 2024, ainda no maravilhamento daquele dia na Avenida da Liberdade, em Lisboa, e das manifestações em todas as outras avenidas por esse país fora, e os dias seguintes e anteriores de torrentes memoriais e importantes momentos de inscrição do passado no espaço público. Em particular, penso na inauguração do primeiro museu nacional dedicado à memória e à resistência antifascista – situado no Forte de Peniche, antiga prisão do Estado Novo para presos políticos. Sem dúvida, um dos momentos mais marcantes, tocantes e significativos das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.

Inscrever e transmitir memória tem feito parte do labor artístico do Teatro do Vestido, pelo menos desde 2014, data em que estreou Um museu vivo de memórias pequenas e esquecidas, no Negócio/ZDB, no Bairro Alto, em Lisboa – um trabalho que iria adquirir uma vida própria ao longo desta última década, em que não parámos de o apresentar em Portugal e no estrangeiro, constantemente acrescentando e polindo novas partes, novas reflexões, que acompanharam esta década de lutas pela memória.

Este trabalho, cuja investigação teve início em 2011, partiu de uma intensa e aprofundada pesquisa em torno das histórias de vida e memórias de pessoas comuns sobre a ditadura do Estado Novo, o 25 de Abril de 1974 e o processo revolucionário que se seguiu a esse dia – marco de todos os começos na nossa vida como país livre. Foi acompanhado de uma enorme pesquisa histórica e da reunião de documentos, artefactos, objectos pessoais - parte de um arquivo sensível, afectivo, mostrado e manuseado ao vivo no espectáculo.

Dividido em 7 partes, com um jantar revolucionário a meio e um debate/conversa final, Um museu vivo é um espectáculo exigente e de grande cumplicidade com quem o vê, uma investigação quase forense sobre aspectos que nos constituem como país, como comunidade, como indivíduos, onde memória colectiva e memória individual se interseccionam e onde alguém que nasceu depois interpela o passado a partir do seu lugar de ‘filha da revolução.’ Tudo isto se desenvolve ao longo de 6h, que às vezes são mais, pois como museu vivo que é se situa neste lugar de interrogação e citação do presente. Neste ano de comemoração dos 50 anos do 25 de Abril assistimos a uma riqueza de expressões, polémicas, divisões em torno da data, que não poderiam senão estar presentes neste novo ciclo de apresentações que se inicia esta semana no TAGV, em Coimbra. Quem sabe o que cada dia até essas récitas nos reservará ainda? De tudo isso se alimenta este museu. Por isso a sua duração aproximada e o seu carácter aberto, em progresso.

A nova composição da Assembleia da República, por seu turno, exige de cada uma e cada um de nós uma consciência do momento crucial em que nos encontramos, esta esquina da história particular onde os caminhos diante de nós se revestem de incerteza e perigo. Mas também da esperança de sabermos o nosso papel neste guião, nesta luta. porque nada acabou ainda.

porque não acaba nunca.
porque foi essa a promessa que herdámos:
a de um país novo.
tudo por construir.

Esperamos por vós nesta nova digressão que aqui se inicia.
E que juntos continuemos a interpelar Abril e Maio e Junho e Julho até Dezembro – todos esses meses de exaltação, vigília e transformação da vida de um povo reprimido até então.

Abraços com Abril nos olhos e nos braços.
Fascismo nunca mais.

Joana Craveiro
27 de Abril de 2024

03.05.2024 | por mariana | 25 de abril, 50 anos do 25 de abril, Joana Craveiro, Teatro do Vestido

lançamento do webdoc (Com)Fabulações Negras. Entrada Livre

Dia 23 Maio, quinta-feira, a partir das 13h30 no espaço da Batoto Yeto (junto à Biblioteca de Marvila).

vamos retomar mais uma Zona de Contacto no espaço da Batoto Yetu (Marvila) com o lançamento do webdoc (Con)fabulações Negras produzido no Laboratório de Audiovisuais do CRIA por Paulo Raposo e Emiliano Dantas em co-autoria com 13 mulheres negras, artistas, académicas e ativistas brasileiras residentes no Brasil, EUA e Portugal - Alexandra Alencar, Antônia Gabriela, Bia Leonel, Elaine Sales, Fernanda Rachel, Julianna Rosa Santos, Maria Anacleto, Marina Rainho, Michele Mafra, Mirella Maria, Rita Roldan, Sarah Motta e Thuanny Paes. E contaremos com a presença de Mirella e de Bia para além de Emiliano Dantas e Paulo Raposo.

Entrada Livre sujeita à lotação da sala.

03.05.2024 | por martalanca | Batoto Yeto

NOVIDADE Orfeu Negro | A PRETENSÃO DE ANTÍGONA, de Judith Butler

NOVIDADE Orfeu Negro


A PRETENSÃO DE ANTÍGONA
O Parentesco entre a Vida e a Morte
de Judith Butler

 

Antígona não significa estritamente uma linhagem,
mas algo mais próximo do «derramar sangue» — aquilo que é preciso saldar
para preservar os Estados autoritários.

— Judith Butler


A PRETENSÃO DE ANTÍGONA propõe uma nova leitura do legado de Antígona — a célebre insurgente de Sófocles, ícone feminista de desafio e contestação. Ao interrogar-se sobre as formas de parentesco que lhe poderiam ter permitido viver, confrontando o parentesco e o poder do Estado, Judith Butler associa os corajosos actos de Antígona às reivindicações das pessoas com relações de parentesco ainda por reconhecer, e demonstra como o parentesco heteronormativo continua a decidir o que deve, ou não, ser uma vida vivível. Recupera-se o significado revolucionário desta figura clássica, integrando-o numa política sexual progressista. 
Já na nossa loja online e nas livrarias de todo o país.

Judith Butler lecciona na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e é das principais figuras teóricas contemporâneas do feminismo e da teoria queer. Escreveu obras pioneiras como Problemas de Género: Feminismo e Subversão da Identidade e Corpos Que Contam: Os Limites Discursivos do «Sexo» (publicadas na Orfeu Negro), e tem contribuído amplamente para a renovação dos estudos de género. É também das vozes mais activas no debate actual de questões éticas e políticas, e as suas reflexões filosóficas são indissociáveis de uma postura activista, designadamente no que diz respeito à defesa da causa palestiniana e ao movimento Occupy Wall Street. Em livros mais recentes, Butler tem—se centrado numa ética da não-violência no contexto de colectivos políticos e de movimentos de transformação social.

30.04.2024 | por mariana | A pretensão de antígona, Judith Butler, livro, novidade

"Fantasmas e Delírios”, uma jornada de estudos que conta com a participação especial da artista Bette Gordon e do cineasta Sandro Aguilar

Entre os dias 2 e 3 de maio, na Escola das Artes da Universidade Católica no Porto

O Fantasma enquanto metáfora

Entre os dias 2 e 3 de maio, realiza-se o seminário “Fantasmas e Delírios”, uma jornada de estudos que conta com a participação especial da artista Bette Gordon e do cineasta Sandro Aguilar, e será complementada pela inauguração da exposição de Letícia Ramos (precedida de uma performance), e uma sessão de cinema no Passos Manuel, com a projeção de Mariphasa (2017), de Sandro Aguilar, com a presença do ator e fotógrafo António Júlio Duarte. Os eventos realizam-se entre o Auditório Ilídio Pinho, da Universidade Católica Portuguesa, e o Cinema Passos Manuel.


O seminário “Fantasmas e Delírios” vai proporcionar uma discussão em torno das diversas formas nas quais noções como espectro, sombra, invisível, irreal, matéria ou memória são exploradas no âmbito do cinema e das artes visuais. “A reflexão será norteada pela ideia de que o fantasma pode ser entendido, por um lado, como uma figura visual ou um tema, e, por outro lado, enquanto um conceito com uma forte dimensão simbólica ou metafórica,” refere a organização.

Estão confirmadas as presenças de Bette Gordon, pioneira no Cinema Independente Americano, conhecida pelas suas ousadas explorações de temas relacionados com sexualidade, desejo e poder. Variety, o seu mais aclamado filme, é uma história audaz sobre uma mulher que vende bilhetes num cinema pornográfico, na miséria iluminada de Times Square em meados da década de 1980. As suas longas-metragens incluem Luminous Motion (2000), um road movie hipnótico e perturbador, The Drowning (2017), um thriller psicológico baseado no romance do autor britânico Pat Barker, e Handsome Harry (2010). O trabalho de Gordon foi exibido nos principais festivais internacionais, incluindo Cannes, Berlim, Toronto, Locarno, Viena, Varsóvia, Rotterdam e Tribeca. Os seus filmes ganharam prémios em festivais como La Biennale di Venezia, Locarno Film Festival, Gijón, Oberhausen, Vila do Conde, Indielisboa, Montreal e foram exibidos nos principais festivais de cinema mundiais; de Sandro Aguilar foi alvo de retrospectivas no BAFICI, Roterdam Film Festival, New York Film Festival (Views from the Avant-Garde), Arsenal-Berlim e Oberhausen. Em 2013 foi convidado a integrar o reputado programa DAAD – Artist in Residence, Berlim; de Letícia Ramos, uma artista cientista que pesquisa o impacto que os fenómenos geológicos e climáticos podem ter na imaginação. O seu trabalho parte dos fenómenos naturais e efeitos ópticos para tratar de conexões simbólicas entre política, ciência e imaginação onde o futuro e o passado se sobrepõem. Na rigorosa investigação do meio fotográfico analógico utiliza a escultura, a maquete e técnicas de efeitos especiais para criar paisagens imaginárias, narrativas e fabulações que se formalizam em fotografias, em filme e instalação. Os seus trabalhos integram coleções como Fundação Botín, Novo Musee de Mônaco, Kadist Collection, Itaú Cultural, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Instituto Moreira Salles e Pinacoteca do Estado de São Paulo; e de António Júlio Duarte, estudou fotografia na AR.CO, em Lisboa e no Royal College of Art, em Londres. Autor de vários livros, o seu trabalho é exibido regularmente, em Portugal e no exterior, desde 1990.

30.04.2024 | por mariana | Bette Gordon, Escola das Artes da Universidade Católica no Porto, Fantasmas e Delírios, Sandro Aguilar, seminário

Lançamento do livro «Tarrafal», de João Pina

EM DIÁLOGO COM O AVÔ, PRESO POLÍTICO, E COM AS ÚNICAS IMAGENS DO INTERIOR DO «CAMPO DA MORTE LENTA», O FOTÓGRAFO JOÃO PINA REGISTA EM LIVRO A MEMÓRIA HISTÓRICA DO TARRAFAL.

No dia em que João Pina abriu uma caixa antiga que guardava negativos, provas de contacto, fotografias de época, cartas e telegramas do Tarrafal, iniciou um diálogo epistolar no tempo com o seu avô Guilherme da Costa Carvalho, enviado em 1949 para o campo de concentração do regime fascista português em Cabo Verde, conhecido também como o campo da morte lenta.

Os pais de Guilherme, Luiz e Herculana, foram as únicas visitas familiares ao Tarrafal na sua fase «portuguesa», levando consigo uma providencial câmara fotográfica Rolleiflex para retratar e dar prova de vida de todos os presos políticos do campo, além de fotografar todas as sepulturas dos mortos.

É a estas imagens, os únicos registos visuais feitos à época no interior do campo de concentração, que regressa João Pina, fotógrafo documental, continuando o seu já vasto trabalho de cartografia da memória histórica e das violações dos direitos humanos em forma de livro. À história pessoal e ao arquivo familiar, Tarrafal junta ainda anos de investigação e de colaboração com ex‑presos políticos, historiadores e famílias cabo‑verdianas, constituindo‑se como um documento de referência para, nos 50 anos do 25 de Abril, lembrar as consequências do passado vivido e compreender os desafios que temos pela frente.

28.04.2024 | por Nélida Brito | joão pina, literatura, tarrafal

ERNESTO NETO – NOSSO BARCO TAMBOR TERRA

Ernesto Neto, um dos mais internacionais e conhecidos artistas brasileiros, apresenta uma instalação imersiva, que evoca o cruzamento de culturas entre os diferentes continentes.

Com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, Nosso Barco Tambor Terra é uma das maiores esculturas realizadas, até hoje, por Ernesto Neto. A sua forma foi-se definindo ao longo de meses de trabalho, em diálogo com o espaço arquitetónico do MAAT e com o entorno do museu, extremamente denso de um ponto de vista histórico e simbólico, por representar o ponto de partida das caravelas que rumaram para o lugar que depois viria a ser chamado de Américas.

 

Partindo de imagens (velas) e materiais (lonas e cordas) geralmente associadas às viagens transatlânticas, o artista cria um conjunto de instalações inéditas que ocupam as várias dimensões do espaço. Para a criação da obra, foi utilizada principalmente chita, um tecido de algodão relativamente barato e extremamente difuso no Brasil que geralmente é decorado com estampas de cores fortes que representam flores e plantas. Esse tecido foi cortado em tiras e crochetado à mão por vários colaboradores, a partir de uma técnica desenvolvida ao longo de anos no ateliê do artista no Rio de Janeiro: o atelienave; e, com o material assim obtido, foram realizadas as células que, juntas, compõem a escultura. O plano geral da obra é desenvolvido à mão livre, através de testes e ajustes, e com a ajuda de softwares específicos, de maneira a ficar preciso, mas também maleável o suficiente para se adaptar às especificidades do espaço, quando da montagem in situ.

 

Nos últimos anos, à margem da sua atividade como artista, Neto tem se dedicado à percussão. Ao longo da exposição, a escultura, que incorpora uma série de instrumentos, será periodicamente ativada por uma programação musical, a cargo de músicos e grupos de vários lugares do mundo, com atenção especial para os ritmos das diásporas africana e asiática. Simbolicamente, o encontro de ritmos e batidas em Nosso Barco Tambor Terra irá constituir um contraponto à multitude de idiomas falados pelo mundo, aludindo à possibilidade de encontrarmos, em momentos e contextos específicos, línguas comuns que permitam uma comunicação que transcende a verbal e possibilita encontros autênticos e profundos. Coerentemente com o desejo do artista de criar uma obra autenticamente coletiva e diversa, os tambores de vários tipos e proveniências que habitam a instalação podem também ser tocados pelo público que visita a exposição.

28.04.2024 | por Nélida Brito | Brasil, ernesto neto, exposição

Três Curtas-Metragens da Terratreme na Cinemateca

2 de maio às 21h30

Com a presença de Susana Nascimento Duarte

OUTUBRO ACABOU
de Karen Akerman, Miguel Seabra Lopes
com António Akerman Seabra
Portugal, 2015 – 24 min
DOMY + ALIUCHA: CENAS KETS!
de Ico Costa
com Aliucha de Waldir, Domingos Marrengula
Portugal, 2022 – 30 min


JARDIM DE INFÂNCIA
de Susana Nascimento Duarte
Portugal, 2022 – 30 min
Três curtas-metragens produzidas pela Terratreme que exploram o cinema e as suas potencialidades, a partir do universo, da experiência e do olhar da infância e da juventude. Em OUTUBRO ACABOU, seguimos um pequeno cineasta com um convicto propósito: realizar o seu próprio filme. Em DOMY + ALIUCHA: CENAS KETS!, uma pequena câmara de filmar passa pelas mãos de dois jovens amigos, que filmam várias cenas do seu quotidiano em Moçambique, “registando a adolescência, o trabalho, o brincar, o deambular, o cantar e dançar, o desejo”. Em JARDIM DE INFÂNCIA observamos atentamente os rostos de várias crianças numa escola, ouvimos os diálogos do quotidiano escolar, uma ação que é constantemente interrompida por um outro tempo, que segue um andamento diferente, o ritmo dos afetos e das emoções da infância.

28.04.2024 | por martalanca | Terratreme

La Pensée Sauvage, de Adrien Missika

‘Que deveres de cuidado e formas de coabitação exigem os nossos tempos conturbados? Com que tipo de seres nos identificamos? Quem merece o nosso afeto e a nossa atenção? Tirando lições do amor-perfeito selvagem, Missika rega as ervas daninhas no passeio e lava a fuligem das folhas enegrecidas das plantas que crescem debaixo das auto-estradas, numa ação sincera de intenções puras. No entanto, noutros locais, encena o drama de avanços indesejados, carinhosamente rejeitados por um cato Saguaro. Vê-se a si próprio espelhado em cenouras gémeas. Nos excessos vibrantes do pensamento selvagem, as relações botânicas e sociais crescem umas nas outras, confundindo as divisões de espécie, género e família.’ — Dehlia Hannah 

Em simultâneo, inaugura Apenas nós dois, exposição de Emmanuelle Lainé & Benjamin Valenza, no Belo Campo, espaço na cave da galeria, dirigido por Adrien Missika.

Lainé Valenza é um par de artistas, um casal e um dueto, formado a partir de uma conversa perpétua, de um terreno comum na fronteira das suas respetivas pesquisas. Caracteriza-se por um interesse na crítica institucional, na mutação das formas de imagem e na atenção visual, com as suas apostas culturais e políticas subjetivas.
Ao longo dos seus projetos, a dupla emprega várias formas visuais, como a escultura, a fotografia, o cinema expandido, instalações site-specific, televisão em direto e performances.
Galeria Francisco Fino, Rua Capitão 76, 1950-052 Lisboa

02.05.2024, 20 h

27.04.2024 | por martalanca | Adrien Missika

Colin Darch no ISEG | 2 de Maio: "Life Writing" e o Problema da Mediação na Historiografia Contemporânea Moçambicana

Venho por este meio convidá-los a participar e apoiar na divulgação do próximo Seminário de Estudos de Desenvolvimento, com apresentação do historiador, sociólogo e documentalista académico sul-africano Colin Darch (University of Cape Town)
A sessão terá lugar no dia 2 de maio (quinta-feira), pelas 18h, no ISEG.

As inscrições e outras informações estão no link a seguir: https://problema-da-mediacao-na-historiografia-contemporanea-mocambican.eventbrite.pt
programa completo com todos os seminários em maio pode ser consultado neste link: https://www.eventbrite.pt/cc/seminarios-de-estudos-de-desenvolvimento-2024-3033629


OS SEMINÁRIOS DE ESTUDOS DE DESENVOLVIMENTO 2024 RECEBEM: COLIN DARCH/UNIVERSITY OF CAPE TOWN
2 de maio, 18hSala Novo Banco/Quelhas - ISEG

“Life Writing” e o Problema da Mediação na Historiografia Contemporânea Moçambicana


INSCRIÇÕES: https://problema-da-mediacao-na-historiografia-contemporanea-mocambican.eventbrite.pt

Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/2590347814472933/

Evento no LinkedIn: https://www.linkedin.com/events/semin-riosdeestudosdedesenvolvi7188171435104755712/

26.04.2024 | por mariana | Colin Darch, iseg, Seminário de estudos de desenvolvimento

Mercado Cultural Ulmeiro

Está a chegar mais um Mercado Cultural Ulmeiro, é já neste próximo fim-de-semana, nos dias 27 e 28 de abril, das 10h às 19h, no Palácio Baldaya - Estrada de Benfica 701.

Este mercado contará com venda de artigos espólio Ulmeiro, livros, cartazes, gravuras, velharias, pinturas da artista plástica Sofia Ribeiro, flores e objetos de decoração da Amélie Papoila, entre outras coisas.

Contamos com a sua visita!


25.04.2024 | por mariana | Espaço Ulmeiro, Mercado Cultural Ulmeiro, Palácio Baldaya

O Apelo da Liberdade, de Arlindo Manuel Caldeira

Sobre a resistência dos africanos à escravidão nas áreas de influência portuguesa.

Entre os séculos XV e XIX, quase 13 milhões de africanos, entre homens, mulheres e crianças, foram obrigados a deixar a sua terra, naquela que foi uma das mais numerosas e dramáticas deslocações forçadas da história da Humanidade.

A maioria deles teve de atravessar o Atlântico e tornou-se, no continente americano, a mão-de-obra fundamental nas plantações, nas minas ou nos serviços domésticos.

Mas como encaravam os escravizados a situação que lhes tinha sido imposta? A historiografia tradicional europeia e americana, de uma forma geral, considerou sempre que a atitude comum teria sido a passividade e o conformismo. Não foi, porém, assim. Um número significativo dos escravizados recusou-se a aceitar o estatuto que lhes determinavam e as obrigações a que eram sujeitos. Essa recusa, manifestada logo nos seus lugares de origem, nos navios em trânsito entre continentes ou já nos novos destinos, assumiu formas muito diversas, dos pequenos gestos de resistência até ao suicídio e à rebelião aberta, traduzida na fuga individual e colectiva ou na revolta organizada.

É sobre esses resistentes e o modo como encararam o apelo da liberdade que trata este livro, resultado da investigação inovadora de um especialista nesta área de estudo.

ARLINDO MANUEL CALDEIRA é licenciado em História e investigador do CHAM (Universidade Nova de Lisboa/Universidade dos Açores). Sobre a temática da presente obra, publicou, além de dezenas de artigos em revistas portuguesas e estrangeiras, os livros Escravos e Traficantes no Império Português: O Comércio Negreiro Português no Atlântico durante os Séculos XV a XIX (Lisboa, A Esfera dos Livros, 2013; Schiavi e trafficanti attraverso l’Atlantico, Milão, Mimesis Edizioni, 2020) e Escravos em Portugal: Das Origens ao Século XIX (Lisboa, A Esfera dos Livros, 2017). É também autor de Mulheres Enclausuradas: As Ordens Religiosas Femininas em Portugal durante os Séculos XVI a XVIII (Lisboa, Casa das Letras, 2017).

 

22.04.2024 | por martalanca | Arlindo Manuel Caldeira, liberdade

Álbuns de Família - fotografias da Diáspora Africana na Grande Lisboa (1975-hoje)

De 28 de abril a 30 de novembro de 2024

Exposição temporária, com curadoria científica de Filipa Lowndes Vicente e Inocência Mata, reúne fotografias da autorrepresentação da diáspora africana em Portugal. São “álbuns de família” com as imagens que os portugueses afrodescendentes e africanos registaram de si próprios e das suas comunidades desde 1975, data das independências dos países africanos de colonização portuguesa, até hoje. Esta exposição enquadra-se nas comemorações dos 50 anos do 25 de abril de 1974, inserindo-se também nas celebrações da Década Internacional dos Afrodescendentes (2015-2024), instituída pelas Nações Unidas.
Inauguração Sábado, 27 de abril de 2024 17h30 sobre a exposição.

 

22.04.2024 | por martalanca | Álbuns de Família, FILIPA LOWNDES VICENTE, Inocência Mata

Filmes de Moira Forjaz com presença da realizadora. hoje na Cinemateca às 19h

A TELEVISÃO NO BAIRRO de Moira Forjaz, Licínio Azevedo, Miguel Arraes I Moçambique, 1980 – 27 min

UM DIA NUMA ALDEIA COMUNAL de Moira Forjaz I Moçambique, 1981 – 29 min
MINEIRO MOÇAMBICANO de Moira Forjaz I Moçambique, 1981 – 38 min

Primeiro filme moçambicano realizado, ainda que em parceria, por uma mulher (Moira Forjaz, reconhecida sobretudo pela obra fotográfica), A TELEVISÃO NO BAIRRO documenta o início das sessões experimentais da TV em Moçambique através de entrevistas a pessoas que, em vários bairros de Maputo, assistem pela primeira vez às emissões. É um documento que remete para o entusiasmo com que Godard chegou ao país, pensando nas condições únicas existentes para construir um projeto de “nascimento (em imagens) da nação” moçambicana porque a maioria do seu povo nunca vira imagens em movimento. Moira Forjaz deu grande atenção aos mineiros moçambicanos e sua migração em situação (pós-)colonial.

MINEIRO MOÇAMBICANO documenta o processo de acolhimento de mineiros provenientes das minas sul-africanas e a reorganização dos serviços de receção no posto fronteiriço de Ressano Garcia. UMA DIA NUMA ALDEIA COMUNAL, agraciado com o prémio para melhor documentário no Festival de Cinema de Leipzig, regista o quotidiano na aldeia Vigilância quanto ao trabalho, educação, saúde e lazer, dando especial atenção à condição das mulheres.

22.04.2024 | por martalanca | Licínio Azevedo, Miguel Arraes, Moçambique, Moira Forjaz

RISING UP AT NIGHT de NELSON MAKENGO no Indie Lisboa

República do Congo / Bélgica / Alemanha / Burkina Faso / Catar2024, 95’

Um filme que visita Kinshasa, numa altura em que a República Democrática do Congo, em geral, e a cidade, em particular, estão envoltos em turbulência. O foco do filme é a construção de uma central elétrica, ao mesmo tempo que a cidade está com dificuldades de acesso a electricidade, sendo as noites, metaforicamente e não só, bem mais escuras. O que vem ao de cima é tanto a inconformidade como a resistência desta população, muitas vezes através da força da fé.

Como é que, concretamente, filmamos a ausência de luz? Rising Up at Night é uma espécie de desafio e uma experiência imersiva única. Makengo filma discussões em contra luz, com silhuetas a aparecer na tela. Às vezes, isto é apenas uma tela preta. Mas é também um filme sobre a luz, mesmo frágil e trêmula. A das lanternas apontadas para o crânio como se a cidade estivesse no coração de uma caverna. Mas também luzes mais surpreendentes: as artificiais das guirlandas das ruas, tiaras multicoloridas. São os fogos de artifício que aparecem, os relâmpagos que cortam o céu. “A alegria é trazida pela luz”, ouvimos durante um sermão, e a busca pela luz torna-se realmente uma questão divina. 

Rising Up at Night é sobre como vivemos e como sobrevivemos. Como viver num filme de desastre, quando as inundações aumentam o infortúnio. Como demonstramos uma força vital impressionante? O que podemos ver sob o céu estrelado? O que revelam as primeiras manhãs azuis? A vida cotidiana segue seu curso e se, implicitamente, o filme diz algo político, isso nunca é expresso frontalmente. (Michaël Gaspar)

TÍTULO ORIGINALTongo Saa ARGUMENTO Nelson Makengo FOTOGRAFIA Nelson Makengo SOM Moimi Wezam MONTAGEM Inneke Van Waeyenberghe PRODUTOR Rosa Spaliviero, Dada Kahindo Siku

mais info

TONGO SAA by NELSON MAKENGODocs Against Gravity I Polish premiere I Doc Competition ; First Appearance Award
Seattle FF I Seattle premiere I African PicturesDOXA I British Columbia premiere I Doc Competition

STLOUIS’DOCS I African premiere I International Competition

IndieLisboa I Portuguese premiere I International Competition

Margaret Mead I US premiere I Filmmaker Award; Audience Award; Filmmaker Award Contenders

Kunstenfestivaldesarts I Belgian Premiere I expanded cinema version

HotDocs I North American Premiere I World Showcase

Visions du Réel I International Premiere I International Competition

Berlinale I World Premiere I Panorama

22.04.2024 | por martalanca | Congo, Kinshasa, Nelson Makengo

Artista moçambicana vence prémio internacional Prince Claus

A artista multidisciplinar Yara Costa foi recentemente premiada com o Prémio Prince Claus Fund 2023, um reconhecimento anual a 100 artistas e profissionais culturais que inspiram mudanças positivas e imaginam novas realidades através de suas obras. 

A nomeação e vitória de Costa refletem o impacto de sua abordagem única que entrelaça arte e activismo para questionar e desconstruir estereótipos sociais.

Segundo escreve a BANTUMEN, Yara Costa “Acredito que esta nomeação é fruto dos questionamentos e das intervenções artísticas que realizamos com o objetivo de gerar mudança social. É urgente a necessidade de uma arte que desafie o status quo e esteja disposta a romper com paradigmas nocivos à sociedade.” Esta declaração ressalta o compromisso da artista em usar sua voz e talento para provocar reflexão e ação entre as comunidades globais.

O projeto que lhe rendeu este prestigiado prémio, “Nakhodha e a Sereia”, é uma instalação imersiva situada na Ilha de Moçambique. Ela oferece uma experiência multisensorial que inclui áudio em 360 graus, vídeo mapping e realidade virtual para contar histórias das comunidades costeiras africanas e sua relação milenar com o mar, agora ameaçada pelo aquecimento global.

Yara CostaYara Costa

fonte: Xigubo

18.04.2024 | por martalanca | mar, Moçambique, Yara Costa

Cineasta Margarida Cardoso fala sobre Histórias (de)coloniais

No dia 18 de abril, pelas 18h30, a cineasta Margarida Cardoso vai estar na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto, a participar numa aula aberta sobre “Histórias (de)coloniais - À deriva entre a memória e o esquecimento”.


“Ao longo destes 35 anos de trabalho tenho vindo a explorar temáticas relacionadas com a violência colonial. Sempre partindo de universos íntimos e singulares, fui tentando criar um conjunto de peças de reflexão que pudessem servir para manter em vida aquilo que facilmente se esquece; o mal, a culpa, a dor dos outros e a nossa própria dor,” refere Margarida Cardoso, realizadora, argumentista e professora do Mestrado em Cinema da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa.

Ao longo da aula aberta, a argumentista vai explicar o seu processo e responder a questões como: “O que a câmara mostra ou oculta ao revisitar o passado? Entre o meu primeiro documentário “Natal 71” (1998) e o filme de ficção “Banzo” (2024) muitas coisas mudaram na relação que mantemos com a construção das narrativas coloniais. O que mudou? O que foi dito e o que resta ainda por contar? E que forma poderão tomar essas narrativas?”

Margarida Cardoso trabalhou, entre 1982 a 1995, como assistente de realização, anotadora e fotógrafa de cena em mais de 50 filmes portugueses e estrangeiros. A partir de 1995, tem realizado filmes de ficção e documentários, afirmando-se como um dos nomes mais relevantes do cinema português. Os documentários “Natal 71 “, “Kuxa Kanema – O nascimento do cinema” e as ficções “A Costa dos Murmúrios” e “Yvone Kane” estão entre os seus filmes mais reconhecidos, explorando assuntos que cruzam a sua história pessoal com questões proeminentes na História recente de Portugal, como a guerra colonial em África, a revolução e o fim da era colonial.

A aula aberta “Histórias (de)coloniais - À deriva entre a memória e o esquecimento” faz parte do ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”, um programa com co-curadoria de Lilia Schwarcz (antropóloga e historiadora brasileira) e Nuno Crespo, que contempla uma agenda de concertos, conferências, exposições e performances, que vão decorrer entre 16 de fevereiro e 24 de maio. O ciclo é organizado pela Escola das Artes, em parceria com a Universidade de São Paulo (Brasil) e a Universidade de Princeton (EUA).

18.04.2024 | por mariana | antropologia, Escola das Artes da Universidade Católica no Porto, Histórias coloniais, Lilia Schwarcz, Margarida Cardoso, Nuno Crespo