Saberes Étnico-Culturais e Saberes Científicos na Formação Intercultural - Congresso

Painel 11
11. Saberes Étnico-Culturais e Saberes Científicos na Formação Intercultural:

Maria Pombo Martins Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa (CFCUL) - Portugal ommartins@fc.ul.pt;
Darlinda Maria Pacheco Moreira Universidade Aberta – Portugal darmore@uab.pt;
José Manuel Cravo Pombeiro Filipe Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa (CFCUL) – Portugal josemanuelfilipe@sapo.pt.

A cooperação educacional entre dois países tem pressuposto uma assimetria pelo menos na medida em que os formandos têm sido exclusivamente de um dos países e os formadores exclusiva ou predominantemente do outro país. Quando os formadores cooperantes se interessam pelas culturas do país com que cooperam, podem fazê–lo movidos por interesses pessoais ou profissionais ligados às suas áreas de formação académica ou de investigação, ou induzidos por conceções educacionais que procuram fazer valer os significados das aprendizagens que propõem em função das culturas em que os seus formandos foram socializados, ou em articulação com representações conhecimentos, atitudes ou práticas dessas culturas. É a partir das culturas e sociedades dos formandos que nos propomos considerar a globalidade do processo educacional em que os cooperantes se envolvem, com destaque para os estatutos epistemológicos dos saberes e das culturas com que os formandos são confrontados e o caráter problemático da sua articulação, mas sem esquecer a relação com as dimensões sociais, económicas e políticas de tais estatutos. Uma tal abordagem pode passar pela discussão da existência de uma agenda internacional para estruturar a educação segundo princípios e finalidades generalizados a todos os países e culturas. O termo interculturalidade foi adotado por muitos que têm procurado um quadro global que supere as assimetrias e a antinomia modernidade da ciência ocidental vs ancestralidade e tradicionalidade culturais dos povos objeto de “cooperação”. Sem nos centrarmos nas questões teóricas em torno do termo “interculturalidade”, pretendemos dispor de um espaço para os que desenvolveram a sua prática sob a égide deste termo e daquele desígnio. Procuramos nomeadamente abrir este Encontro aos que no Brasil avançam com esse conceito no âmbito da formação de professores indígenas para a escola inígena diferenciada. É importante estar atentos a algumas questões que se colocam na formação intercultural no Brasil e a questões que se nos podem colocar a partir daí. Para os próprios brasileiros, pode ser interessante explorar as vantagens de um quadro de referência mais amplo – o mais amplo possível – para pensar a interculturalidade e a formação intercultural superando os ciclos viciosos resultantes de antinomias e assimetrias, sem deixar de as assumir onde elas existam. Para estes efeitos, é no mesmo quadro comparativo que nos propomos tratar estas relações entre saberes, desde o Brasil e América Latina à África e Ásia, e à Europa –– onde nos contextos escolares se colocam problemas semelhantes entre os saberes eruditos ou valores tipicamente escolares e os saberes, atitudes e valores adquiridos em culturas populares ou de grupos sociogeográficos por vezes designados como “subculturas”.

18.04.2012 | par herminiobovino | congresso, cultura, ISCTE, lisboa

Homenagem a Baltazar Lopes da Silva

No âmbito da evocação da memória e da obra de proeminentes figuras da cultura e da história cabo-verdianas e por ocasião do 105º aniversário do Homenageado, a Associação Cabo-verdiana de Lisboa tem a honra e o prazer de convidá-lo (a) a assistir à conferência “Baltazar Lopes da Silva, Filólogo e Ensaísta em Linha Recta” a proferir pelo Professor Alberto Carvalho nas instalações da ACV (rua Duque de Palmela, nº 2, 8º andar), pelas 18,30 h do próximo dia 20 de Abril, sexta-feira.

18.04.2012 | par herminiobovino | Cabo-verde, filologia, homenagem

Emerging Platforms for Artistic Production in DRC, Angola, and Mozambique, Fall 2013

Critical Interventions Special Issue on: Emerging Platforms for Artistic Production in DRC, Angola, and Mozambique, Fall 2013.

Critical Interventions invites submissions for Emerging Platforms for Artistic Production in DRC, Angola, and Mozambique, an issue that examines recent developments in arts institutions, their
administrative infrastructures, and creative practices in the DRC, Angola and Mozambique. These countries’ political and cultural profiles and influences have changed dramatically with expanding
global demand for minerals and oil. Linguistically and geographically tied to older categorizations (i.e., Lusophone, Central, and Southern Africa), there are new alliances forming among these nations as well
as with ascending cultural players, like Brazil and China. As a result of these engagements, new artistic platforms are constantly emerging: archives, state-funded spaces, independent spaces and workshops, a shifting and expanding pool of global funds for exhibitions, museums, programs, and scholarly engagement.

This issue of Critical Interventions will explore the changing and evolving relationships between artists, the state, and the local and global art markets, and particularly recent scenarios of art platforms as extensions and articulations of state, private, and individual power. We invite contributions that consider the formation and activities of these networks across media in the visual and performative arts. We are also interested in the processes of formation and politics of new artistic networks, and curatorial and exhibition strategies. Writing and work by artists, curators,
scholars, activists and other observers, particularly those working on the continent, are sought.

We invite proposals to be submitted by 15 July 2012. The deadline for the final version of the paper is 30 January 2013. Proposal for articles should be no more than 400 words. Articles should be based on
original research, which is previously unpublished and may be up to 10,000 words inclusive of the bibliography and contain up to ten images. All rights for reproduction of images must be cleared in
advance and submitted along with the final draft of each article.

Editors
: Erin Haney and Drew Thompson
Proposals of no more than 400 words should be sent to:
Erin Haney erinlhaney@gmail.com and Drew Thompson thom2429@umn.edu.

Critical Interventions, a peer-reviewed journal, provides a forum for advanced research and writing on global African arts that investigates African and African Diaspora identities in the age of globalization,
as an arena for rethinking African art history and interrogating the value of African art/cultural knowledge in the global economy. The journal inaugurates a formal discourse on the aesthetics, politics and economics of African cultural patrimony as it affects African ownership of the intellectual property rights of its indigenous systems of knowledge and cultural practices.

H-AfrArts
H-Net Network for African Expressive Culture
E -Mail: H-AFRARTS@H-NET.MSU.EDU
web

18.04.2012 | par herminiobovino | african art, angola, DRC, mozambique

Feira do Livro de Maputo 2012

III Feira do Livro de Maputo - 2012, que decorrerá nos dias 20, 21 e 22 de Abril, na Feira Internacional de Maputo (FEIMA).

A referir que a Feira está enquadrada nas comemorações dos 125 anos da Cidade de Maputo e conta com a organização do Grupo Culturando, que é constituido pelos diretores dos Centros Culturais representados em Maputo, tais como: Britist Council, Centro Cultural Americano, Centro Cultural Brasil-Moçambique (CCBM), Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM), Instituto Camões-Centro Cultural Português (IC-CCP), Instituto Cultural Moçambique-Alemanha (ICMA), bem como  representações culturais das Embaixadas da Bélgica, Espanha, Itália e Suíça. Conta igualmente, com o alto patrocínio do Conselho Municipal da Cidade de Maputo e do Instituto Nacional do Livro e do Disco (INLD) tendo como parceiro principal o Banco Comercial e de Investimentos (BCI).

Ao longo dos três dias da Feira, apresentar-se-á um programa paralelo com saraus de poesias, sessões de contadores de estórias, palestras, sessões de autógrafos, monólogos  e outras atividades ligadas à divulgação da literatura e do livro em geral, por ocasião ao Dia Mundial do Livro.

A III Feira do Livro em Maputo conta com a presença de escritores internacionais:

Nii Parkes, o poeta/escritor do Reino Unido;
Chris Mclvor, escritor Britanico, originário da Escócia;
Lúcia Rosa, Editora brasileira de Livros de Cartão;
Eduardo Assis Duarte, professor da  Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista da obra de Jorge Amado.

Desta forma, o Centro Cultural Brasil.Moçambique convida a todos acadêmicos, estudantes, escritores, literatas, amantes da leitura e o público em geral, a participarem na III Feira do Livro em Maputo.

Contacto:
Nuno Maia
Tel. | +258 82 641 7209 | +258 84 587 5824
mail: naturalmente@tvcabo.co.mz   ou nunomaia@tvcabo.co.mz
Av. Joaquim Chissano, 91, R/C.
Maputo - Mozambique

18.04.2012 | par herminiobovino | feira do livro maputo, Moçambique

Aula Aberta de Antropologia Urbana em homenagem a Gilberto Velho (1945-2012)

Sexta-feira, 20 de Abril, às 18.00h, no Auditório 2 do ISCTE-IUL (edifício 1 - antigo)

Convidam-se todos os interessados a participar de uma aula aberta em torno de Gilberto Velho, a quem a antropologia urbana tanto deve.

Vamos ouvi-lo, em filme, e conversar sobre a sua vida, a sua obra, a sua relação com Portugal com António Firmino da Costa, Cristiana Bastos, Graça Índias Cordeiro, Lígia Ferro, Luís Baptista, Joaquim Pais de Brito, Rosa Maria Perez, e todos os que se quiserem juntar a nós.

Com apenas 66 anos de idade, Gilberto Velho, um dos mais eminentes antropólogos sociais brasileiros faleceu de repente na sua casa em Ipanema, no Rio de Janeiro. Professor e decano do Programa de Pós Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Gilberto Velho foi pioneiro da antropologia urbana brasileira e deixa uma vasta obra publicada, para além de ter formado “uma imensa diáspora de ex-alunos que brilham não apenas nas melhores universidades do país como na televisão, no jornalismo e no mundo dos negócios” – como diz a mensagem publicada ontem no site da Associação Brasileira de Antropologia, da qual foi um dos presidentes.

As ciências sociais portuguesas e muito em particular a antropologia urbana estão de luto com o seu desaparecimento, pois Gilberto Velho contribuiu de forma única e incansável para o desenvolvimento e legitimação da antropologia urbana portuguesa, através de uma generosa e sistemática participação em conferências, júris, investigações, aulas, orientações, e em tantas outras actividades científicas e de divulgação, sobretudo no espaço do ISCTE-IUL, inspirando formas abertas de diálogo interdisciplinar, literário e artístico, no seio dos estudos urbanos. Ajudou, ainda, a criar uma rede de cientistas sociais em torno da sociologia e antropologia urbana, fomentando a circulação de investigadores, professores e jovens doutorandos, que em muito fortaleceram as ligações interuniversitárias aquém e além Atlântico. Conhecido pelo seu sentido de humor peculiar, parte intrínseca da sua perspicácia antropológica e da sua qualidade humana rara, Gilberto Velho perdurará na memória das ciências sociais portuguesas e continuará a ser um marco fundamental na aproximação Brasil Portugal em todos os sentidos.

18.04.2012 | par martalanca | gilberto velho

programa ZONA FRANCA 3ª semana de Abril - Bartô I LISBOA

18.04.2012 | par martalanca | zona franca

e o vencedor do BesPhoto é o moçambicano Mauro Pinto

O vencedor do Prémio BES Photo é o moçambicano Mauro Pinto, segundo escolha do júri entre os quatro finalistas que estiveram presentes na sessão desta terça-feira no Museu Coleção Berardo.
«Ainda não digeri esta vitória. Não estava à espera. Quero desfrutar do valor do prémio, não só monetário, mas a nível global, pela importância que tem», confessou o artista, citado pela LUSA.
Mauro Pinto, nascido em 1974 em Maputo, recebeu pela primeira vez este prémio, o mais importante na área da fotografia e que contempla o vencedor com o valor de 40 mil euros.
O moçambicano concorreu com 12 fotografias captadas no bairro da Mafalda, em Maputo, entre as quais retratam interiores de casas, paisagens, pessoas e ruas do local onde nasceu o futebolista Eusébio. 
Nesta 8ª edição do Prémio BES Photo, os outros finalistas eram Duarte Amaral Netto, de Portugal, Rosangela Rennó e o Coletivo Cia de Foto, ambos do Brasil.
Esta é uma iniciativa do Banco Espírito Santo e o prémio é organizado em parceria com o Museu Coleção Berardo e a Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Pela primeira vez, o vencedor não é um artista português, sendo que no ano passado o galardão foi alargado a artistas de nacionalidade brasileira e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, os PALOP.

ver no Buala: 

Galeria do Mauro Pinto Portos de convergência - Maputo / Luanda 

reportagem sobre o bairro Mafalala 


18.04.2012 | par martalanca | fotografia moçambicana, Mauro Pinto

[RE]alphabetika, B.Leza, LISBOA

Mito Elias & Trio Majina apresentam [RE]alphabetika que tem como temática primordial a revisitação de vários espaços sonoros e poéticos em homenagem a Jorge Barbosa, Luís Morais, Horace Silver, Cesária Évora, Corsino Fortes, Boris Vian, Amílcar Cabral, Ruy Belo, Fernando Assis Pacheco, Alberto Pimenta e tantas outras fontes de sublimação que nos servem de farol. O objectivo deste evento é procurar realçar a beleza das palavras, dos gestos, das imagens e dos sons que cada escrito sugere, para que a poesia não fique estática e empoeirada nas estantes.
[RE]alphabetika - a palavra [RE]exercitada numa [RE]dimensão pluriforme e [RE]adequada à [RE]flexão que a crise nos [RE]impõe, neste mundo cada vez mais veloz, onde as nossas [RE]lações são cada vez mais ipodéticas, facebookianas e youtubeiras. Este [RE]exercício poético feito de [RE]talhos [RE]cruzando várias [RE]ferências, [RE]lembrando de que a loucura na arte não [RE]conhece fronteiras.

29 de Abril – 21:30 - Entrada = 3 €
B:Leza - R. Cintura do porto de Lisboa, Armazém B (Cais do Sodré)

17.04.2012 | par franciscabagulho | B.Leza, Mito Elias, poesia

"Faz escuro nos olhos" - Teatro

Faz escuro nos olhos | Rogério de Carvalho e Teatro Griot numa criação colectiva.
“Faz escuro nos nossos olhos; já não ouvíamos outros passos para além dos nossos. As mãos dele tapam o clarão da lâmpada. Faz escuro nos nossos olhos.”

“Faz escuro nos olhos” coloca no centro o teatro e a sua essência: o exprimir a vida. Conceitos como o de Família, Pátria, Guerra, Velhice, Infância, Pobreza, Dinheiro são transversais neta criação.

Data | 26, 27 e 28 de Abril de 2012
Local | Auditório do Institut Français du Portugal
Hora | 21H
Preço | 12€
facebook

16.04.2012 | par herminiobovino | teatro

SOMA, 19 Abril, 18h no Elinga Teatro, LUANDA

16.04.2012 | par franciscabagulho | Elinga Teatro, Luanda

As missões cinematográficas às colónias, na Cinemateca Portuguesa - LISBOA

19:00  Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema - Sala Dr. Félix Ribeiro

Sessão: As missões cinematográficas às colónias

Vários 46’

 

Guiné: Aspectos Industriais e Agricultura (Augusto Seara, 1929, 11’); Costume Primitivos dos Indígenas em Moçambique (Fernandes Thomaz, 1929, 12‘); Quedas do Dala - Angola (José César de Sá e António Antunes da Mata, 1930, 6’); Planalto de Huila (José César de Sá e António Antunes da Mata, 1931, 17’)

 

Entre 1929 e 1931, a Agência Geral das Colónias e os governadores das colónias portuguesas em África encomendaram a produção de vários filmes destinados a serem mostrados na “metrópole” e em várias exposições internacionais. Para o efeito, foram contratadas pequenas equipas de cinema, pomposamente baptizadas como “missões cinematográficas”. A primeira, dos Serviços Cinematográficos do Exército, foi liderada por Augusto Seara e visitou São Tomé e Príncipe e a Guiné. Os filmes ali rodados foram mostrados nas exposições internacionais de Sevilha, Anvers e Paris. Uma segunda equipa, constituída por António Antunes da Mata e César de Sá, rodou em Angola. Uma terceira equipa, liderada por Fernandes Thomaz, visitou Moçambique (com uma paragem em São Tomé e Príncipe, onde aceitou fazer um filme de encomenda para os proprietários de plantações de cacau). O filme rodado em Moçambique seria premiado na Exposição Colonial de Paris em 1931. A maior parte destes filmes foi depois retalhada em curtas-metragens que sofreram várias remontagens ao longo do tempo.

16.04.2012 | par martalanca | tempo coonial

QUA 18 Abril, 21h // FILME + DEBATE Quem vai à guerra, no CCIF (Lisboa)

Na próxima quarta-feira, 18 de Abril, pelas 21h, o Centro de Cultura e Intervenção Feminista recebe o documentário QUEM VAI À GUERRA, um filme de Marta Pessoa que nos traz um discurso feminino sobre a guerra colonial.
Segue-se debate e temos o privilégio de contar com a participação da realizadora.

16.04.2012 | par martalanca | guerra colonial

Seminário de Estudos Africanos

A comunicação do risco ambiental em África. O caso “Bypass-Mozal” de Moçambique.
Luca Bussotti CEA-IUL

Esta comunicação pretende analisar as dinâmicas sociais resultantes do caso “Bypass-Mozal”. Durante 133 dias, a Mozal trabalhou sem filtros, aumentando o nível depoluição atmosférica nas áreas nos arredores das suas instalações. A partir dessa “crise”, e com base nas teorias da “Social Amplification of Risk”, a comunicação pretende demonstrar como se chegou a uma crise “sistémica” (usando uma expressão de Habermas), cuja base assenta na falta de confiança entre os actores sociais envolvidos no processo: empresas, políticos, associações, população e media.

18 Abril | 
18:00 | Auditório B203, Edifício II
Centro de Estudos Africanos - ISCTE/IUL
Av. das Forças Armadas
Edifício ISCTE, Sala 2N17
1649-026 Lisboa – Portugal
Tel. | +351 217 903 067
Fax | +351 217 955 361
web
facebook

15.04.2012 | par herminiobovino | Estudos Africanos, seminário

Alfredo Margarido: um pensador livre e crítico

EXPOSIÇÃO | Biblioteca Nacional de Portugal | Sala de Exposições - Piso 2 | Entrada livre | até 31 Maio. Homenagem à figura multifacetada de Alfredo Margarido,  comissariada por Isabel Castro Henriques.

Professor, ensaísta, crítico literário, ficcionista, poeta, jornalista, tradutor, artista plástico, historiador, antropólogo, sociólogo, politólogo, Alfredo Margarido (1928, Moimenta, Vinhais - 2010, Lisboa) foi “um dos pensadores mais lúcidos da nossa realidade… observação que imediatamente se vai transformando em conhecimento, saber e discurso” (Perfecto Cuadrado, 2007).
Viveu em Bragança a sua infância, depois Viana do Castelo, o Porto, Lisboa e as prisões da PIDE, tendo-se instalado em meados dos anos 50 em São Tomé e Príncipe e depois em Angola. Expulso deste território pela polícia política, regressou a Lisboa em 1958, onde dirigiu o “Diário Ilustrado”, trabalhou na Guimarães Editora e fez crítica literária, utilizando a palavra para denunciar o regime, o que lhe valeumais e mais prisão. Foi um dos mais destacados intelectuais ligados à Casa dos Estudantes do Império (CEI) para a qual organizou, nos anos 60, antologias de poetas angolanos, moçambicanos e são-tomenses, tendo sido activo colaborador da Mensagem, o boletim da CEI.
O exílio levou-o para Paris (1964) onde se formou em Sociologia na École Pratique des Hautes Études, mais tarde École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), cujos quadros veio a integrar como investigador. Enquanto professor leccionou em várias universidades francesas, em Paris, Vincennes, Amiens, e após o 25 de Abril de 1974, em Lisboa e no Brasil, continuando a sua actividade docente em Paris, na EHESS e na Universidade de Paris I Panthéon-Sorbonne.

Da sua vasta obra, muita da qual dispersa por obras colectivas – estudos, capítulos, introduções, prefácios, postfácios –, jornais e revistas culturais e científicas, nacionais e estrangeiros, destaque-se, no ensaio, Teixeira de Pascoais (1961), Negritude e Humanismo (1964), Jean-Paul Sartre (1965), A Introdução do Marxismo em Portugal (1975), Estudos Sobre as Literaturas das Nações Africanas de Língua Portuguesa (1980), Plantas e Conhecimento do Mundo nos Séculos XV e XVI (1989), As Surpresas da Flora no Tempo dos Descobrimentos (1994) ou A Lusofonia e os Lusófonos: novos mitos portugueses (2000). Na poesia publicou Poemas com Rosas (1953) e Poema Para Uma Bailarina Negra (1958). Na ficção, integrou-se na tendência do nouveau roman, publicando No Fundo Deste Canal (1960), Centopeia (1961) e As Portas Ausentes (1963). Com Artur Portela Filho preparou O Novo Romance (1962) texto divulgador dessa tendência literária. Investigador da cultura portuguesa, estudou Fernando Pessoa, mas igualmente Camões ou Jorge de Sena; também as problemáticas africanas estão presentes numa obra ensaística e crítica, multidisciplinar e incontornável, bem como na sua intervenção cívica. Traduziu James Joyce, Nathalie Sarrautte, Jonh Steinbeck, Nietzsche ou Herman Melville. Uma parte da sua obra plástica foi reunida em 33+9 Leituras Plásticas de Fernando Pessoa (1988) e em Obra Plástica de Alfredo Margarido (2007).

15.04.2012 | par franciscabagulho | Alfredo Margarido, Casa dos Estudantes do Império, Mensagem

Nastio Mosquito : Bebi Beberei Bebendo

acabadinho de sair…

 

Nástio Mosquito é um dos mais talentosos artistas angolanos, um músico contemporâneo bem à medida da sonoridade em que vivemos. É um homem de várias artes, sentindo-se em casa no palco como performance artist, ou como contador de histórias e leitor de poemas, ou mesmo como a voz detrás do microfone, liricamente discursando por cima de um beat.
O álbum “DEIXA-ME ENTRAR” conta com 5 temas, 5 vídeos e alguns extras custa mil kwanzas. 

14.04.2012 | par martalanca | Nástio Mosquito

Houve um tempo na baixa de Kassange

Na Baixa de Kassanje…

Houve um tempo

na Baixa de Kassanje

em que o algodão branco

era roxo de fome e sangue…

houve um tempo 

de morte e revolta

na Baixa de Kassanje

as lavras 
- dizem os mais-velhos

cheiravam a kimbos queimados

e napalm….

Namibiano Ferreira   em poesia de angola


 Uma breve palavra sobre o que foi a Revolta da Baixa de Kassanje (província de Malanje - Angola):

A 4 de Janeiro de 1961 mais de mil camponeses da ex-Companhia de Algodão de Angola (Cotonang), foram barbaramente assassinados pelo exército colonial português ao exigirem a isenção de pagamento de impostos e a abolição do trabalho forçado.
Os acontecimentos, que se estenderam a toda a região da Baixa de Kassanje até Março do mesmo ano, envolveram milhares de tropas e polícias, que chegaram a utilizar a aviação para reprimir os manifestantes. Diz-se também que napalm…

13.04.2012 | par martalanca | guerra colonal, Malnge

ATELIER, de Susana Nascimento Duarte, na CINEMATECA PORTUGUESA | 13 de Abril

13.04.2012 | par martalanca | gonçalo pena, pintura

O QUE É SER NEGRO NO TEATRO? no Câmara Clara, RTP2

PRÓXIMO PROGRAMA
15 DE ABRIL, 2012
O QUE É SER NEGRO NO TEATRO?

CONVIDADOS: ROGÉRIO DE CARVALHO E ZIA SOARES
Um dos mais prestigiados decanos da encenação em Portugal, Rogério de Carvalho, é negro. A atriz e encenadora Zia Soares é negra. Juntos integram a equipa que está a montar Faz Escuro Nos Olhos, um espetáculo intenso em que dos seis atores em cena, cinco são negros. Um caso muito raro em Portugal. Em Portugal, os atores negros raramente são escolhidos para trabalhos em telenovelas ou peças de teatro ou filmes. E das poucas vezes em que o são, são-no para fazerem de escravos, ou de criados, ou de qualquer outro estereótipo sobre o que é ser “negro”. A Associação Cultural Griot foi criada para ultrapassar esta situação. Uma conversa intensa sobre discriminação e humanidade, teatro e vida, Portugal e a África de língua portuguesa.

13.04.2012 | par martalanca | negro, teatro

LATE AT TATE: Tatiana Macedo and Paul Goodwin In Conversation, Friday 13th April

SCREENING & DISCUSSION
Duffield Room, TATE BRITAIN

Part of Late at Tate, Friday April 13, 2012 19.00-20.00
Tatiana Macedo is currently working on a new film project crossing the fields of art, cinema and visual anthropology in which she collaborated with Tate staff and filmed throughout the Tate gallery spaces.
A short work-in-progress extract of her film made for the occasion will be screened followed by a discussion with curator Paul Goodwin about the relationship between ethnography and visual art, the ethno-poetics of the body in film art as well as the story of Tatiana’s unique experience of making the film in collaboration with Tate staff.

Tatiana Macedo born in Lisbon 1981, lives and works in London, Amsterdam and Lisbon. Tatiana is a Visual Artist who graduated from a BA Fine Arts at Central St. Martins College of Art & Design in 2004. She has been showing and publishing her work internationally since then. Macedo has recently finished her Post Graduate Studies leading to a Masters Degree in Visual Anthropology and is working on her first feature film.

Paul Goodwin is a curator and urban theorist based in London. His pioneering Conversation Pieces artist talks and performance series at Tate Britain (2008-2010) engaged a diverse range of contemporary art practices in dialogue with the Tate collection, including the work of artists Alia Syed, Boyle&Shaw, Laura Oldfield Ford, Leo Asemota, Susan Stockwell, The Otolith Group, Raimi Gbadamosi, Maria Kheirkha and Nada Prlja.

Image: Copyright, Tatiana Macedo, 2012

13.04.2012 | par martalanca | Paul Goodwin, Tatiana Macedo

BIP - BIENAL INTERNACIONAL DE POESIA LUANDA 2012 CONCERTOS - 13 ABRIL 2012 CEFOJOR

13.04.2012 | par martalanca | Luanda, poesia