“A Experiência Afro-Brasileira na Tela” 10 - 15 de dezembro Cinemateca Portuguesa, Casa Independente Ciclo de cinema organizado pelo Queer Lisboa e EGEAC – Galerias Municipais/AFRICA.CONT
* Debate: “Leituras Queer do Cinema Afro-Brasileiro” (Entrada livre)
Tendo por base a programação de cinema do ciclo “A Experiência Afro-Brasileira na Tela”, pretende-se analisar e debater questões ligadas à forma como a comunidade afro-brasileira foi historicamente representada no cinema do Brasil, assim como na cultura popular, com um foco especial nas questões do género e da sexualidade; até à reivindicação a que assistimos recentemente, da criação de um novo paradigma nessa representação, por parte de jovens cineastas afro-brasileiros. Será também debatido o papel das novas linguagens cinematográficas mais experimentais na construção desse paradigma e de como as estéticas e narrativas queer contribuíram para esta nova vaga de produções cinematográficas. O debate conta com a presença de Karla Bessa (Professora na Universidade Estadual de Campinas e investigadora nas áreas de História Política, Estudos Culturais, Estudos de Género, Sexualidade, Teoria Queer e Estudos Fílmicos), Viviane Ferreira (Cineasta, formada pela Escola de Cinema e Instituto Stanislavisky, e advogada que lida com direitos de autor, direito cultural e direito público) e Lolo Arziki (Realizadora e estudante).
«Vê além do que ouves» foi o mote e o desafio aceite a partir do qual nasceu o Muvi - Festival Internacional de Música no Cinema, o único festival de cinema específico sobre música em Portugal, que de 29 de novembro a 5 de dezembro de 2016 regressa ao Cinema São Jorge, em Lisboa, para a terceira edição.
Este ano, no programa, vão constar homenagens a David Bowie, falecido no início do ano, e a Lemmy Kilmister, líder dos Motorhead, que nos deixou no final do ano passado, com um filme e um documentário sobre cada um e também a Pedro Cláudio, fotógrafo e realizador de vários vídeos de música.
Vai também haver espaço para homenagear os 35 anos dos Heróis do Mar, através de um debate e projecção de vídeos da banda.
A sessão abertura do Muvi dá-se já esta terça-feira com a homenagem a David Bowie com a apresentação de Labirinto (Edição comemorativa dos 30 anos), um filme de Jim Henson e interpretado por David Bowie.
TER | 29 NOV | 21:00 | SALA MANOEL DE OLIVEIRA
JIM HENSON, EUA, 1986, FIC, 101’
Uma miúda de 16 anos (Jennifer Connelly) tem 13 horas para resolver um labirinto e resgatar o seu irmão quando o seu desejo para que este fosse levado é concedido pelo Rei Goblin (David Bowie). Sessão precedida pelos documentários “Capitão Fausto: Pontas Soltas” (40’) e “Hey Mr. Bass Player” (03’).
E no que diz respeito à parte competitiva, poderemos assistir a filmes como:
“Enterrado na Loucura” – Punk em Portugal 82-88”, de Hugo Conim e Miguel Newton,
QUA | 30.11 | 21:15 | SALA 3
Haverá um visionamento para a imprensa, às 16:30, quarta-feira, na sala 3
“Hired Gun”,Fran Strine
QUA | 30.11 | 21:00 | SALA MANOEL DE OLIVEIRA
“Benjamim: Auto Rádio”, de Gonçalo Pôla,
SEX | 02.12 | 21:15 | SALA 3
“Capitão Fausto: Pontas Soltas”, de Ricardo Oliveira,
TER | 29.11 | 21:00 | SALA MANOEL DE OLIVEIRA
“The Parkinsons: A long way to nowhere”, de Caroline Richards,
SÁB | 03.12 | 21:15 | SALA 3
“Filho da mãe: Rendufe“, de Miguel Filgueiras,
SÁB | 03.12 | 18:45 | SALA 3
“I Shot Bi Kidude”, deAndy Jones
QUI | 01.12 | 21:00 | SALA MANOEL DE OLIVEIRA
“Filhos de Bach”, deAnsgar Ahlers
SEX | 02.12 | 21:00 | SALA MANOEL DE OLIVEIRA
“I Am The Blues”, de Daniel Cross
SÁB | 03.12 | 18:30 | SALA MANOEL DE OLIVEIRA
A terceira edição do Muvi terá pela primeira vez filmes concerto, salientando:
“Mar de Sines” de Diogo Vilhena QUI | 01.12 | 21:15 | SALA 3 + Filme-concerto Charlie Mancini
QUI | 01.12 | 23:15 | SALA 2
“O Grande Monteleone”, de João Leitão terá uma nova roupagem musical tecida ao vivo pela pianista, compositora e improvisadora Catherine Morisseau. O realizador também estará presente. QUI | 01.12 | 21:30 |
É de destacar, em paralelo à programação do Muvi, a realização dos vários concertos ao vivo que poderão ser vistos:
CONCERTO PATRULHA DO PURGATÓRIO CONCERTO PATRULHA DO PURGATÓRIO
QUA | 30.11 | 23:30 | SALA 2
CONCERTO com três projectos musicais: “Malaise”, “Bichos” e “Montalvor”
SEX | 02.12 | 23:00 | SALA 2
CONCERTO com três projectos musicais :“Viper”, “Vircator” e “Urso Bardo”
O Wake Up Africa é um projecto Internacional que tem como objectivo a contribuição de São Tomé e Príncipe no despertar do continente africano. Esta contribuição passa pela valorização de África, nomeadamente o património, cultura, recursos humanos. Wake Up Africa pretende revelar segredos, contar histórias de vida, tirar sonhos do papel e trazê-los à realidade, encontrar diamantes por lapidar e dar-lhes forma… Queremos mostrar a África ao mundo! Wake Up Africa projecto aberto de intercâmbio intercontinental. Pretendemos actuar nos diversos campos da vida em Sociedade, tais como: Educação, Saúde, Economia, Tecnologia, Desporto, Meio Ambiente, Turismo, Artes, Cultura, entre outros… Dentre os campos enumerados pretendemos organizar colóquios, workshops, feiras, campanhas de sensibilização, colher experiências de outros países em projectos que sejam exequíveis e ver de que forma se pode implementá-los em São Tomé e Príncipe.
Apresentam-se artistas, cineastas e grupos de África, Ásia, Europa e América do Norte que, baseados em filmes, fotografia, propaganda e arte pública, expõem reflexões interdisciplinares sobre as relações entre África, a União Soviética e os países da sua área de influência.
A exposição Things Fall Apart, curadoria de Mark Nash, foi buscar o seu título ao romance homónimo de Chinua Achebe publicado originalmente em 1958. Esta obra clássica de ficção pós-colonialista, que foi publicada em Portugal com o nome Quando Tudo se Desmorona, é considerada por muitos o arquétipo do romance moderno africano escrito em inglês. A sua história reflete sobre o impacto devastador do colonialismo em África. A exposição faz esta associação como uma forma de olhar para uma perda semelhante da perspetiva utópica com o fim da Guerra Fria e com o colapso do investimento do Bloco de Leste no desenvolvimento político e cultural em África. Things Fall Apart apresenta quinze projetos de artistas contemporâneos relacionados de diversas maneiras com este tema.
de Manuel Santos da Maia no Festival des 3 Continents, 2016 Integrado na secção E L’Afrique et du Portugal: Destins, Mémoires, Représentations 22 a 29 Novembro, em Nantes, França “Sommes-nous orientés par un fétichisme pour les choses laissées par d’autres époques ou bien nous invitent-elles, plus essentiellement, à examiner la réalité de nos mémoires individuelles, collectives, imaginaires, et partant d’elles, à comprendre mieux ceux que depuis notre présent nous sommes devenus ? C’est par une incursion dans ce mouvement dynamique que nous convions le spectateur à voyager parmi trois courts-métrages réalisés au cours de la décennie écoulée par des artistes qui manifestent diversement leur tentation de l’archive. Dans The Dockworker’s Dream, l’américain Bill Morrison nous invite à naviguer (littéralement) parmi le mouvement d’images provenant des archives de la Cinémathèque portugaise. Montées, revisitées, accompagnées par une bande-sonore de Kurt Wagner, leader du groupe Lambchop, elles construisent un voyage en forme d’écho distant à l’esprit des Découvertes : remontée du fleuve Douro, déambulation dans les rues de Porto, ses usines, ses commerces portuaires pour atteindre jusqu’au grand horizon du continent africain. À partir de films 8mm tournés dans la province mozambicaine de Nampula par son père, l’artiste Manuel Santos Maia nous place devant Alheava_Filme dans la position d’un auditeur découvrant les images d’un film dont on connaît déjà l’histoire. Trajectoire contée à la première personne par un « retornado », son grand-père, avec comme résolution de faire poindre à l’intersection de la parole et de l’image, la réalité d’une aliénation qui renvoie l’un à l’autre le processus de colonisation et de décolonisation. Soldier Playing With Dead Lizard est une séquence réalisée à partir d’une collection de photographies de guerre prises entre 1973 et 1974 provenant d’un soldat de l’armée coloniale portugaise en Guinée-Bissau. À ces images découvertes dans le bric-à-brac d’un marché aux puces, Daniel Barroca associe un enregistrement sonore de la même époque provenant de sa propre famille. L’attention exclusivement portée par les plans sur des détails nous oblige à forcer notre perception sensorielle comme si nous étions nous-mêmes pris dans un zoom. Plus sont amplifiées la dimension des images et les échelles sonores, moins la certitude est grande de nous en saisir et de les comprendre. Autrement dit : de quelles projections sommes-nous capables dans l’espace qui sépare ce moment où la matière a été saisie de celui auquel nous la découvrons?” Aisha Rahim (Coprogrammatrice)
Não há nada de mais imoral do que roubar sem riscos. É o risco que nos diferencia dos banqueiros e dos seus émulos que praticam o roubo legalizado com a cobertura do governo.
Albert Cossery (1913-2008), em As Cores da Infâmia (1999), continua a perseguir a imbecilidade dos grandes deste mundo, para ele uma fonte de inspiração inesgotável. No seu derradeiro livro, o mestre da preguiça e ocioso impenitente prossegue a gesta dos anti-heróis das ruelas do Cairo e conta a história de um ladrão inteligente e irónico que encontra na carteira de um promotor imobiliário sem escrúpulos uma carta que prova a sua responsabilidade no desabamento de um prédio de aluguer, causando a morte dos pobres inquilinos. Para este escritor egípcio de língua francesa, que nasceu no Cairo e viveu desde 1945 num quarto de hotel em Paris, «não fazer nada é uma actividade interior», daí ter sido preciso esperar quinze anos por este último romance, onde são abordados todos os seus temas predilectos: o ódio aos nababos, a ironia em relação ao poder e o desejo de ver triunfar as únicas criaturas credoras da sua consideração, ou seja, aquelas que perceberam que a vida é outra coisa, e nada tem a ver com a posse de bens materiais.
Exibição de 2 documentários seguido de debate 25.11.2016, 15h30: Auditório Afonso de Barros - ISCTE Sessão dupla com a projecção de Às Portas de Lisboa (8 min, Portugal), e Making a Living in the Dry Season (35 min, Angola), dois documentários realizados por antropólogas portuguesas, em diferentes contextos académicos (Mestrado em Portugal e Doutoramento em Inglaterra). A sessão, com a presença das realizadoras, contempla duas produções recentes focadas cada uma em contextos diversos, urbano e rural, de modo a mostrar e discutir a diversidade da antropologia hoje. Para além da prática da antropologia, o debate inclui a discussão sobre a cada vez mais emergente produção cinematográfica por antropólogos.
Às Portas de Lisboa Marta Ramalho, 2016, 8 min, PT Legendado em Inglês
Documentário sobre o bairro de Alfama em Lisboa, através da actividade de dois artesãos, uma costureira e um oleiro, oferecendo o seu olhar sobre a recente vaga de turismo e as implicações no seu quotidiano. Exercício para a cadeira de Atelier de Imagem do Mestrado em Culturas Visuais do Departamento de Antropologia da Universidade Nova de Lisboa. (Selecionado para a FACA: Festa de Antropologia, Cinema e Arte, Março 2016. Exibido na Cinemateca Portuguesa em 11/03/2016.)
Making a Living in the Dry Season (Fazer pela Vida na Época Seca) Inês Ponte, 2016, 35 min, MiniDv, Angola/PT/RU Falado em Olunyaneka e legendado em Inglês
Passado na aldeia de montanha de Katuwo, o filme é um retrato intimo do quotidiano de uma família vivendo numa quinta agro-pastoralista no Namibe, Angola. Através do meu pedido a Madukilaxi, a minha anfitriã, para pôr a uso a sua mestria na feitura de uma boneca, o filme aborda uma noção dupla de trabalho que tem lugar na época seca: a nossa produção artesanal colaborativa e a labuta necessária para “fazer pela vida”. Lipuleni, o bebé de Madukilaxi, segue ambas as dimensões laborais, e as três celebramos o resultado dos nossos esforços com um banquete. (Seleccionado para o EthnoFest, International Ethnographic Film Festival (Grécia), Kratovo Ethnographic Film Festival (Macedónia); Film Art International Festival, (Figueira da Foz, Portugal); Mostra de Filme Etnográfico da Associação Portuguesa de Antropologia (Coimbra, Portugal), 2016. Uma versão mais longa foi apresentada como filme de Doutoramento em Antropologia Social com Meios Visuais, da Universidade de Manchester, Reino Unido, exibida no International Ethno Film Festival Heart of Slavonia, Drakovo, Croácia; e no Colóquio Africanista Satterthwaite, Grasmere, Reino Unido, 2015.)
Ricardo Falcão (ISCTE-IUL) email Inês Galvão (ICS-UL) email Mail All Convenors
Short Abstract Whereas intimacy is broadly defined by kin, religion, ethics or moralities, personal relationships seem less determined by the legal categories of juridical instruments and human rights activisms, we question how popular culture, public policy and politics concur for contesting social expectations.
Long Abstract The politicization of intimacy is a rather controversial, even ambiguous, idea. Drawing lines between what’s to remain private and what’s of public nature is as much a cultural issue as it is a political one, thus making it part of socio-historical constructs where such boundaries become meaningful. How does intimacy become a public matter? According to human rights definitions, when fundamental rights of individuals are in peril, the state has to take the private realm into its legislative apparatus, thus trying to redefine a field where religions, moral codes and subjectivities also claim their space. In west-african contexts, social relationships are strongly defined by traditions, kinship, public morality, socio-religious conduct, gender and generational roles, and less by these legal instruments that sometimes are actively avoided, thus creating a field of (sometimes) tense negotiation between the demand for new rights and rooted cultural identities. Concepts of intimacy and sexual and reproductive rights are examples of such negotiation between traditions, social values and human rights. Do individuals seeking alternative life paths find available scripts? Are new narratives allowed where people make their lives meaningful away from the constraints of established social values? In this panel we want to reflect on these intersections and question how continuity and rupture are enacted in both urban and rural settings. We welcome perspectives on intimacy empirically grounded in the study of public, political and popular cultures that focus the reception of gender idioms in domains such as those of sexuality, close relationships and daily life practices.
Revista Contracampo Vol. 36 n. 2 (ago-nov 2017), editores convidados: Fernando Resende (UFF) e Sebastian Thies (Universität Tübingen)
Os regimes de temporalidade no chamado “Sul Global” são marcados por encontros conflituosos entre o tempo da globalização econômica e as práticas culturais locais, onde o tempo vivido é incorporado. A atual dinâmica que envolve os processos globalizatórios e seu acelerado fluxo de pessoas, mercadorias, finanças e conteúdo midiático têm profundo impacto no modo como o tempo estrutura a vida no Sul Global, como ele é experimentado e como operam suas construções de sentido. Como a teoria cultural aponta, as temporalidades no Sul Global não podem ser entendidas simplesmente como a implementação do tempo homogêneo do capitalismo nem como uma “alocronia”, o que seria a ideia de um atraso temporal do Sul em relação ao pulso da modernização tecnológica. Em vez disso, podemos descrever esse processo como complexo e independente, de “heterogeneidade multitemporal” (Néstor García Canclini), um “tempo desniveladamente denso” do pós-colonialismo (Partha Chatterjee) ou em termos de uma emaranhada “geografia do tempo” (Achile Mbembe).
William Kentridge, still from Felix in Exile, 1994, Film, 35 mm, shown as video, projection, black and white, and sound (stereo), duration 8 min 43 secAssim, regimes de tempo no Sul oscilam entre o tradicionalismo e a era digital, entre o longue durée da colonialidade (Quijano) e o tempo da modernidade líquida (Bauman), entre a precariedade da economia informal e o trabalho (pós-)industrualizado. Neste dossiê, a Contracampo concentra a atenção na imagem, na mídia, nos processos comunicacionais e na literatura, refletindo criticamente sobre esses complexos regimes de tempo e seus impactos na sociedade. Como eles revelam estruturas de poder de temporalidade no Sul e indicam localizações culturais e políticas de onde surgem as resistências aos regimes do tempo globalizado? Como os sujeitos lidam com as mudanças temporais e transições de heterogeneidade multitemporal na vida diária? Como a memória e a historicidade se articulam nesse contexto e como conceitos autóctones de tempo oferecem resiliência contra essas dinâmicas? Não obstante a centralidade da discussão em torno da ideia de temporalidades, trabalhos que abordem questões outras relacionadas ao Sul Global, a partir de uma perspectiva comunicacional, também poderão ser submetidos ao dossiê. E permanecerá aberto o fluxo contínuo para seções de temáticas livres.
Os textos, a serem submetidos via sistema online da revista, devem seguir as diretrizes para autores/as:
O prazo final para submissão será até 01/05/2017. E a previsão de publicação do dossiê é até 31/08/2017.
Cordialmente, Marco Roxo, Beatriz Polivanov e Thaiane Oliveira
Editores-chefes da revista Contracampo / PPGCOM UFF
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SPECIAL ISSUE
Geography of Time:
Narratives and Temporalities of the Global South
Invited editors: Fernando Resende (UFF) and Sebastian Thies (Universität Tübingen)
Today’s unchained dynamics of globalization and its accelerated flow of people, goods, finances and media have left a deep impact on how time structures life in the Global South, how it is experienced and made sense of. The regimes of temporality in the Global South are marked by conflictive encounters between the time of economic globalization and local cultural practices, wherein lived time is embedded. As cultural theory has pointed out, temporalities in the Global South can neither simply be understood as the implementation of the homogeneous time of capitalism nor as an “allochrony”, which is the ideia of a Southern time lagging behind the pulse of technological modernization. Instead, it can be described as a complex and interdependent process of “multitemporal heterogeneity” (Néstor García Canclini), an “unevenly dense time” of postcolonialism (Partha Chatterjee) or in terms of an entangled “geography of time“ (Achile Mbembe). Thus, time regimes in the South oscillate between traditionalism and digital age, between the longue durée of coloniality (Quijano) and the time of liquid modernity (Bauman), between precarity of informal economy and (post)industrialized labor. This special issue of Contracampo focuses on images, media, communication processes and literature, and how they allow us to critically reflect upon these complex time regimes and their impact on society. How do they unveil power structures of temporality in the South and indicate cultural and political locations from where resistance against globalized time regimes arise? How do subjects deal with temporal shifts and transitions of multitemporal heterogeneity in everyday life? How is memory and historicity articulated in this context and how do autochthonous concepts of time offer resilience against these dynamics? Notwithstanding the centrality of the discussion on the idea of temporalities, papers that involve other questions related to the Global South from a communicative approach may also be submitted to this special issue. The section for papers on any subject related to communication processes will remain open throughout the year.
23 de Novembro - Sons Em Trânsito (Aveiro) 25 de Novembro - Vodafone Mexefest (Lisboa)
Toty Sa’MedCantor, compositor e multi-instrumentista nascido em Luanda em 1989. É um dos artistas de culto da Nova Música Angolana. As suas influências vão do Rock Psicadélico ao Jazz, mas tudo se iniciou com a música africana, presença constante desde a sua infância. Aos oito anos de idade, o seu interesse crescente pelos vinis e cassetes VHS de concertos que seus pais colecionavam, levou-os a oferecerem-lhe a primeira guitarra e o primeiro teclado. Não passou muito tempo até que começasse a compor e a produzir instrumentais de rap, kuduro e Kizomba para os amigos, no seu pequeno estúdio caseiro, mas a paixão arrebatadora pelos Sembas da geração Ngola Ritmos e pela Música Popular Brasilera levou-o a abandonar as experimentações musicais e dedicar-se exclusivamente à guitarra. Celebrado pela nova geração de músicos angolanos como Aline Frazão, Gari Sinedima e Selda, com quem colabora frequentemente, é também aplaudido pelos kotas, como Paulo Flores ou Filipe Mukenga, que o chamou para integrar a sua banda no seu regresso aos palcos. A família Mingas, cujo percurso se confunde com a própria evolução da música angolana, reconheceu-lhe o talento, convidando-o a celebrar no palco a vida e obra de André Mingas, e a fazer uma serenata ao patriarca Ruy Mingas nas suas bodas de ouro, interpretando canções que são matéria essencial da identidade musical deste jovem cantautor. Em 2015, e a convite da cantora brasileira Natasha Llerena integrou o concerto a 3 vozes no festival Back2Black no Rio de Janeiro ao lado desta e de Aline Frazão, com quem já actuara em concertos em Lisboa e na África Oriental. Na capital portuguesa, conheceu o músico e escritor Kalaf Epalanga que o convidou a fazer parte da banda que levou ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Belém, no espectáculo “Carta Branca”, canções inspiradas nos clássicos do cancioneiro angolano. Da sua passagem por Lisboa nasceram parcerias musicais com Sara Tavares e José Eduardo Agualusa, no tema que dá título ao álbum “Moura” da fadista Ana Moura, que o convidou a abrir o seu concerto no Olímpia de Paris. Em 2016, volta a pegar nos Sembas com a missão de torná-los universais, tornando-os ainda mais locais, mais Luanda. Grava e edita “Ingombota” um EP que volta a juntá-lo a Kalaf Epalanga, com quem partilha a produção. Do alinhamento fazem parte cinco clássicos do cancioneiro angolano e um original. Um registo intimista onde transparecem influências que vão desde Bonga do “Angola 72” ao Caetano de “Araçá Azul”.
O Teatro GRIOT vem por este meio dar a conhecer e solicitar a divulgação da sua próxima produção, LUMINOSO AFOGADO, monólogo a partir de Al Berto, encenação e interpretação de Zia Soares. Estreia no Teatro da Trindade a 7 de Dezembro de 2016. LUMINOSO AFOGADO é uma espécie de linha da sombra, onde num confronto com o espelho, com a morte e com a passagem do tempo, uma mulher/um homem não se reconhece, está entre ser o que é e outro irrecuperável e ausente. Um espectáculo onde o “silêncio é definitivo”, onde se oscila entre a vida e a morte, entre a memória e o esquecimento mais absoluto. Um mergulho onde se suspende a respiração noutro tempo, noutro lugar onde Zia Soares revisita, 20 anos depois, Al Berto com quem trabalhava na adaptação e encenação de “O Lunário” na altura da sua morte.
Ficha Artística Texto: Al Berto Adaptação e Encenação: Zia Soares Actriz: Zia Soares Dramaturgia de voz: Filipe Raposo Elocução: Chullage Design de luz: Eduardo Abdala Cenário e Figurino: Inês Morgado Fotografia: Pauliana Valente Pimentel Design Gráfico: Sílvio Rosado Produção: Teatro GRIOT Apoio à Produção: Underground Railroad Em cena Local: Sala Estúdio do Teatro da Trindade Morada: R. Nova da Trindade 9, 1200-301 Lisboa Data 7 a 30 Dez (interrupção entre 19 a 25 Dez) Hora qua a sáb 21h45; dom 17h00 Preço 8€ (normal) 5€ (quinta-feira) M/16 Informações| Reservas 213 420 000 (ter a sáb 14h às 18h); bilheteira.trindade@inatel.pt * Conversa com o público 15 Dez (após espectáculos Apoios: Polo Cultural GaCâmara Municipal de Lisboa, INATEL, UR, CEC_FLUL, Hostel Graça 28, El Corte Inglês.
Os últimos dias da exposição Capítulo 2.o História(s) e Narrativas do projecto Museu do Cinema em Moçambique serão marcados pela exibição de 6 filmes moçambicdnos - 3 curtas/médias e 3 longas - cujo cenário e a cidade, comemorando mais um aniversário de Maputo.
Memoirs é um projeto de investigação do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra financiados pelo European Research Council (ERC) e é desenvolvido por uma equipa internacional e interdisciplinar de investigadores.Trata-se de um projeto de investigação sobre a diversidade da Europa contemporânea, que, a partir dos casos de Portugal, França e Bélgica, analisa o impacto das memórias coloniais e dos processos de descolonização e independências africanas das ex-colónias destes países nas gerações seguintes. A originalidade do projeto reside na perspetiva comparada adotada e na abordagem interdisciplinar. O seu objetivo é “reinterrogar a geometria e a geopolítica das memórias coloniais europeias exigindo-nos uma Europa e uma democracia com memória”, afirma a investigadora coordenadora do Memoirs Margarida Calafate Ribeiro.
Para além da apresentação do projeto no Teatro Maria Matos decorrerátambém o lançamento do livro Geometrias da Memória: Configurações Pós-Coloniais, coordenado por António Sousa Ribeiro e Margarida Calafate Ribeiro, o primeiro de uma coleção sobre as temáticas da memória daeditora Afrontamento. A sessão terminará com um debate com os artistas André Amálio (encenador da peça “Portugal não é um país pequeno”) e Filipe Melo (autor da banda desenhada Vampiros), moderado por Júlia Garraio, investigadora do Memoirs.
Memoirs estará também presente nos dias 26 e 27 de novembro naterceira edição do Festival Porto/Post/Doc/ no Teatro Rivoli. No dia 26serão exibidos três filmes: Contre-pouvoirs, de Malek Bensmail (Argélia –França); Garden Conversations, de Bouchra Khalili, (Marrocos – França), eDe Armas e Bagagens, de Ana Delgado Martins (Portugal). No dia 27 terá lugar o filme Los Rubios, de Albertina Carri (Argentina), ao qual se seguiráa apresentação do projeto, o lançamento do livro e um debate entre JorgeAndrade (autor da peça de teatro “Moçambique”) e Ana Delgado Martins, moderado por António Pinto Ribeiro.
O Porto/Post/Doc decorre de 26 denovembro a 4 de dezembro e durante estes nove dias contará com umaseleção de mais de 50 filmes acompanhados por diversos debates,masterclasses, sessões de Q&A, festas, concertos e muitos outros eventos.
Os Cacique´97 têm um novo disco. Chama-se “We used to be Africans” e sai dia 11 de Novembro. A festa de lançamento está marcada para o dia 17 de Novembro no B.Leza em Lisboa.
Sobre o novo disco: “Cacique’97 are back with a new album! “We Used To Be Africans” is the debut single that gives its name to the album; the second album of Cacique 97 claims the afrobeat as his intervention vehicle. We used to be Africans is the manifesto of the search for a cultural identity without borders, with a view of the present, It aims to be a testimony for future generations. In the second studio work, the band uses energy income African funk and african-Lusophone grooves, accompanied by intervention letters that are World pictures in the XXI century and Contemporary Africa. Released on CD and VINYL, “We used to be africans” has special guests: Nneka, Jorge Du Peixe, Azagaia and Nástio Mosquito”.
Bilhetes: Entrada 8€ Entrada com CD 15€ Entrada com VINIL 20€
“A sua abordagem da escrita musical segue a tradição africana: ela canta com a consciência de uma comunidade. E fá-lo seguindo os conselhos de família. Uma das primeiras músicas que escreveu denunciava o apartheid na África do Sul e o seu pai insistiu que ela rescrevesse a música sem ódio nem raiva, afirmando que o papel do artista não é provocar a violência, mas sim promover a paz”. New York Times
“Em 2015, Angélique Kidjo já tinha ganho [um Grammy na categoria de Melhor Álbum de World Music] pelo álbum Eve, uma homenagem às mulheres de África. Este ano [2016], foi ao som de “I feel good” de James Brown que a artista recebeu de novo o galardão pelo álbum Sings. “A África está em marcha, está positiva. Vamos juntar-nos e recusar o ódio e a violência graças à música. A música é para mim, antes de mais, a única forma de arte que liga o mundo inteiro”, afirmou Kidjo pensando nos jovens artistas africanos que não cessam de emergir.” Le Monde
Angélique Kidjo Voz Dominic James Guitarra elétrica Ben Zwerin Baixo elétrico Magatte Sow Percussões africanas Yayo Serka Mimica Bateri
“Eve é dedicado às mulheres de África, à sua resistência e à sua beleza…Estas mulheres têm tão poucos bens materiais e, no entanto, o seu sorriso faz desaparecer qualquer tipo de pena. Enquanto formos fortes, avançaremos com dignidade.” A cantora, compositora e Embaixadora da Boa Vontade da UNICEF Angélique Kidjo é uma das artistas mais arrebatadoras no mundo da world music de hoje. Nomeada quatro vezes para os Grammys, recebeu o prémio Melhor Disco do Ano da World Music pelos álbuns Djin Djin em 2008, Eve em 2015 e Sings em 2016, distinções que salientam a excecionalidade da sua música, que explora as relações entre culturas musicais diversas, dos ritmos tribais e pop que herdou do oeste africano a todas as contaminações com outros géneros como o funk, a salsa, o jazz, a rumba e muitos outros. “A música é para mim, antes de mais, a única forma de arte que liga o mundo inteiro”, afirma Kidjo. A “primeira diva de África”, segundo a Time Magazine, ou ainda a “rainha incontestada da música africana”, como a descreve o Daily Telegraph, apresenta em Lisboa, a 1 de dezembro, o álbum Eve, uma homenagem à sua mãe, Yvonne, e a todas as mulheres africanas. Neste álbum, a música “Bomba” explora a questão do orgulho que as mulheres africanas têm nas suas roupas tradicionais, “Kulumbu” sugere que a opinião das mulheres deve ser tida em conta nas negociações de paz, já que são elas que mais sofrem durante a guerra; “Cauri” denuncia o casamento forçado, com uma jovem que lamenta o facto dos pais terem determinado o seu par, e em contraste, “Hello” aborda a felicidade de um casal apaixonado. O álbum Eve foi lançado em 2014 pela editora 429 Records e subiu para o topo das tabelas de world music nos E.U.A., Reino Unido, França e Alemanha.
BILHETEIRA Fundação Calouste Gulbenkian
Av. Berna 45-A. 1067-001 Lisboa | Tel. 21 782 3700 De 2ª a 6ª feira e feriados: das 10:00 às 19:00h (Exceto nos dias 25 dezembro, 1 janeiro e 1 maio) Sábado: das 10:00 às 17:30h e das 10:00 às 19:00h nos dias dos concertos. Domingo: das 13:00 às 19:00h nos dias dos concertos. Preço do bilhete: € 30 Bilheteira Online
O Diário de Luaty Beirão, ícone da liberdade em Angola Seguido de «Luaty Beirão, Inimigo do Medo», Entrevista de Carlos Vaz Marques
Em Junho de 2015, Luaty Beirão e outros 16 activistas foram detidos em Luanda por estarem a ler uma adaptação do livro «Da Ditadura à Democracia», de Gene Sharp, e por questionarem publicamente a liderança de José Eduardo dos Santos. A história correu mundo, e provocou revolta contra a atitude despótica do regime angolano. Na prisão de Calomboloca, Luaty Beirão iniciou uma greve de fome que durou 36 dias e o deixou em perigo de vida. Antes, manteve um diário, escrevendo para preservar a sanidade mental. Estes escritos, que chegam a público pela primeira vez, são um testemunho único da resistência em pleno século XXI.
Sou eu mais livre, então na solidão do meu degredo, do que tu que vives preso à escravidão do medo.
Decorrem até 30 de novembro e destinam-se a artistas visuais ou fotógrafos, de nacionalidade moçambicana ou residentes em Moçambique há mais de dez anos, que já tenham realizado pelo menos uma exposição individual. * Decorrem até 30 de novembro as candidaturas para a 3.ª edição da Residência Artística – Programa de Arte Contemporânea (Artes Visuais e/ ou Fotografia) em Lisboa. Uma iniciativa do Camões – Centro Cultural Português em Maputo e a Câmara Municipal de Lisboa. A Residência Artística realiza-se entre 16 de maio e 16 de junho, em Lisboa, e destina-se a artistas visuais ou fotógrafos, de nacionalidade moçambicana ou residentes em Moçambique há mais de dez anos, que já tenham realizado pelo menos uma exposição individual quando da candidatura ao programa. Após Félix Mula (vencedor da 1.ª edição) e Euridice Kala (vencedora da 2.ª edição), convidam-se os artistas moçambicanos a consultarem o regulamento desta Residência Artística na página de Internet do Camões e da Embaixada de Portugal em Maputo. O regulamento pode ainda ser solicitado no Centro Cultural Português em Maputo e no Pólo da Beira. As candidaturas terão de ser submetidas até dia 30 de novembro e devem ser entregues, em suporte de papel, na biblioteca do Centro Cultural Português em Maputo, Av. Julius Nyerere, 720, Maputo. Mais informações: ic-ccpmaputo@tvcabo.co.mz Condições de Admissão das Propostas e Seleção dos Agentes Culturais
10 NOV 2016, 20:00 - 22:00 Pavilhão da Bienal (São Paulo, SP) Auditório 1 (1º subsolo)
Na performance Ilusões Grada Kilomba usa a tradição oral africana num contexto contemporâneo, utilizando textos, narração, imagens e projeção de vídeo, para recuperar memórias e realidades de um mundo pós-colonial: “Não há nada de novo para contar, pois todos nós sabemos que ainda habitamos as geografias do passado”. Para explorar esta coexistência de tempos, na qual o passado parece coincidir com o presente e o presente parece sufocado por um passado colonial que insiste em permanecer, Grada Kilomba deixa transparecer uma sociedade narcisista, que dificilmente oferece símbolos, imagens e vocabulários para lidar com o presente. Uma ilusão de tempos e espaços, que a artista reconta através dos mitos de Narciso e Eco. Narciso está encantado com a sua própria imagem refletida no lago, ignorando todos os outros, enquanto Eco está limitada a repetir apenas aquilo que ela escuta. Como ultrapassar este cenário colonial?
Inscrições via formulário Sujeito à lotação do espaço (300 lugares) Direção artística, texto, vídeo e coreografia:Grada Kilomba Performance (em vídeo e/ou palco): Martha Fessehatzion, Moses Leo, Grada Kilomba, Zé de Paiva Câmera: Zé de Paiva Assistência de câmera e de som: Laura Alonso, Tito Casal Música: Moses Leo Figurino: Moses Leo
O primeiro grande livro de investigação sobre um dos episódios mais sangrentos da história colonial portuguesa.
Neste estudo aprofundado e destemido, o investigador moçambicano Mustafah Dhada expõe as motivações por detrás do massacre, a forma como os eventos se desenrolaram, os riscos que membros da igreja correram para denunciar a chacina e para a trazer a público, e o enorme impacto, sobretudo para o império português, desta tragédia deliberadamente obliterada – e até hoje nunca abertamente reconhecida – pela narrativa oficial.
«Na manhã de 16 de Dezembro de 1972, tropas coloniais portuguesas reuniram os habitantes de Wiriamu, incluindo mulheres e crianças, no largo principal da povoação e ordenaram-lhes que batessem palmas e que cantassem para se despedirem da vida. Em seguida, os soldados abriram fogo. Os que escaparam às balas foram mortos por granadas. Incitados pelo brado “Matem-nos a todos”, os militares levaram o morticínio a quatro povoações vizinhas ao longo do Rio Zambeze, onde o território de Moçambique se estende para o Zimbabué (Rodésia, à data dos acontecimentos), a Zâmbia e o Malawi — uma região designada pelos missionários católicos como ‘a terra esquecida por Deus’. No final do dia, perto de 400 aldeãos tinham sido mortos, e os seus corpos eram lentamente consumidos pelas chamas em piras funerárias ateadas pelos soldados com o capim que cobria as palhotas.» — Peter Pringle, Prefácio - info