Despojos de Guerra, de Sofia Pinto Coelho para ver na OPTO

DESPOJOS DE GUERRA, Spoils of War (2022) | Série documental. 4x 40′. Portugal. 

Despojos de Guerra revela histórias extraordinárias de espionagem, patriotismo, sobrevivência e romance, tendo como pano de fundo a guerra colonial portuguesa em África (1961 a 1974). Com recurso a imagens de arquivo extraordinárias e pela primeira vez submetidas a um processo de colorização inédito em Portugal, esta série documental, com assinatura de Sofia Pinto Coelho, vem dar voz a heróis anónimos que relatam agora as encruzilhadas que enfrentaram em tempo de guerra e de descolonização. 

Ver série.

Despojos de Guerra é uma co-produção da Blablabla Media com a SIC, realizada com o apoio à inovação audiovisual do ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual. 


12.10.2022 | por Alícia Gaspar | Blablabla Media, despojos de guerra, documentário, guerra colonial, opto, PIDE, sofia pinto coelho

O impulso fotográfico: (Des)arrumar o arquivo colonial

“O impulso fotográfico” alude à expansão da fotografia pelo mundo, e consequentemente à sua apropriação considerada fidedigna e realista.

Prova do Crime, Nkaka Bunga Sessa e Soraya Vasconcelos, 2021. A partir de imagem original da missão de delimitação de fronteira em Lourenço Marques [Maputo], 1890-91. UL-IICT-Col. Foto-MGG 4003Prova do Crime, Nkaka Bunga Sessa e Soraya Vasconcelos, 2021. A partir de imagem original da missão de delimitação de fronteira em Lourenço Marques [Maputo], 1890-91. UL-IICT-Col. Foto-MGG 4003

Quando: 26 de Novembro de 2022 a 31 de Maio de 2023

Onde: Museu Nacional de História Natural e da Ciência

“O impulso fotográfico” alude à expansão da fotografia pelo mundo, e consequentemente à sua apropriação considerada fidedigna e realista.

Nesta exposição, a expansão da fotografia associa-se à expansão científica colonial, e a uma certa vocação colonial da fotografia sob a forma de uma tecnologia usada pela ciência para medir, classificar e arquivar documentos de modo potencialmente infinito, reprodutível e difundido de modo massificado.

Partindo desta obsessão pela medição e classificação, mostra-se os modos como territórios e corpos africanos foram medidos e apropriados durante as missões científicas de geodesia, geografia e antropologia e como se difundiram as narrativas da ciência colonial. Mas também se mostra como resistiram, através de outras histórias (ficcionais ou não), desvendadas e criadas pelo sentido crítico da curadoria participativa de artistas e investigadores(as) e ativistas.

A exposição é o resultado destes encontros, dúvidas e questionamentos da equipa multidisciplinar que se envolveu em diferentes fases do projeto, desde a conservação e restauro à digitalização de fotografias e filmes, desde a investigação teórica à propostas artísticas, até à própria construção museográfica.

Qual o significado destas coleções de fotografias e objetos, no presente, para as diferentes comunidades?  Que marcas deixaram enraizadas na sociedade?

Esta é uma exposição concebida para questionar e ser questionada.

Site PhotoImpulse

Photo ImpulsePhoto Impulse

Photo Impulse visa contribuir para a história e a teoria portuguesas da fotografia e do filme científicos, trazendo para este campo as imagens produzidas em diversas expedições geográficas e antropológicas realizadas às então colónias portuguesas em Africa e na Ásia, entre 1883 e 1975. A maioria dessas missões foram promovidas pelas autoridades portuguesas através da Comissão de Cartografia e das instituições que lhe sucederam, a última das quais o Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT). Atualmente, grande parte do material em estudo pertence ao Museu de História Natural e Ciência, parceiro do projeto.

Pretendemos contribuir para a análise das especificidades políticas e comunicativas desses meios visuais, da sua cultura visual e contexto histórico, bem como das relações que as imagens desenvolvem com a produção dos saberes na Geografia e na Antropologia portuguesas.

Produzido principalmente no contexto da política colonial, o material de estudo abrange diferentes regimes políticos: a monarquia tardia (especificamente o período de 1890 a 1910), a Primeira República (1910-1926), a ditadura fascista (1926-1974) e a viragem para democracia (1974-1975).

Foco principal

O ponto de partida do projeto é a ideia de que a fotografia e o filme são formas de apropriação simbólica, uma apropriação que se tornou efetiva tanto no terreno como nos espíritos. São, também, formas de produção do espaço (Henri Lefebvre) e de o habitar (Heidegger).

Tomamos como princípio norteador e ideia inspiradora as relações entre mapas, fotografias e filmes nos seus sentidos mais latos: mapas como “fotografias” do território; fotografias como um tipo de mapa; filmes como histórias espaciais (De Certeau) e os atos de fotografar ou filmar como atividades de mapeamento (Denis Wood).

Consideramos que a fotografia e o filme fixam relações de poder no exato momento de tirar a fotografia ou de fazer o filme. Quer seja de forma consciente ou não, certas relações tendem a ser replicadas ao longo dos muitos usos das imagens. Diante do nosso arquivo colonial, além de procurar entender como as imagens eram utilizadas, pretendemos investigar como podemos descolonizar esse legado visual.

Porquê o nome “Photo Impulse”?

Photo Impulse é uma referência ao trabalho incontornável da historiadora de arte Svetlana Alpers, que identificou um “impulso cartográfico” na pintura holandesa do século XVII. No nosso contexto, as práticas fotográficas e cinematográficas aqui estudadas visavam a constituição de mapas geográficos mas também de um Atlas Colonial dos territórios e dos povos sob dominação portuguesa. Foram aplicadas metodologias para mensurar terras e corpos. Identificamos assim um “impulso fotográfico” que revela como estes media eram percebidos como instrumentos modernos e fidedignos.

 

Nota: Exposição criada pelo projeto O Impulso Fotográfico: Medindo as Colónias e os Corpos Colonizados, O arquivo fotográfico e fílmico das missões portuguesas de geografia e antropologia”, financiado pela FCT (PTDC/COM-OUT/29608/2017). Este projeto está sedeado no Instituto de Comunicação da Nova, da NOVA Faculdade Ciências Sociais e Humanas, e tem como parceiros o Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa e a NOVA.ID. da Faculdade de Ciências e Tecnologia.

12.10.2022 | por Alícia Gaspar | arquivo colonial, arte, colonialismo, exposição, fotografia, impulso fotográfico, pós-colonialismo

Maria Gil estreia "Avieiras, Viagem de Lamas"

As pessoas continuam a relacionar-se com e a preservar as suas histórias. Este espectáculo é sobre ouvir histórias para voltar a contá-las com tudo o que se acrescenta mas também com tudo o que fica nos esquecimentos. Alguém disse, uma rede é uma colecção de buracos.

— Maria Gil

Avieiras, viagem de Lamas tem como ponto de partida relatos e testemunhos actuais de mulheres pertencentes a comunidades avieiras das aldeias Palhota e Escaroupim e ainda de Vila Franca de Xira e da Praia da Vieira de Leiria. Trata-se da continuação de um projecto de etnografia artística desenvolvido por Maria Gil desde 2018 (Mulheres em Terra, Homens no Mar), junto a mulheres de comunidades piscatórias e ligadas ao mar. O espectáculo parte ainda do trabalho realizado pela jornalista Maria Lamas em, As Mulheres do Meu País, para apresentar uma visão contemporânea do processo emancipatório da condição feminina dentro destas comunidades desde a segunda metade do século XX até aos dias de hoje. Após uma primeira apresentação na aldeia de Palhota para a comunidade local, o espetáculo terá estreia em Sintra, na Casa de Teatro de Sintra/Chão de Oliva a dia 28 de outubro. Os bilhetes para a data de Sintra custam €7,50 (bilhete normal) e €5 (com descontos), podendo ser reservados através do email teatrodosilencio@gmail.com. A peça ficará em cena até dia 6 de novembro.  

A comunidade avieira era constituída sobretudo por famílias de pescadores da Praia da Vieira de Leiria, mas também da zona da Murtosa que, quando o mar estava bravo durante o inverno, se deslocavam em carroças, barcos, e até a pé, na direção do Tejo, para aí se dedicarem à pesca. Inicialmente, viviam dentro das embarcações - os saveiros - mas com o passar dos anos acabaram por se fixar ao longo das margens, onde construíam casas de madeira, cobertas com caniços e assentes em palafitas, que os protegiam das cheias do rio e dos efeitos do solo arenoso. As mulheres avieiras sabem pescar, lançar, lavar, coser e remendar as redes. Eram elas quem remava o barco e ainda quem carregava o peixe à cabeça para o ir vender de porta em porta, pelos caminhos ou junto aos mercados - tudo a pé.
Partindo da realidade desta comunidade, este projecto visa incentivar e envolver as comunidades a apropriarem-se crítica e criativamente do seu património imaterial. Para tal, a par de todo o trabalho de recolha e investigação dos testemunhos e histórias de vida, a comunidade terá a oportunidade de ver o espetáculo final e participar de um debate sobre o mesmo.

Datas e locais 
21 outubro às 19h00 | 22 Outubro e 23 de outubro às 18h00
Casa do Avieiro/Projecto Palhota Viva, Aldeia da Palhota, Valada, Cartaxo
Acesso livre
28 e 29 outubro, 4 e 5 de novembro às 21h30 | 30 de outubro e 6 de novembro às 16h00
Casa de Teatro de Sintra/Chão de Oliva, Sintra
Preço:
7,50€ (bilhete normal) 
5,00€ (Bilhete desconto - grupos + de 5 pessoas; <25 anos; >65 anos; profissionais e estudantes de Artes Performativas) 

26 Novembro às 16h00
Centro Cultural de Escaroupim, Escaroupim, Salvaterra de Magos
Acesso livre
Reservas e marcações
e-mail - teatrodosilencio@gmail.com
telm. - + 351 91 463 26 75 - produção Teatro do Silêncio

{…}
«Desembaraçadas e aguerridas, as mulheres da Praia de Vieira são das mais corajosas, na luta pela vida, e também das mais sacrificadas. Para elas não há limite de trabalho nem escolha de tarefas…»
«A avieira é verdadeiramente, a camarada do marido, a sua companheira de todas as horas, trabalhando com ele e suportando as mesmas agruras que ele suporta. Não é camponesa nem nasceu na região. Veio de longe, da praia de Vieira, mas fica ali, às vezes, o resto da vida. O lar é o barco, no barco lhe nascem os filhos, e raramente consegue construir uma casa - suprema aspiração de todas. Quando o rio não lhe dá peixe e a fome é a mais trágica realidade, a avieira vende fruta, trabalha no campo ou no que lhe apareça. É das figuras mais impressionantes e corajosas do nosso povo! »
—Maria Lamas, As Mulheres do Meu País, p.331 e p.297

Ficha Artística |
Criação, dramaturgia e interpretação: Maria Gil
Realização de vídeo e edição de imagem: Joana Linda
Sonoplastia e desenho de luz: Maria Gil
Apoio à dramaturgia: Tiago Pereira
Apoio ao desenho cénico: João Ferro Martins
Mediação/apoio à produção e à criação: Aleixa Gomes, Beatriz Baião
Comunicação: Sara Cunha
Produção: Teatro do Silêncio 2022
Parceria: Projecto Palhota Viva, Chão de Oliva - Casa de Teatro de Sintra
O Teatro do Silêncio é uma estrutura apoiada pela República Portuguesa-Cultura/Ministério da Cultura - Direcção-Geral das Artes e pela Junta de Freguesia de Carnide

11.10.2022 | por Alícia Gaspar | arte, avieiras viagem de lamas, cultura, documentário, etnografia artística, Maria Gil, mulheres, teatro, Teatro do silencio

Realizadora argentina Lucrecia Martel participa em ciclo de cinema no Porto

No dia 16 de outubro, às 21h30, Lucrecia Martel, realizadora argentina, vai estar no Cinema Trindade, no Porto, para apresentar e debater o seu filme “O Pântano” (2001), exibido pela primeira vez em suporte digital em Portugal. Uma iniciativa da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto com a Fundação Calouste Gulbenkian, em parceria com o Cinema Trindade, que promove sessões de cinema seguidas de debate com nomes fundamentais do cinema contemporâneo.  

filme “O Pântano” (2001), de Lucrecia Martel, é a primeira longa-metragem da realizadora. Conta a história de duas mulheres e das suas famílias, que um acidente virá juntar numa narrativa apaixonante. O Pântano força-nos a uma reflexão profunda sobre classe e natureza, sexualidade e política, tendo sido uma das mais aclamadas primeiras obras contemporâneas. Com este filme, a cineasta ganhou o Prémio Alfred Bauer para Melhor Primeira Obra no Festival de Berlim e o Prémio de Melhor Argumento em Sundance. No final da sessão, haverá espaço para a realizadora conversar com o público presente na sala. 

“É um enorme prazer contribuir para o programa cultural da cidade, nesta parceria que nos trará mais uma grande artista do cinema internacional contemporâneo ao Porto”, salienta Daniel Ribas, coordenador do Mestrado em Cinema da Escola das Artes. 

Esta iniciativa da Escola das Artes e da Fundação Calouste Gulbenkian, com o Cinema Trindade, teve início a 24 de setembro e irá prolongar-se até janeiro de 2023. As sessões seguintes contarão com a presença dos realizadores Atom Egoyan (2 novembro), Marco Martins e João Canijo (dezembro 2022 – janeiro 2023).  

11.10.2022 | por Alícia Gaspar | ciclo de cinema, lucrecia martel, o pântano, porto, realizadora argentina

Manifest Artistic Journey — Call for Artists

Trade of enslaved people and slavery has existed worldwide since the earliest Antiquity. These phenomena have adversely impacted Europe, the Mediterranean basin, and Africa for millennia. But at some point in modern times, we went from slaves of a multiplicity of origins on European soil to an almost African uniqueness of slavery in the Americas. MANIFEST: New artistic perspectives on memories of the transatlantic trade of enslaved people aims to contribute to and enhance the re-imagination of Europe’s collective memory of the transatlantic trade of enslaved people.

By organising an Artistic Journey which includes art residencies in Budapest/Zsennye, Lisbon and Copenhagen the Project seeks to empower artists to approach the subject matter, re-imagining the history of the transatlantic trade of enslaved people from the perspective of its links in the European continent and its existing cultural traces. Selected artists will create art designed to promote an artistic look into the past collective memory. Along this Journey, artists and creators will be encouraged to fully take advantage of new technologies and foster personal capacity building.

Artists and creators who are legal residents in the countries within the Creative Europe framework can apply starting from October 26, 2022, till November 27, 2022. For more information on eligibility, conditions and application process, please visit https://www.projectmanifest.eu/call-for-artists/

Consortium

MANIFEST: New artistic perspectives on memories of the transatlantic trade of enslaved people is a project funded by the European Commission under the Creative Europe Programme that will run until November 2024. It is implemented by a Consortium led by Khora, the world’s first combined virtual reality (VR) and augmented reality (AR) production house based in Copenhagen. The consortium is joined by Les Anneaux de la Mémoire, France’s leading association working with the themes of the history and heritage of the Atlantic trade of enslaved people and colonial enslavement; Pro Progressione, a Budapest-based artistic hub specialising in international collaborations in the field of culture; Gerador, an independent Portuguese platform for journalism, culture and education; and CUMEDIAE, a Brussels-based international non-profit agency providing consultancy services in the field of CCIs European-wide.

Sign up for our newsletter and follow us on social media (Facebook, Instagram, LinkedIn, Twitter) to receive updated information on the MANIFEST project.

10.10.2022 | por Alícia Gaspar | culture, cumediae, discussion, european union, gerador, khora, manifest, memories, open call, open call for artists, post-colonialism, transatlantic trade of enslaved people

“Fictional Grounds” é a nova exposição do coletivo berru

Para ver, a partir de 20 de outubro, na Escola das Artes da Católica no Porto.

Simulações de solos de um território imaginado através das quais se pode procurar vestígios de minerais com potencial energético e apresentar amostras de terra provenientes de diferentes origens com composições variadas que são montadas em planos bidimensionais – é esta realidade ficcionada que se poderá assistir de perto na nova exposição “Fictional Grounds” do coletivo artístico berru criado no Porto, que venceu o prémio Sonae Media Art 2019, e que já expôs e foi responsável por instalações em instituições como a Fundação Calouste Gulbenkian, BoCA Biennial of Contemporary Arts, e The Old Truman Brewey (Londres). A exposição conta com curadoria de Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa.

A inauguração tem data marcada para 20 de outubro, às 19h00 na Escola das Artes. A entrada é livre.

A exposição será apresentada ao público através de planos bidimensionais e colocados no espaço expositivo como se de pinturas ou esculturas minimalistas se tratassem. Vista de uma forma crítica e movida pela urgência da catástrofe ecológica atual, a exposição estabelece uma relação subtil com o universo dos earthworks (trabalhos com terra) dos artistas pioneiros da Land Art como Robert Smithson, Richard Long ou com a famosa exposição de Walter de Maria quando em 1977 encheu uma galeria de Nova Iorque com 140 toneladas de terra.

Em ‘Fictional Grounds’ está bem patente a visão característica de berru, cujo trabalho que têm vindo a desenvolver é baseado numa ideia de exploração de mecanismos, conceitos e materiais muito diferenciados,” salienta Nuno Crespo, curador da exposição. O grupo trabalha indistintamente com imagens em movimento, escultura, som e new media, havendo sempre um elemento performático e muito dinâmico em todas as obras que desenvolvem. O elemento dinâmico acontece quer no momento da conceção das suas obras, quer na experiência que o público faz delas. ”A vita contemplativa dá aqui lugar a vita activa em que o público é convocado a acompanhar o processo dinâmico de desenvolvimento das suas obras.,” conclui Nuno Crespo.

Uma exposição a não perder, patente na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto até 17 de fevereiro. A entrada é livre e aberta a toda a comunidade. 

Datas

BERRU · 20 OUT · 17 FEV 2023    

Curadoria de Nuno Crespo

Entrada Livre · de terça a sexta · 14H30 – 19H00

Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa

Rua de Diogo Botelho, 1327, 4169-005 Porto

Sobre o coletivo berru:

O coletivo berru, criado no Porto em 2015, venceu o prémio Sonae Media Art 2019 com o projeto “Systems Synthesis” e já expôs e foi responsável por instalações em diferentes instituições, como a Fundação Calouste Gulbenkian, BoCA Biennial of Contemporary Arts, Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, gnration (Braga), Galeria Municipal do Porto, Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas - Açores, The Old Truman Brewey (Londres), Culturgest, a Fundação Cecília Zino e o Centro Cultural Vila Flor. Em 2021, esteve na quinta edição da Instambul Design Biennial.

Para mais informações consultar:

https://artes.porto.ucp.pt/pt-pt/art-center/exposicoes/fictional-grounds-berru/apresentacao

10.10.2022 | por Alícia Gaspar | arte contemporânea, coletivo berru, Escola das Artes da Universidade Católica no Porto, exposição, fictional grounds, Fundação Calouste Gulbenkian, inauguração, porto

#4 MANGIFERA estreia na RTP2

4 MANGIFERA é o quarto capítulo de um projeto multidisciplinar de arte sobre perda e luto criado pela artista Flávia Gusmão, no seguimento da morte da amiga e conhecida produtora, gestora e ativista cultural cabo-verdiana Samira Pereira.

Partindo de um livro enterrado no canteiro de uma mangueira da última casa de Samira Pereira (ativista cultural cabo-verdiana, falecida em 2021), #4 MANGIFERA faz uma tentativa de construir um mapa ficcional, geográfico, emocional e afetivo. A fição, complexidade e nuances da identidade são construídas a partir de mapas imaginários de Cabo Verde e das comunidades cabo-verdianas. Através de um processo de criação desenvolvido com diferentes comunidades cabo-verdianas de vários países, encontra-se um paralelo imaginado entre a biografia de Samira Pereira – nascida em 1976, um ano depois da independência de Cabo Verde – e os acontecimentos históricos e políticos que marcaram o seu círculo de amigos e co-conspiradores, o seu legado e atividade cultural e os territórios onde viveu, sobretudo os que influenciaram fluxos migratórios de partida e de regresso.

A narrativa é construída a partir de um conto de Agustina-Bessa Luís, As mãos contra a luz; e de um poema de Shauna Barbosa, poeta norte-americana com ascendência cabo-verdiana. “Achei que este texto de Agustina (…) poderia ser sobre a Samira. O texto amplifica também, a meu ver, problemáticas que se relacionam com a ideia de identidade(s), o papel da mulher, geografias de onde se quer fugir e voltar e também me sugeriu um ponto de partida para uma tentativa de se pensar sobre o que nos faz denominar alguém de “intelectual”. No caso do poema de Shauna Barbosa, ela escreveu o texto a partir de uma memória que tinha de um fim de semana passado com a Samira numa ilha de Cabo Verde”, justifica a realizadora e autora Flávia Gusmão.

Integrado no ciclo televisivo que celebra o centenário do nascimento de Agustina Bessa-Luís, que ocupará o fim de semana de 15 e 16 de outubro, #4 MANGIFERA será transmitido no domingo à noite na RTP 2, pelas 23h15. O filme está também programado para uma ante-estreia especial no dia 9 de outubro, pelas 20h00, numa tela instalada no mar da Baía do Mindelo (cidade e que Samira Pereira vivia), integrada no Festival Oiá – Festival Nacional de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde. A sua estreia internacional em festival está programada no âmbito da curadoria de cinema cabo-verdiano Tela de Pano-Terra, parte da mostra de cinema afro Nicho Novembro, no Centro Cultural de São Paulo.

O filme é o quarto capítulo do projeto pluridisciplinar NA LUT@, uma criação artística de Flávia Gusmão que teve início há cerca de um ano e que terá o seu desfecho em abril de 2023, no Teatro São Luiz, em Lisboa. NA LUT@ é uma reflexão sobre as cinco fases do luto estabelecidas pela psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross – negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. 

07.10.2022 | por Alícia Gaspar | documentário, estreia, Flávia Gusmão, luto, mangifera, perda, rtp2, Samira Pereira

‘Efeito Estufa’ de Rita Nunes, na SIC Radical

Estreia Sábados, 22h45. Repetição Domingos seguintes às 12h15 e Sextas às 21h55.

Mais de 15 mil imigrantes do sudeste asiático instalaram-se nos últimos anos em São Teotónio, até então uma pacata freguesia alentejana de apenas 6 mil habitantes. 

E continuam a chegar, dia após dia, para trabalhar na colheita de frutos vermelhos em estufas que proliferam dentro de um parque natural.

Efeito Estufa é uma série documental sobre as consequências desse fenómeno . E é, ao mesmo tempo, um olhar sobre as grandes questões do mundo contemporâneo, como a globalização, as migrações, os conflitos políticos, a escassez de água e um futuro que parece mais incerto do que nunca.

RITA NUNES 

Em 1996 concluiu o curso de Cinema da Escola Superior de Teatro e Cinema, uma aprendizagem académica que a levaria a trabalhar várias linguagens e formatos ao longo dos anos. 

“Menos Nove”, a curta-metragem que realizou em 1997, veio confirmar a vontade de seguir um trajeto profissional na área do cinema e audiovisual. É uma das curtas metragens portuguesas mais premiadas, estreou numa dezena de salas, arrecadou vários prémios nacionais e internacionais e foi exibida em canais de televisão de vários países. 

Desde sempre, curtas-metragens, documentários, vídeos, (nas mais variadas áreas – música, moda, responsabilidade social) têm servido para construir um estilo próprio e atingir um equilíbrio entre a técnica e a intuição do seu olhar. 

Durante duas décadas dedicou-se ainda à realização de filmes publicitários. Realizou os telefilmes “As Contas do Morto” e “Só Por Acaso”, este último vencedor do prémio Prix Europa em 2004 e a série de ficção  “Madre Paula”, vencedora do Prémio de Melhor Série – Prémios Sophia 2018.

Em 2019 estreou nos cinemas a longa-metragem – “Linhas Tortas”, um filme sobre o amor na era da comunicação digital, agora disponível na HBO Portugal e Filmin, lançado em DVD em Novembro de 2020. 

Em 2021 realizou o telefilme “Na Porta ao Lado – Amor”, disponível na OPTO

Em 2022 concluiu a série documental “Efeito Estufa” a estrear brevemente na SIC Radical e encontra-se neste momento em pré-produção do seu próximo filme, “O Melhor dos Mundos”.

04.10.2022 | por martalanca | agricultura monointensiva, Alentejo, Efeito Estufa, Odemira, Rite Nunes

‘Efeito Estufa’ de Rita Nunes, na SIC Radical

Estreia Sábados, 22h45. Repetição Domingos seguintes às 12h15 e Sextas às 21h55.

Mais de 15 mil imigrantes do sudeste asiático instalaram-se nos últimos anos em São Teotónio, até então uma pacata freguesia alentejana de apenas 6 mil habitantes. 

E continuam a chegar, dia após dia, para trabalhar na colheita de frutos vermelhos em estufas que proliferam dentro de um parque natural.

Efeito Estufa é uma série documental sobre as consequências desse fenómeno . E é, ao mesmo tempo, um olhar sobre as grandes questões do mundo contemporâneo, como a globalização, as migrações, os conflitos políticos, a escassez de água e um futuro que parece mais incerto do que nunca.

RITA NUNES 

Em 1996 concluiu o curso de Cinema da Escola Superior de Teatro e Cinema, uma aprendizagem académica que a levaria a trabalhar várias linguagens e formatos ao longo dos anos. 

“Menos Nove”, a curta-metragem que realizou em 1997, veio confirmar a vontade de seguir um trajeto profissional na área do cinema e audiovisual. É uma das curtas metragens portuguesas mais premiadas, estreou numa dezena de salas, arrecadou vários prémios nacionais e internacionais e foi exibida em canais de televisão de vários países. 

Desde sempre, curtas-metragens, documentários, vídeos, (nas mais variadas áreas – música, moda, responsabilidade social) têm servido para construir um estilo próprio e atingir um equilíbrio entre a técnica e a intuição do seu olhar. 

Durante duas décadas dedicou-se ainda à realização de filmes publicitários. Realizou os telefilmes “As Contas do Morto” e “Só Por Acaso”, este último vencedor do prémio Prix Europa em 2004 e a série de ficção  “Madre Paula”, vencedora do Prémio de Melhor Série – Prémios Sophia 2018.

Em 2019 estreou nos cinemas a longa-metragem – “Linhas Tortas”, um filme sobre o amor na era da comunicação digital, agora disponível na HBO Portugal e Filmin, lançado em DVD em Novembro de 2020. 

Em 2021 realizou o telefilme “Na Porta ao Lado – Amor”, disponível na OPTO

Em 2022 concluiu a série documental “Efeito Estufa” a estrear brevemente na SIC Radical e encontra-se neste momento em pré-produção do seu próximo filme, “O Melhor dos Mundos”.

 

04.10.2022 | por martalanca | agricultura monointensiva, Alentejo, Efeito Estufa, Odemira, Rite Nunes

"Samotracias" de Carolina Santos

Estreia Mundial

21 de Outubro

Cineteatro Louletano, Loulé

23 de Outubro
Auditório Carlos do Carmo, Lagoa

28 e 29 de Outubro
IPDJ, Faro

12 e 13 Novembro
Lisboa, Teatro Ibérico

Nova criação da Mákina de Cena, a partir da obra Les Samothraces, de Nicole Caligaris, explora a difícil e obscura relação entre género e migração.

Integrando testemunhos de mulheres migrantes residentes na região algarvia, “Samotracias” compõe um mosaico íntimo dos sonhos partidos entre fronteiras.

Em 1863, na ilha de Samotrácia, encontrou-se uma escultura em mármore branco devotada à deusa da Vitória, aquela que, segundo a mitologia grega, é enviada por Zeus para anunciar o triunfo e a glória aos vencedores nos campos de batalha. A estátua, descoberta em pedaços e sem cabeça, está hoje exposta no Museu do Louvre. Em 2022, quem encarna essa figura? Quem é — ou quem são — a representação de uma vitória fragmentada, rebentada, e sem rosto?

A 21 de Outubro, o espectáculo “Samotracias”, com direcção artística de Carolina Santos, em co-criação com Letícia Blanc e Ulima Ortiz, estreia-se no palco do Cineteatro Louletano (Loulé), às 21h00.

Na peça, que parte depois em digressão pelo Algarve - apresentações a 23 de Outubro, pelas 17h00, no Auditório Carlos do Carmo (Lagoa), e nos dias 28 e 29 de Outubro, às 21h00, no IPDJ (Faro), Pepita, Sandra e Sissi, três mulheres de diferentes gerações, nacionalidades e línguas — português, espanhol e francês —, manifestam o mesmo desejo: o de partir.

Pela ambição ou pela urgência da fuga, cruzam-se os destinos de uma jovem que procura a fama no estrangeiro, uma mãe viúva que se recusa a um casamento forçado e uma senhora que, passadas décadas de servidão, procura um fim diferente para a sua vida. Esmagadas pela esperança de um outro futuro, assistem, porém, ao desvanecimento dos seus sonhos numa viagem cruel.

Será que têm mesmo o direito de partir?

Atenta às desigualdades e às violências de género que nunca deixam de acompanhar as experiências das mulheres migrantes — muitas vezes, até, de forma ampliada —, “Samotracias” propõe um compromisso com estas reflexões tanto em cena como nos seus processos de criação artística. Fiel à lógica feminina de horizontalidade das decisões, privilegiando um modelo de trabalho colectivo e implicado socialmente, a peça incorpora a escuta e a partilha de histórias de mulheres migrantes residentes em vários concelhos do Algarve. A aproximação e o engajamento com a comunidade manifestam-se, ainda, no âmbito pedagógico, com apresentações para escolas nas cidades de Loulé, Lagoa e Faro.

Desde Les Samothraces, publicado em 2000 pela escritora francesa Nicole Caligaris, a tragédia daqueles que continuam a andar sem rumo, casa ou sorte multiplicou-se: “aconteceu Mória, aconteceu uma pandemia global, […] continuou Gaza, continuou o Irão, continua o género a ser tabu”, diz Carolina Santos. Aconteceu, também, o Afeganistão e, agora, a invasão da Ucrânia, que obrigou e obriga centenas de milhares de mulheres a abandonarem a sua terra, e parte das suas identidades, com as suas crianças e famílias. Num momento histórico em que se vive a maior vaga de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, “como não ser uma Samotrácia?”, desafia-nos a diretora.

Sem se esquivar dos dilemas da actual geopolítica portuguesa e europeia, numa história fictícia, mas não por isso menos real, “Samotracias” segue, de perto, os itinerários de mulheres desenraizadas e, por isso mesmo, sempre em movimento.

Em Outubro no Algarve, e nos dias 12 e 13 de Novembro no Teatro Ibérico em Lisboa, “Samotracias” é uma coprodução da Mákina de Cena e da Fondación Teatro Libre De Bogotá (Portugal, Colômbia e Chile), com financiamento da Câmara Municipal De Loulé e da estrutura Iberescena - Fundo de ajudas para as artes cénicas Ibero-Americanas, e apoio de First Round — Int. Creative Platform, Auditório Carlos Do Carmo — Município De Lagoa, Fundación Santiago Off, IPDJ Faro, ACM – Alto Comissariado para as Migrações, CNAIM Faro, Fundação António Aleixo, Casulo — Laboratório De Inovação Social De Loulé e Vamus – Transportes do Algarve, Loulecópia.

Bilhetes à venda!

***“Samotracias” é uma coprodução da Mákina de Cena e da Fondación Teatro Libre De Bogotá (Portugal, Colômbia e Chile), com financiamento da Câmara Municipal De Loulé e da estrutura Iberescena - Fundo de ajudas para as artes cénicas Ibero-Americanas, e apoio de First Round — Int. Creative Platform, Auditório Carlos Do Carmo — Município De Lagoa, Fundación Santiago Off, IPDJ Faro, ACM – Alto Comissariado para as Migrações, CNAIM Faro, Fundação António Aleixo, Casulo — Laboratório De Inovação Social De Loulé e Vamus – Transportes do Algarve, Loulecópia.***

***Carolina Santos e Marco Martins são os co-fundadores da Mákina de Cena, associação cultural sediada em Loulé que, desde 2018, desenvolve projetos no campo das artes performativas, nomeadamente na área da música jazz e do teatro contemporâneo. Potenciando um diálogo intergeracional e pluridisciplinar, que visa o encontro e o cruzamento entre diversos saberes criativos, a instituição promove a transversalidade artística e o estabelecimento de parcerias com outras entidades culturais, locais, nacionais e internacionais.***

04.10.2022 | por Alícia Gaspar | EGEAC, espetáculo, les samothraces, mákina de cena, nicole caligaris, samotracias, teatro

Arquiteturas Film Festival anuncia os filmes vencedores deste ano

Já são conhecidos os vencedores da secção de competição. No próximo ano, o festival decorrerá no Batalha Centro de Cinema, entre outros espaços da cidade.

©Ivo Tavares Studio©Ivo Tavares Studio

De 27 de Setembro a 1 de Outubro, o Arquiteturas Film Festival decorreu pela primeira vez no Porto, e reafirmou-se como uma relevante plataforma para a disseminação da cultura arquitetónica. Celebrou práticas espaciais que abordam a ideia de “abrandamento” na arquitetura contemporânea. O festival, organizado pelo INSTITUTO, decorreu em vários espaços da cidade, como a Casa Comum, a FAUP, a Fundação Marques da Silva, o INSTITUTO e o Cinema Passos Manuel, sob quatro eixos: Programa Oficial, Programa da Instituição Convidada, Programa Experimental e Programa de Competição. 

Para além da apresentação de filmes, o festival potenciou conversas, masterclasses e uma exposição, que possibilitaram debates mais aprofundados sobre as temáticas e as pesquisas inerentes à produção dos filmes. Pela primeira vez, o festival contou com uma Instituição convidada, o Centre for Documentary Architecture, que apresentou um ciclo de filmes, debates e uma exposição na Fundação Marques da Silva, patente até ao dia 22 de outubro.  

Já são conhecidos os vencedores da secção de Competição do festival, em cinco categorias: a nova categoria Consciência Social, bem como Documentário, Experimental, Ficção, Talento Emergente e Prémio do Público. 

Entre os filmes premiados, destacam-se duas produções portuguesas: “Luz de Presença” (Ficção), de Diogo Costa Amarante, com uma protagonista da vida noturna da cidade do Porto, e “Lugares de Ausência” (Talento Emergente), de Melanie Pereira, um filme biográfico sobre a questão da emigração entre Portugal e Luxemburgo. De destacar também a nova categoria de prémio de Consciência Social, que premiou o filme “Neighbors in my backyard”, que apresenta um dispositivo de segregação entre dois bairros da cidade de Montreal, no Canadá, construído em 1960 e ainda presente nos dias de hoje. O público do festival votou como melhor filme “What Shall We Do With These Buildings?”, de Jonathan Ben-Shaul, filmado em Kharkiv pouco tempo antes do conflito que viria a marcar a vida e a paisagem urbana da Ucrânia. Desde que o filme foi filmado, a cidade foi bombardeada, tornando-se este um retrato de uma Ucrânia esperançosa em lidar com os seus conflitos latentes. O ator-bailarino do filme, Igor Klyuchnik, é um dos fundadores do grupo de voluntários Evacuate Kharkiv, que já evacuou da cidade mais de 5000 civis. 

O Arquiteturas Film Festival destaca assim filmes que abordam questões de justiça e igualdade social e espacial. Afirma-se, assim, como plataforma para promover causas relevantes que afetam as cidades, o ambiente construído, e a sociedade atual.

©Ivo Tavares Studio©Ivo Tavares Studio

©Renato Cruz Santos©Renato Cruz Santos©Ivo Tavares Studio©Ivo Tavares Studio

Eis os filmes galardoados:

Categoria Consciência Social — “Neighbors in my backyard”

Realizador: Eli Jean Tahchi

País: Canada

 

Categoria Ficção — “Luz de Presença” 

Realizador: Diogo Costa Amarante

País: Portugal 

 

Categoria Novo Talento — “Lugares de Ausência” 

Realizador: Melanie Pereira

País: Portugal

 

Categoria Documental — “Concrete Forms of Resistance”

Realizador: Nick Jordan

País: United Kingdom / Lebanon

 

Categoria Experimental —Terrain Vague

Director: Edward Kihn

País: United States

 

Prémio do Público —  What Shall We Do With These Buildings?

Realizador: Jonathan Ben-Shaul

País: Ucrânia

 

Menção Honrosa — Per voi oggi la luce del sole non splenderà

Realizador: Andrea Bordoli

País: Switzerland

No próximo ano, o festival decorrerá mais cedo e em co-produção entre o INSTITUTO e o renovado Batalha Centro de Cinema, sob um tema a anunciar em breve, envolvendo novamente uma rede de espaços da cidade. As datas já estão definidas: 27 de junho a 1 de julho de 2023.

©Renato Cruz Santos©Renato Cruz Santos

04.10.2022 | por Alícia Gaspar | arquitecturas film festival, batalha centro de cinema, cinema, documentários, filmes vencedores, instituto, Paulo Moreira, slow down

Descoloniza Chat 2022

The next Contemporary and Historical Archaeology in Theory meeting will be held in Lisbon on November 10-12, 2022. But why Lisbon?


Many archaeologists have been engaging with current debates on the decolonization of the discipline. However, very little has been said about the impact of these discussions in the field of historical and contemporary archaeology.

Is the decolonial movement changing the kinds of questions we ask? Our methods? There’s a lot to talk about and some of us will certainly bring it up in Lisbon.

Lisbon is one of the largest open-air museums of colonialism in Europe. Every corner will remind you of a past that is not past yet in the shape of a statue, a tropical tree, a pastry shop, a street name honoring some conqueror.

Like in many other towns across the continent, coloniality lingers on the streets, is embedded in our things, and shapes everyone’s lives. Many of us are questioning this state of affairs. No surprises here. Can we archaeologists do anything about this?

The event’s image was inspired by a story that tells a lot about contemporary discussions on the legacies of colonialism. In 2017, the city got a new statue honoring Jesuit António Vieira, known for his missionary work in Brazil and his eloquent sermons. Vieira was also known for standing up against the enslavement of Brazil’s indigenous communities while supporting the enslavement of Africans.

Statue of António Vieira. Photo by Rui Gaudêncio (Municipality of Lisbon)Statue of António Vieira. Photo by Rui Gaudêncio (Municipality of Lisbon)

Do you wonder why would anyone think of doing a statue like this in the 21st century? Many people asked the same. The statue became a focus point for decolonial demonstrations as soon as it was built. Right-wing extremists responded by occupying the plaza and threatening protesters.

More recently, an anonymous artist graffitied the statue with the word “Descoloniza” (Decolonize), painted hearts on the indigenous kids, and sprayed the priest’s body as if he was stained with blood.

The statue of António Vieira in 2020. Photo by Paulo Lourenço (Jornal de Notícias)The statue of António Vieira in 2020. Photo by Paulo Lourenço (Jornal de Notícias)

The graffiti were quickly cleaned. Yet, the artist’s powerful message stayed with us and inspired Nikola Krizanac to create this image for the CHAT conference.

Hope you’ll feel inspired too, and join us in Lisbon in November!

More informations here.

04.10.2022 | por Alícia Gaspar | Africa, Conference, contemporary Archaeology, descoloniza chat, europe, historical Archaeology, Lisbon, padre antónio vieira

Minela Reis e Ivone Gaipi trazem Angola a Lisboa

A pintora Minela Reis e a escultora Ivone Gaipi apresentam os seus mais recentes trabalhos na exposição “No Desaguar dos Corpos” na Galeria Artistas de Angola, em lisboa. A mostra tem curadoria e mentoria de Olga Maria e Sousa. A inauguração será no dia 7 de outubro, sexta-feira, a partir das 17h, na Rua Sousa Lopes N.º 12A em Lisboa e ficará patente até 14 de novembro.

Para a exposição Minela Reis, pintora angolana, traz um combinado de trabalhos feitos a pastel seco, a óleo e aguarela, nos suportes de papel e tela, onde a figura humana é predominante. A presença e diversidade das cores fortes é a força que origina um conjunto de contrastes entre o claro e o escuro, e o quente e o frio. O corpo pintado e desenhado parece estar em movimento, tem textura, curvas, brilho e cheiro, os rostos e os olhares são profundos e vivos, sorriem e têm emoções.

Minela ReisMinela Reis

Na arte de Minela a presença da figura humana é uma constante, através da pintura consegue regressar a Angola, às cores, cheiros e aos céus africanos. Pinta com a emoção do que sente no momento.

Já a escultora Ivone Gaipi vai explorar o Alginato, o Gesso e as Resinas, onde a técnica de body casting é transposta para a escultura. Ivone viveu quatro anos em Angola, onde foi profundamente tocada pelo país. O calor, as cores, os ritmos, as gentes sorridentes e alegres, e a mistura ardente do cheiro a terra, formam a sua grande fonte de inspiração para as esculturas que integram esta exposição.  A nostalgia destas emoções, resultaram no reviver Angola materializada em expressões de Arte. É essa transmutação que transporta para o trabalho de escultura, numa linguagem que expressa a exploração do corpo através da sua desconstrução, conexão e simbiose com o que o rodeia.

Ivone GaipiIvone Gaipi

03.10.2022 | por Alícia Gaspar | angola, escultura, exposição, ivone gaipi, lisboa, minela reis, pintura

Manifesto a Crioulização, uma Poética de Partilha para Multiplicar

Manifesto por Mário Lúcio Sousa.

3 de Outubro de 2022 às 18h no Teatro Garcia de Resende. 

03.10.2022 | por Alícia Gaspar | Crioulização, cultura, literatura, manifesto, Mário Lúcio Sousa, poética

Festival Imaterial | Património pensado e vivido

1 — 9 OUT 2022
Évora, Portugal

Em época de globalização, é comum pensar-se que o mundo cabe no ecrã de qualquer telemóvel. Mas a imensa riqueza das culturas e dos povos que se espalham pelo planeta, e as suas formas de expressão só são verdadeiramente partilhadas quando público e artistas se olham e estabelecem um diálogo real.

O Imaterial acredita que é nessa presença que a escuta se apura, que as barreiras se destroem, que as diferenças e as afinidades se tornam uma ponte capaz de ligar duas margens. Uma ponte entre lugares e visões da vida, mas também entre passado e presente, entre os legados recebidos de gerações anteriores e reinventados para o agora.

No Imaterial, o “outro” só existe enquanto espelho de cada um. Só existe na descoberta de que o muito que nos separa é, afinal, aquilo que mais nos aproxima.

Programa


Mais informações.

03.10.2022 | por Alícia Gaspar | artes, ciclos de cinema, cinema, conferências, cultura, évora, festival imaterial

"nem meu nem teu... é nosso", nacionalização das roças em STP

Documentário de Magdalena Bialoborska e Nilton Medeiros sobre o acontecimento de 30 de setembro de 1975, que é recordado até aos dias de hoje. O documentário, que apresenta vários pontos de vista sobre a nacionalização das roças, está disponível online, também com legendas em inglês.


EN https://youtu.be/SxfhuqKSnBo“nem meu nem teu… é nosso” Portugal, 201625 minutosRealização: Nilton Medeiros e Magdalena BialoborskaLocução:David João JochuaImagem e montagem: Nilton MedeirosFotos: Arquivo histórico de STPProdução: Magdalena BialoborskaMúsica: Filipe SantoBlue Dot Sessions: album Migration | available under Public License in freemusicarchive.org.A moment of reflection by Enrico Altavilla | provided by freesoundtrackmusic.comMonkoto by Kevin MacLeod | licensed under Creative Commons by Attribution 3.0 License, provided by incompetech.comhttps://www.facebook.com/nemmeunemteu.nosso

30.09.2022 | por martalanca | roças, São Tomé e Príncipe

Margot, filme de Catarina Alves Costa

2022/Portugal/72’


Entre 1958 e 1961, Margot Dias integrou quatro missões etnográficas ao extremo Norte de Moçambique. Filmou e gravou centenas de minutos, registos visuais e sonoros únicos da cultura makonde. Essa viagem mudou a sua vida. Procura-se retratar a mulher por detrás dos registos destas viagens, da sua juventude na Alemanha dos anos 1920 ao encontro e casamento com o etnólogo português Jorge Dias e às missões que fizeram juntos à então colónia portuguesa. No reencontro com os makondes de hoje, devolvendo-lhes estas imagens, a realizadora procura o olhar da outra realizadora, que conheceu no fim da sua vida.

DocLisboa, 11 Out — 19:00 / 72’Culturgest Auditório Emílio Rui Vilar, Q&A, 16 Out — 22:00 / 72 Culturgest Pequeno Auditório

mais info 

29.09.2022 | por martalanca | etnografia, Jorge Dias, maconde, Margot Dias, Moçambiquem Alemanha

Discriminating Data, uma conversa com Wendy Hui Kyong Chun

Terça, 11 de Outubro 2022, 18.30

Wendy Hui Kyong Chun, Cátedra Canadá 150 em Novos Media, Diretora do Digital Democracies Institute

Entrada livre, mediante registo

Em Discriminating Data, Wendy Hui Kyong Chun mostra como a polarização é um objetivo – não um erro – do big data e do machine learning. Os métodos usados, defende, codificam a segregação, a eugenia e as políticas de identidade através das suas assunções e condições por defeito. A correlação, que fundamenta o potencial de previsão do big data, deriva das tentativas eugénicas do século XX para “procriar” um futuro melhor. Os sistemas de recomendação promovem grupos zangados de semelhança através da homofilia. Através de uma política e tecnologia de reconhecimento, os utilizadores são “treinados” para se tornarem autenticamente previsíveis. Deste modo, a análise de dados e o machine learning tentam perturbar o futuro tornando a perturbação impossível.

Nesta conversa, Chun discutirá os temas do livro com Andrea Pavoni, investigador auxiliar no Centro de Investigação DINAMIA’CET do ISCTE, e com a audiência.

Wendy Hui Kyong Chun

Wendy Hui Kyong Chun é investigadora e professora, tendo recebido a Cátedra Canadá 150 em Novos Media na Universidade Simon Fraser, onde dirige o Digital Democracies Institute. Estudou Engenharia de Sistemas e Literatura Inglesa, que combina no seu trabalho atual em media digitais, e é autora dos livros Control and Freedom: Power and Paranoia in the Age of Fiber Optics (2006), Programmed Visions: Software and Memory (2011), Updating to Remain the Same: Habitual New Media (2016) e, mais recentemente, Discriminating Data (2021).

https://www.sfu.ca/communication/team/faculty/wendy-chun.html
https://mitpress.mit.edu/books/discriminating-data
https://twitter.com/whkchun

A conversa será em língua inglesa e seguida de uma sessão de Q&A.

Local: Faculdade de Belas Artes Universidade de Lisboa, Grande Auditório, Largo da Academia Nacional de Belas Artes, 4, 1249-058 Lisboa.

Data: Terça, 11 de Outubro 2022, 18.30

Integrado no evento Human Entities 2022: a cultura na era da inteligência artificial - 6ª edição

29.09.2022 | por Alícia Gaspar | andrea pavoni, big data, digital democracies, discriminating data, machine learning, novos media, wendy hui kyong chun

Antropocenica 2022

Entre 6 a 7 de Outubro a Fundação Calouste Gulbenkian acolhe a 1ª edição da ANTROPOCENICA, reunindo pensadores, artistas, arquitetos, investigadores e demais especialistas que abordam o Antropoceno, o colonialismo e questões relacionadas à floresta amazónica.

Autoria - Lalo de Almeida, um dos vencedores World Press Photo 2022.Autoria - Lalo de Almeida, um dos vencedores World Press Photo 2022.

A ANTROPOCENICA é uma trienal de Debates que acontece em 2022 em Portugal, em 2023 no Brasil e em 2024 em Cabo Verde.  

Destaca-se a presença de convidados especiais como o foto-repórter Lalo de Almeida (um dos vencedores World Press Photo 2022), o sertanista Sydney Possuelo (ex-presidente da FUNAI, BR) e o cineasta Jorge Bodanzky (pioneiro no cinema sobre a degradação ambiental na Amazónia), três grandes conhecedores da Amazónia e dos problemas ambientais e humanos a ela associados.

Esta primeira edição contempla ainda a Mostra artística “TransAmazónias: Zonas Imaginárias” com a exibição da premiada série fotográfica Distopia Amazónica do foto-repórter Lalo de Almeida, no dia 7, no Teatro Romano em Lisboa. A Mostra divide-se ainda pela cidade de Évora e pelas ruínas romanas de São Cucufate na Vidigueira com a exibição de filmes e a presença de Lalo de Almeida, Sydney Possuelo e Jorge Bodanzky.

Pensada e organizada por Dirk Michael Hennrich (Alemanha/Univ. Lisboa/filósofo), Maria da Conceição Lopes (PT/Univ. Coimbra/arqueóloga) e Silvio Cordeiro (BR/arquiteto e editor) – com apoio conjunto do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e do CEAACP da Univ. de Coimbra (entidades financiadas pela FCT) -  a ANTROPOCENICA tem na sua Comissão Científica o pensador indígena Ailton Krenak, a Professora Inocência Mata, a cineasta Filipa César, o filósofo Viriato Soromenho-Marques, o cientista político Odair Barros-Varela, a arqueóloga Anne Rapp Py-Daniel, o sociólogo Boaventura de Sousa Santos, entre outra/os, que constituirão as mesas de debate e o programa.

Os debates na Fundação C. Gulbenkian, a 6 e 7 de Outubro, terão transmissão em streaming no canal Youtube da Antropocenica.

Participação presencial nos debates sujeita a inscrição até 30 de Setembro.

Mais informações.

Autoria - Nicolas Reynard. Sobre uma expedição amazónica de Sydney Possuelo.Autoria - Nicolas Reynard. Sobre uma expedição amazónica de Sydney Possuelo.

27.09.2022 | por Alícia Gaspar | antropocenica 2022, Brasil, cabo verde, colonialismo, floresta amazónica, Portugal, trienal de debates

Concerto Tabanka Djaz, celebrar 30 anos de carreira

Coliseu dos Recreios | 18 de Novembro 

O Coliseu dos Recreios de Lisboa acolhe, a 18 de Novembro, o concerto de celebração dos 30 anos de carreira de Tabanka Djaz. Embaixadores do gumbé – estilo musical da região de Bissau - os Tabanka Djaz são uma banda ícone da world music e da música lusófona que cruza as geografias da Guiné-Bissau e de Portugal.

Formados na Guiné-Bissau, os Tabanka Djaz rapidamente ganham projeção internacional ainda sem discos gravados. Depois de uma tour informal pelos EUA, a banda lança o primeiro álbum, em 1990, intitulado Tabanka. A este seguem-se mais quatro álbuns até à data de hoje. O disco Sperança, de 1996, consagra definitivamente a banda ao alcançar a venda de quarenta mil exemplares. Com ele, recebem da Associação Fonográfica Portuguesa os discos de Prata, de Ouro e de Platina. Em 1997 este álbum é nomeado para os Prémios Ngwomo África (os Grammy do continente africano).

Apesar da instabilidade da anterior crise económica mundial, o último disco dos Tabanka Djaz, Depois do silêncio, de 2013, coloca de novo a banda nos grandes palcos internacionais. Até 2019 seguem uma rotina de digressões para públicos apreciadores da world music e música africana, posteriormente interrompida pela pandemia. Fazem atuações no Festival Zouk em Luanda, no Rock in Rio Lisboa, no The Strand Theatre, em Providence, nos EUA, com sala esgotada. Já este ano, 2022, ainda sob as restrições impostas pela COVID19, a banda regressa ao The Strand Theatre para de novo esgotar a bilheteira.

Produzindo singles atemporais, os Tabanka Djaz têm uma carreira longa que assenta em grandes sucessos musicais. Este ano a banda comemora 30 anos de carreira. Com novo EP a ser lançado em Outubro, os Tabanka Djaz levam, ao Coliseu de Lisboa, novas músicas, clássicos inesquecíveis e convidados de luxo (brevemente a anunciar).

Os bilhetes já estão à venda!

Micas Cabral, cantor e porta-voz da banda, comenta:

Passaram-se 30 anos desde que iniciámos esta aventura, mas para nós parece que tudo começou ontem. São 30 anos em que levámos a música da Guiné-Bissau aos 4 cantos do mundo. Vamos celebrar com uma grande festa africana na mais emblemática sala de espetáculos de Lisboa, o Coliseu dos Recreios. Contamos contigo!”

Os Tabanka Djaz vivem na região de Lisboa. A banda é composta pelo cantor e guitarrista Micas Cabral, pelo baixista Juvenal Cabral e pelo teclista Jânio Barbosa. Ao vivo junta-se a secção de metais composta por Lars Arens no trombone, Rodrigo Bento no sax e Cláudio Silva no trompete. E ainda Paulinho Barbosa (teclas), o baterista Cau Paris, o percussionista Kabum e a corista e dançarina Sheila Semedo.

27.09.2022 | por Alícia Gaspar | coliseu dos recreios, Guiné-Bissau, gumbé, música, música lusófona, Portugal, prémios ngwomo áfrica, tabanka djaz, world music