Lançamento: arquivo digital do jornal Nô Pintcha

O Centro de História da Universidade de Lisboa, lança dia 29 de setembro, às 18h00, o arquivo digital do jornal Nô Pintcha, o principal título de imprensa da Guiné-Bissau, reunindo, pela primeira vez, a quase totalidade dos números publicados entre 1975 e 2000.

Nô Pintcha, fundado em 1975, é um dos títulos de maior longevidade da África lusófona. Do fulgor revolucionário dos primeiros anos, em que saía três vezes por semana, às dificuldades das décadas seguintes, nunca deixou de noticiar a vida guineense. A caminho da sua quinta década de vida, acumulou um espólio incontornável para a história do país.

As vicissitudes históricas dispersaram o arquivo dos números publicados, tornando praticamente impossível a sua consulta. Agora, com a colaboração do Estado da República da Guiné Bissau, o Centro de História da Universidade de Lisboa disponibiliza a quase totalidade da coleção do Nô Pintcha, em acesso aberto e sem barreiras. Um arquivo único no mundo, de mais de 1500 números, totalizando para cima de 12 mil páginas.

A digitalização do Nô Pintcha integra-se numa linha mais vasta de publicação de fontes para a história de África, estando já em processo de tratamento o jornal Ecos da Guiné, um dos primeiros títulos publicados na Guiné-Bissau, dos anos 20 do século XX.

O tratamento arquivístico do Nô Pintcha foi coordenado pelo Prof. Augusto Nascimento, docente e investigador da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A coleção foi generosamente cedida pelo Eng. Daniel Nunes, profissional com vasta experiência no setor agrícola em África e um bibliófilo singular e de reconhecido mérito, protagonista do recente documentário Daniel e Daniela, realizado por Sofia Pinto Coelho.

A sessão de lançamento, com a presença dos embaixadores da Guiné-Bissau, Dr. Hélder Vaz Lopes, e de Cabo Verde, Dr. Eurico Correia Monteiro, decorre no Anfiteatro II da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, dia 29 de setembro às 18h00.

O endereço da página será anunciado brevemente.

27.09.2022 | por Alícia Gaspar | Africa, arquivo, arquivo digital, augusto nascimento, daniel nunes, faculdade de letras, história, jornal, nô pintcha, universidade de lisboa

Teatro GRIOT apresenta "No meio do caminho"

No Meio do Caminho, o próximo espectáculo do Teatro GRIOT — que parte de Dante Alighieri e da sua A Divina Comédia e tem encenação de Miguel Loureiro — estreia em Loulé, no Cineteatro Louletano dia 7 de outubro (onde também se apresenta dia 8, sempre às 21h00).

Depois disso, continua carreira em Odivelas, no Centro Cultural Malaposta, nos dias 22 e 23 de outubro

No Meio do Caminho tem como base A Divina Comédia, epopeia medieval que narra a viagem de Dante pelos três lugares do Além — Inferno, Purgatório e Paraíso. Três actores estão num lugar impreciso, uma sala, um gabinete, um estúdio ou nada disto, em que vão tentando reproduzir o texto, as personagens, os mitos e os vícios de raciocínio ligados a esta obra-prima, que não foi originalmente pensada para ser drama, para ser cena. Uma certeza, atravessar três projecções metafísicas: Inferno, lugar de condenação e de dor; Purgatório, onde o humano se penitencia e purifica; e Paraíso, pináculo de redenção e meta da aventura. Sustentam-se as coordenadas desta empreitada nos seguintes pontos: o ponto da fábula, a peregrinação de Dante ao Centro do Mundo, com os diálogos, as acções, as passagens de um círculo ao outro, etc., que poderia bem configurar um drama medieval em estações, à semelhança de obras sacras do teatro litúrgico da época; o ponto moral, questão central na obra. Como dialogar com a moral cristã nos nossos tempos fortemente seculares?; o ponto da alegoria, em si, as questões das personagens, o que representam de nós, como nos aproximamos desta escrita alegórica e a reclamamos para nós, nem que seja por uns momentos?; por fim, o ponto simbólico, tornar em matéria teatral tudo o que na obra se joga no oculto, a começar desde logo pelo número 3: Santíssima Trindade, os 33 cantos, as tercenas… as espirais, os vórtices, os estreitos, as bifurcações e os passos em falso deste lugar, a meio do nosso caminho de criadores.

Ficha Técnica e Artística 

Texto: Dante Alighieri

Dramaturgia: Miguel Graça, Miguel Loureiro

Interpretação: Daniel Martinho, Tiago Barbosa, Zia Soares

Cenografia: André Guedes

Iluminação: Daniel Worm

Figurinos e Adereços: Neusa Trovoada

Sonoplastia: Mestre André

Movimento: Miguel Pereira

Fotografia: Joana Linda

Vídeo promocional: António Castelo

Produção Executiva: Aoaní d’Alva

Produção: Teatro GRIOT

Coprodução: Cineteatro Louletano

Apoios: Batoto Yetu, Câmara Municipal de Loulé, Centro Cultural da Malaposta, DeVIR/CAPa - Centro de Artes Performativas do Algarve, Junta de Freguesia da Misericórdia, Khapaz, Polo Cultural Gaivotas Boavista

O Teatro GRIOT é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal – Ministério da Cultura/Direção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Lisboa

22.09.2022 | por Alícia Gaspar | a divina comédia, arte, cultura, miguel loureiro, no meio do caminho, teatro, teatro griot

"Quem tem medo das emoções?", novo livro de Ana Pais

No próximo dia 25 de Setembro, o livro será o foco de uma caminhada que integra o programa Caminhadas com Arte, organizado por Lavrar o Mar, em Monchique.

O livro é disponibilizado gratuitamente em todos os eventos promocionais.

As próximas acções de divulgação em que Ana Pais estará presente são:

Teatro Viriato, em Viseu

1 de Outubro 17h

Long Table: conversa aberta com o público a propósito do tema pandemia e afectos.

Teatro Garcia de Resende, em Évora

8 de Outubro 18h

Conversa aberta com o público sobre teatro e afectos.

Festival Temps D’Image, em Lisboa (quiosque da Praça José Fontana) 

15 de Outubro 18h30

Conversa com Eunice Gonçalves Duarte (performer), Graça P. Corrêa (encenadora e investigadora CFCUL) e Jorge Martins Rosa (investigador ICNOVA) sobre emoções e a sua circulação no espaço público (nomeadamente, nos media digitais) e sobre como a arte pode contribuir para uma consciência colectiva dessa circulação.

Materiais Diversos, no Centro Cultural do Cartaxo

22 Outubro 16h

Conversa com Beatriz Cantinho, Túlio Rosa e convidado a confirmar integrada n’O Tempo das Cerejas / Quem tem medo das emoções?

Teatro Municipal do Porto, no Foyer do Teatro Campo Alegre

29 de Outubro, 15h30

Lançamento no Porto Acção integrada no festival Double Trouble #05.

Convidados: Né Barros (coreógrafa) e Gustavo Carona (médico)

*Ana Pais é investigadora em artes performativas, dramaturgista e curadora. Nos últimos anos, tem vindo a trabalhar, no contexto das artes performativas, as atmosferas afectivas geradas no espaço público que condicionam a nossa experiência íntima. Nesse âmbito, destacam-se o seu livro Ritmos Afectivos nas Artes Performativas (Colibri, 2018) e os encontros Em Fluxo: sentimentos públicos e práticas de reconhecimento (2019) que comissariou.*

Mais informações.

21.09.2022 | por Alícia Gaspar | afectos, Ana Pais, corpo, emoções, literatura, pandemia, quem tem medo das emoções?

Resistência Visual Generalizada. Livros de Fotografia e Movimentos de Libertação: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo-Verde

28 setembro a 27 novembro 2022

Galeria do Torreão Nascente da Cordoaria Nacional

Curadoria: Catarina Boieiro e Raquel Schefer

Entre 1961 e 1974, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), o Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC) e a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) travam guerras de Libertação contra o sistema fascista e colonial português, após quase cinco séculos de dominação colonial e de resistência. Nesta conjuntura histórica, a descolonização política é considerada como indissociável da descolonização da cultura e das formas visuais. A cultura e a arte são entendidas como um campo produtor de efeitos de transformação na sociedade. As Revoluções africanas são um período de libertação da palavra, da imagem e das formas de representação. Para Amílcar Cabral, a resistência política é uma forma de resistência cultural, do mesmo modo que a resistência cultural é uma forma de resistência política.

No contexto da solidariedade internacionalista das décadas de 1960 e 1970, as lutas de libertação despertam o interesse de fotógrafos e cineastas. A revista, o livro, a fotografia e o cinema são percebidos como instrumentos fundamentais para mobilizar o apoio popular e difundir a luta pela descolonização a nível internacional. Fotógrafos como Augusta Conchiglia e Tadahiro Ogawa, entre outros, documentam a luta armada e a vida nas zonas libertadas, onde se experimentavam diferentes formas de organização social e se implementavam projectos de pedagogia radical. Depois das independências, outros livros de fotografia documentam o processo de construção dos Estados-nação. Entre o militantismo e a experimentação formal, estes livros restituem a dimensão sensível dos primeiros anos de independência, período marcado pela adopção de modelos políticos marxistas-leninistas e pela busca de uma imagem descolonizada.

Reunindo um conjunto inédito de livros, fotografias e documentos produzidos entre as décadas de sessenta e oitenta, esta exposição desenha uma constelação espacial e temporal da estética de Libertação. Além de um vasto conjunto de livros, revistas, cartazes e documentos, a mostra inclui obras fotográficas e cinematográficas das décadas de sessenta e setenta de Augusta Conchiglia, Moira Forjaz, Silvestre Pestana e da cooperativa Grupo Zero. Integra também peças recentes de Daniel Barroca, Welket Bungué, Filipa César e Sónia Vaz Borges que interrogam a história e a memória, reelaboram as formas visuais da estética de Libertação e examinam a persistência de estruturas coloniais no presente.

*Exposição organizada no âmbito da programação da Saison France – Portugal 2022.*

Mais informações.

20.09.2022 | por Alícia Gaspar | angola, Cabo-verde, Catarina Boieiro, cultura visual, fotografia, Guiné-Bissau, livro de fotografia, Moçambique, movimentos de libertação, Raquel Schefer

Nunde nô indipendência?

Nô Salva Baluris De Boé (SBB) - é uma iniciativa de jovens guineenses, voluntários, residentes na diáspora, sob o lema: Celebrar os 49 anos de gloriosa conquista e memórias do passado com presente espinhoso.

Nesta primeira edição de Djumbai “Nô pensa Independência”, pretendemos promover espaços de debates, conferências, eventos culturais, a realizar-se online e presencialmente, com o objetivo de resgatar as memórias de luta e de despertar a consciência dos jovens e adolescentes sobre espírito de guineendade.

O espírito de guineendade foi primado e/ou alicerçado na unidade e luta para o resgate daquilo que é mais preciosa da vida humana: a Liberdade e Dignidade. Também é nossa ambição acordar a consciência dos mais jovens sobre valores de diversidade cultural no “Cabaz de Guineendade.” Serve ainda para divulgar informações, conhecimentos e partilha de opiniões sobre as questões desafiantes da Guiné-Bissau, e estimular a consciência sobre: que tipo de Independência temos? Que caminhos a trilhar? Que responsabilidades a Guiné-Bissau exige?

Noutra fase do projecto, será apresentada uma “Caderneta de luta” que pretende, para além de registar, desenvolver e reproduzir a voz de testemunhas de Luta Armada, recolher depoimentos sobre os sonhos e perspetivas de geração do pós-Independência face ao Programa Maior. O projecto traz consigo uma parte de “Mandjuandade Cultural” e o papel da educação na zona libertada, literatura, músicas/humor.

Nunde Nô INDEPENDÊNCIA?

16.09.2022 | por martalanca | diásporta, djambai, Guiné Bissau, independência, juventude

Lubumbashi Biennale | 7th edition

Picha is pleased to announce the 7th edition of the Lubumbashi Biennale, Democratic Republic of Congo, to be held from October 6 to November 6, 2022 under the artistic direction of Picha. Picha, “image” in Swahili, which was founded as an association in 2008, will be joined by five associate curators - Paula Nascimento, Lucrezia Cipitelli, Bruno Leitão, René Francisco Rodríguez and Mpho Matsipa - and a curatorial advisor - Ugochukwu- Smooth C. Nzewi.


The Biennale explores the contemporary creation of the artistic scene in the Democratic Republic of Congo and in the world. It is today one of the most dynamic and experimental artistic events on the African continent. For its upcoming edition, the biennale will interrogate toxicity as a condition of existence that has inextricably affected social worlds under the title ’ToxiCité’ or ’ToxiCity’. As a starting point, the theme will open the collective elaboration of a critical and transformative take on the social and cultural environment, in Lubumbashi and in the world.

Composed of two concepts, that of the ‘toxic’ and that of the ‘city’, the next Lubumbashi Biennale envisages to question and reflect upon the link between contemporary life in the postcolonial urban setting of Lubumbashi and more widely in the urban Global South, and the impact of a number of industrial, economic, ecological, social and cultural processes that have historically contributed, for better and for worse, to the shape and dynamics of urban life in this and other parts of the world today.

The theme of toxicity, then, offers a starting point for a critical elaboration and consciousness of oneself and one’s natural, social and cultural environment, ‘as a product of the historical processes to date, which has deposited in you an infinity of traces, without leaving an inventory.’ (Gramsci 1971:324). By focusing on the theme of toxicity, the curatorial committee of this Edition endeavours to open up a critical space of artistic engagement and reflection to start exploring the possible shapes such ‘an inventory of traces’ might take, in the hope that such a compilation will also tell us something more about the possible futures to envision from here on.

Lubumbashi

Lubumbashi is the second largest city in Democratic Republic of the Congo. The main industrial centre of the mining district of southeastern Congo, it lies 110 miles (180 km) northwest of Ndola, Zambia. Lubumbashi is the name of a small local river. The town was established by Belgian colonists in 1910 as a copper-mining settlement and was designated an urban district in 1942. Most regional mining companies are headquartered in Lubumbashi, which is the transportation centre for mineral products (copper, cobalt, zinc, cadmium, germanium, tin, manganese, and coal) from the towns of Likasi, Kolwezi, Kipushi, and others. Mineral exploitation has been dominated by a governmentowned organisation, but foreign mining companies are also in evidence. The city’s other industries include printing, brewing, flour milling, and the production of confectionery, cigarettes, brick, and soap. Lubumbashi has a civic auditorium, a national museum, a Roman Catholic cathedral, and the Society of Congo Historians, as well as the University of Lubumbashi founded in 1955.

Picha

Picha is an initiative of artists operating independently from Lubumbashi that supports and promotes artistic creation in the Democratic Republic of Congo. Picha provides visibility for contemporary art in Lubumbashi by providing a venue for exhibitions, meetings, artist residencies, training workshops and artistic accompaniment. Picha intends to promote artistic creation by taking the urban space as a stage and the image as a medium. Picha wants to bring an artistic reflection, both endogenous and speaking to the world, on the city of Lubumbashi, its history and its environment today. In addition to the organization of the Biennale de Lubumbashi, the association has to its credit the realization of several exhibitions, video and photo workshops, training programs and artist residencies, conducted with the aim of offering national and international exposure to local artists and arts initiatives. To fulfill its mission, Picha has created the following platforms:

The Biennale de Lubumbashi, founded in 2008 under the name of “Rencontres Picha”, has become one of the most experimental and dynamic artistic events on the African continent, offering a platform for presentation and meeting to local and international artists and cultural actors local.

Atelier Picha is a permanent training program dedicated to the production and dissemination of participatory artistic and cultural projects. Atelier Picha allows the networking of a new generation of Congolese artists and cultural producers with other national and international cultural actors. The program offers a period of research and production and professional accompaniment to young people in the conceptualization of their project. Since 2017, Picha has allowed a dozen emerging artists from across the country to participate in the workshops. In 2019 and 2020, Atelier Picha collaborates with Picha’s partner institutions, such as Sharjah Art Foundation (Sharjah), Market Photo Workshop (Johannesburg), Gasworks (London), Art Hub Asia (Shanghai), Universidad Distrital de Colombia (Bogota), Raw Material Company (Dakar). The artistic direction is led by Lucrezia Cippitelli.

The Picha Residence Program, initiated in 2014, invites artists from the African continent and abroad for a research and production period in Lubumbashi. In 2021 Picha had the pleasure to welcome/host the artists Francis Alÿs and Nicole Rafiki.

MAKWAChA, The project of setting up a screen-printing workshop in Lubumbashi and Makwacha initiated by Picha aims to revisit and enhance, through textile screen-printing, the traditional practice of mural painting existing in different regions of the Congo and the various textile creations local handicrafts (such as velvet Kuba), while integrating them into a thoughtful artistic and community approach. The period of the last Lubumbashi Biennale, from October 24 to November 24, 2019, gave visibility to the Makwacha project through numerous visits by participants and speakers from all over the world. The end of the construction work allowed the arrival and installation of artists to work and interact with the women of the community.

More informations.

16.09.2022 | por Alícia Gaspar | Art, Bienal de Lubumbashi, biennal, Bruno Leitão, culture, democratic republic of congo, Lucrezia Cipitelli, mpho matsipa, paula nascimento, René Francisco Rodríguez, Ugochukwu- Smooth C. Nzewi

Céline Sciamma abre ciclo de cinema no Porto, a 24 de setembro

Entre setembro de 2022 e janeiro de 2023, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Escola das Artes da Universidade Católica no Porto, em parceria com o Cinema Trindade, vão promover sessões de cinema seguidas de debate com nomes fundamentais do cinema contemporâneo. Os realizadores Céline Sciamma, Lucrecia Martel, Atom Egoyan, Marco Martins e João Canijo integram o programa.

No dia 24 de setembro, às 21h30, será exibido o filme Retrato da Rapariga em Chamas (2019), com a presença de uma das mais promissoras realizadoras francesas Céline Sciamma. No final da sessão, a realizadora participará numa conversa com o público. Um filme de 2019, que conta a história de Marianne, uma pintora encarregue de fazer o retrato de casamento de Héloïse, uma jovem que acaba de sair do convento. Com este filme, a cineasta surpreendeu o mundo cinéfilo, fazendo um drama queer no universo do filme de época (final do século XVIII), que estreou na competição oficial de Cannes. Outras obras que demonstram uma vontade de olhar para o universo feminino e para a fluidez das suas identidades são os filmes Bando de Raparigas (2014) ou Petite Maman (2021).

“Mais uma vez, a Escola das Artes, agora em parceria com a Fundação Gulbenkian, proporciona, ao público do Porto, o contacto direto com obras e autores tão relevantes como Lucrecia Martel, Céline Sciamma ou Atom Egoyan. É um verdadeiro privilégio tê-los connosco e partilhar com eles as suas visões do cinema,” salienta Daniel Ribas, coordenador do Mestrado em Cinema da Escola das Artes.

Esta iniciativa da Escola das Artes e da Fundação Calouste Gulbenkian, com o Cinema Trindade, tem início a 24 de setembro, às 21h30, no Cinema Trindade, no Porto. Em outubro será a vez de Lucrecia Martel, em novembro de Atom Egoyan, em dezembro de Marco Martins e em janeiro de 2023 o ciclo de cinema termina com João Canijo (janeiro 2023).

Mais informações.

16.09.2022 | por Alícia Gaspar | céline sciamma, cinema, cultura, escola das artes, universidade católica do porto

Os cadáveres são bons para esconder minas | Peça de Teatro e Conversa

15, 16, 17 e 18 setembro | TMJB – Sala Experimental (Almada)
20 outubro a 13 novembro | Sala Grande OMT (Coimbra)

qui, sex e sáb às 21h00
dom às 16h00

Duração aprox.: 90min. | M/14

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Carlos GomesCarlos Gomes

A Guerra Colonial, que Portugal travou nas suas antigas colónias de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau contra os movimentos independentistas, aconteceu há 50 anos, mobilizou um milhão de soldados e afectou toda a sociedade portuguesa. Os cadáveres são bons para esconder minas é um espectáculo que explora as memórias desse conflito. Como explica o Teatrão: “Tal como actualmente o Ocidente tem vindo a discutir o legado esclavagista e colonial, impõe-se regressar a esta ferida da história recente portuguesa para compreender as suas implicações para toda uma geração e de que modo as suas repercussões chegam aos nossos dias”. Partindo do lado documental e testemunhal da guerra, procura-se explorar a noção de trauma que atravessa as histórias e as palavras que chegaram até aos nossos dias.

O Teatrão é uma companhia de Coimbra que inicialmente se dedicava exclusivamente ao teatro infantil. Em 2008, assumiu a gestão da Oficina Municipal do Teatro e iniciou um projeto artístico que assenta na exploração do território e na proximidade com os públicos da região, explorando diferentes formas teatrais.

O escritor e dramaturgo Jorge Palinhos foi galardoado com o Prémio Miguel Rovisco 2003 e o Prémio Manuel Deniz Jacinto 2007, e esteve na shortlist do Prémio Luso-Brasileiro de Teatro António José da Silva 2011. Foi dramaturgo convidado da Capital Europeia da Cultura Guimarães 2012.

Dramaturgia Jorge Palinhos
Encenação Isabel Craveiro
Interpretação Afonso Abreu, David Meco, Diogo Simões, João Santos e Teosson Chau
Direção Musical e preparação vocal Rui Lúcio
Desenho de Luz Jonathan Azevedo
Cenografia e Figurinos Filipa Malva
Sonoplastia Nuno Pompeu
Design gráfico Paul Hardman
Fotografia Carlos Gomes
Cabeleireiro Carlos Gago (Ilídio Design)
Costureira Albertina Vilela
Construção Cenário Nuno Pereira e Tiago 
Operação de Luz e Som Jonathan Azevedo e Nuno Pompeu
Direção de Produção Isabel Craveiro
Produção Executiva Cátia Oliveira
Assistência à Produção Maria Rui (estagiária)
Direção Técnica Jonathan Azevedo
Comunicação Margarida Sousa 

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Conversa

Guerra Colonial - Memória e Esquecimento
Co-organização Teatrão e CROME/Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra

17 SET · 18h

Teatro Municipal Joaquim Benite

Entrada Livre

A colaboração entre pensadores, investigadores, intelectuais e a criação artística é fundamental para umolhar crítico e transformador do mundo contemporâneo. No caso do Teatrão, apostado em inspirar o seu público com criações que o interrogam e mobilizam sobre oestado atual do mundo, tem-se construído uma relaçãomuito sólida de trabalho, de múltiplos formatos, com o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES-UC). Com outros Centros de Investigação locais,nacionais e internacionais também, mas o CES é umparceiro fundamental e inspirador para a nossa atividade. É nesse contexto que surge, associada ao espetáculo “Os cadáveres são bons para esconder minas”, a conversa “Guerra Colonial – Memória e esquecimento”, organizada em parceria com o projeto CROME e que parte deste espetáculo para discutir, 50 anos depois, questões sobrea Guerra Colonial. Neste caso, porque o espetáculo convoca um olhar atual sobre os ex-combatentes, os seus percursos e o impacto deste conflito nas suas trajetórias, sublinhando a complexidade e legitimidade dos diferentes lugares de fala, convidamos artistas e investigadores a estabelecer ligações entre o objeto artístico e a produção de conhecimento pós-colonial.

Com:

Miguel Cardina

Investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade deCoimbra. É membro da coordenação da linha temática “A Europa e o Sul Global: Patrimónios e Diálogos”. Foi Presidente do Conselho Científico do CES (2017-2019). É coordenador do projeto «CROME– Crossed Memories, Politics of Silence. The Colonial-Liberation Wars in Postcolonial Times», financiado pelo European ResearchCouncil. É autor ou co-autor de vários livros, capítulos e artigos sobre colonialismo, anticolonialismo e guerra colonial; história dasideologias políticas nas décadas de 1960 e 1970; e dinâmicas entrehistória e memória.

Marta Lança

Trabalhadora independente em várias áreas no sector cultural, do cinema à programação. Muitos projetos são ligados ao Brasil e a países africanos de língua portuguesa, onde tem passado grandes temporadas. Formou-se em Estudos Portugueses e é doutoranda em Estudos Artísticos (FCSH – UNL). Colaborou com diversas publicações portuguesas e angolanas. Criou as revistas V-ludo, DáFala e o portal BUALA (dinamizado desde 2010). Faz traduções de francês para português, nomeadamente de pensadores africanos como Achille Mbembe e Felwine Saar.

Jorge Palinhos

Escritor e dramaturgo. As suas obras já foram apresentadas e/ou editadas em Portugal, Brasil, Espanha, Estados Unidos da América, França, Países Baixos, Bélgica, Alemanha, Suíça e Sérvia. Formou-se em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade deLetras do Porto, em 2000 e é mestre em Terminologia e Tradução também pela Faculdade de Letras, com uma tese sobre Estudos de Texto. Foi revisor de textos, tradutor, coordenador editorial e colaborador de várias publicações. Doutorado em Estudos Culturais com uma tese sobre dramaturgia lusófona contemporânea. Foi dramaturgo e dramaturgista convidado na Capital Europeia da Cultura Guimarães 2012, é dramaturgista da companhia belga Stand-up Tall, investigador residente da companhia Visões Úteis, e docente convidado da Escola Superior Artística do Porto e da Escola Superior de Teatro e Cinema.

14.09.2022 | por Alícia Gaspar | Africa, angola, esquecimento, guerra colonial, memória, os cadaveres são bons para esconder minas, teatro, tertúlia

Time is a flat circle. David Brits na Galeria MOVART

De 15 set. a 13 nov. 2022

Galeria MOVART, Lisboa, Rua João Penha 14A, 1250 - 131 Lisboa, Portugal

Apresentando trabalhos fotográficos terminados entre 2010 e 2012, bem como uma série de novas esculturas feitas de fibra de carbono, Time is a Flat Circle, do artista sul-africano David Brits (n. 1987), evoca a batalha de Cuito Cuanavale, uma batalha mecanizada de tanques de grande escala que ocorreu no sul de Angola entre forças angolanas, cubanas, e sul-africanas, entre 1987 e 1988.

Tomando como ponto de partida um arquivo de imagens publicadas nas redes sociais de grupos de exrecrutas sul-africanos, muitos dos quais lutaram na batalha sul-africana conhecida como “Border War” na Namíbia e no Sul de Angola dos anos 1960 aos anos 1980, o artista intervém sobre as mesmas através do ato de rasura, raspar e apagar, incorporando assim as complexidades de trabalhar com a sua própria masculinidade e a história herdada de uma África do Sul pós-apartheid.

Acompanhada de esculturas que têm como principal arquétipo o “Oroboro”, uma palavra grega que descreve o símbolo da cobra a devorar/consumir a própria cauda, a exposição gera uma imagem cuja lógica se refuta e que, de alguma forma, suspende o tempo.

BIO

Nascido em 1987, David Brits formou-se na Escola Michaelis de Belas Artes (Pintura) na Universidade da Cidade do Cabo em 2010, É um artista premiado cuja prática experimental é dedicada a investigações no âmbito da escultura à escala pública. Igualmente impulsionado pela exploração de materiais e investigação arquivística, a prática de Brits abrange a instalação, a impressão, o desenho e o filme.

As principais comissões de escultura pública recentes incluem a Fundação Desmond Tutu HIV, o Spier Arts Trust e a Iziko South African National Gallery. Brits foi vencedor do Prémio de Artes de Impacto Social inaugural da Fundação Rupert, e o galardoado com o Prémio Barbara Fairhead para a Responsabilidade Social na Arte.

14.09.2022 | por Alícia Gaspar | Africa, angola, david brits, exposição, fotografia, galeria movart, Namíbia, time is a flat circle

Open Call — Des/Codificar Belém

Tens entre os 15 e os 18 anos, interessas-te pelos direitos das comunidade migrantes, racializadas, LGBTQIA+ como membro destas comunidades ou aliada/o e queres experimentar fazer arte ativista?

Então vem conhecer os artistas do projecto Des/Codificar Belém.

Um programa do colectivo FACA que convida jovens a trazer as suas vivências no espaço público para a criação artística. Promovemos trabalhos para compreender temas como a descolonização dos espaços e a possibilidade de reivindicação colectiva, colocando jovens em diálogo com artistas.

Tomamos Belém como espaço para reflectir a herança histórica e colonial através de ações artísticas em co-criação em que trabalharemos em conjunto em workshops, e apoiarás a criação de peças que serão apresentadas no espaço público.

Para participar envia um curto email de apresentação para: FACACOLECTIVO@GMAIL.COM

Projecto financiado pela DGARTES, com o apoio de: Antena2, Buala, Clube Safo, Inmune, Coffee Paste, MAAT, Museu Coleção Berardo e Junta de Freguesia de Belém.  

13.09.2022 | por Alícia Gaspar | Belém, colectivo FACA, comunidade migrante, comunidade racializada, des/codificar belém, direitos, LGBTQIA+, projeto, workshop

Retrospetiva Ariel De Bigault Na Cinemateca

Inserida no programa da Temporada Portugal-França 2022, “Margens Atlânticas” desdobra-se em duas programações paralelas. Para além do ciclo de filmes exibidos pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, entre 19 e 24 de setembro, é apresentada, no Espaço Espelho d’Agua, uma exposição de Ariel de Bigault e Francisco Vidal (17-29 de setembro).

Ariel de Bigault é uma realizadora francesa, profunda conhecedora da história e da cultura portuguesas, que tem levado a cabo uma das mais consistentes e empenhadas indagações cinematográficas sobre a história do racismo que liga Portugal ao resto do mundo lusófono. Remonta aos retratos que fez de artistas afro-brasileiros, em 1987, ÉCLATS NOIRS DU SAMBA, entre eles, de Paulo Moura e Gilberto Gil, esse questionamento crítico das raízes da discriminação racial que ainda hoje persiste e, com essa tomada de consciência, sobreveio a vontade de dar visibilidade às comunidades em sofrimento e marginalizadas.

De qualquer modo, antes de ter partido para o Brasil, a sua primeira preocupação foi a de filmar, em registo de cinema vérité, MULHERES EM LUTA (título raro, filmado em 8 mm, que por razões de preservação não será exibido neste ciclo), no Portugal sob o efeito da Revolução de Abril; documentou ainda o mundo de duas crianças com síndrome de Down, numa produção que intitulou EDUARDO E FERNANDO, e, por fim, em ESTÃO A VER-NOS?, deu expressão aos sonhos de uma criança cega. O título deste filme é premonitório de muito do que se seguiu, ainda que seja sobretudo na voz, e não nos olhos, que Bigault encontrou as principais formas de resistência ao racismo. Aliás, a arte costuma surgir nos seus filmes como um modo de libertação e denúncia de situações, mais ou menos veladas, de injustiça, de desespero e de pobreza.

Não menos importante que o seu trabalho no cinema são as duas coletâneas de música caboverdiana e angolana que ajudou a editar nos anos 90 do século passado. Por “estar tudo” na música cantada por homens e mulheres africanos ou descendentes de africanos, Bigault preencheu uma parte importante da sua carreira “colecionando” as vozes de quem se expressa fundamentalmente através de canções: em MARGEM ATLÂNTICA, após um retrato multigeracional de imigrantes africanos vivendo em Lisboa chamado AFRO LISBOA, Bigault regressou à capital para falar com músicos de ascendência africana, ao passo que, em CANTA ANGOLA, encontrou em Luanda ecos do passado esclavagista e tons que vibram perante o sofrimento dos nossos dias. FANTASMAS DO IMPÉRIO, em certa medida, substituiu a música pelas imagens do cinema, aquelas que ainda vão resistindo ao processo de não-inscrição do passado colonial no nosso imaginário coletivo: um filme que diz “olhem para o passado” ou, citando o seu filme iniciático, “estão a vê-lo?”. 

Aquando da passagem de FANTASMAS DO IMPÉRIO, em 2020, na Cinemateca Portuguesa, Ariel de Bigault explicitou deste modo o que constitui para si o espaço do documentário: “O filme é um espaço de encontro e de diálogo de obras, de pessoas, de criadores. Todos os meus filmes são muito diferentes na forma, mas não têm comentário, porque é o meu olhar, não é um ponto de vista. O meu olhar abrange vários olhares. (…) Através desses diálogos, o espectador pode criar o seu ponto de vista.” 

Programa

 

Segunda-feira 19, 19h00

Fantasmas do Império (2020) 112 min

 

Terça-feira 20, 19h30

Eclats Noirs Du Samba (série) 1987

Cariocas, Les Musiciens De La Ville – 58 min

Paulo Moura, Une Infinie Musique – 56 min

duração total 114 min

 

Quarta-feira 21, 19h30

Eclats Noirs Du Samba (série) 1987

Gilberto Gil, La Passion Sereine – 57 min

Zézé Motta, La Femme Enchantée – 56 min

duração total: 113 min

 

Quinta-feira 22, 19h30

Eduardo e Fernando 1981- 45 min

Estão a Ver-nos? 1982 - 60 min

duração total 105 min

 

Sexta-feira 23, 19h30

Canta Angola 2000 – 59 min

Si Manera e Feia 1990– 2 x 4 min

Tito Paris 2002 – 12 min

Madredeus, La Sirène Du Tage 2005 – 15 min

duração total 95 min

 

Sabado 24, 18h

Esplanada da Cinemateca

Debate: Das Margens para o Foco

 

Sabado 24, 19h30

Afro Lisboa, 1996 – 60 min

Margem Atlântica, 2006 – 58 min

duração total 118 min

 

**Todos os filmes são em português, alguns legendados em francês**

13.09.2022 | por Alícia Gaspar | Ariel de Bigault, cinema, cinemateca portuguesa, cultura, evento, Francisco Vidal, pós-colonialismo

SINTIDUS: chamada para artigos | número 6

1 | Chamada para Artigos para o número 6

A Sintidus, revista de estudos científicos e interdisciplinares da Universidade Lusófona da Guiné anuncia a abertura para a submissão de trabalhos para o seu quinto número. Serão aceites trabalhos de qualquer área disciplinar e favorecidas abordagens que conjuguem várias lentes disciplinares para olhar a Guiné-Bissau. Serão aceites trabalhos inéditos que não tenham sido publicados noutro lado, artigos de investigação, comunicações curtas, ensaios fotográficos e resenhas críticas são os formatos esperados para submissão. A Sintidus será publicada em suporte físico e em formato digital.

A chamada para artigos estará aberta até 15 de Novembro de 2022. Os artigos poderão ser submetidos através de sintidus.revista@gmail.com ou entregues em suporte digital na sede da Sintidus na Universidade Lusófona da Guiné.

O primeiro número da Sintidus saiu online a 22 de Janeiro de 2018 e, desde então, a revista viu publicadas outros três números. Todas as edições e respectivos artigos estão disponíveis em acesso livre em http://sintidus.blogspot.com. O número 5 sairá no final de 2022.

2 | Instruções para Autores

Os artigos deverão ser escritos em português, em Times New Roman, tamanho 11, parágrafo duplo, margens de 2 cm, linhas numeradas à esquerda e páginas numeradas. As informações para cada tipo de artigo estão apresentadas abaixo. A estrutura geral dos trabalhos será título, resumo, palavras-chave, introdução, métodos, resultados, discussão, agradecimentos, referências bibliográficas. O título deverá ter no máximo 25 palavras e os resumos não devem ultrapassar 150 palavras. As palavras-chave devem ser indicadas depois do resumo e compreender 5 a 7 termos. Resumos em inglês e kriol (opcionais) podem ser enviados num documento à parte. O nome da(s)/do(s) autora(s)/autore(s) deve ser apresentado como irá aparecer no documento, sendo admitido um máximo de três nomes por autor. A ligação institucional da(s)/do(s) autora(s)/autore(s) deverá aparecer depois do nome. Autores independentes, ou seja, sem filiação institucional, podem identificar-se como investigadora, investigador ou artista independente, ou outro.

2.1 | Política de privacidade

A Sintidus adoptou a política de Open Access CC-BY-NC da Creative Commons (ver https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/deed.pt), definida pela necessidade de atribuição de autoria e impossibilidade de uso para fins comerciais. Assim, submetendo um artigo à Sintidus a/o autora(a) concorda com os termos da licença CC-BY-NC, o que significa que concorda que qualquer pessoa copie, distribua, reutilize o conteúdo do seu artigo livremente para fins não comerciais desde que a autoria e fontes originais sejam devidamente citadas.

2.2 | Tipos de manuscrito:

Artigo de investigação

Este formato corresponde à apresentação de um trabalho de investigação ou de revisão bibliográfica aprofundado. Deve ser apresentado no máximo em 30 páginas (Times New Roman, tamanho 11, parágrafo duplo, margens de 2 cm), incluindo todas as suas componentes, do título às referências bibliográficas.

Comunicação curta

Este formato corresponde à apresentação de resultados e análise preliminares e/ou contribuições de interesse imediato. Deve ser apresentado no máximo em 15 páginas 

(Times New Roman, tamanho 11, parágrafo duplo, margens de 2 cm), incluindo todas as suas componentes, do título às referências bibliográficas.

Recensão

Trabalho de discussão crítica de um artigo ou livro publicado recentemente ou que se considere relevante para analisar determinada situação, contexto ou conceito actual.  Deve ser apresentado no máximo em 10 páginas (Times New Roman, tamanho 11, parágrafo duplo, margens de 2 cm).

Ensaio fotográfico

Estes trabalhos devem focar-se nos aspetos visuais do tópico estudado e constituir uma série de fotografias/imagens que ilustrem um argumento, um conceito, uma história. O título e resumo devem seguir as instruções dadas acima, ao que se seguem a introdução, a série de fotografias e a conclusão. A introdução e conclusão devem perfazer um número máximo de 1000 palavras. Podem ser apresentadas até 10 fotografias numeradas (“Figura 1”). A cada fotografia deve ser anexado um texto de até 100 palavras que ilustra o que o autor pretende fazer notar com cada imagem. As fotografias devem ter resolução apropriada ao intuito do trabalho, sendo aconselhável as de alta resolução.

2.3 | Revisão dos manuscritos

A revisão dos artigos é duplamente anónima (double-blinded), ou seja, cada artigo é enviado a revisores que não terão acesso aos nomes dos autores, assim como os autores não terão acesso aos nomes dos revisores. O manuscrito deve garantir o anonimato dos autores no corpo do texto. A identificação dos autores aparecerá somente na página inicial do manuscrito (página 1), onde deve constar: título, nome dos autores, filiação dos autores, email de cada autor (ou pelo menos do autor correspondente) e agradecimentos. Esta página não será enviada aos revisores. O título deverá ser repetido na página 2, antes do resumo, seguido do resto do texto. O autor é livre de sugerir árbitros que considere terem experiência adequada para rever o trabalho submetido. A coordenação não fica contudo obrigada a seguir estas sugestões. Todos os manuscritos submetidos a deteção de plágio. Manuscritos com secções plagiadas não são admitidos para integrarem o processo de revisão ou para publicação.

2.4 | Referências bibliográficas

A lista de referências bibliográficas deve ser composta somente pelas referências efetivamente utilizadas no texto. A coordenação pode providenciar revisão da formatação das referências bibliográficas mas a exatidão sobre o seu conteúdo é da inteira responsabilidade das(s)/do(s) autora(s) e/ou autor(es) dos textos. O estilo de apresentação de citações e referências são semelhantes ao estilo da APA (American Psychological Association).

As referências utilizadas para citações indiretas referenciadas ao longo do texto devem aparecer na forma (Apelido(s), Ano), exemplo, (Indjai, 2005). No caso de o trabalho referenciado tiver sido escrito por dois autores deve usar-se um “&” entre os dois apelidos, e.g. (Indjai & Gomes, 2005). Caso o trabalho referenciado compreenda mais do que dois autores, cita-se apenas o primeiro autor seguido de “et al.”, e.g. (Indjai et al., 2005). No caso de citações diretas ou literais aplicam-se as regras acima sendo que terá de se adicionar a(s) páginas onde consta a informação citada, e.g. (Indjai, 2005, p. 5). Citações diretas com mais do que 30 palavras devem aparecer com espaçamento das margens de 4 cm e espaçamento simples entre linhas. Citações de citações são referidas como no exemplo (Indjai, 2003 como citado em Sanha, 2018).

As referências bibliográficas deverão ser organizadas por ordem alfabética e em função dos modelos seguintes:

Livros

[Apelido do autor(es)], [Inicial do(s) primeiro(s) nome(s)]. [(ano)]. [Título do livro]. [Local da publicação]: [Editora].

Por exemplo:

Mendy, P. M. K. (1994). Colonialismo português em África: A tradição de resistência na Guiné-Bissau (1879-1959). Bissau: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa.

Capítulos de livros

[Apelido do autor(es)], [Inicial do(s) primeiro(s) nome(s)]. [(ano)]. [Título do capítulo]. Em: [Inicial do(s) primeiro(s) nome(s)], [Apelido do editor] (Org.). [Título do livro]. [Local da publicação]: [Editora], pp. [Página inicial do capítulo]-[Página final do capítulo].

Por exemplo:

Descola, P. (1996). Constructing natures, symbolic ecology and social practice. Em: P. Descola, & G. Palsson (Org.). Nature and society: anthropological perspectives. Londres, Nova Iorque: Routledge, pp. 82-102.

Artigos

[Apelido do autor(es)], [Inicial do(s) primeiro(s) nome(s)]. [(ano)]. [Título do artigo]. [Nome da revista], [Volume]([Número]), [Página inicial do artigo]-[Página final do artigo].

Por exemplo:

Cruz, D. F. V., & Standaert, A. (1989). Estudos pedológicos em vales estuarinos com vista à construção de barragens orizícolas. Boletim de Informação Científica e Técnica,2(4), 1–8.

Teses

[Apelido do autor(es)], [Inicial do(s) primeiro(s) nome(s)]. [(ano)]. [Título da tese]. [Tipo de tese], [Universidade], [Local da defesa da tese].

Por exemplo:

Catarino, L. (2004). Fitogeografia da Guiné-Bissau. Dissertação de doutoramento, Instituto Superior de Agronomia, Universidade Técnica de Lisboa, Portugal.

Anais e Proceedings

[Apelido do autor(es)], [Inicial do(s) primeiro(s) nome(s)]. [(ano)]. [Título da comunicação]. [Título da Conferência]. [Cidade], [País], [dia de início]-[dia de fim] de [mês] de [ano].

Exemplo:

Cardoso, C. (2008). Sociedade civil, espaço público e gestão de conflitos: O caso da Guiné-Bissau. 12a Assembleia Geral do CODESRIA: Governar o Espaço Público Africano. Yaoundé, Camarões, 7-11 de Dezembro de 2011.

Leis ou Constituição

Lei nº [número de lei], de [dia] de [mês] de [ano] ([ano]). [Título da Lei]. [Cidade], [País]. Disponível em: [link] (Acedido a [dia] de [mês] de [ano])

Por exemplo:

Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000 (2000). Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas - ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, e dá outras providências. Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil/Leis/L9984.htm (Acedido a 10 de abril de 2007)

[Título da Constituição e indicação do país]. ([ano]). [Cidade]. Disponível em:  [link] (Acedido a [dia] de [mês] de [ano])

Por exemplo:

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. (1998). Brasília. Disponível em:  http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm (Acedido a 10 de abril de 2007)

Artigos na Internet

[Apelido do autor(es)], [Inicial do(s) primeiro(s) nome(s)]. [(ano)]. [Título]. [Editora/Organização]. Disponível em: [Link] (Acedido a [dia] de [mês] de [ano])

Por exemplo:

Aston, B. (2015). Demonstration farms prove popular among Laikipia farmers. ALIN News. Disponível em: http://www.alin.or.ke/i/Demonstration%20Farms%20Prove%20Popular%20 Among%20Laikipia%20Farmers (Acedido a 12 de março de 2016).

Artigos de revistas ou jornais

[Apelido do autor(es)], [Inicial do(s) primeiro(s) nome(s)]. [(ano, [dia] de [mês])]. [Título do artigo]. [Nome da revista ou jornal], [Volume]([número]) [se houver], p./pp. [página ou páginas].

Exemplo:

Schwartz, J. (1993, 30 de Setembro). Obesity affects economic, social status. The Washington Post, pp. A1, A4.

2.4 | Outros elementos de formatação

Não devem existir mais do que três níveis de titulação: título, sub-título, infra-título.

Ao longo do texto, os títulos de textos, documentos, filmes, etc, devem ser apresentados entre aspas. Palavras noutra língua que não a do texto devem aparecer em itálico. Acrónimos podem usar-se após indicação por extenso.

Grandezas numéricas até dez, inclusive, devem ser apresentadas por extenso e as restantes em algarismo. Devem ser usadas medidas do sistema internacional (e.g. 10 km).

Notas de rodapé devem evitar ultrapassar as cinco linhas.

Todas as figuras, imagens, desenhos mapas, etc, devem ser acompanhadas de legenda em formato “Figura 1”, “Figura 2”, e assim sucessivamente, colocadas na linha que segue o elemento gráfico correspondente. Todas as tabelas devem ter uma legenda em formato “Tabela 1”, “Tabela 2”, e assim sucessivamente, cada uma posicionada na linha acima do elemento ao qual se refere.

Mais informações: sintidus.revista@gmail.com e em SINTIDUS.

13.09.2022 | por Alícia Gaspar | call for papers, chamada para artigos, Sintidus, universidade lusófona da guiné

Panorama #22

Exposições, sessões de cinema e concertos abrem ao público na Escola das Artes


Entre 16 e 17 de setembro, a Escola das Artes vai apresentar os projetos artísticos dos estudantes finalistas em exposições, sessões de cinema, concertos e conversas. Um momento de partilha onde também será apresentado o Anuário 21-22. A entrada é gratuita e as sessões vão decorrer em vários espaços da Escola das Artes da Universidade Católica no Porto.

O que une todas e todos é a forma como cada um dos projetos finais que agora apresenta, e que simbolicamente são o elemento de conclusão da sua passagem por esta universidade, expressam a diversidade, a liberdade e a permanente experimentação artísticas, que são valores axiais do projeto pedagógico e cultural da EA,” salienta Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes, reforçando que “O Panorama #22 não celebra unicamente o percurso que os finalistas fizeram na Escola das Artes da Universidade Católica, mas projeta-os no futuro.”

Entre concertos, performances musicais, exposições e talks, a comunidade da Escola das Artes da Universidade Católica irá mostrar os trabalhos dos seus estudantes finalistas nas mais diferentes áreas: Conservação e Restauro; Animação; Cinema; Fotografia; Indústrias Criativas; New Media Art; Sound, Art e Design; e Som e Imagem.

Mais informações.

13.09.2022 | por Alícia Gaspar | anuário, cinema, concerto, conversa, Escola de Artes, exposição, panorama, universidade católica do porto

20ª edição do Doclisboa

 

Em Outubro, o Doclisboa comemora 20 anos e apresenta uma edição especial com a realização das sessões de abertura e encerramento em simultâneo nas cidades de Lisboa (abertura no Cinema São Jorge e encerramento na Culturgest) e do Porto (Cinema Trindade).

sessão de abertura realiza-se no dia 6 de Outubro com a estreia portuguesa de Terminal Norte, de Lucrecia Martel. A reconhecida cineasta está de volta ao cinema documental com uma curta realizada durante a pandemia, onde acompanha a cantora Julieta Laso nos seus vários encontros com um extraordinário grupo de artistas argentinos na região de Salta. Entre copleras - cantoras de música popular -, uma pianista de música clássica, uma rapper de música trap, um dueto feminino, a primeira coplera trans, o reconhecido guitarrista Bubu Rios, entre muitos outros, a câmara de Martel vai registando sessões de improviso e conversas sobre música e identidades, construindo um retrato íntimo destes artistas que, num período em que todas as portas se fecham, aqui encontram um espaço de libertação. 

Em Lisboa, a abertura conta ainda com um preâmbulo protagonizado por Lula Pena, para dar início à celebração da 20ª edição do Doclisboa. Uma experiência sonora surpresa preparada pela compositora e cantora portuguesa a descobrir na Sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge.

encerramento do festival está marcado para dia 15 de Outubro, na Culturgest e Cinema Trindade, e fica a cargo de Objectos de Luz, de Acácio de Almeida e Marie Carré, que aqui encontram o mote para formular a sua declaração de amor à fotografia e ao cinema. 

Acácio de Almeida, um dos mais importantes directores de fotografia da cinematografia portuguesa, estreia-se na realização para nos oferecer o seu olhar afectivo sobre a luz na sua obra e no cinema, percorrendo este passado de memórias e homenageando as actrizes e actores cujos rostos iluminou, como Isabel Ruth, Beatriz Batarda, Luís Miguel Cintra e José Mário Branco, entre tantos outros. Objectos de Luz é uma ode à história do cinema português e um testemunho da sua paixão pela arte da imagem em movimento a partir da luz. 

Mais informações.

12.09.2022 | por Alícia Gaspar | cinema são jorge, cinema trindade, cultura, Culturgest, DocLisboa, lisboa, porto

Sarah Maldoror: Cinema Tricontinental

Sarah Maldoror, Maya Mihindou, Chloé Quenum, Anna Tje.

Patente até 27.11.2022

Horário: Terça a domingo das 10h-13h e 14h-18h

Local: Torreão Nascente da Cordoaria Nacional

As Galerias Municipais apresentam no Torreão Nascente da Cordoaria a exposição “Sarah Maldoror: Cinema Tricontinental”, organizada pelo Palais de Tokyo, Paris, e pelas Galerias Municipais, Lisboa, no âmbito da programação da Temporada Portugal – França 2022. A exposição foi apresentada no Palais de Tokyo entre 25/11/2021 e 13/03/2022.

A obra da cineasta Sarah Maldoror encontra-se associada às lutas de libertação de várias nações do continente africano nas décadas de 1960 e 1970, as quais constituem o tema e pano de fundo de muitos dos seus filmes. Nascida em Gers, em 1929, a cineasta emerge na cena cultural parisiense em meados da década de 1950, utilizando já o nome adotado de Maldoror em alusão ao herói maléfico dos Cantos de Maldoror (1868) do Conde de Lautréamont, redescobertos e celebrados pelos poetas surrealistas e nos quais Aimé Césaire encontrava “o homem de ferro forjado pela sociedade capitalista” (in Discurso sobre o Colonialismo, 1950).

À época, Sarah Maldoror fundava Les Griots, a primeira companhia de teatro de atrizes e atores afrodescendentes em França, que se tornou famosa com a escandalosa produção de Os Negros, de Jean Genet. Porém, Maldoror já se encontrava noutro lugar, a Leste e a Sul: em África, com o seu parceiro Mário Pinto de Andrade, em Moscovo para estudar cinema, e depois em Argel, antes de se instalar em Saint-Denis, perto de Paris, a partir de onde continuaria a viajar, pelas Caraíbas e pelos continentes africano e americano.

Mais informações.

10.09.2022 | por Alícia Gaspar | cinema, cinema tricontinental, cultura, pós-colonialismo, Sarah Maldoror

Obra de Fernando Pessoa serve de inspiração à nova exposição “Aurora” de Yohei Yamakado

“Aurora” é o nome da mais recente exposição do artista japonês Yohei Yamakado, com curadoria de João Pedro Amorim, artista visual e investigador do CITAR da Escola das Artes da Universidade Católica no Porto. A exposição será inaugurada a 22 de setembro, pelas 18h30 na sala MoCap da Escola das Artes e ficará patente até 21 de outubro de 2022. “Autora” surge na sequência do projeto fílmico realizado pelo artista em 2021 a partir da leitura da obra “O Marinheiro”, de Fernando Pessoa e conta com o apoio do programa Criatório, da Câmara Municipal do Porto.

Yohei Yamakado esteve em residência artística na Escola das Artes no final de 2019, período esse em que preparou o seu projeto fílmico a partir da leitura de “O Marinheiro”, de Fernando Pessoa, filme que conta com o mesmo título da obra do poeta e que também será apresentado na inauguração da exposição. A exposição “Aurora” apresenta uma composição de obras visuais e sonoras que acompanharam o artista ou que surgiram durante a produção do filme “O Marinheiro” e inclui quatro movimentos:  uma instalação, um ciclo de cinema, um concerto e uma publicação. Inspirado na visão mutável de incerta/certeza do autor, “Aurora” materializa-se numa composição temporal e espacial, com a intenção de agenciar o conjunto das suas práticas artísticas. Trata-se de uma proposta que se debruça sobre a impossibilidade da palavra – o silêncio, isto é, a dimensão do indizível e da indeterminação, na linguagem.

“Aquilo que me espanta em O Marinheiro de Fernando Pessoa, esse drama sem drama, esse drama em alma, como diria o autor, é antes de tudo a qualidade da linguagem: as palavras. As personagens da peça – as três Veladoras, por exemplo – não são com efeito mais do que uma aparência, uma espécie de nomes, mas nomes vazios, onde todas as palavras estão enterradas,” refere o artista Yohei Yamakado.

A obra foi filmada na cidade do Porto e trata-se do seu terceiro filme e segunda longa-metragem. Já a exposição “Aurora” será a sua primeira exposição em nome individual.

Uma exposição a não perder, patente na Escola das Artes da Universidade Católica no Porto até 22 de outubro. A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.

Inauguração

18H30 · Abertura da exposição

19H30 · Projeção do filme O Marinheiro (2022)

Curadoria de João Pedro Amorim

Entrada Livre · de terça a sexta · 14H00 – 19H00

Sala MoCap da Escola das Artes da Católica

10.09.2022 | por Alícia Gaspar | aurora, exposição, fernando pessoa, universidade católica do porto, yohei yamakado

Instalação "Kokawusa" — 10 e 11 setembro no Festival Todos

Uma instalação de Luquebano Afonso.

Este sábado das 14h30 às 20h no Festival Todos.

Localização: Jardim da Quinta Alegre/ Campo das Amoreiras (Ameixoeira).

14h30 às 19h - Instalação

19h às 20h - DJ set: Lucky + Ricardo Pinto (trompete) + Hugo Menezes (percussão).

Equipa

Instalação/performance

Luquebano Afonso: autoria

Levina Valentim: curadoria

Aline Pinto: produção

Performance ao vivo

Luquebano Afonso: deejaying

Ricardo Pinto: trompete

Hugo Menezes: percussões

Violette Elikya Georg Afonso: piano (áudio)

10.09.2022 | por Alícia Gaspar | dj lucky, Festival Todos, hugo menezes, kokawusa, luquebano afonso, ricardo pinto

Mediateca Abotcha

„Luta ca caba inda“ é o mote para continuarmos nesta aventura de sonhar e de tomar emprestado sonhos de outros sonhadores. Da primeira imagem de Amílcar Cabral em 1972, feito por guineenses, ao mais recente filme de Sana na N‘Hada em 2022 foram 50 longos anos; do início da construção do cinema guineense à construção do arquivo de Malafo foram longos sonhos; de Enxalé a Malafo não é tão grande a distância, mas juntar Farim, Berlim, Bissau, Porto, Lisboa, Sonaco e Malafo só mostra como o mundo é pequeno quando partilhado em grande.
A Mediateca Abotcha é um espaço germinado da colaboração entre a Geba Filmes, a Comunidade de Malafo e outros amigas e amigos para criar acesso ao arquivo audiovisual da Luta da Libertação, e a tão sonhada biblioteca de Malafo (a Bibliotera), florindo num espaço de encontros para além das primeiras sementes. Na Abotcha, que significa “na terra” em Balanta, estão sempre presentes outras formas de cultura, de agricultura e de escultura da alma, e também outras formas de mediações contemporâneas e transmissões mediúnicas de saberes.
É dentro deste espírito que a convidamos a comemorar connosco o início de um novo percurso neste velho caminho de terra e de „luta ca caba inda“, em Malafo (entre Jugudul e Bambadinca), para a inauguração da Mediateca Abotcha

 

 

PROGRAMA
14:00 Boas vindas com Pereira e Bedan Na Onça, apresentação da Mediateca Abotcha
15:00 “A pesca do arco-íris”, performance poético-musical com os jovens de Malafo
15:30 Mostra do arquivo da luta de libertação (Semana da Informação, Conacri, 1972, e Declaração da Independência em Boé, 1973) com Sana na N‘Hada e Flora Gomes
16:00 Gigantone Cabral a caminho de Bafatá CTO
16:30 Kabas-garandi (refeição)
17:30 Mostra do filme Nossa Terra, 1966
18:30 Encerramento

Sana na N’Hada, Flora Gomes, Suleimane Biai, Filipa César, Marinho de Pina e Pereira na Onça.

07.09.2022 | por martalanca | Amílcar Cabrail, Bibliotera, Luta ca caba inda, Malafo, Mediateca Abotcha

"Daniel e Daniela", de Sofia Pinto Coelho

Quarta-feira, 14 de setembro, às 21h30, na Cinemateca Portuguesa

Após assinar “Carta ao meu Avô” e “Despojos de Guerra”, Sofia Pinto Coelho estreia-se no cinema com uma aventura por Cabo Verde, São Tomé e Guiné-Bissau com dois protagonistas improváveis: Daniel, de 83 anos, e Daniela, de 12.

A história de um pai que leva a filha numa viagem às suas origens e que se torna num diálogo sobre racismo, herança colonial, memórias familiares e aspirações individuais que percorre mais de cem anos de História. 

Entre risos, canções e livros, tudo o que irão encontrar pelo caminho é pretexto para aquele que é um dos maiores colecionadores em Portugal de livros sobre a África lusófona deixar conhecimento e pensamento crítico à sua filha, preparando-a para o futuro com o coração cheio de esperança e liberdade.

Documentário  82 min  2022

Guião / Script
Sofia Pinto Coelho
Vozes / Cast
Sofia Pinto Coelho
Actores / Cast
Daniel Nunes, Daniela Nunes
Argumento e Diálogos / Dialogues and Screenplay
Sofia Pinto Coelho
Fotografia / Photography
Pedro Castanheira
Música / Music
N/A
Montagem / Editing
Sofia Pinto Coelho
Produtor (pessoa singular) / Producer
Pandora da Cunha Telles e Pablo Iraola
Coprodução / Coproduction
SIC

 

05.09.2022 | por Alícia Gaspar | cabo verde, cinemateca portuguesa, daniel e daniela, filme, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe

Lançamento | Critical Neighbourhoods – The Architecture of Contested Communities

Conversa entre o autor Paulo Moreira, e Julia Albani. 23 de Setembro às 19h, na livraria pop-up da Galeria Antecâmara.

Numa época em que a arquitetura e os estudos urbanos tendem para aceitar e compreender os bairros informais, ao invés de ignorar ou erradicá-los, torna-se cada vez mais urgente a experimentação no terreno. Em anos recentes, um número crescente de arquitetos tem vindo a consciencializar-se do facto destes assentamentos estarem cá para ficar, e precisarem de intervenções seletivas. Critical Neighbourhoods – The Architecture of Contested Communities analisa estudos recentes e ações práticas em três continentes distintos (África, América, Ásia). A publicação é editada por Paulo Moreira, com contributos de Elisa Silva, Julia King, Matthew Barac e Ines Weizman, e um prefácio de AbdouMaliq Simone.

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EN

At a time when architectural and urban studies are moving towards seeking to accept and understand informal neighbourhoods rather than ignoring or eradicating them, the need for experiments on the ground is becoming increasingly urgent. In recent years, a growing number of architects and spatial practitioners have begun to act on their commitment to the idea that these settlements are here to stay and require selective intervention. Critical Neighbourhoods – The Architecture of Contested Communities analyses recent studies and practical actions in three different continents (Africa, America and Asia). The volume is edited by Paulo Moreira, with contributions by Elisa Silva, Julia King, Matthew Barac and Ines Weizman, and a preface by AbdouMaliq Simone.


05.09.2022 | por Alícia Gaspar | arquitetura, estudos urbanos, lançamento de livro, Paulo Moreira