E se, para lá das distrações, falarmos do racismo mesmo a sério?

E se, para lá das distrações, falarmos do racismo mesmo a sério? O que verdadeiramente importa é como sair do beco da distração manipulatória que quer condenar os sujeitos racializados a permanecerem no lugar e com o peso da refutação/explicação de uma violência que se abate sobre si, perante a negação do racismo onde se encurralou a maioria da sociedade e das instituições. O que mais mobiliza os sujeitos racializados é a disputa pela conquista da sua capacidade em constituir-se numa instância de proposta política alternativa à ordem cultural racista vigente. Uma proposta de rutura com o status quo que tudo faz para manter o tabu sobre o racismo. Identificar, nomear e combater o racismo estrutural. É isto que irrita todos quantos não se conseguem desfiliar da herança ideológica colonial, racista machista e assassina.

Mukanda

20.12.2020 | por Mamadou Ba

Os condenados pela Covid-19: uma análise fanoniana das expressões coloniais do genocídio negro no Brasil contemporâneo

Os condenados pela Covid-19: uma análise fanoniana das expressões coloniais do genocídio negro no Brasil contemporâneo Proponho uma análise fanoniana das relações dialéticas entre capitalismo, colonialismo e racismo, subjacentes à conjuntura política e sanitária brasileira. Em um primeiro momento, tomo a noção de violência colonial presente em 'Os Condenados da Terra', como referência para problematizar as respostas brasileiras à pandemia de Covid-19.

Cidade

10.07.2020 | por Deivison M. Faustino

Frantz Fanon, uma voz dos oprimidos

Frantz Fanon, uma voz dos oprimidos Em sua visão, “uma sociedade é racista ou não é” e “o racismo colonial não difere de outros racismos”. Quando busca explicar uma idéia-força e mostrar o escândalo que representa, sua prosa poética e retórica se revela. Além disso, para ele, a libertação dos indígenas passa pela recusa do mundo da interdição, pela afirmação do “eu” negado pelo colonizador, que os vê como uma massa disforme e serviçal.

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23.09.2018 | por Anne Mathieu

Descolonizar os currículos na SOAS, Filosofias do Mundo

Descolonizar os currículos na SOAS, Filosofias do Mundo Da mesma forma, o profundo pensamento filosófico desenvolvido ao longo de milhares de anos na China pode passar sem uma única menção em muitos currículos de filosofia no ocidente. Os estudantes de filosofia devem ser encorajados a travar contacto com o trabalho desafiador de pensadores como Kwami Anthony Appiah, Franz Fanon, Achille Mbembe, Valentin-Yves Mudimbe, Enrique Dussell e Walter Mignolo do mesmo modo que o fazem com Parfit e Strawson. Ou não devemos nós todos assumir a tarefa de nos envolvermos, para citar Nietzsche, com “o que pode ser pensado contra o nosso pensamento”?

Mukanda

04.04.2017 | por World Philosophies

Pela Branca, Máscaras Negras: sobre o “Decolonial Desire” de Vasco Araújo

Pela Branca, Máscaras Negras: sobre o “Decolonial Desire” de Vasco Araújo A re-primitivização dos corpos africanos como objetos inanimados naquilo que o artista imagina que o "outro colonizado" possa pensar torna esta exposição ainda mais ofensiva, fetichista e auto-indulgente do projeto colonial. E não é a quantidade de colaborações com mulheres trans-experiência negras, ou citações de Franz Fanon ou de Edward Said que tornará este trabalho descolonial. Não se pode enganar o árduo trabalho que todos devemos fazer para desafiar o nosso próprio condicionamento, as posições de privilégio e cumplicidade na violência racializada que continua a ser decretada através do capitalismo e da economia global.

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19.12.2016 | por Efua Bea

A pertinência de se ler Fanon, hoje - parte 2

A pertinência de se ler Fanon, hoje - parte 2 Uma análise multi e transdisciplinar, multidimensional, da violência como realidade inerente à situação colonial que está presente em todas as expressões materiais e simbólicas da sociedade, mesmo depois das independências, detendo-se demoradamente na terapêutica da violência como inevitável, pois «as posições defensivas surgidas do confronto violento do colonizado com o sistema colonial organizam-se numa estrutura que revela então a personalidade colonizada».

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07.10.2015 | por Inocência Mata

A pertinência de se ler Fanon, hoje - parte 1

A pertinência de se ler Fanon, hoje - parte 1 Fanon diagnostica, como resultado dessa violência política, económica, social e cultural do opressor – que resulta em massiva horda de marginalizados com ódio ao outro (também decorrente do «medo ao outro») –, uma reacção incontrolada do oprimido: violência gerada pelo recurso às regressões identitárias e étnicas. Esta é uma das evidências da actualidade da sua obra se pensarmos que esta é a situação que (ainda) vivemos hoje.

Mukanda

07.10.2015 | por Inocência Mata