Conversa com Justino Pinto de Andrade sobre Mário Pinto de Andrade, memórias e militância política (parte 2/3)

 Conversa com Justino Pinto de Andrade sobre Mário Pinto de Andrade, memórias e militância política (parte 2/3) Gentil vinha da China e tinha percebido que havia uma certa desmobilização por parte de alguns quadros do MPLA. E quando ele lança o “Movimento de Reajustamento”, ele é o homem do Reajustamento, ele mais o Gika, ele queria transformar aquele facto do Movimento de Reajustamento, num estímulo para a participação dos quadros na luta. Mas isso seria feito de forma faseada e cuidada. O Neto, do meu ponto de vista com “todos para o interior”, levaria a… Porque a PIDE sabia de tudo, de todas as rotas de passagens. E nós sabíamos.

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02.02.2025 | por Elisa Scaraggi

Carlos Veiga, a figura histórica e humana de Amílcar Cabral e o significado político e simbólico da independência política de Cabo Verde

Carlos Veiga, a figura histórica e humana de Amílcar Cabral e o significado político e simbólico da independência política de Cabo Verde Todas as correntes e sensibilidades político-ideológicas, salvo quiçá a nacionalista moderada representada por Manuel (Lela) Rodrigues, parecem ter esquecido e ignorado (e/ou, talvez, até ter desconhecido) completamente o plano constante do Memorando do PAIGC apresentado ao Governo português, em Dezembro de 1960, e que, afinal, se aplicou em vários casos similares ao da ambiência democrática existente em Cabo Verde do período imediatamente posterior ao 25 de Abril de 1974 até aos inícios do mês de Dezembro de 1974. Perderam sobremaneira Cabo Verde e o povo caboverdiano, sobretudo em ganhos históricos de execução política de experiências em democracia pluralista. Não por causa de Amílcar Cabral, mas apesar de Amílcar Cabral e do seu plano de transição plenamente democrática para a nossa independência política, de matriz indubitavelmente democrático-liberal, hoje tão justamente incensada e festejada!

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02.02.2025 | por José Luís Hopffer Almada

"Instalou-se aqui uma ditadura que ainda continua", entrevista a Justino Pinto de Andrade (parte 1)

"Instalou-se aqui uma ditadura que ainda continua", entrevista a Justino Pinto de Andrade (parte 1) Mesmo hoje, faço parte da história. Continuo a agir em sociedade, politicamente, tanto como professor universitário, como cidadão, mas eu ajo, ajo. Estou preocupado com o futuro da humanidade, com o ambiente, com as novas questões, com os novos desafios da sociedade. Daí surgirem partidos políticos que já não são aqueles partidos clássicos, tipo o Partido Comunista português. Isso já está ultrapassado. Hoje temos outras forças políticas mais modernas, adequadas ao momento que se vive, à dinâmica da sociedade.

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07.01.2025 | por Elisa Scaraggi

"São os intelectuais que, no fundo, dirigem mesmo as revoluções mais populosas", conversa com Manuel Videira sobre Mário Pinto de Andrade, as suas memórias e a sua militância no MPLA

"São os intelectuais que, no fundo, dirigem mesmo as revoluções mais populosas", conversa com Manuel Videira sobre Mário Pinto de Andrade, as suas memórias e a sua militância no MPLA Manuel Videira foi um dos estudantes africanos que se encontravam em Portugal quando eclodiu a guerra em Angola. Seguindo os seus ideais anticolonialistas, fugiu para Paris em 1961, participando na chamada “fuga dos cem”. Pouco depois, fugiu também de Paris para se juntar às fileiras do MPLA em África, primeiro em Accra e depois em Léopoldville (atualmente Kinshasa). Foi um dos primeiros médicos a atuar no CVAAR (Corpo Voluntário Angolano de Assistência aos Refugiados) e, mais tarde, participou na guerrilha, tornando-se responsável pelo SAM (Serviços de Assistência Médica) da IV região político-militar do MPLA.

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21.11.2024 | por Elisa Scaraggi

“Deviam fazer-lhe um monumento em Angola”, conversa com Bonga Kwenda sobre Mário Pinto de Andrade.

“Deviam fazer-lhe um monumento em Angola”, conversa com Bonga Kwenda sobre Mário Pinto de Andrade. Bonga é um músico angolano conhecido no mundo inteiro. Em 1966 fixou-se em Portugal para se dedicar ao atletismo, mas poucos anos depois fugiu do país para escapar ao controlo da polícia política. O seu primeiro disco, Angola 72, saído na Holanda e cantado inteiramente em kimbundu, serviu para dar impulso à luta anticolonial e é ainda hoje um marco da música angolana. Nesta conversa, Bonga fala da sua trajectóri

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06.11.2024 | por Elisa Scaraggi e projeto

A negritude em Portugal com outra perspetiva analítica, conversa com os autores de "Tribuna Negra"

 A negritude em Portugal com outra perspetiva analítica, conversa com os autores de "Tribuna Negra" De um encontro com os autores de Tribuna Negra Origens do Movimento Negro em Portugal (1911-1932), Cristina Roldão, José Pereira e Pedro Varela, resultou uma longa conversa. Como postura de investigação, a formulação interrogativa, assumindo as lacunas, deixa no ar o que ainda não sabemos: “o que elas terão dito?” “o que terão feito?”, criando mais perguntas à pesquisa sobre a Lisboa negra do início do século XX. Aliás, a sensação ao ler o livro é a de que cada capítulo dava um outro livro. Os autores foram aos arquivos, aos jornais feitos por negros, e alguma literatura, de Mário Pinto de Andrade saliente-se "As Origens do Nacionalismo Africano", e deixam-nos pistas de figuras fundamentais, organizações, coletivos, de como circularam de ideias, como se configurou o internacionalismo negro com as suas disputas, estratégias e linhas de força. Esclarecem sobe as distintas posições sobre o colonialismo português e o trabalho forçado em São Tomé ("a crítica ao colonialismo não era ainda o anticolonialismo"), o debate sobre descriminação racial, o papel político de mulheres negras, a população negra que trabalhava em Lisboa, e tanto mais. A metáfora da "conversa interna" insere-se na vontade de continuar as pegadas de uma historiagrafia não eurocêntrica, na busca de si.

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22.06.2023 | por Marta Lança

“Em nome da moral fazem-se guerras”, entrevista a Sarah Maldoror

“Em nome da moral fazem-se guerras”, entrevista a Sarah Maldoror A câmara de Sarah Maldoror captou os primórdios da luta pela libertação de países africanos, ao lado de nacionalistas como Mário Pinto de Andrade, seu marido, Amílcar Cabral ou Agostinho Neto. "Sempre convivi com este problema da mestiçagem. Um mestiço pode ser um africano que defende uma causa. Mas também aprendi com a minha experiência que não devemos lutar pela moral. Em nome da moral fazem-se guerras. Quando me falam de moral eu calo-me. O que é a moral? Há é que falar de respeito."

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17.08.2021 | por Pedro Cardoso

“A vitória é certa” apontamentos para a História do MPLA

“A vitória é certa” apontamentos para a História do MPLA É essa filiação num movimento cultural, político e social com raízes profundas em sectores fundamentais da sociedade angolana que darão ao MPLA a capacidade de sobreviver, nos anos futuros, às duras provas que encontrará para se afirmar enquanto movimento de libertação nacional com legítimas aspirações a representante do povo angolano.

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22.02.2013 | por Ricardo Noronha

África e os desafios da cidadania e inclusão

África e os desafios da cidadania e inclusão Ao designar de proto-nacionalista a geração de seu pai, Mário de Andrade admitiu que as lutas fragmentadas pela dignidade dos filhos da terra tinham uma vertente que levaria a uma reivindicação de tipo nacional. Ele mesmo, filho, acabou integrando a geração que luta pelos direito à auto-determinação e independência, e fê-lo com a ideia de que a Nação era um instrumento utilitário para unificar lutas fragmentadas. Ou seja, era uma invenção social conveniente que ganhou forma com a contribuição dos próprios protagonistas. Nada de diferente em relação ao pan-africanismo, outra construção hipotética, inventada pela diáspora militante, que não dispunha de identificação territorial própria no continente.

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11.04.2011 | por Carlos Lopes

Mário Pinto de Andrade: a lucidez é um sorriso triste

Mário Pinto de Andrade: a lucidez é um sorriso triste Mário Pinto de Andrade foi o primeiro presidente do MPLA e um dos principais ideólogos da luta de libertação nacional. Aqui mostramos o homem, por quem o conheceu de perto.

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10.12.2010 | por Pedro Cardoso

“Não entrego a ninguém o sonho da dignidade humana”, entrevista a Carlos Moore

“Não entrego a ninguém o sonho da dignidade humana”, entrevista a Carlos Moore  Carlos Moore, etnólogo e cientista político cubano, rompeu com o regime de Fidel e lutou pela emancipação de África. Trabalhou com Savimbi, viveu de perto o calvário de Viriato da Cruz, privou com Mário de Andrade e foi angolano por um ano. Na voz e no olhar, preserva o idealismo a que chamam utopia.

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27.11.2010 | por Pedro Cardoso

Entre o movimento negro e marxismo: genealogia intelectual de uma época

Entre o movimento negro e marxismo: genealogia intelectual de uma época É útil traçar uma genealogia do internacionalismo negro para ajudar perceber o processo da sua formação. As independências de África, além da acção de africanos e africanos na diáspora, devem-se a um conjunto de mudanças estruturais. Se colocarmos a emergência do internacionalismo negro numa perspectiva mais vasta isso permitir-nos-á compreender a mudança de paradigma operada entre os finais do séc. XIX e princípios do séc. XX.

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22.05.2010 | por António Tomás