"O papel do músico, independentemente das práticas musicais e performativas que produz na sociedade actual, tem-se cruzado com dois géneros de intenções discursivas: as indispensáveis e as acessórias.
Indispensáveis; as clarificadoras, explicativas, com metodologias que trabalham na aproximação entre a sua actividade e os círculos de interesse, que o poderão trazer mais perto de um estádio de relação unicamente com aquilo que trabalha/faz (música) diminuindo tensão e fosso entre a importância do que faz e o público; acessórias as que sob o artifício da linguagem negligenciam a sua profunda compreensão e favorecem os compartimentos estanque."
Mukanda
21.01.2013 | por Soraia Simões de Andrade
Abordando a música como um ponto de conexão social numa cidade pós-colonial onde empreendedores culturais utilizam o termo político de lusofonia, busco compreender como alguns músicos migrantes oriundos de países ‘lusófonos’ em Lisboa interagem neste processo, aos níveis de comunidade, associações voluntárias e instituições governamentais. De maneira geral, a minha pesquisa mostra uma falta de reconhecimento pela contribuição de músicos migrantes de língua portuguesa à cultura expressiva de Lisboa.
Palcos
16.01.2013 | por Bart Paul Vanspauwen
A Galiza acolheu pela primeira vez estes colóquios que já passaram pelo Brasil, Macau, China e agora visitaram a terra berço da língua galego-portuguesa. O nosso mais sincero agradecimento a todas as pessoas que o tornaram possível.
Palcos
12.10.2012 | por Xurxo Nóvoa Martins
No rescaldo de uma conversa de há uns minutos, a propósito de um ensaio ("A Importância de Tratar o músico como profissional e não um animador") que escrevi para uma revista de solidariedade social, dei por mim a pensar que há ensaios que têm de ser manifestados oralmente. Aos que não lêem, porque se desabituaram, e aos que queriam ler mas estão, infelizmente, fisicamente incapacitados para o poder fazer.
Soraia Simões
muralsonoro.tumblr.com
Mukanda
16.08.2012 | por Soraia Simões de Andrade
Visitou estúdios nos musseques, conversou com produtores para alimentar a sua Akwaaba Music, uma plataforma digital que se dedica à música africana e cultura pop, dando visibilidade aos fenómenos de música que carecem de estrutura para chegar mais longe. Nos últimos 3 anos, Lebrave editou mais de 70 artistas de 15 países africanos e tem vindo a desenvolver uma rede global que abrange a produção de conteúdos, distribuição digital, marketing e licenciamento.
Cara a cara
11.07.2012 | por Marta Lança
De São Vicente para a cidade do Porto, do rock da banda "Freak", de Mindelo, para uma música mais eclética, aberta ao mundo, mas sempre cabo-verdiana. Este poderia ser um breve resumo do percurso do músico Elton Jorge Lima, de 31 anos, mais conhecido por Bilan que, depois de uma passagem pelos "Refilon", em Lisboa, e de ter integrado vários projectos musicais na Cidade Invicta, se prepara para lançar "Ilha", o seu primeiro CD.
Palcos
10.06.2012 | por Joaquim Arena
O conceito de identidade, tem uma operacionalidade escassa, quase nula, e o seu uso implica o permanente confronto com a inevitabilidade da sua indefinição, mas é irrefutável de que quando o estudamos ou abordamos no campo da actividade humana ou cultural (e a música ou expressão musical nessa cultura) ele se torna dado adquirido.
Mukanda
16.05.2012 | por Soraia Simões de Andrade
Aos 27 anos, Alcides Nascimento gravou "Pensamento", o único CD da sua carreira, produzido por Paulino Vieira. O efeito foi imediato. Era a grande revelação da música tradicional de Cabo Verde, decorria o ano de 1997. Um CD histórico, escreveram outros. A voz era a de um verdadeiro crooner da morna: grave, doce, suave, tranquila, um autêntico diamante em bruto que se revelava neste jovem com cara de bebé.
Palcos
06.02.2012 | por Joaquim Arena
Pode ouvir-se uma música ecoar de forma ubíqua em vários pontos do planeta, consumir-se alimentos idênticos, ver-se exactamente os mesmos filmes, assistir-se diariamente aos mesmos programas de televisão, acompanhar-se as mesmas notícias, entre muitos outros exemplos que poderíamos aqui evocar, mas tudo isto não significa que se tenha anulado a diversidade cultural e que se viva hoje num mundo necessariamente homogéneo.
Palcos
28.12.2011 | por José Alberto Simões
O artigo explora cenas musicais actuais em Lisboa, na perspectiva da circulação musical e cultural. Discute os modos como a música e as cidades interagem num contexto acrescido de inter-conexões entre o local e o global. Sugere que a criação e a performação musicais assim como a inovação cultural, não podem ser reduzidas às iniciativas locais ou institucionais. Na base da existência da assim chamada “cultura global”, as cidades reinventam-se, promovendo várias auto-definições (às vezes conflictuais). No caso de Lisboa, esta tendência é acompanhada por um desejo aparentemente acrescido de conectar ou re-conectar o mundo lusófono, que documenta eventualmente as auto-imagens de Lisboa como cidade inclusiva e multicultural. Neste processo, novas formas de etnicidade podem ganhar visibilidade na mercantilização da Luso-World music (ou seja, a World music praticada nos países lusófonos). No horizonte das cidades imaginadas como “megacidades transculturais”, a música tende a ganhar espaço na promoção dos sentimentos de lugar e pertença na, e à cidade.
Cidade
15.05.2011 | por Jorge de La Barre
Depois de largos anos levando o jazz consigo como uma “segunda” opção profissional, Jerónimo Belo pode dizer-se que deixou o que fazia para trabalhar o e com o jazz. Gegé Belo, como carinhosamente é tratado pelos seus próximos, assume-se como a voz e o rosto mais conhecido no sentido da sua divulgação em Angola, onde vê crescer, com notável agrado, o número de seguidores.
Palcos
06.02.2011 | por Adebayo Vunge
Miriam Makeba foi uma incansável activista política. Condenou o Apartheid em várias ocasiões, e chegou mesmo a depor perante a Assembleia Geral das Nações Unidas contra o regime político da África do Sul, uma honra que muitos poucos músicos tiveram. Não são todos os artistas que são chamados a conciliar arte com activismo político. Só muitos anos depois – foram 31 anos de exílio – é que regressa a África do Sul para a comemoração da libertação de Nelson Mandela. Canta, na sua voz melosa de menina, uma versão antológica de Soweto Blues.
Palcos
21.01.2011 | por António Tomás
Um Seun Kuti cheio de atitude e o ritmo forte e contagiante da banda “Egypt 80” (o conjunto dos anos 80 do seu pai, grande Fela) mostraram o que é animação. Seun herdou o jeito leopardo de se mover e a expressividade de Fela. E o Afrobeat é aquela mistura bombástica: jazz com rock psicadélico, música yorubá com funk, percussão africana e vários estilos vocais, uma batida energética com movimentos repetitivos, letras num acentuado pidgin inglês. Tudo isso encheu o público carioca de boas vibrações!
Vou lá visitar
02.09.2010 | por Marta Lança
Os Monstros tiveram um impacto bastante grande entre a juventude negra a nível das mentes. A sua auto-estima e os seus índices de confiança melhoraram bastante, pois, ao cantar Soul Music, música do negro norte-americano, estes passavam a mensagem de luta dado que aqueles eram conhecidos pelo uso da música como instrumento de luta, de denúncia e contestação ao sistema. Isto era feito de uma forma tão subtil e com uso de linguagem metafórica, que o poder colonial não se sentiu em nenhum momento confrontado, daí que o grupo tenha sido largamente aceite pelo establishment.
Palcos
05.07.2010 | por Rui Guerra Laranjeira