A Ética do Género e a Verdade do Nome

A Era que se nos apresenta tem um tom de peixeira aprovada. A era de Bimba & Lola que é a marca que mais me faz sorrir nas ruas da downtown de qualquer cidade. Uma era de sorrisos americanos e adolescentes mastigados pela reserva de ideias pré-fabricados e testas enquadradas para o consumo e a parvoíce ad infinitum. Still, nos arredores dos epicentros do capitalismo turned church, as questões de género se avizinham como um foco de irreverência e compromisso com a verdade que ultrapassa a linha média do fun peixaria, e onde se alojam até filósofos contemporâneos, como é o caso de Butler. Que ética está subjacente a esta questão que under capitalism blitz survives? A família. Que de sagrada já não lhe serve, ou não lhe assiste, o cognome.

Juntei-me por quase destino, visto em criança padecer de muitas e afamadas trocas que se afirmam como as linhas gerais da disforia que, no meu caso especifico, se manteve ao longo de uma vida. Foram colmatadas com muito trabalho na área do cinema e gender e feminismos gerais, sombras de uma realidade que me asfixia a mim no gender mas a todos.

Descobri recentemente que Disforia temos todos, ou seja, um estado latente de várias condições não contempladas pelo estreito, bem estreitíssimo, traço imperialista dos Estados Unidos em modo regiões económicas, onde até a China se constipa de morte. Disforia Intelectual, Social, Económica, Moda e até Médica (foi a mais surpreendente). Disforias que nos deixam a braços com uma vida em teia de mecanismos de cope ou coping ou aguentamento lol. Um colossal trabalho de compensação imaginada, mas sentida e sofrida, ausência de um instrumento de adequação cultural que sabemos estar em falta desde sempre. Procuramos enfim um “lack” existente para os nossos afazeres diários e os nossos sucessos de vida. Esse “lack” é a indiscutível verdade que não somos americanos. Nem aqui nem na China nem em África nem na Europa e assim por diante, na região 1,2,3,4,5 etc económica, mas temos que ser americanos e isto até às crianças dos Estados Unidos força a uma compensação tal que lá se vai tudo em nome da adequação cultural ao sonho ou idealização de uma conformidade 1.2 children, a home and a car. Acreditem que em nada me custa narrar esta visão, porque estou in the game, ou seja, sou americano o melhor possível. Still, sou Trans mas não sou Stupid. Sustentar variantes de um cerne de razão e espreitar outros não me confunde e sim reforça a avaliação - coisas que ainda apanhei de uma boa escola britânica no meu caso sustentada pelo Prof. Escocês. Merdas interessantes que nos acontecem ne Bimba? Éééééé Lola! Alguém anda a perder um filão de comedia nesta marca de highstreet. A grande marca ou o Shopping Mall faz tudo o resto. Estamos todos num Mall. Os aeroportos, os centros das cidades, os clubes de futebol, as escolas, os portos, os polícias, as lojas do cidadão, passaportes, enfim tudo; Shopping. Assim, que diferença faz o género a tudo isto? Nenhuma! Ouviram bem? nenhuma! Zero!

Mudei o meu nome para Amadeo, depois de achar que seria Adam ou ainda Adin (o último gostava muito). Foi uma escolha difícil porque Adam era mais americano né Bimba? Éééééé Lola! Ficou Amadeo por uma grande estima que tenho ao destilado nas caves da Gulbenkian, foi lá onde vi pela primeira vez o seu trabalho. Amadeo Sousa Cardoso sobre quem poderia dizer amo-te. Amo-te Amadeo porque eras pouco americano. Enfim, dei um tiro no pé da minha própria chance de ser mais adequado e fui escolher um nome onde só existe na carta de menu de nomes em Portugal e Espanha. Escolhi ser Ibérico e fodi-me!

Mas como a sagrada família já o tinha feito, ficou a fazer pandan né Bimba? Éééééé Lola!!! Assim, seguro o Amadeo pelos tomates debaixo desta península “tomada” de dragões estrangeiros e como me preparei bem, talvez me safe a mim e a eles, aos Amadeos futuros da vertente Ibérica de grandes pintores e visionários futuristas ou malabaristas. É que acreditem, andei a vida a preparar esta entrada de Séc e safei quem pude com pinceladas na identidade para que se safassem, sem perder os conteúdos que lhes eram mais queridos. E, olha, vi-me Grego tão Grego que fui parar à Grécia onde percebi o resto. Durinhos os Gregos e Troianos mas perante as evidências foram-se calando porque um outro valor mais alto se levanta… isto até dava uma boa chalaça tuga das antigas, mas já não podemos ser brejeiros por causa da polícia das feministas, né Bimba? Cala-te Lola! Escolhe aqui uma camisola para mim por favor. Azul ou vermelha? Olha, Habla com Ella.

Encontrei por momentos um ser que por escassos instantes me vislumbrou e depois em modo susto perdemos a batalha. Era um génio disfarçado de Bimba, como o Andy Warhol. Foi lindo. Em Atenas pá. Que surpresa. Uau, não esperava. Rebentou-se-me a rolha (que é Cork) e saiu-me o champagne todo, mas como não estava lá ninguém foi Épico porque foi sem limites, sem limites. Viva Atenas! Viva a Spice!

A Ética do be present as oppose to re present. A sagrada família é uma espécie de mockery dos afetos reais que estão presentes na nossa vida. Eu fui Tio, Avô, Pai, Irmão, Ladrão. Cozinheiro, Motorista e até Padeiro de tanta criança abandonada que mereço justiça ainda que poeta da minha Epopeia de afetos.

Um outro valor, um outro se levanta Be Present! Ai és Pai? Ai és Padrinho? Ai és Primo? Pois, entendo, mas de quem e onde? Se fossem largar sentenças tipo American Beauty para outro lado faziam melhor figura. A sociedade americana na sua pressa de ordem ou nova ordem foi largar uma loja de “memes” lá no alto da Califórnia e com isso fabricou uma nova era de plasticidade e elasticidade humana, e acreditem que, em matéria de carne, cada vez é mais visível.

O Mark Zuckerberg parece mesmo um boneco de plástico e assim é com os “fervidos”, assim lhes chamo, dos call centers que investiguei que são a linha de apoio da nova ordem mondiale. E alguém tem saudades do Jacques Brell? ahahahah… Quem é esse?, pergunta a Bimba. É um cantor francês, well Flemish. Flemish? pergunta a Bimba. Sim, Bimba, era um Flamingo.

- Não entendo! Pois, eu sei, leva a Azul, leva a Azul. Bimba. Já tomaste o comprimido Bimba? Não. OK então vamos comer qualquer coisa, no piso de baixo, que eu já tenho fominha. A vida é como os pisos Bimba. O Brell estava nos pisos de cima baby. Esquece lá a menção honrosa e olha é para o elevador para não nos enganarmos no sentido. É para baixo Bimba, para baixo.

Marta, tenho saudades da Pepper e agora? Cortamos os pulsos? Mudamos de sexo? ou ficamos assim?

- Mudamos de sexo, claro. Aguardo consultas várias e entrevistas para novos trabalhos. Acho que Cork me quer, Irlanda. São malucos pá, os irlandeses. Adoro malucos irlandeses, pá. Tocam violino como se fosse um tambor de Guerra. I love it Marta, e tu? Infelizmente, fiz Film Studies devia ter feito Music Studies, claro. Tudo sempre ao lado, mas ainda ou a tempo de ouvir uns pachecos a andar a gusto naqueles violinos. Se não podes andar mais, acredita, faz uma revolução de pé nem que seja na ponta dos dedos em cordas e acordes que levantam mortos de sepulturas. É que Marta, em matéria de americanos, os irlandeses já fazem jogo há muito tempo. Ora bem, ainda eram os americanos Ingleses, estás a ver - já os Irlandeses lhe davam no violino. Convido a Pepper a vir (chiça que esta pode ser censurada) e se lhe apetecer pois que venha. É livre. Somos todos. So What? - não é do Warhol amigos, é do Miles Davis. Aconteceu vir a ouvir (quite literal) no comboio de Lisboa a São Pedro do Estoril, até os carris se suavizam, poetry in motion. Eu quero lá saber do Andy Warhol, o homem de plástico não faz os carris se derreterem, faz os seres humanos se derreterem (como os Nazis). Quem derrete metal Marta é o Miles Davis. Pois, é isso, estava para te dizer há um tempo mas agora já sabes, filha. Athena não é mau? - stands on the shoulder of her fathers hill. Dá trabalho, mas a gente levanta, ai se levanta!

Be Present, fuck Re Present - rasga-me essa fotografia e vem para o Carnaval. Porque a vida é um sanatório geral. Mas, o grande maluco, o patso, o fool sou eu, somos todos nós e sim inclui a sagrada família, Obra Inacabada e para sempre em acertos múltiplos de caracter ético e estético. E de tanto trabalho alheio eis que apodreço mais cedo. E esta Heinz?

Bom Carnaval! Não se mascarem, vão como estão e já está feito. Que diz a verdade, não merece castigo! Songs of Labor. Songs of Labor. Songs of Pain.

Esta é a minha carta de demissão do Buala também. Tenciono dedicar-me por inteiro a ganhar juízo e terminar o doutoramento. Tenho umas quantas coisas a dizer à Butler, mas enfim não vai ser nada pacífico. Como qualquer boa discussão, genderismos em vez de vender. Achas que é cedo? Vamos ver. Isto de pós pós pós de arroz leva muito tempo. Se a acuso de ser branca ainda levo um tiro. Ai espera, que esse levou o Warhol da outra maluquinha (que não era, mas tudo bem). Bem, Warhol não fico, isto já está é uma ganda confusão - Eis um bom começo! o Bom Começo… ganda confusão! ahahahahahahahahahahahahahahah… Viva o Carnaval!

 

por Adin Manuel
Jogos Sem Fronteiras | 16 Fevereiro 2020 | Amadeu, Atenas, Butler, disforia, género, regresso, trans