Do finason ao rap: Cabo Verde e as músicas de intervenção

Do finason ao rap: Cabo Verde e as músicas de intervenção Em Cabo Verde, ponto de passagem dessa imensa diáspora africana, o griot metamorfoseou-se dando lugar ao finason, cantado pelos escravos nas senzalas de Ribeira Grande de Santiago, mais tarde introduzidas nas sessões do batuku. Princezito, Artista, activista sociocultural e investigador das várias vertentes do batuku, entre os quais o finason, que, nos anos de 2000, juntamente com outros artistas, evidenciaram a nova tendência do estilo batuku, através do Projeto Ayan, dando início a uma nova vaga musical cabo-verdiana, cujos integrantes ficaram conhecidos como “Geração Pantera”, considera o finason como sendo uma espécie de pré-rap cabo-verdiano, pelos seus temas e pela forma como é praticada.

Palcos

06.04.2015 | por Redy Wilson Lima

O direito de votos dos imigrantes é, para além de um imperativo cidadão, um desafio democrático

O direito de votos dos imigrantes é, para além de um imperativo cidadão, um desafio democrático As políticas de imigração estão, não só longe de corresponder ao quadro idílico com que se pinta a realidade, como constituem objetivamente instrumentos de exclusão política das e dos cidadãos imigrantes no exercício da cidadania. O sistema político não quer admitir que a categoria política imigrante – resultante da herança pós-colonial e das dinâmicas da globalização, com todas as suas implicações na gestão da participação política das comunidades imigrantes – veio abanar estruturalmente a conceção do Estado-Nação, como a conhecemos até agora.

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21.03.2015 | por Mamadou Ba

Vidas Negras Importam | Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial

Vidas Negras Importam | Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial Porque as Vidas Negras importam, seguiremos lutando contra as estruturas que produzem e favorecem o racismo e a discriminação racial, em Portugal.

Mukanda

19.03.2015 | por vários

Um Marquês de Pombal mestiço

Um Marquês de Pombal mestiço Artista luso-angolano reencenou figura histórica portuguesa para falar de racismo. uma imagem de Lisboa que quase nunca vemos: a visão de uma cidade que nunca foi só branca e que foi sempre um lugar onde se reflectia quer a beleza quer o grotesco da vida das colónias.

Vou lá visitar

10.03.2015 | por Susana Moreira Marques

Entrevista a Margarida Cardoso, a partir de Yvone Kane

Entrevista a Margarida Cardoso, a partir de Yvone Kane As figuras revolucionárias femininas, como por exemplo a Josina Machel, são representadas como santinhas, sem corpo. Para mim a Yvone Kane é, de certa forma, aquilo do que deveria ter sido representado da Josina Machel. Há um lado muito púdico dos revolucionários, como se as mulheres fossem perfeitas. Nem nos livros de história vamos saber quem verdadeiramente eram.

Cara a cara

05.03.2015 | por Marta Lança

Carta aberta ao governador Rui Costa, da Bahia

Carta aberta ao governador Rui Costa, da Bahia História é um fio inquebrantável, governador, e por isso acho importante falar de rebeliões escravas. E repressão por parte das polícias. Outra rebelião importante a ser lembrada, e que também possui ligações com o Cabula, é a Rebelião Malê, cuja repressão foi uma das maiores já perpetradas pelo governo brasileiro, mas cuja repercussão, hoje sabemos, foi de suma importância para começar a se pensar sobre o fim da escravidão no Brasil. Imagine-se, governador, vivendo naquela época e sendo responsável pela segurança pública da capital baiana onde já vivia, talvez, o maior número de negros da América Latina.

Mukanda

28.02.2015 | por Ana Maria Gonçalves

O devir-cabo verde: Repúblika, 2014, de César Schofield Cardoso e a arte como renovadora da utopia e da identidade

O devir-cabo verde: Repúblika, 2014, de César Schofield Cardoso e a arte como renovadora da utopia e da identidade Em 'Repúblika, 20142', César Schofield Cardoso foca as questões de identidade cabo-verdiana, o seu posicionamento no mundo, a liberdade e poesia, como utopias orientadoras da autodeterminação de um povo.

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26.02.2015 | por Ana Nolasco

Souls’ Landscapes

Souls’ Landscapes Souls’ Landscapes é uma performance concebida a partir da leitura de “Les Damnés de la Terre” de Frantz Fanon, que incorpora música, movimento, luz e texto.

Palcos

23.02.2015 | por vários

Não é feitio, é defeito

Não é feitio, é defeito Ao olharmos as manchas de cores do mapa, cola-se imediatamente a esse olhar uma longa corrente de histórias que escutamos ditas baixinho ao ouvido: zonas de confiança e perigosas, bons e maus, o inóspito e o confortável, aliados e suspeitos, o moderno e o sujo, 1o, 2o, 3o mundo. Não só se cristalizou o desenho em que a Europa aparece maior do que é na realidade e se encontra no centro superior do mapa, como se tentou cristalizar o dogma da superioridade europeia, local onde supostamente se encontra o diapasão que emana o tom a partir do qual todo do mundo deve afinar.

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22.02.2015 | por Nuno Milagre

Maria Ampá não quer criar onça que lhe há-de comer

Maria Ampá não quer criar onça que lhe há-de comer Pelo meu relógio são horas de perder todas as vergonhas, as timidezes, são horas de tomar o tempo do mundo e de pôr em prática uma espécie de filosofia de pontapé na porta.

Cara a cara

19.02.2015 | por Maria Ampá

Violência e racismo na Cova da Moura

Violência e racismo na Cova da Moura Polícia espanca jovens negros e inventa “pseudo-invasão de esquadra” para justificar tortura. “Não há capitalismo sem racismo”. Afinal, o racismo é uma forma de legitimar uma mão-de-obra subalterna com vista a reduzir os salários e aumentar os lucros dos patrões. Grande parte dos negros e das negras estão “incluídos” na sociedade portuguesa de uma forma bastante específica: enquanto mão-de-obra precária, barata ou desempregada. Por isso, o racismo só pode ser pensado em associação com a dimensão das classes sociais. As consequências desta nefasta combinação todos conhecem: marginalização em múltiplas esferas da vida social (da escola aos media; do local de trabalho à moradia), violência policial, segregação e humilhações sem fim.

Cidade

11.02.2015 | por Otávio Raposo

“É necessária uma revolução cultural”, entrevista a Kiluanji Kia Henda

“É necessária uma revolução cultural”, entrevista a Kiluanji Kia Henda Angola é uma fabricação colonial, e que hoje convém que exista, pois vivemos num mundo em que somos regidos pela ideia de Estado-nação, soberano e controlando as suas fronteiras. Fora desse registo, estamos a falar de um território imenso onde coabitam várias culturas e grupos étnicos. Essa diversidade por certo daria origem a várias escolas de belas artes, com conceitos distintos de uma beleza rara e única. Essa diversidade e a interacção cultural vai além do conceito de nação. Ela também é parte da contaminação permanente de culturas estrangeiras, própria de um mundo globalizado.

Cara a cara

08.02.2015 | por Miguel Gomes

O Racismo é um tabu em Portugal, entrevista a Mamadou Bâ

O Racismo é um tabu em Portugal, entrevista a Mamadou Bâ No 25 de Abril, em 1974, não se discutiu a relação com as antigas colónias. A filosofia oficial permaneceu a do mito do lusotropicalismo*. Em Portugal, a palavra racismo é um tabu.

Cara a cara

02.02.2015 | por Maud de la Chapelle

Adriano Mixinge, um novo moralista?

Adriano Mixinge, um novo moralista? Pertence a uma comunidade cujos membros, "os novos tocadores de batuque", são animados por um desejo de destruir o antigo mundo para o substituir pelo novo - "todo o ato de criação é, em primeiro lugar, um ato de destruição", dizia Picasso - em conformidade com as suas aspirações. O poder ou o homem da rua admite a sua existência; os novos batuqueiros são os pontas-de-lança de uma inédita forma de viver e de pensar.

A ler

30.01.2015 | por Pierrette Chalendar e Gérard Chalendar

O Erro de Cam: o Tráfico de Seres Humanos da origem aos dias que correm

O Erro de Cam: o Tráfico de Seres Humanos da origem aos dias que correm A escravatura tem acompanhado a história da humanidade desde os primórdios, se aceitarmos como verdade testemunhos da Ilíada de Homero ou a própria Bíblia. A escravatura indígena é inegável. Basta lembrar os relatos do trabalho escravo colonial. A escravatura acompanha-nos há demasiado tempo, foi absorvida pelo nosso código genético imaginário e moral.

Corpo

20.01.2015 | por Filipa Alvim

Outra forma de luta

Outra forma de luta Por volta de 1968 ou 1969, já tinha a ideia de que estava a fazer uma biblioteca sobre a história de África. Primeiro, era a África de língua portuguesa. Depois, por causa do meu interesse na escravatura, toda a África. E depois, também a Europa, por toda a interligação.” Nessa altura, os livros sobre África não eram caros, porque poucas pessoas se interessavam por eles. Quando os europeus entenderam que África iria ter importância e que seria preciso compreender as culturas africanas, isso mudou. Então, deixou de fazer contas.

A ler

15.01.2015 | por Susana Moreira Marques

Chegar atrasado à própria pele

Chegar atrasado à própria pele O que perdi enquanto não percebi que era negra não foi por isso qualquer coisa de exterior à experiência de percebê-lo. Não perdi parte da minha vida enquanto a negra que sou, mas parte da minha relação com a pessoa que poderia ter sido se o tivesse percebido anteriormente: um monólogo de difícil tradução.

Mukanda

08.01.2015 | por Djaimilia Pereira de Almeida

As memórias da guerra no documentário “Independência”

As memórias da guerra no documentário “Independência” O projecto “Angola nos Trilhos da Independência“ tem atiçado a curiosidade de muita gente. Foram 57 meses, 900 horas de material audiovisual recolhido em território angolano e internacional, que contem cerca de 700 depoimentos de protagonistas da luta anticolonial. Tudo isto destinado a preservar a memória de um período na História que diz respeito a Angola e à luta de todos os povos sob ocupação colonial cujas memórias padecem ainda de ser registadas e pensadas.É uma epopeia de grande fôlego que implicou muitas viagens, adversidades, muita poeira e entusiasmo. Através dele, a equipa (e futuramente nós) ficou a conhecer um país sob todas as suas diversas camadas. O resultado sai em 2015 na senda das comemorações dos 40 anos da Dipanda.

Afroscreen

07.01.2015 | por Marta Lança

Reparar uma narrativa de séculos sobre a escravatura

Reparar uma narrativa de séculos sobre a escravatura A escravatura é – e talvez venha a ser sempre – um problema contemporâneo. Não se trata apenas de observar que continuam a existir no mundo modelos de exploração semelhantes ao da escravatura e que continua a haver tráfico de seres humanos. (...) “Uma boa divulgação da história da escravatura – e da sua violência e crueldade – poderá despertar a atenção de determinados sectores da sociedade para fenómenos contemporâneos de racismo e de xenofobia, de forma a promover a coesão social e as relações inter-raciais”, resume Vladmiro Fortuna

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07.01.2015 | por Susana Moreira Marques

Ângela Ferreira Monuments in Reverse

Ângela Ferreira Monuments in Reverse A exposição individual Monuments in Reverse reúne pela primeira vez um conjunto de obras de Ângela Ferreira, realizadas entre 2008 e 2012, que partiram de processos investigativos comuns, dando origem, porém, a instalações distintas cujas relações íntimas tendem a manter-se inexploradas do ponto de vista curatorial. Tendo como objectivo a abertura de um espaço de visibilidade para os interstícios conceptuais e formais que sustentam a sua prática em geral e estas obras em particular, a exposição tem uma natureza assumidamente documental e processual. Pretende-se dar a conhecer percursos de reflexão mais do que pontos de chegada, através da possibilidade de novas relações, ou da visibilidade de relações que se encontravam veladas, da forte componente gráfica e videográfica, e do diálogo com obras de outros autores que constituíram ponto de partida ou inspiração.

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07.01.2015 | por Ana Balona de Oliveira