Martírio, de Vincent Carelli, no cinema Ideal

Martírio, de Vincent Carelli, no cinema Ideal O filme Martírio é talvez um dos mais importantes e perturbantes documentos da atualidade brasileira e do etnocídio indígena em curso, perpetuado pelo governo brasileiro. Vincent Carelli, em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tatiana Soares de Almeida, recolhe imagens históricas da resistência guarani Kaiowá ao conflito com as instituições governamentais.

Afroscreen

26.05.2018 | por Ritó aka Rita Natálio e vários

As paixões exóticas da aristocracia portuguesa e os marchands d’art em 2018

As paixões exóticas da aristocracia portuguesa e os marchands d’art em 2018 Numa altura em que o discurso pós-colonial começa a complexificar-se, pela luta conjunta de pessoas e iniciativas em várias áreas, a visão ignorante e eurocêntrica que atravessa este festival não devia passar incólume. Apelo a que se celebre África, no dia 25 de maio e todos os dias, claro, mas em eventos e contextos inclusivos, onde se considere o pensamento contemporâneo africano, com ética, respeito e conteúdo.

Mukanda

24.05.2018 | por Marta Lança

Agentes culturais contra a designação e missão do "Museu da Descoberta"

Agentes culturais contra a designação e missão do "Museu da Descoberta" Perderemos uma oportunidade histórica (e ética) se mantivermos uma nomenclatura de “descoberta” a propósito deste período histórico e não pensarmos uma metodologia adequada para este museu que esteja à altura de abrir um espaço novo capaz de articular crítica e criativamente, de forma informada, inclusiva e respeitadora da legitimidade das várias perspetivas e experiências que são a realidade da cidade de Lisboa e do país.

Mukanda

21.05.2018 | por vários

O impossível museu

O impossível museu Os museus hoje ou são pós-coloniais ou não são nada. O que quer isto dizer? Primeiro que esta posição tem antecedentes: nos efeitos da revolução pós-colonial protagonizada pela negritude, pelas independências, pelo pós-colonialismo nas suas várias expressões e pelo pensamento ameríndio contemporâneo, com um impacto e uma energia intelectual só comparável à revolução coperniciana. Do mesmo modo como não é equacionável fazer um museu da história da ciência que terminasse num planisfério em que o sol e todos os corpos celestes girassem à volta da terra, não é admissível pensar a expansão portuguesa e a europeia dissociadas das narrativas dos ocupados e dos vencidos, dos seus acervos, quando os há, e da sua narrativa sobre a expansão.

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19.05.2018 | por António Pinto Ribeiro

“N’gola Cine”, o país onde vivemos, sobre a exposição de Yonamine

“N’gola Cine”, o país onde vivemos, sobre a exposição de Yonamine Metáfora sarcástica de Yonamine para analisar, com senso comum e olhar emancipado, a história mais recente de Angola.O artista inverte a sintaxe criativa à qual nos tem habituado: onde ele acumulava agora esvazia, onde ele organizava em forma de quadrículas, agora o faz unindo a irregularidade de contornos das palavras e das frases, onde ele antes colava na parede, agora pendura ou estende como se já tivesse lavado e purificado tudo, como se a realidade tivesse deixado de ser um lençol corrompido e insano.

Vou lá visitar

18.05.2018 | por Adriano Mixinge e JAHMEK CONTEMPORARY ART

quando quebra queima, coletivA ocupação: explosão, levante político-artístico e revolução do cotidiano

 quando quebra queima, coletivA ocupação: explosão, levante político-artístico e revolução do cotidiano peça construída por estudantes que viveram o processo de ocupações e manifestações do movimento secundarista em 2015 e 2016. Frutos da primavera secundarista, 14 corpos insurgentes deslocam para a cena a experiência dentro das escolas ocupadas, criando uma narrativa coletiva e comum a partir da perspectiva de quem viveu intensamente o cotidiano dentro do movimento. Ocupando o tempo presente, a ColetivA provoca de maneira pulsante o universo que compõe esse movimento que transformou o corpo e vida de todos que participaram.

Palcos

13.05.2018 | por Jean Tible

Adjetivo esdrúxulo: Maria Auxiliadora

Adjetivo esdrúxulo: Maria Auxiliadora Até ao dia 3 de Junho, o MASP​ (Brasil)​ apresenta "Maria Auxiliadora da Silva: vida quotidiana, pintura, resistência" no contexto da sua programação dedicada às histórias afro‑atlânticas: as histórias dos fluxos e dos refluxos entre a África e as Américas através do Atlântico. Este texto aborda o trabalho​ ​ da artista​ ​e​ ​os elementos​ ​críticos e criativos que foram negligenciados em favor de sua “crônica de vida”, apontando​ ​alguns dos desafios curatoriais à exposição deste trabalho, no contexto institucional.

Vou lá visitar

13.05.2018 | por Marta Mestre

A Argentina e as suas cicatrizes familiares

A Argentina e as suas cicatrizes familiares A família é o objeto opaco e indecifrável o que torna os estudos das memórias privadas um desafio problemático. De fato, como se pode perfurar o diafragma espesso que protege e encobre os passados subjetivos, privados, denegados, afundados como cárceres de grupos afetivos nas regiões mais escuras e profundas do perímetro familiar?

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12.05.2018 | por Roberto Vecchi

Felwine Sarr na luta pela representação de África

Felwine Sarr na luta pela representação de África “Afrotopia é uma utopia activa que procura no real africano os diversos espaços do possível e os fecunda”. Não defende nem o afro-pessimismo (que olha para o continente como estando à deriva), nem o afro-euforismo (que olha para África como o futuro económico). Qual será o lugar de um afrotópico? “O realismo”, responde.

Cara a cara

08.05.2018 | por Joana Gorjão Henriques

Na Europa andam fantasmas coloniais à solta

Na Europa andam fantasmas coloniais à solta A chegada à Europa de grandes contingentes de população, com vivência colonial corporizava a realidade distante dos impérios perdidos e perturbava traumaticamente a narrativa europeia. Estas populações e a história de que eram portadoras denunciavam a relação organicamente imperial europeia e iriam compondo parte das sociedades multiculturais europeias que ocultamente emergiam. A análise dos seus prolongamentos atuais, sob a forma dos "descendentes" e de uma cultura outra, exige-nos a inscrição da violência colonial, pública e privada, na história.

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05.05.2018 | por Margarida Calafate Ribeiro