LOOT - Exposição Individual de Barbara Wildenboer

05 Fevereiro 2022 - 19 Março 2022

Entrada Livre

THIS IS NOT A WHITE CUBE | Rua da Emenda, nº 72, Chiado, Lisbon

A galeria de arte THIS IS NOT A WHITE CUBE inaugura a 5 de Fevereiro “LOOT”, a primeira exposição individual da artista sul-africana Barbara Wildenboer em Portugal. 

A mostra integra cerca de 30 trabalhos inéditos, repartidos em três núcleos distintos, de entre os quais se destaca aquele que agrega o mais recente corpo de trabalho da artista e que dá nome à exposição.

“LOOT - SPOILS OF WAR”, decorre do interesse crescente da artista pela forma como um novo modelo de significações foi gerado e moldado a partir do encontro histórico e civilizacional entre África e a Europa. 

A materialização da ideia dá-se através da  exploração do conceito de  ‘apropriação’  que, se por um lado constitui, nesta exposição, uma referência directa aos artefatos saqueados e expropriados das suas origens no contexto da colonização, por outro lado, traduz a consistência plástica da obra da artista que, na apropriação “per se” encontra um instrumento de trabalho verdadeiramente essencial para a construção de um medium artístico que desde há muito envolve a reconfiguração e integração de textos, livros, mapas e imagens pré-existentes em colagens e instalações tridimensionais. 

Transversalmente, Barbara Wildeboer utiliza no seu processo criativo uma combinação de processos analógicos e digitais que concorrem para a construção de uma obra diversificada e rica, composta maioritariamente por colagens, construções fotográficas, instalações em papel, esculturas fotográficas animadas digitalmente e book arts. 

Tendo por base este modelo e o conceito de apropriação, ao longo dos últimos dois anos, a artista recolheu imagens de inúmeros artefactos antigos de proveniências distintas - de África, Oceânia, Grécia Antiga, Mesopotâmia e Américas - que atualmente integram as coleções de museus no mundo ocidental, na Grã-Bretanha, Alemanha, França e EUA. 

Arredadas do contexto original e assembladas em sistemas visuais complexos, de carácter surrealizante, estas imagens passam por um processo autoral de re-significação, assumindo nesta exposição uma natureza renovada. Na sua génese está uma (re) leitura iconográfica que enquadra o peso histórico dos contatos de carácter intercultural.

Ao longo da exposição, assistimos a um ritual de re-significação iconográfica, de descodificação e recodificação da imagem, que concorre para a construção de uma visão crítica da historiografia e dos processos de apropriação e “fetichização” das culturas. 

No epicentro da mostra e do debate que através desta a artista procura alavancar, encontramos um conjunto de instalações escultóricas monocromáticas que na sua configuração se assemelham a “escadas, postes, árvores, torres”, totens ou pequenos obeliscos, que “consistem numa assimilação de diferentes relíquias, figuras de fertilidade, máscaras, vasos e elementos arquitectónicos” diversos. 

Estes artefactos de papel, agrupam-se arguta e sagazmente, numa acomodação reflectida que evoca, de um modo idiossincrático e absurdo, a sistematização do Museu Ocidental para  evidenciar as múltiplas formas como estes objetos podem ser percepcionados. 

“As esculturas de papel aludem à curadoria das exposições de artefactos arqueológicos que, sendo colocados em pedestais ou em vitrinas, são depois iluminados por forma a produzir a ideia da aura de uma obra de arte sobre objeto que está já muito afastada das suas funções originais. 

O resultado é uma espécie de documentário de ficção ou de documento ficcional que faz referência a coisas reais, mas que as transforma em algo mais.”

Os conceitos de originalidade e de autoria são elementos centrais nesta exposição de Barbara Wildenboer, que através da sua ação, num desafio declarado às convenções do mundo artístico, vem produzido contributos significativos para a inversão do pensamento numa era  marcada pela necessidade de imposição de uma ideologia decolonial.

A exposição “LOOT” ficará patente até 19 de Março, de 3ª feira a sábado, entre as 14h30 e as 19h30. A entrada é livre, obedecendo às necessárias normas de segurança e prevenção em tempos de pandemia.

(Graça Rodrigues - Curadora, Janeiro de 2022)

Sobre Barbara Wildenboer

Barbara WildenboerBarbara Wildenboer

Barbara Wildenboer (b. 1973, África do Sul) investiga o conceito filosófico de estética através de uma série de diferentes meios e processos. Ao explorar este conceito, juntamente com fenómenos como a temporalidade, a geometria fractal e a interligação de todos os seres vivos, ela expõe as ligações entre uma miríade de formas de vida - desde a microscópica à imensa. 

O foco principal de Wildenboer é a estética ambiental, a qual ela vê englobando tanto territórios naturais, como a interação humana com o reino natural. No seu trabalho, explora ainda a ideia do sublime matemático (noção estética desenvolvida inicialmente por Immanuel Kant) e o modo como o infinito / ausência de limites do universo transcendem os limites da razão.

Wildenboer utiliza uma combinação de processos analógicos e digitais para produzir um corpo de trabalho diversificado e rico, composto maioritariamente por colagens, construções fotográficas e em papel, instalações, esculturas fotográficas animadas digitalmente e book arts.

Equipa

Diretora Geral e Co-Diretora Artística  |  Sónia Ribeiro

Curadora e Co-Diretora Artística  |  Graça Rodrigues

Assistente de Galeria | Francisca Vaz

Design Gráfico e Audiovisual  |  Francisco Blanco e  Nelson Chantre

THIS IS NOT A WHITE CUBE 

04.02.2022 | por Alícia Gaspar | Africa, arte, Barbara Wildenboer, Europa, exposição, LOOT, pós-colonialismo, this is not a white cube

Espaço "Espelho D' Agua" exibe restauração de obras de Rigo 23

Público pode acompanhar o processo de restauro da instalação Torre de Cochim – Uma Armada de Ecos

Uma das obras, Talappana, antes do atual processo de restauroUma das obras, Talappana, antes do atual processo de restauro

Equipa durante o restauroEquipa durante o restauro

Quem passa pela margem do Rio Tejo, ao lado do Padrão dos Descobrimentos, já deve ter percebido as esculturas no lago em frente ao Espaço Espelho D’Agua. Mas nem todos conhecem a história por trás daquele túnel com anéis de bambu, arame e corda ou do tuk-tuk estilizado que ali estão. A instalação Torre de Cochim – Uma Armada de Ecos, do artista madeirense Rigo 23, está a ser restaurada e o grande destaque desta iniciativa é a possibilidade do público acompanhar os bastidores do restauro, uma experiência viva e singular, que restabelece o contato das pessoas com a arte.

Presente desde a inauguração do Espelho D’Agua, em 2014, a instalação é composta por três esculturas: Kappiri, Talappana e Miri. Desenvolvida como uma Armada de Ecos, que dá corpo a histórias e episódios que foram transmitidos oralmente, de geração em geração em Cochim (Índia), a peça abraça a memória popular e cria novos veículos para a celebração da história oral. São ecos da chegada de Vasco da Gama à Índia, capturados in loco 500 anos depois. Uma forma de manifestação da memória, a trazer indagações sobre o passado e perspectivas para o futuro.

Kappiri, feita de tronco de madeira reciclados, é o escravo mártir; Miri, feita com anéis de bambu e arame, é o barco vítima de pilhagem; e Talappana, o tuk tuk, é o anfitrião tradutor. A Armada dos Ecos é uma armada estática. Ela permite ao visitante embarcar em viagens de longo alcance, munido da sua imaginação.

São obras que tiveram necessidades distintas de restauro, Kappiri e Miri foram reparadas em um mês. Talappana é a que mais trabalho e tempo tem exigido – um período de três meses, desde novembro passado, com previsão de finalização a meados de fevereiro. A restauração, a ser conduzida no próprio local desde sempre, tem envolvido dezenas de pessoas, na sua maioria alunos da Escola Superior de Belas Artes e recém-graduados da mesma escola.

“O trabalho está a ser liderado pelo Francisco Côrte, um jovem artista madeirense recém-graduado pela FBAUL (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa) e que colaborou comigo também no projecto Coroa do Ilhéu em Câmara de Lobos, na Ilha da Madeira”, explica Rigo 23. Além de Francisco, o projecto também contou com o apoio de Christian Haas, um artista e DJ radicado na Califórnia, que foi aluno de Rigo 23 no início dos anos 00, no San Francisco Art Institute. “O Christian deslocou-se a Portugal para dar o seu apoio na fase final da  Coroa do Ilhéu e terminou ficando umas semanas a mais em Lisboa para dar apoio a esta obra de restauro. Este aspecto de transmissão de conhecimentos/estágio profissional é intrínseco à própria obra, uma vez que o mesmo aconteceu em Cochim, na Índia, onde a peça foi originalmente produzida”, revela Rigo 23, que junto com a equipe, utilizou os materiais originais ou o mais aproximados, tais como bambú, madeiras, tecidos, metal, napa, tintas, óleos e lixas.

Torre de Cochim - Uma Armada de Ecos não está exposta em Belém, à beira do Rio Tejo, de onde saíram os conquistadores portugueses, por uma mera casualidade. Segundo o artista, as obras têm o poder de agir como objectos interculturais de resistência a narrativas que considera fantasiosas e imperiais. “Ao lado de uma história oficial esculpida em brilhante e opressiva pedra branca, ao serviço de uma ideologia violenta de domínio e apagamento histórico da cultura de outros povos, estas obras são feitas de materiais frágeis e necessitam de cuidados regulares para perdurarem”, enfatiza.

Mário de Almeida, dono do Espaço Espelho D’Agua, revela que expor obras de Rigo 23 era um desejo antigo. “O projeto Espaço Espelho D’Agua, desde o seu início, teve histórias e coincidências muito interessantes. Uma dessas coincidências foi o Rigo 23 ter solicitado à CML para expor esta instalação no lago em frente ao Espaço, pouco tempo depois de termos ganho o concurso público da concessão. É um artista que queria conhecer desde 2009 – época em que abri uma galeria de arte contemporânea em São Paulo/Brasil (SOSO Arte contemporânea africana) – , o que só veio acontecer aqui em Lisboa, e acabamos por inaugurar o Espaço com a exposição da instalação Torre de Cochim - Uma Armada de Ecos, de obras no exterior, e com obras do artista no interior”, conta Mário.

História da obra

A peça foi produzida a convite da edição inaugural da Bienal de Kochi-Muziris 2012 — a primeira bienal de arte contemporânea organizada na Índia. Membros da comunidade local, em colaboração com jovens universitários a trabalhar na Bienal, formaram a equipe de Rigo 23 à época.

Torre de Cochim é uma referência à Torre de Belém, construída no início do século XVI, que celebra o período das Descobertas Portuguesas e a abertura da primeira rota marítima entre a Europa e a Índia.

Kaappiri, feita com troncos de madeira reciclados de Chinese Fishing Nets e elementos esculpidos de madeira local, é uma alusão aos africanos levados como escravos, pelos portugueses, para Cochim.

Miri, feita de bambu, arame, corda de fibra de coco e 270 lamparinas de kerosene, faz referência ao barco de peregrinos que se destinava a Mecca, mas foi interceptado, pilhado e incendiado pela armada de Vasco da Gama, rumo a Cochim, em 1502. 400 pessoas a bordo, nenhum sobrevivente.

Talappana é o primeiro nome do sumo sacerdote que recebeu Vasco da Gama e foi seu tradutor à sua primeira chegada à Índia, em 1498. Ele foi torturado, mutilado e enviado para morrer pelos homens de Vasco da Gama, na sua segunda viagem em 1502. A obra Talappana é construída a partir de um tuk-tuk. Com lona e chapa metálica, foram incorporadas asas e bico de corvo; orelhas de cão e ainda um par de pés humanos em madeira.

Sobre Rigo 23

Rigo 23 colabora frequentemente com indivíduos e colectivos na implementação de operações de arte concebidas para contextos específicos, privilegiando o diálogo solidário intercultural e intercomunitário.

Natural da Madeira – ilha vulcânica produtora de emigração e receptora de turismo – a sua poética tem origem aí: nas experiências abismais de deslocação, desencontro e saudade; na claustrofobia das relações assimétricas de poder e na imensidão propiciada pela libertação das mesmas.

Participa da primeira colectiva aos 18 anos – Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa (1984). Pouco depois, parte para a California – BFA-San Francisco Art Institute (1991); MFA-Stanford University (1995).

A sua obra toma formas distintas de acordo com o projecto, mas a paixão pelo desenho, trabalho manual e experimentação são constantes na sua obra.

Tem sido convidado a participar em várias bienais e trienais de arte contemporânea e continua a produzir obras de arte pública internacionalmente. No momento prepara trabalho para a estação do Metro de Beverly Hills, na Califórnia, que será inaugurada em 2025.

Sobre o espaço “Espelho D’ Agua”

O Espaço Espelho D’Agua resulta de um concurso público organizado em 2012 pela Associação de Turismo de Lisboa – ATL para a exploração de parte de um edifício localizado na emblemática zona de Belém, em frente ao rio Tejo. O espaço compõe uma área de 1.200 m2 e foi inicialmente construído em 1940 durante a Exposição do Mundo Português.

O mote do projeto é o de que neste local, onde há cinco séculos os portugueses partiram para o mundo, seja agora uma plataforma de conexões culturais aonde se traga as culturas contemporâneas das diferentes regiões por onde os portugueses andaram nessa aventura durante as grandes navegações.

Desta forma criou-se um espaço onde se desenvolve atividades de gastronomia, exposição de arte e design, música, cinema e vídeo, entre outras formas de divulgação cultural. Tendo presente todo enquadramento histórico do local, e o que ele representa na atual conjuntura mundial, visa criar um ambiente artístico e cultural que reflita sobre a relação dos portugueses com o mundo e do mundo com os portugueses.

Apresentar neste local as mais variadas formas de expressão cultural contemporânea dos países que se relacionam historicamente com Portugal é a principal premissa do projeto que esteve na base da criação do Espaço Espelho D’Agua.

Serviço

Torre de Cochim — Uma armada de ecos

Local: Espaço Espelho D’Agua

Endereço: Av Brasília, Edifício Espelho D’Agua (ao lado do Padrão dos Descobrimentos) Horário de visitação: diariamente

02.02.2022 | por Alícia Gaspar | arte, Belém, espaço espelho d'agua, rigo 23

Gina Diama (Meu nome minha história)

Pintura angolana de Grácia Ferreira e Silvestre Quizembe em exposição na galeria Artistas de Angola


A Galeria Artistas de Angola abre portas à exposição coletiva Gina Diama (Meu Nome Minha História) dos artistas plásticos angolanos Grácia Silva e Silvestre Quizembe, com curadoria do Fotógrafo António Silva. A inauguração será no dia 18 de fevereiro, sexta-feira, a partir das 17h, na Rua Sousa Lopes N.º 12A em Lisboa. A exposição ficará patente até 18 de março do mesmo ano.

Gina Diama (Meu Nome Minha História) é uma palavra de origem Kimbundo, língua nativa do norte de angola. É uma forma de apresentação, reveladora da identidade e da origem de alguém.  As peças em exposição revelam episódios da história pessoal dos autores — receios, traumas, pensamentos, sonhos, viagens e desejos, de forma eloquente e expressiva.

Na exposição poderão ser vistas e apreciadas várias obras de ambos os artistas nos formatos de pintura, baixo relevo e escultura, realizadas entre 2020 e 2022, em plena época de pandemia e dúvidas preocupantes para os artistas.

Sobre o artista Silvestre Quizembe

Quizembe 2022Quizembe 2022Nasceu em Angola (Uíge), em 1991 e atualmente é finalista do Curso de Artes Plásticas, na Escola Superior de Arte e Design em Caldas da Rainha. O seu trabalho é representativo das suas matrizes estéticas, ancoradas na arte Angolana.  

Percurso, Materiais e Expressão

Durante o seu percurso tem vindo a desenvolver objetos tridimensionais em cartão, metal, barro e tela, explorando amplamente a sua plasticidade e flexibilidade. Na sua prática artística, utiliza também objetos encontrados que adapta a novas funções estéticas e formais. Quizembe explora os materiais para projetar e materializar formas tridimensionais fragmentadas e expressivas do seu auto-retrato e que se podem identificar como máscaras. Algumas delas são por vezes ativadas através da prática da performance, próximas da ideia de ritual enquanto ação que catalisa a memória. A sua pintura, composta pela convivência de múltiplas linguagens pictóricas, é cromaticamente vibrante e figurativa, e explora fundamentalmente o auto-retrato num universo onírico e psicológico. 

Sobre a artista Grácia Ferreira

Grácia Ferreira 2021Grácia Ferreira 2021Engrácia Ferreira dos Santos, nome artístico Grácia Ferreira, 48 anos de idade é natural de Luanda - Angola. Concluiu o Ensino Secundário no Instituto de Formação Artístico e Cultural em Luanda (INFAC), defendendo o trabalho final de escultura com o tema “Diferença conceptual entre estatueta e estátua”. Como artista plástica as suas telas e peças já passaram por vários países e continentes, com exposições em Cabo Verde, Angola, Cuba e Portugal.

Percurso, Materiais e Expressão

Cedo descobriu que a sua disciplina favorita era a Educação Visual e Plástica. Desde sempre se recorda de fazer rabiscos nas paredes de casa. Formou-se em Escultura, mas a paixão pela pintura esteve sempre presente e o destino encarregou-se de a encaminhar para as telas, pincéis e tintas. A sua fonte de inspiração é a arte no geral, seja de anónimos ou famosos. Baseia-se muito em coisas do dia-a-dia, na realidade africana e a tudo isto soma a criatividade e imaginação que mora no seu subconsciente.

Privilegia os acrílicos, o óleo, e a aguarela, sobre os mais diversos suportes, nomeadamente a tela, o papel e muitos materiais reciclados. Também a cor e a multiplicidade pictórica são proeminentes na sua pintura, vivendo apaixonada pelo surrealismo e o pelo abstratismo, o que lhe possibilita viajar no tempo. As suas imagens e envolvente pictórica são muito belas.

02.02.2022 | por Alícia Gaspar | arte, cultura, exposição, Galeria Artistas de Angola, gina diama, grácia silva, silvestre quizembe

"O Sistema", exposição do artista angolano Cristiano Mangovo

A galeria de arte .insofar convida: O SISTEMA

Cristiano Mangovo

Curadoria de Katrine Sirois

4.02 – 30.04.2022 na Rua Capitão Leitão, nº 53, Marvila, 1950-050 Lisbon


A galeria de arte .insofar apresenta “O Sistema”, uma exposição individual do artista angolano Cristiano Mangovo. Inaugura dia 4 de fevereiro entre as 16h-21h, coincidindo com a comemoração do Dia do Início da Luta Armada de Libertação Nacional.

Sob a curadoria da canadiana Katherine Sirois, a exposição é composta por uma seleção de pinturas que abordam questões sóciopolíticas complexas, tais como as hierarquias, as mentalidades de divisão e oposição profundamente enraizadas e difundidas, os conflitos de interesses ou o exercício do poder, a sua conquista e preservação a todo o custo.

Ecoando uma expressão comum em Angola, o título da exposição – O Sistema – impregna o conjunto das obras de Mangovo com um ligeiro toque de filosofia política. Esta referência à expressão popular e largamente utilizada para qualificar algo que seja disfuncional, ineficiente, fraudulento, inadequado ou injusto destaca o questionamento sobre a natureza ardilosa e intangível do “sistema” que assombra as obras de grandes dimensões.

Sem pretender mostrar a natureza profunda de um tal sistema de poder, cujo magnetismo e dinâmica são capazes de corroer qualquer espírito elevado, a exposição propõe-se questionar e estimular a reflexão sobre o imperialismo, as rivalidades e os jogos de poder entre indivíduos, tribos, regiões, países, géneros ou mesmo entre Estados e as suas populações.

Cristiano Mangovo

Nascido em Angola no ano de 1982, vive e trabalha presentemente em Lisboa. Sendo natural de Cabinda, a sua visão, imaginação e referências estão enraizadas na rica e complexa paisagem sócio-cultural multicamada dessa região. As suas aptidões artísticas e o seu interesse precoce pelo desenho levaram-no a estudar pintura na Academia de Belas Artes de Kinshasa. Considerado como um dos mais prolíficos entre os pintores da geração angolana do pós-guerra, Mangovo desenvolveu um estilo único, profundo, exuberante e maduro, que poderia ser definido como Expressionismo Figurativo. Motivado por um apurado sentido de observação e um espírito crítico perspicaz, a marca artística de Mangovo caracteriza-se por um impulso criativo energético, ritmos visuais fortes, cores e contrastes ousados, formas em movimento orgânicas desinibidas e representações corporais distorcidas.

Colocando o seu foco em tópicos complexos através de uma peculiar ótica satírica, a sua abordagem inovadora, com o uso de tipologias e símbolos arquetípicos e a sua atenção a questões como a injustiça, a desigualdade, a pobreza e o ecocídio, vai além das especificidades locais visando almejar uma dimensão universal. A sua obra faz parte de várias colecções de arte, tal como: AFRICANA Art Foundation (Suíça), Centro Cultural Brasil (Angola), Dâr-alMakhzen (Marrocos), Fondation Gandur pour l’Art (Suíça), Fundo das Nações Unidas para a População (RDC), Lycée Français A.E.F.L. (Angola) e Museu da Presidência da República Portuguesa (Portugal). Destaques recentes incluem a Residência Artistica Black Rock no Senegal, Prémios Lusofonia (2021) na categoria de artes visuais e a próxima Bienal de Kinshasa. Actualmente, Cristiano Mangovo é representado pela galeria de arte .insofar.

Katherine Sirois

curadora

Historiadora de arte canadiana sediada em Lisboa, autora independente e co-curadora da revista de arte contemporânea Wrong Wrong.

Como bolseira do Social Sciences and Humanities Research Council of Canada, concluiu os seus diplomas em Estudos de História da Arte na Université du Québec em Montreal. Assistente de ensino e de investigação na UQÀM, nomeadamente no projecto federal “The Self and the Other” no âmbito de “Issues of Identity Definitions in Contemporary Aboriginal Arts”, migrou para a Europa para realizar estudos de doutoramento em Estética (EHESS, Paris e Paris I-Panthéon Sorbonne). É actualmente associada ao Instituto de História das Artes da Universidade Nova de Lisboa.

Autora de ensaios e textos para catálogos de exposições de arte contemporânea e, por último, curadora da exposição “Fukuko Ando: Weaving (the) Cosmos” no Museu da Fundação do Oriente em Lisboa e membro da equipa de curadoria de “Histórias de Rostos: Variações Belting” no Museu Berardo.

31.01.2022 | por Alícia Gaspar | arte, cristiano mangovo, exposição, insofar, o sistema

"Música da Terra" — novo EP do Dj Nigga Fox

No dia 11 de Fevereiro a Príncipe lançará o novo EP do Dj Nigga Fox, intitulado “Música da Terra”.

Capa do EP por Márcio MatosCapa do EP por Márcio Matos

O disco encontra-se já disponível em pré-venda na página da editora no Bandcamp, onde podem também ouvir a soberba faixa de abertura “Madeso”:

https://principediscos.bandcamp.com/album/m-sica-da-terra 

Agenda confirmada para o futuro próximo: 

Dj Nigga Fox por Marta PinaDj Nigga Fox por Marta Pina12 de Fevereiro - Plano B, Porto

3 de Março - Decca “B Side Series”, Filadélfia

5 de Março - Nowadays, Nova Iorque

11 de Março - Papi Juice, Nova Iorque

12 de Março - Flash, Washington D.C.

17 de Março - tba, Guadalajara

18 de Março - festa NAAFI, Cidade do México

26 > 31 de Março - residência artística em Bergen c/ Bjørn Torske para uma composição colaborativa & instalação Ambisonics a apresentar em Bergen e Lisboa

2 de Abril - Festival Gop Tun, São Paulo

8 de Abril - Sónar Lisboa, Príncipe no Coliseu (c/ Arca, Nídia, Total Freedom, Dj Lycox e Dj Marfox) * 

23 de Abril - Backsteinboot, Berlim + 

5 de Junho - Festival Lente Kabinet, NL *  

* ao vivo 

+ dj set

Créditos Marta PinaCréditos Marta Pina

30.01.2022 | por Alícia Gaspar | cultura, dj nigga fox, editora príncipe, EP, música

Streams of Memories — 28-30 January 2022

A free online screening programme of Black experimental cinema curated by CAS as part of a residency with The Showroom at Metroland Studio


Schedule:

S. Pearl SharpBack Inside Herself, 1984, 4 minutes

Barbara McCulloughWater Ritual #1: An urban rite of purification, 1979, 6 minutes

Kym RagusaDemarcations, 1992, 5 minutes

Omah DieguAfrican Women, U.S.A., 1980, 20 minutes

Martina AttilleDreaming Rivers, 1988, 30 minutes

Please note that Demarcations (1992) and African Woman, U.S.A (1980) contain references to rape so viewer discretion is advised.

Please note that you must book via the eventbrite link below.
https://www.eventbrite.co.uk/e/streams-of-memories-tickets-230343442437

About this event

Streams of Memories is a free online screening programme curated by us at the culmination of our curatorial research residency with The Showroom at Metroland Studio, Kilburn, 2021.

The programme presents five experimental short films by S. Pearl Sharp, Barbara McCullough, Kym Ragusa, Omah Diegu, and Martina Attille; exploring the ways in which these experimental filmmakers weave and unravel stories, fears and hopes across the African continent and diaspora, between generations and over time.

Each film touches upon the sociality and sensuality of gathering; heightened by being shown together as part of this programme in company and dialogue with one another. S. Pearl Sharp’s film Back Inside Herself (1984) is a visual poem on self-invention and shows a Black woman finding her own sense of self while rejecting white hegemonic societal expectations of who she should be and how she should behave. Barbara McCullough extends the poetics of cinema in Water Ritual #1: An urban rite of purification (1979) to enact the spiritual and psychological journey of a Black woman as she (re)connects with the African continent and the Caribbean on a cosmological level. A different sense of wandering and wondering is conveyed in Kym Ragusa’s Demarcations (1992) through mediations on how the trauma of rape leaves its inflictions on the body yet does not determine self-identity. African Women, U.S.A. (1980) by Omah Diegu further explores misogynoir and transnational complexities by addressing family, labour and gender power relations. Dreaming Rivers (1988) by Martina Attille reflects and recalls the ghosts of love, loss and kinship.

Together these short films pull, release and upsurge the histories, experiences and lives of Black women. Rather than merely presenting how they are viewed, particularly by the white gaze, these films - or memories - intervene in dominant Western cinematic aesthetics and redirect vision towards how Black women themselves view the structures, relations and intimacies of their lives. These five filmmakers look at the camera not for recognition, but to confront and impose their looking onto and against the camera.

It is this ambivalence to visibility and wildness to capture that led us to accompany the screening programme with the essay Why Black Cinema? (1987) by the late poet, writer, and social activist Toni Cade Bambara. The text and film programme will be discussed in an accompanying reading group at The Showroom. This follows our s ongoing work to both explore and host discussion framed by the intersectional relations between contemporary art practice and (Black) literary theory.

The programme is free to attend, although booking via Eventbrite will be essential. after which you will receive a link to watch the films online over full the screening programme weekend, Friday 28–Sunday 30 January 2022.

With thanks to each of the filmmakers and to distributors Cinenova, Third Worlds Newsreel, UCLA Film Archive and LUX.

About CAS

CAS is an interdisciplinary curatorial platform founded in 2013 that foregrounds archival research to facilitate institutional as well as public awareness and engagement with past and present artistic productions from the African continent and diaspora. Core to CAS’s work is creating access to these knowledge productions and artistic curricula, including hosting trans-geographical dialogues that centre critical pedagogies and decolonial paradigms to bring into focus the historiography, theory, and practices of Black cultural workers for exhibition projects and public programming.

About Awa Konaté

Awa Konaté is a London and Copenhagen based curator, researcher, and founder of CAS. Her curatorial practice foregrounds archives, decolonial thought, and interdisciplinary frameworks of artistic productions from the African continent and diaspora with a focus on lens-based practices. Konaté has worked with The Showroom and The Danish Film Institute to mention a few. Her writings have been published in Third Text, Phaidon, Paletten Art Journal, and more.

About The Showroom

The Showroom is a contemporary art space focused on collaborative and process-driven approaches to cultural production; be that art work, exhibitions, events, discussions, publications, knowledge and relationships, within its locality
 and beyond.

About Metroland Studio

A new site for research, experimentation and production, the new Metroland Studio residencies carry forward the core aims of Metroland Cultures to make new places for artists and art in Brent; and to build a legacy for the borough and its surrounding spaces, institutions and organisations.

28.01.2022 | por Alícia Gaspar | black cinema, black movies, cinema, culture, films, online events, online screening

Programa - Terra Batida

No âmbito da Feminist School de Rita Natálio com Teresa Castro e Alina Ruiz Folini. (Portugal / Argentina)

27 Jan 2022

Quin > 11H, 14H30, 17H

Salão Nobre Ageas | Entrada Livre*

Terra Batida é uma rede de pessoas, práticas e saberes em disputa com formas de violência ecológica e políticas de abandono, coordenada por Rita Natálio. Neste dia da Feminist School Terra Batida convoca as relações entre ecologia, transfeminismo e linguagem.

Haverá uma leitura performativa do artista e investigador Rita Natálio que propõe uma releitura de Lesbian Peoples: material for a dictionary de Monique Wittig e Sande Zeig (1976), uma conferência ecofeminista da investigadora em cinema e plantas Teresa Castro e uma performance da artista lésbica não binária Alina Ruiz Folini que se posiciona sobre a questão da escuta profunda, não só das propriedades sensoriais do som da voz, da respiração e das palavras, mas também das sensibilidades lésbicas e cuir.

11h – 12h30

RITA NATÁLIO (Portugal)

Leitura performativa de Spillovers, texto tátil também apresentado como um manual sexual ou um ensaio de ficção científica transfeminista.

14h30 – 16h

TERESA CASTRO (Portugal)

Conferência Ecofeminismo e a eclosão do biotariado que explora os entrelaçamentos prolíferos entre o militantismo e o pensamento eco-feministas e a eclosão duma classe biótico-social: o biotariado.

17h – 18h30

ALINA RUIZ FOLINI (Argentina)

Performance Ruído Rosa que surge do desejo de desierarquizar a relação entre ver-dizer-escutar, para abrir narrativas e mitologias a partir da imaginação oral.

* Mediante reserva para o email bilheteira@tndm.pt, até 48h antes da sessão. Sujeito à lotação disponível.

26.01.2022 | por Alícia Gaspar | feminist school, LGBTQI, teatro dona maria, Terra batida

Visita guiada | Mostra Mário Domingues

Anarquista, cronista e escritor da condição negra

14 jan. - 28 mar. ’22 │Sala de Referência | Entrada Livre | Biblioteca Nacional de Portugal

A mostra centra-se na obra de rebelião negra de Mário Domingues, jornalista, cronista e escritor, realizada com palavras, argumentos e uma história de coragem no Portugal de há um século. Nascido na antiga colónia portuguesa de São Tomé e Príncipe, a 3 de julho de 1899, Mário Domingues, com apenas 20 anos de idade, começou a escrever regularmente no diário anarcossindicalista A Batalha e noutros periódicos, e destacou-se como um dos primeiros a defender abertamente, em Lisboa, a independência das colónias portuguesas em África. São textos onde o jovem Mário Domingues, adotando a causa libertária, se manifestou contra a exploração dos trabalhadores, a dominação colonial, o racismo, a opressão sobre as mulheres e a tirania política do colonialismo moderno, em defesa da dignidade, da cultura e das organizações da população negra e africana.

«Colonização», publicado a 9 de setembro de 1919 em A Batalha, inaugurou um caminho de Mário Domingues no diário lisboeta, que o conduziu, nos últimos anos da Primeira República portuguesa, a ser a voz mais audível na esfera pública contra o racismo, pela emancipação dos negros e de oposição cívica e moral ao colonialismo português. Um caminho que percorreu como pôde e enquanto pôde, publicando um vasto conjunto de artigos e de obras de ficção, até à instauração da repressão às liberdades, da perseguição policial, administrativa e judicial e da imposição da censura oficial por parte do regime do Estado Novo de Salazar, que institucionalizou a ditadura e fortaleceu o projeto colonial uns anos depois do golpe militar de 28 de maio de 1926. 

Com a instituição do regime ditatorial de Salazar, seguiu na vida intrépida e insegura de subsistir da venda dos livros que escrevia. A extraordinária pseudonímia de Mário Domingues é sinal de um percurso empreendido num dos momentos mais decisivos da sua existência quando resolveu manter-se unicamente como escritor profissional, audácia que o terá levado a dissimular-se sob pseudónimos estrangeiros, com os quais assinou mais de uma centena de romances policiais e de aventuras extraordinárias.

A presente mostra traz a público, por meio de documentos, fotos e da reprodução de artigos de imprensa e de livros, a vida e obra de Mário Domingues, nas suas diversas facetas: a de grande expoente, durante a Primeira República, do movimento negro em Portugal e da oposição moral e política ao imperialismo e ao colonialismo português no jornal A Batalha; a de jornalista negro no Detective e no Repórter X; a de novelista e romancista; a de escritor de livros de aventura e evocações históricas. Voltar à história e às publicações de Mário Domingues pode alumiar as regiões obscurecidas do que ficou recalcado na memória e ajudar a compreender o âmago do que significou a dominação imperial moderna. Cerca de um século depois de terem sido escritos e difundidos, é tempo de os textos e de a figura de Mário Domingues serem conhecidos, discutidos e estimados.

José Luis Garcia (ICS |  Universidade de Lisboa)
Tânia Alves (ICS | Universidade de Lisboa)
José Neves (IHC|NOVA|FSCH)

25.01.2022 | por Alícia Gaspar | anarquista, biblioteca nacional de portugal, mário domingues, negritude, visita guiada

Ciclo Migrações - podcast por Marta Lança, 2018

Podcast Maria Matos - Teatro Maria Matos

41 - Ciclo Migrações: Ir ver do outro lado -

Neste episódio do Podcast Maria Matos, abordamos as migrações no mundo: quais as rotas, impulso para migrar, o securitarismo europeu e as desigualdades na mobilidade, as representações e narrativas sobre os migrantes, histórias de refugiados e algumas ideias soltas. Marta Lança, editora do BUALA, conversa com o sociólogo do Observatório de Emigração Rui Pena Pires, a ativista Rita Silva, o antropólogo José Mapril, a socióloga Raquel Matias e a realizadora Sinem Tassi.

Ouvir aqui o Podcast

 

42 - Ciclo Migrações:  Hospitalidade e hostilidade para com os imigrantes

Respondendo, em parte, à pergunta: “como tem sido a vivência de algumas comunidades imigrantes em Portugal?”, abordamos questões como a habitação, segregação espacial, acesso à cidadania, bilinguismo, preconceitos, auto-emprego e trabalho doméstico. Quisemos conhecer mais sobre a população caboverdiana, brasileira, bangladeshi e hindu. O podcast dá igualmente algumas pistas sobre a situação da emigração portuguesa nos últimos anos.

Sobre estes e outros assuntos, Marta Lança, editora do BUALA, conversa com a ativista Rita Silva, Beatriz Dias (dirigente da Djass), a professora Josefa Cardoso, a socióloga Raquel Matias, a psicóloga Cíntia de Paula, o antropólogo José Mapril e os sociólogos Nuno Ferreira Dias e Rui Pena Pires.

Ouvir aqui o Podcast

Excertos:

“Lisboetas”, Sérgio Tréfaut (2004)

“Provisional Figures Great Yarmouth” Marco Martins (2018)

Música:

“Alto Cutelo” Os Tubarões (Pépé Lopi, 1976)

“Filosofia” Bau (Inspiração, 1998)

“Arrasta Pé Alagoano” Hermeto Pascoal (Cérebro Magnético, 1980)

“Glória” Pixinguinha interpretado por Luperce Miranda (A música genial de Pixinguinha, 1980)

“Saudade” Maria Bethânia e Lenine (Tua, 2009)

“Voltei, voltei” Dino Meira (Voltei, 1993)

“Vim de longe” José Mário Branco (Ser solidário, 1982)

 

 

21.01.2022 | por Alícia Gaspar | beatriz dias, cíntia de paula, hospitalidade, imigrantes, josé mapril, josefa cardoso, Marta Lança, migrações, nuno ferreira dias, Portugal, raquel matias, rita silva, rui pena pires

«A Afirmação Negra» em Portugal através dos textos de Mário Domingues (1919-1928)

17.01.2022 | por Alícia Gaspar | afirmação negra, colonialismo, mário domingues, negritude, Portugal

Counter Image International Conference

Proposals may be academic, artistic or hybrid 

Open until March 31  

A blended experience    

Choose which way to participate

A virtual and on-site conference

Decolonizing visuality: working towards sustainable sociocultural practices

This edition of Counter Image International Conference (CIIC22) proceeds the work of unveiling the ways in which images operate within the power and knowledge structures and systems of truth which tend to constitute hegemonic historical narratives and marginalize or erase those that are conflicting or minoritarian.

Establishing counter narratives, counter archives and counter images is then a challenge to hegemonic social, cultural and political systems and a contribution to a much needed dialogue around themes that are difficult and complex, in view of a pluralist, diverse and balanced society. 

The scope of the conference includes, but is not limited to the following topics:

  • Colonial visual cultures and strategies for decolonization

  • Colonial and postcolonial photography and film

  • Museums and colonial heritage

  • Social sustainability and image practices

  • Counter-hegemonic narratives 

  • Visual Culture of the “colonial sciences”

  • Colonial cosmoramas, panoramas and other “ramas”

  • Archive dynamics in relation to counter-power and counter-memory

  • Artistic practices as resistance 

  • The use of vernacular images and processes in artistic production

  • Ecocriticism in visual practices

Check our website and send us a proposal

Frame do filme  O Festim [The Feast] (2021) by Soraya VasconcelosFrame do filme O Festim [The Feast] (2021) by Soraya Vasconcelos

The Counter Image International Conference is organized by EVAM, the Visual Studies and Media Archaeology Observatory of NOVA Institute of Communication Sciences  (ICNOVA) at NOVA FCSH, NOVA University of Lisbon. 

This 2nd edition of the CIIC hosts the final conference of the Photo Impulse research project.

 

17.01.2022 | por Alícia Gaspar | decolonizing visuality, international conference, socioculture practices, visual culture

Lugar de Cultura - Janeiro e Fevereiro 2022

Novo bloco da programação da Livraria Barata Lugar de Cultura.


17.01.2022 | por Alícia Gaspar | livraria barata, lugar de cultura, temos de falar

Voto Negro

Voto Negro é uma campanha de mobilização do voto que pretende combater a abstenção e a exclusão social e política dos afrodescendentes em Portugal.

Com o objetivo de aproximar a política de todos os cidadãos e relembrar que o voto é também um mecanismo de transformação social, o Voto Negro surge como um espaço de informação, onde será possível consultar as propostas de todos os partidos candidatos às eleições legislativas de 2022 no âmbito da discriminação e igualdade étnico-racial.

A equipa do Voto Negro pretende ainda contextualizar a situação dos direitos e integração dos Afrodescendentes em Portugal, recorrendo a estudos e pareceres nacionais e internacionais. 

Acreditamos que a sub-representação e marginalização dos afrodescendentes nos processos de decisão política pode ser combatida através do acesso à nacionalidade portuguesa. Assim, o Voto Negro pretende também informar, de forma clara e objetiva, quem está em condições de requerer a nacionalidade portuguesa, nomeadamente os novos perfis previstos na lei (após as últimas alterações de 2020) referentes a filhos de estrangeiros.

O Voto Negro é uma campanha apartidária que pretende contribuir para um voto informado e refletido, independentemente de preferências ideológicas. Nesse sentido, todos os programas eleitorais serão apresentados, tendo em conta as propostas que envolvam questões étnico-raciais.

Para alcançar o maior número possível de eleitores informados nas próximas eleições legislativas de 30 de janeiro de 2022, pedimos o vosso apoio e divulgação das páginas Voto Negro no Instagram e Facebook, onde iremos publicar todos os conteúdos.

https://www.instagram.com/votonegro2022/

https://www.facebook.com/votonegro2022

Muito obrigada, A equipa Voto Negro

 

 

13.01.2022 | por martalanca | democracia, Voto Negro

Lançamento do livro "A vitória é hoje. A minha relação com a Paralisia Supranuclear Progressiva"

Centro Cultural Português do Mindelo 

15 de Dezembro de 2021 às 15H

 

14.12.2021 | por Alícia Gaspar | Ana Cordeiro, André corisco tolentino, centro cultural português do mindelo, convite, germano almeida, lançamento de livro, literatura, Mindelo, paralisia supranuclear progressiva

NOVOS vs. SNBA - 100 Anos da polémica que abalou a arte

Há cem anos os modernistas fartaram-se dos “botas-de-elástico” da Sociedade Nacional de Belas-Artes e passaram ao ataque. Almada, Pacheko e Ferro deram guerra sem tréguas. O colóquio NOVOS vs. SNBA explica tudo.


17 DEZEMBRO 2021 LISBOA SEXTA-FEIRA

FACULDADE DE BELAS-ARTES > 10h15 - 12h45 

SOCIEDADE NACIONAL DE BELAS-ARTES > 15h15 - 18h15

2021 É UM ANO INTENSO em centenários culturais e políticos: Diário de Lisboa, revista Seara Nova, Partido Comunista Português, Noite Sangrenta.
Mas há outro acontecimento – nas artes – que não se pode ignorar: a Questão dos Novos e o respectivo Comício dos Novos. Foi o mais violento debate artístico e intelectual desde o escândalo da revista Orpheu em 1915. 

Tudo começou quando a Sociedade Nacional de Belas-Artes (SNBA) não aceitou o pintor modernista Eduardo Viana na exposição anual da casa, importantíssima na promoção comercial de artistas. Em reacção, alguns nomes da linha- da-frente – à cabeça José Pacheko e Leitão de Barros – lançaram uma proposta de 180 novos sócios, tentativa de takeover da SNBA rechaçada pelos chamados “botas-de-elástico” que dominavam a instituição presidida pelo escultor Francisco dos Santos. Os “inimigos” eram os da arte naturalista, herdeira da tradição. Os jornais encheram páginas com o assunto, conhecido como Questão dos Novos.

A polémica agravou-se e a vanguarda subiu o tom. Em Dezembro desse 1921 organizou no Cinema Chiado Terrasse um ataque inflamado: o Comício dos Novos. Discursaram, entre muitos, Almada Negreiros, António Ferro Raul Leal. A sala rebentou pelas costuras. O universo da arte portuguesa atingiu ali um ponto de não-retorno.
A SNBA manteve-se impenetrável mas os modernistas continuaram a agitação. Em 1925 o público já não podia ignorá-los, fosse pelas suas obras que passaram a decorar o café Brasileira do Chiado e o Bristol Club ou as exposições em espaços alternativos.

NOVOS vs. SNBA é um encontro inédito que analisa ao pormenor todo o conflito, com investigadores da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa e do Instituto de História da Arte da Universidade Nova (www.novos21.pt/programa).

Nas sessões da manhã, na Faculdade de Belas-Artes de LisboaCristina Azevedo Tavares explica a vida e orgânica da SNBA e como se chegou à polémica. Mariana Pinto dos Santos aborda Almada Negreiros e o que o opôs a Leal da Câmara no Comício dos Novos. Paula Ribeiro Lobo escrutina a participação de António Ferro. Fernando Rosa Dias explora a presença dos intelectuais e artistas do Algarve na questão. 

À tarde, na SNBA, João Paulo Queiroz fala de como o processo levou mais tarde à renovação da instituição. Joana da Cunha Leal e Begoña Farré Torras falam de um evento paralelo e importante em 1921: a Exposição de Arte Catalã. João Macdonald desvela um manifesto esquecido do jornalista Augusto d’Esaguy. Raquel Henriques da Silva e Inês Silvestre recentralizam o tema dos painéis da Brasileira do Chiado.

O colóquio NOVOS vs. SNBA será convertido em livro em 1922, juntando todas as comunicações e também vasto material da época - recortes de jornais, fotografias, obras de arte - produzido durante a Questão dos Novos.

WWW.NOVOS21.PT

10.12.2021 | por Alícia Gaspar | almada negreiros, António ferro, colóquio, faculdade de belas artes, Raul leal, Sociedade nacional de belas-artes

ANGOLA DEGREDO SALVAÇÃO - Defesa de Dissertação

Possibilidades, agência, quimera: Angola na imaginação e na ação portuguesa c. 1900 

Autor: Nuno Milagre

RESUMO

Após a independência do Brasil, Angola ocupou a posição de colónia primeira e principal, pivô do sistema colonial português. A sua enorme dimensão e potencial gerou expectativas em torno do impacto que a transferência de recursos poderia vir a ter em Portugal. Nesta dissertação identificam-se fatores da conjuntura geopolítica e decisões da política ultramarina portuguesa que nas últimas décadas do século XIX reforçaram o valor diferencial de Angola por comparação com as outras colónias africanas.

Partindo deste lugar principal ocupado por Angola, esta dissertação discute a eficiência da agência portuguesa para a rentabilização da colónia com aproveitamento da metrópole, concentrando o objeto de estudo entre 1892 e 1903. Fazemos o levantamento de algumas das imagens que povoavam o imaginário metropolitano sobre Angola, produzindo atração e repulsa pela colónia e gerando condicionantes à agenda e à agência portuguesa em Angola. Confronta-se o envio de degredados para a colónia com a expectativa que essa mesma colónia viesse a gerar riqueza para a salvação de Portugal. Analisa-se a discussão sobre a concessão do Caminho de Ferro de Benguela a um britânico, custos e benefícios de concessionar o progresso de Angola ao capital estrangeiro.

Identifica-se a justificação e a função de dois discursos contraditórios: o que sobrevalorizava o grau de implantação portuguesa em Angola e o que declarava a fragilidade da sua colonização. A investigação sobre as formas de uso de Angola para benefício português, fez questionar a validade do estafado mote que preconizava o «desenvolvimento material das colónias» como princípio geral da política colonial portuguesa.

Palavras-chave: Portugal, Angola, degredo, agência colonial, ferrovias, emigração, concessões ultramarinas

FCSH, Av de Berna, 26C, Torre B, 2º andar, sala B211
Sexta-feira, 10 de dezembro, às 15h


04.12.2021 | por Alícia Gaspar | agência colonial, angola, concessões ultramarinas, defesa de dissertação, degredo, emigração, ferrovias, Portugal

Maio Doc - Ciclo de Cinema Documental

De 1 a 7 de Dezembro 

Enquadrado num futuro simpósio que pretende impulsionar uma reflexão sobre os processos do colonialismo português, o Maio Doc vem trazer visualidades e distintas abordagens ao debate sobre este grande capítulo da história de África e da Europa. A seleção de filmes tem como denominador comum o âmbito colonial mas expande-se para assuntos ligados aos processos de contacto, de ocupação, de violência, às relações germinadas por este nó da história que se impregnou no nosso quotidiano. 

Em Portugal tornou-se senso-comum branquear a História ou naturalizar a violência, repetindo narrativas fundadoras de uma certa ideia de Portugal (o país dos Descobrimentos, do colonialismo brando, da lusofonia, etc) que, felizmente tem sido disputadas, debatidas e desconstruídas, por exemplo lembrando os aspetos trágicos da expansão ultramarina, como a escravatura e a devastação de culturas e de recursos, os danos do colonialismo mais recente e o processo de descolonização. Por mais vozes críticas que existam, desde sempre mas agora com mais vigor no debate público, as histórias atenuadoras, revestidas de feitos gloriosos de um povo aventureiro, muitas vezes capitalizadas para o turismo, continuam a não permitir pensar a fundo o impacto de tudo isto.

As consequências das continuidades da ampla e violenta história colonial portuguesa, sobretudo o racismo que incide sobre a população negra e cigana, são relativizadas e inclusive negadas. No entanto, p espaço para debater e agir em torno da descolonização da sociedade portuguesa e das cidades está em curso. As vozes pós-coloniais (num sentido alargado que integra vários momentos e teorias) e anti-racistas têm-se fortalecido na arte, na academia e no debate público, como resultado do persistente trabalho de coletivos, de iniciativas institucionais ou independentes mas, sobretudo, por parte do activismo de sujeitos racializados
O passado inscreve-se no imaginário colectivo frequentemente regido por poderes públicos e sustentado pelos meios de comunicação e de transmissão. Ou seja, o passado é selecionado e reinterpretado segundo as sensibilidades culturais, as interrogações éticas e as conveniências políticas do presente, transformando-se em memória coletiva. Assim, os debates em torno da memória são tensos, porque ligados aos anseios da atualidade, às expectativas do futuro e ao desvelar de histórias memorizadas ou silenciadas. 

Como escreve o filósofo camaronês Achille Mbembe em Brutalisme “o dever de restituição e de reparação [são] os primeiros passos para uma verdadeira justiça planetária”. Assim, propomos estes filmes para acrescentar pontos de vista às ramificações da memória colonial ao debate a partir de Cabo Verde. MOIA, último filme que Ruy Duarte de Carvalho fez, filmado em Cabo Verde, “é uma indagação dos traços de uma crioulidade sedimentada numa dinâmica africana, atlântica e lusófona.” Passamos pelo Independência, da promissora Geração 80 de Angola, que conta entre tantos testemunhos a dificuldade e conquistas da luta anti-colonial. A arte que faz mal à vista interpela a estátua de Padre António Vieira, erguida em Lisboa em 2017, inscrevendo-se no intenso debate sobre monumentos e memorialística imperial.

O realizador belga Matthias De Groof problematiza, em Palimpseste du Musée d’Afrique, a tentativa de descolonizar um símbolo colonial por excelência: o Museu Real da África Central, em Tervuren, Bélgica, que inaugurou como AfricaMuseum em 2018 após cinco anos em remodelações. Em A Story for Africa Billy Woodberry anima, numa narrativa sonora e visual, o arquivo fotográfico destinado a comprovar a conquista do território Cuamata, através da trágica história do soba Calipalula, essencial ao desenrolar desta campanha de pacificação do início do século XX que parecem imagens do século XVII. Vamos ainda aos tempos pós-independência com o filme Yvone Kane, de Margarida Cardoso, onde a figura de uma ex-guerrilheira e ativistade grande determinação é pretexto para se indagar as causas revolucionárias e os anseios de mudança, assim como as relações Europa-África. O filme de Ariel de Bigault desbrava um vasto arquivo audiovisual do colonial desvendando “máscaras da violenta dominação colonial, que ainda hoje assombram as memórias. A dinâmica de contrastes entre as imagens e as atitudes revela interrogações muito actuais.” E é muito interessante quando os atores Orlando Sérgio e Ângelo Torres questionam a falta de protagonismo dos negros e o “fora de campo”. Será nestes insinuações e pontos não tão conhecidos das memórias coloniais, anti e pós, que nos interessa debate e inscrever novas memórias com o que o público cabo-verdiano tem a dizer. 

15º Maio Doc – CICLO DE CINEMA DOCUMENTAL

Curadoria Marta Lança
Centro Cultural Português do Mindelo, Sala José Afonso

PROGRAMAÇÃO

Dia 4 - 18h30

Fantasmas do Império, Ariel de Bigault (Portugal, França 2020), 112’

Dia 5 - 18h30

Independência, de Mário Bastos (Angola 2015) 110’

Dia 6 - 18h30

A Arte que faz mal à vista, de Pedro Neves Marques (Portugal 2018) 18’49

A Story from Africa, de Billy Woodberry (EUA 2019) 33’

Palimpseste du Musée d’Afrique, de Matthias De Groof (Bélgica 2019) 69’

Dia 7 - 18h30
Yvone Kane - Margarida Cardoso (Portugal, 2014) 118’

Dia 08 - 18h30
MOIA: o recado das ilhas, de Ruy Duarte de Carvalho (Portugal, Cabo Verde 1989) 62’

SINOPSE MOIA: o recado das ilhas, de Ruy Duarte de Carvalho (Portugal, Cabo Verde, 1989) 62’ “Ficção poética mais que ficção dramática, MOIA é uma indagação dos traços de uma crioulidade sedimentada numa dinâmica africana, atlântica e lusófona.

O perfil e o percurso da protagonista, a convergência das muitas componentes que podem perturbar e reordenar os fundamentos de uma identidade que tende a exceder as categorias políticas, geográficas e históricas. Assim é que a circunstância insular e a exuberância vulcânica da terra e da expressão Cabo-verdianas acolhem as inquietações personalizadas de uma insularidade psicológica e social que veicula o eco de uma África que leva às suas últimas consequências o confronto shakesperiano entre Próspero e Caliban. Uma indagação cinematográfica acerca de tal ordem de emoções não poderia dispensar o recurso ao fantástico, ao delírio e ao arrojo poético. É disso que se faz qualquer futuro. A mestiçagem traduzida em planos.”
Ruy Duarte

Independência, de Mário Bastos (Angola 2015) 1h 50’ A 11 de Novembro de 1975 Angola proclamou a independência, 14 anos depois do início da luta armada contra o domínio colonial português. O regime de Salazar recusava qualquer negociação com os independentistas, aos quais restava a clandestinidade, a prisão ou o exílio.

Quando quase toda a África celebrava o fim dos impérios coloniais, Angola e as outras colónias portuguesas seguiam um destino bem diferente. Só após o golpe militar de 25 de Abril de 1974 ter derrubado o regime, Portugal reconheceu o direito dos povos das colónias à autodeterminação. Os anos de luta evocados em “Independência” determinaram o rumo de Angola após 1975. Opções políticas, conflitos internos e alianças internacionais começaram a desenhar-se durante a luta anti-colonial. As principais organizações (FNLA e MPLA e, mais tarde, UNITA) nunca fizeram uma frente comum e as suas contradições eram ampliadas pelo contexto da Guerra Fria. A independência foi proclamada já em clima de guerra, mas com muita emoção e orgulho, como é contado no filme.

A Arte que faz mal à vista, de Pedro Neves Marques (Pt 2018) 18’49 Lisboa é uma cidade em mudança. À medida que jovens afrodescendentes assumem o seu direito à cidade, assiste-se a um intenso debate sobre monumentos e símbolos públicos que lembrem o passado colonial de Portugal. No Outono de 2017, deu-se um confronto entre um protesto pacífico e grupos neonazis frente a uma estátua recentemente erguida em memória de Padre António Vieira, representado num gesto de conversão com três crianças indígenas aos pés.

Palimpseste du Musée d’Afrique, de Matthias De Groof (Bélgica 2019) 69’ Em 2013, o Museu Real da África Central (Bélgica) fecha para renovações. É uma oportunidade para conferir uma visão moderna à existência e à missão do museu. O processo de descolonização leva a discussões acesas. É preciso colocar questões fundamentais: quem está a olhar para quem? E está-se a contar a história de quem?A Story from Africa, de Billy Woodberry (EUA 2019) 33’Na sequência da resolução da Conferência de Berlim de 1885 quanto à divisão de África, o exército português usa um oficial talentoso para registar a ocupação efectiva do território conquistado em 1907 ao povo cuamato, no sul de Angola. A Story from Africa dá vida a este arquivo fotográfico raramente visto através da história trágica de Calipalula, o fidalgo cuamato que foi decisivo no desenrolar dos eventos desta campanha de pacificação portuguesa.

Yvone Kane - Margarida Cardoso (Portugal, 2014) 118’ Depois de uma tragédia que lhe roubou a vontade de viver, Rita decide voltar a África, ao país onde cresceu, e reencontrar Sara, a sua mãe. Enquanto Sara vive os últimos dias da sua vida procurando encontrar um sentido para o seu passado, Rita decide investigar o percurso de Yvone Kane, uma ex-guerrilheira e ativista política cuja coragem e determinação marcou várias gerações e cuja morte nunca ficou esclarecida. Porém, apesar dos esforços, nenhuma das duas parece conseguir a redenção de que necessita?

 

Fantasmas do Império, Ariel de Bigault (Pt, Fr 2020), 112’ Fantasmas do Império explora o imaginário colonial no cinema português desde o início do século XX… 100 anos de cinema. Às imagens e narrativas que sustentam o enredo imperialista, contrapõem-se filmes e olhares de cineastas de várias gerações assim como pontos de vista de pesquisadores e testemunhas. Desvendam-se ficções e mitos, máscaras da violenta dominação colonial, que ainda hoje assombram as memórias. A dinâmica de contrastes entre as imagens e as atitudes revela interrogações muito atuais.

03.12.2021 | por Alícia Gaspar | a arte que faz mal a vista, a story from africa, Africa, centro cultural português do mindelo, Cinema Documental, Fantasmas do Império, independência, maio doc, Mindelo, palimpsest, Portugal, Yvone Kane

Webinar 'Epistemologies of vision in the colonial visual archive'

 2ª Conferência Internacional dos Africanistas Ocidentais, 1947, Bissau. @Coleções de Fotografia do IICT , INV. ULISBOA-IICT-MAEG31921 2ª Conferência Internacional dos Africanistas Ocidentais, 1947, Bissau. @Coleções de Fotografia do IICT , INV. ULISBOA-IICT-MAEG31921

O projeto Photo Impulse convida todos e todas a participar na série de webinários que debate as culturas visuais coloniais e pós-coloniais.

Próximo webinário dia 7 de dezembro às 14:30
Sessão em português

Passados com presente: o projeto ECHOES e as descobertas que nos trazem as historias de vida em cidades entrelaçadas pela historia colonial

Por Lorena Sanches Querol

Terça-feira, 7 de dezembro às 14: 30

ECHOES aborda um dilema urgente para a Europa contemporânea: o facto de que, embora a história dos impérios e do colonialismo constitua um passado europeu compartilhado, esse passado permanece estranhamente silenciado nas narrativas oficiais sobre a “herança” europeia. ECHOES defende que a UE necessita urgentemente, não apenas de reconhecer este dilema, mas também de o incluir de forma critica, reflexiva e coletiva no centro da sua identidade.

O reconhecimento plural e polissémico do patrimônio colonial torna-se ainda mais necessário à medida que a UE opera em contextos, relações e geografias cada vez mais globais, onde seu “deficit” contínuo para aceitar o colonialismo como parte da história europeia colide com o “excedente” palpável do colonialismo. Com base na experiência de uma equipe internacional de académicos/as, ECHOES explora um conjunto de ações culturais e criativas comprometidas com o legado colonial - em cidades europeias e não europeias ainda imbuídas de múltiplos traços do passado colonial - para identificar novas práticas patrimoniais coletivas.

Através da diplomacia científica colaborativa entre cidades e da criação de novos vínculos e parcerias com artistas, museus e grupos cívicos, o projeto promove novos diálogos interculturais com base em entendimentos descoloniais das relações coloniais.  O GT4 ‘Cidades Entrelaçadas’, explora fenómenos relacionados com o património cultural em cidades ligadas por uma história colonial partilhada. O par Rio de Janeiro-Lisboa ajuda-nos a perceber a incontornável relação entre passado e histórias coloniais, paisagens urbanas contemporâneas, memória social e debates públicos em torno de narrativas, de objetos e de espaços que têm materializado essa relação ao longo do tempo até hoje.

URL ECHOES: http://projectechoes.eu/

URL WP4: https://echoes.ces.uc.pt/

Photo Impulse é um projeto de investigação financiado pela FCT e desenvolvido no ICNOVA - Instituto de Comunicação da Nova, at Nova FCSH, Lisboa, Portugal.

Link para a sessão Zoom

Lorena Sanches Querol

É investigadora em Museologia Social no Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra (CES-UC), e Professora no Mestrado em Património Cultural e Museologia (FLUC-UC). Doutorada em Museologia no âmbito do projeto “Celebration of Coastal Culture” (PT0019/EEA-GRANTS, 2007-09) e Pos-Doutorada em Gestão Participativa em Museus pelo CES-UC. 

Entre os ultimos projetos realizados destacam-se: “SoMus: A Sociedade no Museu” (2014-2019), onde a identificação, análise e sistematização de práticas inovadoras de “participação cultural” permitiu definir novos modelos de gestão participativa em 4 museus europeus; “Creative Tourism Destination Development in Small Cities and Rural Areas, CREATOUR (P-2020) onde integrou a equipa coordenadora para desenvolver a primeira rede nacional de destinos e projectos de turismo criativo, ajudando a implementar boas práticas colaborativas; “European Colonial Heritage Modalities in Entangled Cities (ECHOES), H-2020 onde coordenou junto com Paulo Peixoto a equipa do CES entre 2018 e 2021 no âmbito do WP4 sobre cidades entrelaçadas pela historia colonial e, mais concretamente, um estudo comparativo sobre práticas de educação decolonial em museus nacionais no Brasil e em Portugal.

URL: https://www.ces.uc.pt/pt/ces/pessoas/investigadoras-es/lorena-sancho-quero

 

03.12.2021 | por Alícia Gaspar | cultura visual, ECHOES, Epistemologies of vision in the colonial visual archive, legado colonial, pós-colonialismo, União Europeia, webinar

Visita Guiada - Ilha dos Negros

 

A Ilha dos Negros

 
Visita guiada de autocarro e caminhada de 10 km pela reserva natural do sado em memória e tributo aos vários povos africanos que por lá passaram.

Esta região com uma ancestral presença de vários povos africanos (tropas romanas compostas por africanos, mouros e seus califados africanos de marrocos e região da senegambia, e pessoas escravizadas da região da guiné e angola). Esta zona do Sado e as suas aldeias são das áreas que conservam na genética, gastronomia, arquitetura e toponímia, a memória dessa herança africana de vários estratos e condições sociais. Associados maioritariamente ao cultivo do arroz, recolha do sal e trabalho no desmatamento da floresta.

A visita é acompanhada pelos livros técnicos promovidos pela associação e realizados por vários escritores e historiadores como António Chainho, e Isabel Castro Henriques.A caminhada como potenciador de saúde nestes períodos difíceis de confinamento, em contacto com a natureza, de formaespiritual como as primeiras migrações humanas também o foram.
 

Gratuito para elementos BYP, custo de 25eur/pessoa não BYP, inclui refeição no final da caminhada. Devem trazer impermeável, calçado e roupa apropriada e pequeno snack com garrafa de água.
 

Sábado 11 de dezembro
 

8h30 - Pavilhão Carlos Lopes, junto à estação de metro parque, na avenida antonio augusto aguiar em Lisboa.

10h00 - Paragem em 2/3 aldeias do concelho de Alcácer do Sal acompanhados de um historiador local 

11h00 – Início de caminhada de 10km (nível médio) ao longo do estuário do sado, dos arrozais, e da natureza agro florestal composta maioritariamente por sobreiros.

13h30 – Término da caminhada, São Mamede

13h45 – Almoço em restaurante local (Gastronomia afro portuguesa como arroz de cabidela, torresmo, cozido à portuguesa ou outra local)17h30 – Chegada a Lisboa, pavilhão Carlos Lopes

Obrigatório o uso de máscara no autocarro ou outras medidas que venham a ser indicadas pela DGS.

O evento poderá ser filmado e fotografado pela associação

Inscrevam-se com indicação de nome e telemóvel para: batotoyetu@gmail.com

Segue o link do evento no facebook: https://fb.me/e/1nsX4q1Xj

 

02.12.2021 | por Alícia Gaspar | ancestralidade, angola, batoto yetu portugal, Guiné, ilha dos negros, lisboa, memórias, recordar, são Mamede, visita guiada

Leituras de Eduardo Lourenço - Webinar 3 de Dezembro

O Centro de Estudos Ibéricos, vinte anos após o Professor Eduardo Lourenço ter lançado a ideia seminal que levou à sua criação, honra a memória do seu mentor, patrono e Diretor Honorífico com a promoção do Projeto “Leituras de Eduardo Lourenço”.

Coordenado por António Pedro Pita (Universidade de Coimbra), Margarida Calafate Ribeiro e Roberto Vecchi (Centro de Estudos Sociais e Cátedra Eduardo Lourenço, Universidade de Bolonha) e Rui Jacinto (Centro de Estudos Ibéricos e CEGOT-Universidade de Coimbra).

Assumindo a obra de Eduardo Lourenço como elemento agregador, o Projeto pretende gerar um movimento cultural de discussão e (re)leitura crítica do seu legado, assim como promover a reflexão de um pensamento vasto e labiríntico através de múltiplas iniciativas.

O seminário de 3 de dezembro, em versão webinar, contará com as participações de: 

Apresentação e moderação: António Pedro Pita (Universidade de Coimbra)

Intervenções de: Maria Odete Semedo (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa da Guiné Bissau) e de Vincenzo Russo (Università di Milano).

30.11.2021 | por Alícia Gaspar | António Pedro pita, centro de estudos ibéricos, leitura, literatura, Margarida Calafate Ribeiro, professor Eduardo Lourenço, Roberto vecchi, rui jacinto, webinar