Projecto Cinecaravana "Hortas Di Pobreza" a chegar à Guiné-Bissau

O projecto CineCaravana consiste em levar a produção recente Hortas Di Pobreza, a cidades, vilas e aldeias da Guiné-Bissau, longe das salas de cinema, apresentando o filme de forma gratuita e aberta a toda a população. O filme Hortas Di Pobreza é uma produção independente que retrata a realidade social e económica da produção e comercialização de caju, produto que envolve a maior parte da população rural da Guiné-Bissau.
A partir da leitura do filme, e ao longo de um período de 22 dias de CineCaravana, colocamos ao dispor das populações um contínuo ciclo de debates e reflexão com o público a respeito das questões retratadas no documentário. Tendo projectado o filme e realizado sessões de discussão sobre as suas principais problemáticas – o comércio justo e a segurança alimentar – em Portugal e no estrangeiro, consideramos essencial que tanto o filme como o debate e reflexão nele subjacentes regressem onde serão mais necessários: o mundo rural guineense, local que deu corpo e alma ao filme.
Os objectivos centrais do projecto CineCaravana desdobram-se em duas áreas fundamentais: a área cultural e a área de intervenção e desenvolvimento local.

No domínio cultural, é nossa intenção levar cultura sob a forma de cinema a populações que não têm acesso a este tipo de arte, num país em que a única sala de cinema existente (em Bissau) fechou na década de 1990. É de igual importância o facto de o filme projectado ser na língua mãe das populações locais – o crioulo – cuja influência na cultura cinematográfica é praticamente inexistente. Espera-se que a projecção de um filme em crioulo possa ainda valorizar as produções locais e dinamizar a apetência para futuras obras nesta língua, normalmente marginalizada, apesar de ser a que une o povo guineense e a única que é compreendida por quase toda a população.
No âmbito da intervenção e desenvolvimento local, pretende-se acima de tudo motivar a uma reflexão conjunta sobre os destinos da população e agricultura locais, tendo em vista a possibilidade de empoderamento dos produtores locais. Discutir formas de organização de produtores e articulações com intervenientes ligados ao comércio justo poderiam ser primeiros passos importantes para uma melhoria significativa na justiça do comércio local e na segurança alimentar das populações.
Não podemos prever que resultados poderão advir destas reflexões comuns, mas antecipamos que a facilitação e promoção deste pequeno “fórum social” estimule a reflexão e o debate em conjunto, essenciais para poderem juntos definir linhas de acção e reflexão sobre os seus problemas comuns.

04.03.2013 | por martalanca | Guiné Bissau

Music from Saharan Cellphones. Vol 1 and Vol 2

Em 2010, depois de longas viagens no Mali e na Mauritânia, Chris Kirkley apresentou “Music from Saharan Cellphones. Vol 1”. Uma gravação em K7 rapidamente se tornou viral. Depois disso, Christopher Kirkley lançou o volume 2 da mesma colecção e ainda um album remix Music for Saharan cell phones.

«Ce qui m’a passionné c’est la métaphore d’un Internet à pied. Les échanges de téléphone à téléphone ont créé un peer-to-peer physique, un réseau d’échanges libres qui fait réfléchir sur la façon dont, en Occident, la course au copyright a verrouillé la culture. Nos idées sur la circulation de la culture dématérialisée sont les mêmes qu’à l’époque du phonographe, alors qu’ici, tout est très différent. Au Sahel, l’échange est roi.» 

ver +: http://sahelsounds.com/

http://atelier.rfi.fr/profiles/blogs/christopher-kirkley

http://www.ecrans.fr/Le-Sahel-en-musicolor,16032.html

uma dica de RFC

04.03.2013 | por franciscabagulho | internet, mali, mauritania, música

Colóquio "Movimento e Mobilização Técnica"

“Movimento e Mobilização Técnica” começa já no Sábado dia 9

04.03.2013 | por martalanca | corpo, movimento

projecto Baldio - Performance Studies

Baldio  – Terreno público usado e fruído por uma comunidade local.

espaço onde se ensaia uma abordagem interdisciplinar (cruzando entre as artes, as ciências sociais e as humanidades), teórico-prática (encarando a arte como forma de criar mundo) e politicamente comprometida (não partindo do princípio da neutralidade da ciência e da arte) a que se dá o nome de Estudos de Performance (Performance Studies).

InDirecções Generativas é um encontro internacional de artistas e investigadores em Estudos de Performance apoiado pelo programa de Regional Clusters da Performance Studies international – Psi (www.psi-web.org), que terá lugar de 5 a 8 de Setembro de 2013, em Montemor-o-Novo no Espaço do Tempo e em Lisboa no Teatro Maria Matos, no dia 10 de Setembro.

Investigando a relação entre “formas de vida”, arte, sociedade e política, Indirecções Generativas visa explorar as potencialidades que o campo dos Estudos de Performance oferece na abertura de um espaço crítico situado entre as Ciências Sociais, as Humanidades e a Arte, dando voz a epistemologias contra hegemónicas e unindo teoria e prática. Indirecção torna-se, assim, um campo magnético que se move entre a teoria e a prática, desafiando fronteiras disciplinares para questionar formas de receber o campo dos Estudos de Performance em Portugal.

O modus operandi deste evento internacional será a ideia de hospitalidade, um fazer entre todos, construindo assim um diálogo cujas fronteiras serão necessariamente alargadas. Interrogamo-nos como receber os Estudos de Performance neste momento em Portugal, problematizando o contexto de onde vimos e as possibilidades produtivas do que poderemos ser.

InDirecções Generativas |  PSi Regional Research Cluster
Montemor-o-Novo, Portugal, 5 a 8 de Setembro 2013 | Lisboa, 10 de Setembro

Equipa
Curadoria: Ana Bigotte Vieira, Ana Pais, Ricardo Seiça Salgado
Participação na primeira fase do projecto: Pedro Manuel, Manuel Henriques
Participantes: Ana Mira, AndLab, André Lepecki, Beatriz Cantinho, Buala, Deborah Kapchan, Ghost, PSi regional cluster in Athens, Iris Van Der Tuin, José Alberto Ferreira, Maaike Bleeker, Nicholas Ridout, Paulo Raposo, Pedro Manuel, Rita Valente, Silvia Pinto Coelho, Susana Mendes Silva, StressFM, Teresa Fradique, Vera Mantero, Verónica Metello + entre 12 e 16 participantes escolhidos por candidatura.
Produção e Comunicação: Beatriz Cantinho, Pedro Pires

Organização: Baldio

Co-produção: PSi, Espaço do Tempo, Maria Matos – Teatro Municipal, Re.al

02.03.2013 | por martalanca | Baldio, Performance Studies

1º Festival Internacional de Fotografia de Belo Horizonte – FIF-BH

Convocatória internacional aberta a partir desta segunda-feira, 4 de março, selecionará artistas para a exposição da 1ª edição do festival, que será realizado de 12 de julho a 6 de agosto, na capital mineira

A capital mineira será um polo de discussão e reflexão sobre a imagem fotográfica no Brasil e no mundo durante o Festival Internacional de Fotografia de Belo Horizonte - FIF-BH. A primeira edição do evento, que será bienal, promoverá uma grande exposição internacional, leituras de portfólio, oficinas e palestras, além de uma Maratona Fotográfica, na qual fotógrafos profissionais e amadores deverão desenvolver trabalhos autorais na cidade. A programação ficará concentrada no período entre 12 e 21 de julho, à exceção da exposição, que se estenderá até 6 de agosto.

Idealizado e coordenado por Bruno Vilela e Guilherme Cunha, o 1º FIF-BH tem ainda a curadoria de Eduardo de Jesus, membro-diretor da Associação Cultural Videobrasil (São Paulo/SP), doutor pela ECA-USP (Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo) e professor de pós-graduação da Faculdade de Comunicação e Artes da PUC Minas (Belo Horizonte/MG). Esta edição do festival é patrocinada pelo Sesi (Serviço Social da Indústria), uma iniciativa da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

O tema deste FIF-BH é Espaços Compartilhados da Fotografia, traduzindo os objetivos principais dos curadores, que são absorver a produção de diferentes lugares do mundo e ultrapassar os limites da fotografia, indo ao encontro de outras linguagens artísticas. “O FIF é um festival mais voltado para as poéticas visuais do que para a tecnicalidade. Mantém o respeito pela tradição da fotografia, mas privilegia o pensamento sobre o campo expandido da imagens, que explora a fotografia em diálogo com diversas outras mídias e plataformas de expressão sensível”, explica Guilherme.

Convocatória

A abertura da convocatória para a exposição internacional lança oficialmente o 1º FIF-BH, nesta segunda-feira, 4 de março. Com curadoria de Patrícia Azevedo, artista e professora da EBA-UFMG (Escola de Belas-Artes da Universidade Federal de Minas Gerais) e do curador do FIF-BH Eduardo de Jesus, a mostra coletiva não terá um tema específico e será construída a partir dos trabalhos inscritos.

Serão aceitas propostas de trabalhos em fotografia, nos seus mais diversos aspectos e plataformas experimentais, que se relacionem com o universo das artes visuais e que possam ser impressos em papel, projetados ou exibidos por meio de mídia eletrônica (televisores e/ou monitores).

Para se inscrever, os artistas deverão apresentar uma série de cinco a oito imagens, ficha técnica e um texto com a descrição do trabalho proposto, além de currículo e portfólio, sendo que todos os arquivos solicitados não deverão ultrapassar 10 MB. O edital pode ser consultado no site do festival (fif.art.br), que tem uma versão em inglês (en.fif.art.br).

As inscrições para a exposição estarão abertas de 4 de março até 20 de maio (23h59 GMT) de 2013, a artistas brasileiros e estrangeiros. São gratuitas e devem ser feitas exclusivamente online, pelo site do festival www.fif.art.br. O anúncio dos selecionados está previsto para junho.

A exposição será montada no espaço cultural CentoeQuatro, com irradiações para estações do metrô, e ficará aberta à visitação gratuita entre 12 de julho e 06 de agosto.

Demais atividades

Instalado em um prédio tombado do Conjunto Arquitetônico da Praça da Estação, no centro da capital mineira, o CentoeQuatro será a principal sede do 1º FIF-BH, que também promoverá atividades nas ruas e outros espaços públicos da cidade, como cafés e universidades.

Em abril, serão abertas as inscrições para leituras de portfólio, oficinas e para a Maratona Fotográfica, atividades que irão se concentrar no período entre 12 e 21 de julho.

mais contactos:  Débora Fantini press@fif.art.br

(31) 3234-6135 home office  (31) 8873-2003 celular Oi

02.03.2013 | por martalanca | Belo Horizonte, fotografia

"Ocupações Temporárias Cabo Verde"

As “Ocupações Temporárias Cabo Verde” decorrerão na cidade do Mindelo entre 7 e 21 de Março e são a primeira realização desta iniciativa fora do espaço onde inicialmente foram criadas.

A proposta feita aos artistas, em tudo idêntica à que foi formulada aos artistas de Maputo, é de ocuparem o espaço público da cidade, refletindo sobre uma temática específica, sujeitando os seus objetos artísticos às condições do espaço ocupado, tornando-os alvo de uma visibilidade que vai para além dos habituais “consumidores” de exposições.

Um percurso entre a Gare do Porto Grande e a Praça Estrela acolherá as seis ocupações que se apresentam em espaços que não são os que formal e tecnicamente são habitualmente utilizados para exposições.

Estrangeiros é o tema proposto no Mindelo, tal como foi em Maputo em Dezembro de 2012. A Abrão Vicente, Bento Oliveira, Diogo Bento, Nenass Almeida e Nuno Pinto foi proposta a reflexão sobre quem são os estrangeiros, quais as fronteiras, tangíveis e imateriais, que delimitam a pertença, como se distingue o eu do outro. Às propostas do Mindelo, em forma de vídeo, instalação, pintura e cerâmica, serão acrescentadas as intervenções de Paulo Kapela (Ang) e de Rui Tenreiro (Moz) vindas da cidade de Maputo integrando o circuito e acrescentado diferentes discursos, diferentes formas e vivências.

As “Ocupações Temporárias Cabo Verde” são financiadas pela Fundação Calouste Gulbenkian,  através dos Programas Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento  e Próximo Futuro, e contam com o apoio local do Camões Centro Cultural Português

Abraão Vicente (Assomada, 1980) Nasceu no interior da ilha de Santiago, em Cabo Verde, numa família numerosa, sendo o sexto de oito irmãos. Em casa encontrou no pai e no avô, estudiosos da língua crioula e da cultura da ilha, o gosto pela literatura e pelas artes. Fez os estudos na Vila de Assomada e na Cidade da Praia e, com dezoito anos, seguiu para Lisboa onde cursou sociologia, pela Universidade Nova de Lisboa, com tese sobre a construção do campo artístico em Portugal durante o séc. XX.  Entre exposições individuais e coletivas passou um período em Barcelona onde foi um dos programadores e artista do espaço de experimentação artística Miscelânea. Atualmente vive em Cabo Verde onde, a par das artes plásticas, já exerceu a função de jornalista e é um ativista social e cronista.

Bento Oliveira,(St Antão, 1973) Aos 13 anos viaja para S. Vicente para fazer os estudos secundários e aí começa os primeiros registos em desenho reflectindo suas atitudes perante a vida e a sensualidade emanada da paisagem materna, nas suas dimensões geográficas e humanas. No Brasil, na Amazónia, licenciou-se em Educação Artística - Artes Plásticas pela Universidade Federal do Pará. Regressa para Cabo Verde no ano de 2002. Para além de docente na área das artes visuais, tem realizado cenografias para teatro, e as suas obras têm sido apresentadas e, exposições individuais e colectivas em diversos países. É desde 2011 assessor para as Artes Visuais do Ministro da cultura.          

Diogo Bento (Trás-os-Montes, 1984) estudou Arquitectura Paisagista e Fotografia. Coordenou recentemente um projecto de Organização e Conservação da Colecção de Fotografia Foto Melo, em Mindelo, Cabo Verde, e a exposição Espelho de Prata, enquanto bolseiro do programa INOV-Art, em parceria com o Instituto Camões / Centro Cultural Português no Mindelo, e financiamento adicional da Fundação Calouste Gulbenkian. O seu trabalho em Fotografia tem vindo a desenvolver-se em torno das questões do arquivo, da memória e da paisagem. Desde 2011 que desenvolve um projecto em torno da memória de Amílcar Cabral. Mais recentemente destacam-se dois projectos sobre a identidade, o património e a paisagem cabo verdianos.

Arilson Nenass Almeida, (1984, Mindelo) estudou Ciências da Comunicação na Universidade Lusófona de Cabo Verde, fez um curso profissional de Cinema na Escola de Arte do Mindelo, e frequentou uma formação de Introdução a Fotografia na galeria Zero point art, com o fotógrafo Binu Baskar. Realizou em 2011, no âmbito da sua formação as curtas “Nôs Casa” e “Um Giro na Nóia”. Desde 2011 faz direcção de fotografia, estando neste momento a traalhar na série televisiva “Soncent Tal e Qual se Sente” relizada no Mindelo. Faz fotografia de moda.

Nuno de Pina (Mindelo, 1975) estudou Comunicação Social com habilitação em Publicidade. É designer gráfico e docente na Universidade Lusófona de Cabo Verde na área da comunicação.
Ao nível artístico trabalha essencialmente fotografia e vídeo tendo apresentado em 2011 a sua primeira exposição a nível internacional no CINEPORT (Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa) no Brasil. Em Dezembro de 2012 apresentou em São Nicolau a exposição AMORAMAR”, um olhar sobre as relações entre o homem e o mar tendo como referência a localidade piscatória da Preguiça em São Nicolau.

Rui Tenreiro(Maputo, 1979) é artista moçambicano residente desde 2008 em Estocolmo, onde se estabeleceu como ilustrador. Entre 2005 e 2009 geriu uma editora informal de cadernos artísticos. O seu trabalho apresenta formas variadas, entre elas o filme, a escrita, o desenho, direcção artística e edição, sendo a narrativa o ponto de partida e o elo de ligação entre todas as formas de expressão artística a que se dedica. Está atualmente a produzir uma história com banda sonora de Tiago Correia-Paulo e a editar uma coletânea de banda desenhada sul-africana.

01.03.2013 | por martalanca | cabo verde, ocupações temporárias

O asfalto invade o morro

por Marsílea Gombata

Poderia ser um réveillon em Búzios: gente jovem, produzida, moças com roupas leves, bijuterias que valorizam o bronzeado e combinam com a maquiagem nude. Mas estamos no Pavão-Pavãozinho, favela da zona sul carioca acostumada até há bem pouco tempo ao espetáculo macabro dos enfrentamentos entre policiais e traficantes.

Desde a chegada das UPPs, os disparos de armas pesadas e os bailes funk deram lugar a outros sons e outras pessoas. O asfalto invadiu o morro. A moda do momento no Pavãozinho (e também em Vidigal, Rocinha e Ladeira dos Tabajaras) são as festas dos playboys de Ipanema e do Leblon. Os ingressos custam entre 30 e 120 reais, em geral inacessíveis aos moradores, e os participantes pagam pelo privilégio de dançar cercados de esplêndidas vistas do Rio de Janeiro. Mangueira, teu cenário é uma beleza, diz o samba antigo, adaptável à maioria dos morros da cidade.

“A pacificação dos morros fez com que a ‘playboyzada’ começasse a frequentar as oficinas de escolas de samba nas comunidades. A partir daí, começaram a surgir eventos nesses lugares”, explica Cesar Batas, sócio da produtora Rio Prime, organizadora de festas em boates da zona sul. A empresa, criada em 2009, tem explorado o novo filão e promove eventos na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana.

Território controlado. Moradoras do Vidigal observam a entrada na festa Lamparina. As festas dos “playboys” continuam a perturbar o sono da comunidade, a exemplo dos bailes funk agora praticamente proibidosTerritório controlado. Moradoras do Vidigal observam a entrada na festa Lamparina. As festas dos “playboys” continuam a perturbar o sono da comunidade, a exemplo dos bailes funk agora praticamente proibidos

As festas acontecem, em sua maioria, onde antes pulsavam os bailes funk e trazem sons variados como hip-hop, soul music, samba e jazz. Apesar da mudança de público, as baladas causam aos moradores da comunidade os mesmos transtornos de antes: a privação do sono por um som ensurdecedor até o amanhecer. Em algumas comunidades, o barulho leva moradores a protestar e a exigir uma lei do silêncio. Com pouco resultado. No Vidigal, por exemplo, as baladas da Oficina do Jô, frequentadas por gringos e cariocas da planície, não acabam antes das 5 da manhã.

“Não pode ter baile funk, mas pode ter festas como essas”, protesta Thais (que não quis dizer seu sobrenome), 29 anos. Segundo ela, nascida e criada no Vidigal, as rodas de samba dos moradores precisam ser encerradas às 11 da noite. “Dizer que o problema do baile funk é o barulho é mentira. A diferença é que, como essas festas são voltadas para o público mais elitizado, tudo é permitido.”

Maiara Yamada, estudante de 20 anos frequentadora das baladas nos morros, ironiza: “O barulho que reclamam do funk é outro. Para eles não é conveniente ter baile funk, onde a -comunidade -reafirma seu espaço. Me pergunto se essa pacificação das UPPs é para quem mora aqui ou para a gente lá de baixo.”

Com um público crescente e endinheirado (no Vidigal, a média de público é de 600 convidados e na Tabajaras, uma festa pode reunir até 1,3 mil), as baladas geram renda para a comunidade local. O ambulante Juarez Souza, vendedor de água e chiclete na subida da Rua Saint Roman, um dos acessos ao Pavão-Pavãozinho, dá boas-vindas aos novos frequentadores do morro onde mora desde 1994: “Essas festas são ótimas, trazem novas pessoas, novas amizades e não têm violência”.

Na subida do Vidigal, o boteco virou um restaurante japonês. As marcas mais populares de cerveja cederam espaço para as importadas Stella Artois e Heineken. Batizado de Fênix Sushi Bar, o estabelecimento simboliza a -mudança no perfil da clientela: saíram os moradores, entraram os “turistas”.

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28.02.2013 | por martalanca | asfalto, baile funk, descriminação, favela, festas, morro, ruído

A Voz da População, as rádios comunitárias na Guiné-Bissau, ISCTE, LISBOA

4 de Março | 18 horas | ISCTE–IUL, Ed. II, Auditório B204

Apresentação do filme: A Voz da População, as rádios comunitárias na Guiné-Bissau

Argumento e texto: Lucia van den Bergh. Realização e imagem: Andrzej Kowalski

Sinopse: O filme aborda o historial das rádios comunitárias na Guiné-Bissau, os desafios que se levantam ao seu desenvolvimento, a sua apropriação pelas comunidades e os princípios de funcionamento.

Sessão de apresentação com a participação de: Lúcia van den Bergh e Filipe Reis (Departamento de Antropologia do ISCTE-IUL)

mais info _ Centro de Estudos Africanos - ISCTE/IULAv. das Forças Armadas

28.02.2013 | por franciscabagulho | Guiné-Bissau

DJ's do Guetto Vol. 1, reedição digital Príncipe Discos

Saído no primeiro dia de aulas, a 18 de Setembro de 2006, ‘Dj’s do Guetto Vol. 1′ é um marco crucial na história da música de dança nacional. Não só terá sido dos primeiros discos em solo português a espalhar-se de maneira rapidíssima e vasta através de meios digitais, como juntou seis preponderantes produtores, herdeiros de tradições que caminhavam, e caminham até hoje, num ângulo exclusivo a Portugal.

Marfox, Nervoso, N.k., Fofuxo, Pausas e Jesse eram há sete anos gente a processar as informações vindas do kuduro, da tarraxinha, do house e do techno, que tornaram, de maneira decisiva, num idioma próprio. Formaram, durante este momento no tempo, um colectivo que unia várias zonas da Grande Lisboa e arredores, entre as suas residências e os liceus por onde andaram – Portela, Chelas, Quinta do Mocho, Quinta da Fonte, Sacavém, Massamá, Damaia, Barcarena, Reboleira, Cacém, Queluz, Fonte da Prata, Barreiro e Paço de Arcos. Em pouco tempo era normal ouvir este som a sair de leitores de MP3 e carros com sistemas de som ambiciosos, não só pela capital como pelo resto do mundo luso-africano.

Os temas que rolam por estas mais de duas horas de música explosiva são essencialmente arquitectados nos instrumentais. Batida kudurista implacável com BPMs dos 130 para cima, com espaço para o ocasional tarraxo, funaná e kizomba. Soam, ainda hoje, como trabalhos claramente visionários e precoces, se pensarmos que os músicos tinham todos menos de 21 anos na altura. Como sempre, Lisboa permanece um porto, e foi aqui que se cruzaram a música angolana electrónica, a cultura de discoteca fora do coração da capital, um enorme apreço por graves, e tanto a festa quanto a melancolia do bairro e do subúrbio.
Impressiona a precisão e cuidado com o impacto sonoro, controlado ao milímetro para maximizar em qualquer coluna a brutalidade do ritmo, que é a essência destas composições e o elemento que tudo transforma (sirenes de alarme, teclados de filme de terror série B, kalimbas, vozes cortadas, mutiladas e recortadas outra vez). Entre épicos universalistas, trabalhos de pura austeridade percussiva e amelódica, ataques cerrados em direcção à tontura e à palpitação cardíaca, há uma clara sensação de querer imaginar uma música tanto para os amigos como para um planeta pelo qual ainda falta viajar. Está também aí a sua força, e, habituemo-nos, a sua beleza.

Escusado será dizer que ‘Dj’s do Guetto Vol. 1′ bateu e muito, para muita gente. Está para sempre na fundação do que faz a música de dança afro-portuguesa, e continuará a informar o seu futuro, que o presente está tão vivo, e quase todos o que o fazem ouviram este álbum com a maior atenção.
Mas há muito mundo que ainda não ouviu estas 37 faixas, e ainda há mais mundo que deve passar a ter melhor maneira de entender uma história tão importante e recente do que faz a música produzida cá, agora. A história ainda vai nova, mas já temos música crucial para trás que é necessário saber de onde veio, por que razões, porque é que é como é e o que causou. E à qual há que regressar ou passar a conhecer, que tudo o que está contido nestes sons soa tão fresco hoje como no dia de regresso à escola em Setembro de 2006.

Esta reedição digital gratuita contem os ficheiros que sobreviveram a vários PCs que tragicamente faleceram, ficando perdidos aparentemente para sempre os ficheiros WAV e os projectos de Fruity Loops (e outros programas) onde estas músicas nasceram. Como tal, procurámos encontrar os ficheiros com melhor qualidade áudio para cada MP3 que agora vos disponibilizamos gratuitamente.

O título presente na capa original desta compilação aparece escrito como sendo da autoria dos “Dj’s do Guetto”, contudo popularizou-se através do seu nome acriolado, presente no título de cada ficheiro partilhado – “Dj’s di Guetto”. Escolhemos preservar as duas variantes de acordo com a forma original desta música.

V/A – Dj’s do Guetto Vol. 1 Edição de autor, digital; 2006

Reedição Príncipe Discos, digital; 2013 Príncipe Reedições #001 

download da compilação completa: www33.zippyshare.com/v/63385678/file.html ou www.mediafire.com/?2tabpma07s6ffd6

alguns temas no Soundcloud: https://soundcloud.com/principepromos 

 

27.02.2013 | por franciscabagulho | kuduro

Laboratório de Criação, MAPUTO

Desde o dia 04 de Fevereiro 2013 que a CulturArte está a levar a cabo o 1º Laboratório de Criação que pretende ser um momento onde artistas (bailarinos, coreógrafos e colaboradores) partilham tempo e espaço para desenvolver os seus projectos.

O objectivo será seleccionar um (ou mais) projecto(s) para mais tarde ser(em) desenvolvido(s) em residência ao longo de 2013 sob as condições de co-produção no âmbito do projeto PAMOJA – uma rede pan-africana de produção e residências artísticas.

Mostra informal dos resultados, que terá lugar no Auditório do Centro Cultural Franco-Moçambicanono próximo dia 28 de Fevereiro, pelas 19h00, será uma oportunidade de partilha dos resultados do Laboratório com o público interessado.

PARTICIPANTES

Atanásio Nhussi, Benedito Cossa, Bernardo Guiamba (Pak), Carlos Machava, Domingos Bié (convidado), Janeth Mulapha, Jorge Ndlozy, Kátia Manjate, Macário Tomé, Matanyane Abílio, Osvaldo Passirivo (convidado), Rafael Mouzinho, Walter Zandamela.

PRODUÇÃO: CulturArte | DIRECÇÃO ARTÍSTICA: Panaibra Gabriel Canda | COORDENAÇÃO: Ana Lúcia Cruz | PARCERIA: Centro Cultural Franco-Moçambicano 

Contactos: +258 82 353 79 21 | culturarteprojectos@gmail.com | Facebook: CulturArte Mozambique

25.02.2013 | por franciscabagulho | dança

Apelo a Candidaturas: Sexualidades Africanas _ Teorias, Políticas, Acção, DAKAR

2013 Instituto do Género do CODESRIA / Apelo a Candidaturas

Todos os anos desde 1994, o Conselho para o Desenvolvimento da Pesquisa em Ciências Sociais em África (CODESRIA) organiza um Instituo de Género que junta entre 12 e 15 investigadores durante 3 semanas num debate concentrado, partilha de experiências e construção de conhecimento. Destinado inicialmente a promover uma consciencialização alargada sobre o conceito de género na comunidade de pesquisas em ciências sociais, o instituto tem estado a ser subsequentemente organizado em torno de temas específicos destinados a reforçar a integração da análise do género na pesquisa em ciências sociais em África, e a encorajar o surgimento de uma comunidade de pesquisadores peritos na área dos estudos do género.

Tema: Sexualidades Africanas: Teorias, Políticas, Acção

Ao longo da última década, a pesquisa sobre questões de género e sexualidades começou a influenciar as discussões nas ciências sociais. Anteriormente confinadas à discussão sobre o VIH e o SIDA, os novos envolvimentos com as sexualidades levantaram questões sobre a identidade e democracia, sobre a lacuna entre a reforma legal e a mudança sociocultural, e sobre como devemos perceber as ‘economias sexuais’. Uma linha subjacente ao longo destes envolvimentos diz respeito à natureza da organização da sociedade civil onde um enfoque de questões de género e sexualidade (tais como a idade do consentimento sexual, ou o direito ao casamento polígamo) galvaniza os debates políticos públicos. Um número cada vez maior de jovens investigadores é extraído dessas áreas como forma de aprofundar o seu conhecimento sobre questões de cidadania, alívio da pobreza, governação, ou representação.

Em 2012, o Instituto do Género do CODESRIA executou um programa com muito sucesso sobre Sexualidades Africanas, que explorou teorias introdutórias relativas à relação entre o género e as sexualidades, questões dos media e sexualidades, e debates sobre lei, género e sexualidade. Dado o sucesso do Instituto de 2012, o Instituto de 2013 irá também focalizar-se em questões de sexualidades. Em 2013, este enfoque será explorado através de um interesse em conexões entre (1) identidades de género (masculinidades e feminidades), sexualidade e democracia; (2) mudança legal e política que funciona com questões de sexualidades; (3) activismo organizacional que se baseia em ideias sobre direitos, igualdades, e sexualidades dentro de um quadro da teoria socioeconómica sobre a independência africana e a auto-sustentabilidade.

O Instituto será mais útil para escritores e investigadores que tenham algum background em questões de género tais como foram aplicadas à investigação em ciências sociais, antropologia, economia, estudos políticos, lei, ou a pesquisa em humanidades.

O prazo para a apresentação das candidaturas é 29 de Março de 2013. Mais informações:

CODESRIA Gender Institute 

25.02.2013 | por franciscabagulho | estudos género

16 de Março|Sessão III Mural Sonoro: Viver a Música a Partir da Periferia

25.02.2013 | por joanapereira | Chullage, mural sonoro, museu da música, música

European Conference on African Studies, 2013 | Call for Documentaries - Deadline: March 29, 2013

Call for Documentaries

The
 5th European Conference on African Studies (ECAS 2013) will take place between June 27 and 29, 2013, at ISCTE-IUL, in Lisbon, Portugal. In addition to the thematic panels and the keynote speeches, the conference will host a documentary film festival. The films submitted to the event must portray issues related to its general theme: African dynamics in a multipolar world. We strongly advise that the films submitted are spoken or subtitled in English, given the fact that the conference will gather academics from different nationalities and linguistic backgrounds. Moreover, the films proposed ought not to exceed the length of one hour (60 minutes).

The deadline is on March 29, 2013.
The documentaries can be submitted online via weTransfer (www.wetransfer.com) to the following e-mail address: joao.carlos.dias@iscte.pt, oreleonora.silva.rocha@iscte.pt.

info

25.02.2013 | por herminiobovino | african studies, Conference, documentary, lisboa

No Fly Zone. A ironia pós-colonial é plástica

Um ditado popular africano diz que “enquanto o leão não tiver os seus historiadores, a glória vai sempre para o caçador”. A nova geração que cresceu na Angola independente revela com filmes, telas e galinhas empalhadas como o leão sempre teve uma história por contar. Os seis artistas angolanos chegam ao Museu Berardo em Lisboa com uma primeira preocupação de dialogar com os antigos imperadores. O entrave a derrubar é o que descrevem como a “amnésia europeia sobre o passado colonial”. “Finalmente chegou o tempo de tirar a máscara”, diz-nos Fernando Alvim, curador, a par de Suzana Sousa, da exposição “No Fly Zone. Unlimited Mileage”.

“Thirteen Hours”, Binelde Hircam“Thirteen Hours”, Binelde Hircam
Yonamine, Kiluanji Kia Henda, Edson Chagas, Binelde Hyrcam, Nástio Mosquito e Paulo Kapela (ausente na apresentação) são os artistas que representam a emergência de uma nova geração em Angola. A visão artística desta geração é sempre apresentada em contraste com o preconceito e a generalização ocidental. “Os europeus criaram a sensação de que têm o direito de desenhar os países africanos à sua imagem”, indica Fernando Alvim. As obras apresentadas antecipam o que vai ser a terceira trienal de arte em Luanda. Apesar de serem criações destinadas a uma apresentação específica, a curadora Suzana Sousa lembra que “isto são artistas mais preocupados com um discurso internacional que uma questão angolana”.

“No Fly Zone. Unlimited Mileage” ocupa o primeiro espaço do piso 0, sendo o vídeo O.R.G.A.S.M (Organization Of African States for Mellowness) a nossa primeira introdução à ironia pós-colonial. O autor Kiluanji Kia Henda desconstrói a realidade aparente, tornando o africano o beneficente do europeu. A segunda peça de Kiluanji serve de mote à nova geração. Uma sessão fotográfica mostra as antigas estátuas coloniais de Camões e Afonso Henriques num pré-fabricado, enquanto os pedestais onde estavam ficaram vazios, como se a própria história tivesse estancado.

A maior peça da exposição é “Cara-Show” de Yonamine, composta por recortes de jornais que incidem no período de Angola comunista, em 1976. “No fundo, isto acaba por ser uma versão da história através das minhas recordações de Angola”, explica-nos o artista. Yonamine ao lado dos seus recortes tenta descodificar a simbologia da guerra e da emigração no vídeo Reichsparteitagsgelände. As temáticas de obsessão pós-colonial não conseguem deixar de esconder alguma frustração artística: “Por muito que tente sair desta onda, nunca vou deixar de ser um pós-colonial”, revela Yonamine.

Em “Thirteen Hours” uma galinha caminha pomposa com uma capa napoleónica, enquanto lidera uma turma de outras 22 galinhas empalhadas. Para Binelde Hyrcam, o enredo da humanidade reflecte-se em galinhas vaidosas que caminham em frente de pequenos caixões funerários. “Isto é uma reflexão sobre a falsa vaidade humana e a constante dualidade do poder com a morte”, explica o autor. Binelde não esconde a emoção de revelar ao Museu Berardo uma obra que mistura o funesto com o irónico. “Angola e Portugal estão muito próximos, este intercâmbio cultural seguramente vai ficar na historia”, promete o autor. Na mesma sala, Edson Chagas recupera por sua vez as máscaras que o curador Fernando Alvim pediu que desaparecessem. No primeiro retrato fotográfico, três homens estão com a cabeça tapada por sacos, afogados pelas suas próprias atitudes consumistas. No segundo, as máscaras estão sobre o homem contemporâneo, engravatado e africano.

O vídeo “My African Mind”, de Nástio Mosquito, fecha a exposição, fazendo a ligação com as desconstruções históricas de Kiluanji Kia Henda. As personagens da cultura popular, como Tarzan, Tim Tim ou o filme “The African Queen”, de John Huston, são apresentadas como a visão europeia de uma África ainda desconhecida. “Sem terem visitado o continente africano, os europeus têm logo à nascença uma associação com sida e fome”, explica Nástio, acrescentando que espera “criar uma dúvida nas pessoas no que diz respeito às suas referências populares a África”. O objectivo não é apontar o dedo acusador, mas criar uma plataforma de introspecção e diálogo. “My African Mind” esteve na Tate, em Londres, e agora encontra o seu melhor alvo no público português. “Os portugueses precisam de interagir com África de outra forma, o diálogo tem sido pobre, tem de haver alguma mudança”, apela o artista.

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25.02.2013 | por herminiobovino | angola, exposição, fotografia, lisboa, serigrafia, video

Festival Sons do Atlântico, 2 de Março de 2013

No dia 2 de Março realiza-se o Festival Sons do Atlântico, na Praça Atlântico, em Luanda. A iniciativa conta com a actuação de diversos músicos nacionais e internacionais, como Matias Damásio, Sara Tavares, Vanessa Camargo, Big Nelo, Djeff, P-Square, Yuri da Cunha, Beto Dias, Bruno M e Ary.
O ingresso no Festival custa dois mil kwanzas e estão à venda nos postos Ticket Zone e em todos os centros do Atlântico.



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25.02.2013 | por herminiobovino | angola, festival de música, Luanda

Inscrições Mestrado Estudos Africanos até 10 Março, ISCTE, LISBOA

21.02.2013 | por franciscabagulho | Estudos Africanos

The End of the Western (Monika Gintersdorfer & Knut Klassen) + Breaking Performance no Teatro Maria Matos LISBOA

Em 2005, Monika Gintersdorfer e Knut Klassen desembarcaram na Costa do Marfim. Foi o início de uma sucessão de trocas artísticas entre a cena de teatro e dança europeia e a da África Ocidental. No entanto, o trabalho desta dupla de artistas germânicos afasta-se consideravelmente do de outros criadores europeus que trabalharam em África. Gintersdorfer & Klassen não procuram uma interculturalidade mutuamente inspiradora e politicamente correta. Eles enfatizam as diferenças entre brancos e pretos e estas constituem a força motora dos seus espetáculos. Em 2013, e pela primeira vez em Portugal, Monika Gintersdorfer e Knut Klassen ocupam o nosso Teatro e com os seus atores, bailarinos e mais alguns convidados trazem-nos teatro, dança, música e festa ao ritmo da capital costa-marfinense Abidjan.

teatro Monika Gintersdorfer & Knut Klassen 

sex 22 fevereiro 21h30
The End of the Western 
14€ / Com desconto 7€ | Bilhete duplo 19€ / Com desconto 9,50€ | M/16
Festa Couper Décaler Entrada livre
Em The End of the Western, um grupo de atores e bailarinos refletem sobre a história recente da Costa do Marfim. Durante vários meses, depois das eleições legislativas de 2010, dois presidentes reivindicaram a sua legitimidade enquanto Chefe do Estado eleito, arrastando o país num conflito sangrento. Monika Gintersdorfer e Knut Klassen centram o seu espetáculo na resolução deste western ― palavra que Laurent Gbagbo empregou para descrever o conflito com o seu arqui-inimigo Allasane Ouattara. Depois do espetáculo, animação musical com os artistas costa-marfinenes de Couper-Décaler Skelly, Shaggy Sharoof e Gadoukou la Star e DJ Abidjaninsky. Couper Décaler é uma das expressões mais importantes da música pop africana.

sáb 23 fevereiro 20h30

Breaking Performance
La Jet Set 

Concerto Couper Décaler meets Kuduro com Skelly, Shaggy Sharoof e Gadoukou la Star e o DJ Marfox

14€ / Com desconto 7€ | Bilhete duplo 19€ / Com desconto 9,50€ | M/16

Breaking Performance é um formato criado para responder aos acontecimentos da atualidade política com um desfasamento temporal mínimo. As notícias de última hora (breaking news) transmitidas pela televisão são confrontadas em cena pelos intérpretes e os seus pontos de vista. Esta Breaking Performance é dedicada ao processo do ex-presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, no Tribunal Internacional de Justiça de Haia. Em La Jet Set Douk Saga, Lino Versace, Boro Sanguy, Le Molare são estrelas de música e dança da Costa do Marfim. Na comunidade imigrante parisiense, são conhecidos como jet set. Combinam o glamour do seu vedetismo com a precariedade das condições de vida nos bairros sociais. Nos clubes noturnos da Cidade das Luzes, lançaram uma nova tendência: o Couper Décaler. Depois dos dois espetáculos a noite acaba em festa, com uma atuação conjunta dos músicos marfinenses Skelly, Shaggy Sharoof e Gadoukou la Star e o DJ Marfox, a nata do kuduro produzido em território nacional.

19.02.2013 | por martalanca | Costa do Marfim, interculturalidade

Apresentação de propostas de comunicações para o colóquio internacional “Teatro: Estética e poder”

Está aberto até 15 de Maio o prazo para a apresentação de propostas de comunicações para participar no colóquio internacional “Teatro: Estética e Poder”, organizado pelo Centro de Estudos de Teatro e o Centro de Estudos Clássicos da FLUL – Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que terá lugar nos dias 21 e 22 de Novembro de 2013.

Este colóquio, organizado em sessões plenárias, com participantes convidados, e em sessões paralelas de comunicações por inscrição, pretende constituir ocasião propícia a uma reflexão sobre o teatro nas suas múltiplas dimensões performativa, literária, filosófica, histórica, ideológica, política e social e a sua relação com as outras artes.

As comunicações terão uma duração de 20 minutos e poderão ser apresentadas em várias línguas: português, inglês, francês, espanhol e italiano. Na sequência do colóquio, será publicado um volume com uma selecção dos textos apresentados.

Os interessados poderão obter mais informações aqui.

19.02.2013 | por herminiobovino | colóquio, lisboa, teatro

Pantalassa apresenta “Portugal contemporâneo com São Tomé e Príncipe”

A Associação Cultural Pantalassa, estrutura que promove sinergias no desenvolvimento de projectos em torno do espaço cultural lusófono, realiza um programa multidisciplinar em regime de residência artística em São Tomé e Príncipe, entre 7 de Fevereiro e 1 de Março de 2013.

No âmbito do concurso de Apoio à Internacionalização da Direcção Geral das Artes, 8 artistas potenciarão, através do projecto “Portugal Contemporâneo com São Tomé e Príncipe”, o reconhecimento da educação, cultura e arte como ferramentas de desenvolvimento pessoal e cívico, em intercâmbio com vários públicos e espaços da comunidade são-tomense.

A residência privilegiará um conjunto diversificado de acções em redor da música, artes plásticas, poesia e arte-educação, produzidas em estreita articulação com a 
CACAU – Casa das Artes Cultura Ambiente Utopias - de São Tomé, centro nevrálgico de todas as actividades.

Estruturado em 8 partes temáticas, o Projecto pretende fomentar o intercâmbio artístico e educativo entre Portugal e São Tomé, assumindo resultados como a troca de experiências, partilha de informação e pontos de partida para novos projectos igualmente sólidos.

As actividades decorrerão em diferentes espaços em simultâneo, nomeadamente, na CACAU, na Embaixada de Portugal em São Tomé, no Instituto Camões, no Cineteatro Marcelo da Veiga, nas Escolas e no Centro Cultural Brasileiro.


Mais informações sobre o projecto podem ser consultadas no site da Associação Cultural Pantalassa.

19.02.2013 | por herminiobovino | artes plásticas, música, residências artísticas, São Tomé

Seminários de Estudos Africanos, ISCTE, LISBOA

Caminhos do Documentarismo em Angola, Jorge António (produtor de cinema e documentarista), 13 Março, ISCTE Auditório B104, 18h.

19.02.2013 | por franciscabagulho | Centro de Estudos Africanos