O mundo de Amílcar Cabral - introdução

O mundo de Amílcar Cabral - introdução Durante os anos 90, o nosso imaginário da globalização inspirou-se frequentemente na paisagem urbana das grandes capitais ocidentais, mas o mundo de Amílcar Cabral oferece-nos uma visão diferente, onde têm lugar imagens da frente ribeirinha de Xangai, da vista panorâmica de Alger ou das ruas de Moscovo. Uma visão onde as próprias cidades icónicas da globalização celebradas no final dos anos 90 pela cultura política liberal revelam novos sentidos, como é o caso de Nova Iorque, com o seu bairro de Harlem, que uma e outra vez acolheu Fidel Castro e os seus discursos em que citava a palavra de Amílcar Cabral.

Mukanda

28.07.2024 | por José Neves, Victor Barros e Rui Lopes

O design da identidade nacional através do vestuário: o pánu di téra de Cabo Verde

O design da identidade nacional através do vestuário: o pánu di téra de Cabo Verde Do mesmo modo que reinventamos a nossa infância individual, criando uma narrativa – uma dentro das várias possíveis − com a qual escolhemos identificar-nos, podemos afirmar que as identidades nacionais vão sendo criadas, retrospetivamente, através de discursos nos quais os próprios cidadãos são agentes ativos.

A ler

15.10.2018 | por Ana Nolasco

Sem Título (Carta a A.)

Sem Título (Carta a A.) Para escrever um texto que fala das relações entre arte e luta necessitaria de uma língua estrangeira dentro da própria linguagem, uma língua de saltimbancos que materialize a possibilidade de dançar numa corda bamba e de combater. Ao invés, tenho apenas os trapos de palavras gastas que tento coser à volta dos problemas. Por exemplo, o problema de nem sequer conseguir pensar em atravessar a ponte que liga a arte e a vida, se ela alguma vez existiu, sem cair nos braços da lei. E de não conseguir admitir este estado de coisas sem me deixar cair em cobardia ou depressão.

A ler

19.01.2017 | por Claire Fontaine

2029: fábula da extinção

2029: fábula da extinção as circunstâncias vividas no Brasil e na África nas duas primeiras décadas do século XXI, pautadas por uma série de eventos nefastos que revelaram países paralisados em uma encruzilhada social e política de suas particulares evolução, murmuram o interesse e a urgência em produzir uma literatura investigativa e disposta a olhar para o nosso futuro próximo de modo crítico e comprometido.

Mukanda

17.01.2017 | por Adriano Mattos Corrêa

PRÉ-PUBLICAÇÃO Crítica da Razão Negra

PRÉ-PUBLICAÇÃO Crítica da Razão Negra Da potencial fusão do capitalismo e do animismo resultam algumas consequências determinantes para a nossa futura compreensão da raça e do racismo. Desde logo, os riscos sistemáticos aos quais os escravos negros foram expostos durante o primeiro capitalismo constituem agora, se não a norma, pelo menos o quinhão de todas as humanidades subalternas. Depois, a tendencial universalização da condição negra é simultânea com a instauração de práticas imperiais inéditas que devem tanto às lógicas esclavagistas de captura e de predação como às lógicas coloniais de ocupação e exploração, ou seja, às guerras civis ou razzias de épocas anteriores.

Mukanda

30.09.2014 | por Achille Mbembe

“A identidade multicultural da Índia”

“A identidade multicultural da Índia”   A que Índia nós devemos referir quando tentamos apresentá-la? Um poder global do século XXI ou um país pobre em vias de desenvolvimento? Uma economia baseada na tecnologia de ponta ou numa agricultura de subsistência? Um estado liberal secular ou uma sociedade profundamente religiosa? Uma civilização antiga e tradicional ou uma cultura que está a tornar-se cada vez mais moderna? As possibilidades são muitas e é nelas que residem os desafios a uma investigação no domínio das humanidades e das ciências sociais.

Vou lá visitar

14.08.2012 | por Shiv Kumar Singh

A globalização do hip-hop: homogeneização e diferenciação cultural

A globalização do hip-hop: homogeneização e diferenciação cultural Pode ouvir-se uma música ecoar de forma ubíqua em vários pontos do planeta, consumir-se alimentos idênticos, ver-se exactamente os mesmos filmes, assistir-se diariamente aos mesmos programas de televisão, acompanhar-se as mesmas notícias, entre muitos outros exemplos que poderíamos aqui evocar, mas tudo isto não significa que se tenha anulado a diversidade cultural e que se viva hoje num mundo necessariamente homogéneo.

Palcos

28.12.2011 | por José Alberto Simões

O uso da morte na política é a morte da política, entrevista a Homi Babha

O uso da morte na política é a morte da política, entrevista a Homi Babha A civilização africana opunha-se à civilização cristã ocidental? Não. Não havia choque até haver uma política de colonização. E o mesmo se pode dizer de outras situações. 
O que cria antagonismos culturais é uma rede muito complexa de circunstâncias e escolhas, e para compreender isso é necessário ver as relações políticas, históricas, sociais e morais. Tem muito mais a ver com a forma como evoluíram as relações entre essa culturas - o que é uma discussão histórica - do que com a natureza da cultura ou da civilização, em si.

Cara a cara

14.11.2010 | por Alexandra Lucas Coelho

Os processos socio-históricos em acção nas artes contemporâneas africanas

Os processos socio-históricos em acção nas artes contemporâneas africanas Dak’Art deve ampliar o seu público e aliar-se cultural e artisticamente à América do Sul, para inscrever as artes contemporâneas africanas num contexto global, numa abordagem prospectiva cuja aposta é conseguir desbloquear e alargar a esfera de produção e de visibilidade das artes contemporâneas africanas.

A ler

12.08.2010 | por Boubacar Traoré