O cinema africano ao norte e ao sul do Saara (1ª parte)

O cinema africano ao norte e ao sul do Saara (1ª parte) Os primeiros cineastas subsaarianos, liderados pelo marxista Ousmane Sembène, eram em geral hostis ao que viam como abusos tirânicos do Islã, enquanto no norte, como observou o diretor tunisiano Mahmoud Ben Mahmoud, “praticamente nenhum intelectual rico tem raízes na cultura muçulmana” (AMARGER, 2002). No entanto, graças à preocupação dos cineastas com as realidades da vida cotidiana na cultura muçulmana, o Islã tem estado presente constantemente nos filmes ao norte e ao sul do Saara.

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28.08.2012 | por Roy Armes

Crónica de uma vitória anunciada

Crónica de uma vitória anunciada A mudança mais relevante em Angola tem a ver com a juventude. Os jovens de hoje, os quais representam a maioria da população angolana, já não se mostram tão traumatizados pela guerra civil quanto os respectivos pais. Estão também muito melhor informados e decididos a reinvidicar a parcela da riqueza do país a que têm direito. Dez anos após a morte em combate de Jonas Savimbi, no Leste de Angola, a juventude angolana está muito mais interessada no presente, e no futuro, do que no passado

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28.08.2012 | por José Eduardo Agualusa

Moçambique: a maldição da abundância?

Moçambique: a maldição da abundância? A “maldição da abundância” é uma expressão usada para caracterizar os riscos que correm os países pobres onde se descobrem recursos naturais objeto de cobiça internacional. Volto da visita que acabo de fazer a Moçambique com uma inquietação sobre a "orgia dos recursos naturais" que impacta o país.

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23.08.2012 | por Boaventura de Sousa Santos

"Virgem Margarida", a insurreição das mullheres

"Virgem Margarida", a insurreição das mullheres A violência do conflito e os desafios quotidianos impostos pela natureza hostil acabam por aproximar os pólos opostos, que se descobrem prisioneiros das mesmas cadeias. Juntas, militares e prostitutas acabam por se opor a um comando superior que se revela verdadeiramente corrupto e optam pelo perigoso caminho da sua libertação.

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22.08.2012 | por vários

Manifesto I - Em prol do reconhecimento da actividade musical em PT

No rescaldo de uma conversa de há uns minutos, a propósito de um ensaio ("A Importância de Tratar o músico como profissional e não um animador") que escrevi para uma revista de solidariedade social, dei por mim a pensar que há ensaios que têm de ser manifestados oralmente. Aos que não lêem, porque se desabituaram, e aos que queriam ler mas estão, infelizmente, fisicamente incapacitados para o poder fazer. Soraia Simões muralsonoro.tumblr.com

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16.08.2012 | por Soraia Simões de Andrade

“A identidade multicultural da Índia”

“A identidade multicultural da Índia”   A que Índia nós devemos referir quando tentamos apresentá-la? Um poder global do século XXI ou um país pobre em vias de desenvolvimento? Uma economia baseada na tecnologia de ponta ou numa agricultura de subsistência? Um estado liberal secular ou uma sociedade profundamente religiosa? Uma civilização antiga e tradicional ou uma cultura que está a tornar-se cada vez mais moderna? As possibilidades são muitas e é nelas que residem os desafios a uma investigação no domínio das humanidades e das ciências sociais.

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14.08.2012 | por Shiv Kumar Singh

A dádiva no contexto de filme documental

A dádiva no contexto de filme documental “o actor da dádiva não postula o controlo ou a redução das incertezas a seu favor, ele cria-as permanentemente e implica-se nelas, sujeitando-se aos seus custos e riscos. É que a principal aspiração do doador não é que o retorno – relativo à sua dádiva – seja o mais mecânico e garantido, mas que seja, sobretudo, um retorno livre, logo incerto e inseguro. É na base deste tipo de troca livre e incerta, permanentemente renovada, que emerge, se reproduz, e se consolida, horizontal e verticalmente, a coesão social primária e derivadas, a macro coesão estatal e a micro coesão mercantil.”

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13.08.2012 | por Rita Brás

A Rainha Nzinga Mbandi. Historia, Memoria e Mito

A Rainha Nzinga Mbandi. Historia, Memoria e Mito Dona Ana de Sousa ou Ngola Ana Nzinga Mbande ou Rainha Ginga (c. 1583 — Matamba, 17 de dezembro de 1663) foi uma rainha ("Ngola") dos reinos do Ndongo e de Matamba, no Sudoeste de África, no século XVII. O seu título real na língua quimbundo - "Ngola" -, foi o nome utilizado pelos portugueses para denominar aquela região (Angola).Warrior Queen, uma das Soberanas que marcou, indelevelmente, a evolução de África mercantilizada, tornando-se uma personagem de referência nas letras e artes assim que nas ciências humanas e sociais da Europa ocidental, logo no século XVIII; uma tradição mítica nas comunidades afro-americanas e afro-caribenhas.

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08.08.2012 | por colectivo

O Crioulo como Estratégia de Desenvolvimento

 O Crioulo como Estratégia de Desenvolvimento Será essencial para o desenvolvimento dos países africanos, a afirmação do crioulo enquanto língua oficial? Sim! Mas para isso, é necessário dar ao conceito de desenvolvimento um novo entendimento (dentro de uma perspectiva da ciência económica ocidental, e que já esta incorporado noutras ciências sociais), encarando-o simplesmente como o processo em que as pessoas ganham controlo sobre as suas próprias vidas.

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02.08.2012 | por Catarina Laranjeiro e Jorge Filipe

A Estética do Terreiro

A Estética do Terreiro Com a proposta de se vislumbrar a materialidade dos “encantados” nos Pajés de Negro, religião praticada na Baixada Ocidental, borda oeste do Maranhão, nordeste do Brasil, este projeto retratou parte da vida material de entidades espirituais conhecidas sobretudo pelas práticas de cura. Tais práticas, ao contrário de outras manifestações religiosas, como o Candomblé, possuem um panteão de divindades (encantados), de origem “cabocla” (da mata, das águas doce ou salgada).

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28.07.2012 | por Ana Stela Cunha e Márcio Vasconcelos

Yuri da Cunha. O choro do semba que virou alegria

Yuri da Cunha. O choro do semba que virou alegria Yuri da Cunha vai conquistar o mundo à moda angolana – com música cheia de balanço, com cores e “griffes” da moda, com histórias do povo, com passadas arriscadas mas severas, com um pouco de “banga” (estilo) e uma pausa muito própria. Yuri da Cunha – que em criança chorava ao ouvir semba - é isto tudo. Angola também.

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24.07.2012 | por Miguel Gomes

Artistas acusam Governo islamista de jogar "o jogo de Ben Ali, o jogo do medo"

Artistas acusam Governo islamista de jogar "o jogo de Ben Ali, o jogo do medo" Salafistas ofendidos destruíram obras nas ruas de Tunes e um imã apelou à morte dos "descrentes". Houve tumultos e centenas de feridos. A arte serve para "ser bonita", diz o ministro da Cultura.

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22.07.2012 | por Sofia Lorena e Cláudia Sobral

Entrevista a Tahar Ben Jelloun, "Um livro sobre o amor pode ser político"

Entrevista a Tahar Ben Jelloun, "Um livro sobre o amor pode ser político" É ao mesmo tempo marroquino e francês. Escreve em língua francesa e olha hoje para as transformações sociais e culturais nos países na Primavera Árabe. E espera da nova França uma postura diferente em relação às ditaduras. Com os seus dois passaportes e a crença no papel de escritor "que critica, denuncia, intervém", Tahar Ben Jelloun esteve no fim de Junho na Fundação Calouste Gulbenkian para dar uma conferência onde se propôs "explicar a Primavera Árabe". Convidado para participar no programa Próximo Futuro, que este ano se centra no Norte de África em revolução, Ben Jelloun veio também apresentar o livro “O Primeiro Amor É Sempre o Último”, de 1995 (lançado agora pela Quidnovi). Falou-nos dos islamistas que "se aproveitaram das revoltas", das mulheres do seu país de nascimento, Marrocos, que aproveitam novas leis para "recuperarem as suas liberdades" e das suas expectativas face à "nova França", país que fez seu.

Cara a cara

20.07.2012 | por Sofia Lorena

Transpor as fronteiras da música: I hate world music

Transpor as fronteiras da música: I hate world music Detesto a world music. Essa é provavelmente uma das perversas razões por que me pediram para escrever sobre o tema. Trata‐se de um chavão amplo que se refere à música não ocidental de todo e qualquer género, desde a música popular à música tradicional e até à música clássica. É uma categoria pseudomusical e de marketing e um nome que designa uma prateleira na loja de discos onde se encaixa tudo o que não cabe em qualquer outro ponto da loja.

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20.07.2012 | por David Byrne

A música do mundo é maior que a world music

A música do mundo é maior que a world music A world music é, portanto, um paradoxo contemporâneo: um mundo heideggeriano, onde todos somos vítimas e algozes, controlados e controladores. Sem nos darmos conta disso, trabalhamos para a unidade do planeta e, vice-versa, para o crescimento e a proliferação da diversidade local, que se afirmam em múltiplas minirrealidades espalhadas como poeira em todo o globo.

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20.07.2012 | por Gilberto Gil

Entrevista a Daoud Aoulad Syad sobre o filme 'A Mesquita' (A Jamaâ)

Entrevista a Daoud Aoulad Syad sobre o filme 'A Mesquita' (A Jamaâ) Como cenário construiu-se, em Marrocos, uma mesquita que deve ser destruída no final da rodagem. No entanto, os vizinhos da zona começam a utilizá-la e querem que perdure, apesar de não cumprir com as normas básicas da arquitectura islâmica. Com esta anedota real, o director decide rodar uma história de ficção utilizando imagens documentais para tratar, com humor, questões importantes para toda a comunidade.

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19.07.2012 | por Olivier Barlet

"A música africana, ou lá o que isso é, vai ter mais protagonismo internacional", entrevista a Benjamin Lebrave

"A música africana, ou lá o que isso é, vai ter mais protagonismo internacional", entrevista a Benjamin Lebrave Visitou estúdios nos musseques, conversou com produtores para alimentar a sua Akwaaba Music, uma plataforma digital que se dedica à música africana e cultura pop, dando visibilidade aos fenómenos de música que carecem de estrutura para chegar mais longe. Nos últimos 3 anos, Lebrave editou mais de 70 artistas de 15 países africanos e tem vindo a desenvolver uma rede global que abrange a produção de conteúdos, distribuição digital, marketing e licenciamento.

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11.07.2012 | por Marta Lança

Fronteira de amor e ódio

Fronteira de amor e ódio Em 2008 eclodiu inesperadamente na África do Sul, país que acolhe um grande número de emigrantes dos países vizinhos, uma onda de Xenofobia contra estes. Cerca de 50 pessoas foram mortas e milhares ficaram feridas entre as quais moçambicanos. Milhares de estrangeiros viram os seus familiares agredidos e mortos, as suas casas e bens queimados e foram obrigados a fugir sem nada. Este documentário relata a história dramática de três destas pessoas que regressaram à sua terra natal fugindo da violência.

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10.07.2012 | por Camilo de Sousa

O que significa ser documentarista africana num meio cinematográfico amplamente dominado por homens?

O que significa ser documentarista africana num meio cinematográfico amplamente dominado por homens? As mulheres documentaristas, na maioria, têm-se revelado engajadas. Existem inúmeros obstáculos para os documentaristas africanos, que se prendem com o desenvolvimento dos países africanos, entre outros, a fraca industrialização, a má governação, a alta taxa de desemprego, a falta de infra-estruturas, a persistente pobreza. A crise financeira mundial dos últimos anos apenas agudizou a situação destes cineastas que vivem, actualmente, muitos problemas para trabalhar.

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10.07.2012 | por Soxna Amar

BAB SEBTA, mudar a percepção das migrações, entrevista a Pedro Pinho

BAB SEBTA, mudar a percepção das migrações, entrevista a Pedro Pinho "O filme é sobre a espera, sobre os tempos de espera. Se pode haver diferenças entres as acções das pessoas de cá e as pessoas de lá, a espera permite-nos reconhecer uma unidade e uma semelhança. Por definição, quando esperamos estamos dependentes de alguma coisa exterior que não controlamos e de que estamos dependentes e esse estado de vulnerabilidade é universal. O quotidiano da espera é comum a todas as pessoas do mundo e facilmente reconhecível e identificável." Pedro Pinho

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10.07.2012 | por Marta Lança