Exposição Malick Sidibé

Malick Sidibé, 74 anos, é o fotógrafo africano em actividade de maior reconhecimento internacional. O seu estúdio, fundado em 1962 num bairro periférico de Bamako, continua a ser hoje um local de peregrinação para os habitantes da cidade e para muitos turistas que desejam ser retratados pelo mestre. Premiado em 2007 com o Leão de Ouro da Bienal de Veneza pelo conjunto da sua obra, Malick Sidibé é um caso excepcional no panorama da fotografia africana. Em Portugal, as suas obras foram expostas pela primeira vez por Albano Silva Pereira, em Coimbra, mas provavelmente Malick Sidibé ainda não é um fotógrafo conhecido do grande público. Apresentar uma exposição de Malick Sidibé no âmbito do doclisboa é um grande motivo de orgulho e serve também para clarificar posições sobre o que é o documentário cinematográfico. No doclisboa valorizamos um entendimento do documentário enquanto forma de expressão próxima da antropologia, do ensaio, e por vezes até da ficção. No documentário constroem-se ou reconstituem-se universos com características assumidamente subjectivas. Essa subjectividade, paradoxalmente, documenta o real. E fá-lo muitas vezes de forma mais rica do que aquilo que se pretende neutro, pretensamente observacional e objectivo.
Os milhares de clichés tirados por Malick Sidibé ao longo de cinco décadas são hoje um retrato da evolução dos costumes, dos sonhos e valores de várias gerações. Através destas fotografias percebemos como é que diversos grupos dentro de uma mesma sociedade queriam ser retratados. À primeira vista, o que chama a atenção nas suas fotografias são os cenários teatrais, as roupas extravagantes, os acessórios (motocicletas, óculos de sol, malas, vasos de flores), mas, depois, percebe-se que o denominador comum mais forte entre todas as imagens é a energia dos retratados, simplesmente orgulhosos de pousar para a câmara de Malick. O fotógrafo maliano, tal como os grandes documentaristas, privilegia a relação de confiança com aqueles que retrata. Curiosamente, a obra de Malick Sidibé não deixa de lembrar o universo hedonista apresentado por Jean Rouch em «Moi, un Noir» (1958). Tanto o fotógrafo maliano como o etno-cineasta francês apresentam contrapontos à imagem repetida até à exaustão de uma África marcada pela dor e pela pobreza. Talvez esta afirmação positiva da vida, oposta a um retrato de uma África miserável para consumo ocidental, tenha levado a realizadora Cosima Spender a dar por título «Dolce Vita Africana» ao único documentário realizado até hoje sobre Malick Sidibé.

 

Um pouco de Bamako no doclisboa

29 de Set. até final de Out.
3ªf a 6ªf | 10:00 às 19:00 | Sábados e Domingos | 14:00 às 19:00
GALERIA PALÁCIO GALVEIAS – CAMPO PEQUENO
ENTRADA GRATUITA

30.09.2010 | por martalanca | Malick Sidibé

Os Raaga Trio são um "objecto estranho" neste Tocar de Ouvido.

Dia 8 de Outubro, Sexta-feira, 22h - Teatro Garcia de Resende, Coimbra

Os Raaga Trio são um “objecto estranho” neste Tocar de Ouvido. Numa curiosa mistura de Jazz com música do Mali, conseguem combinar o som do N’goni (um cordofone da África Ocidental, com tampo de pele e corpo de madeira escavada) com percussões africanas, guitarras eléctricas e harmónica.

O grupo é constituído por Andra Kouyaté (N’goni; Mali), Baba Konaté (percussões; Burkina Faso), Andrea Fulgosi (Guitarra eléctrica, Banjo; Itália) e Guillaume Lagger (Harmónica; Suíça). Todos eles excelentes músicos em cada um dos seus instrumentos e formações.
O
 Mali tem exportado músicos por todos os cantos do Mundo, desde que foi descoberto nos circuitos discográficos europeus e anglo-saxónicos. Os Raaga Trio suscitam perguntas: é música Mandinga? Sim. Mas também é Jazz? Pois é. Os Raaga Trio conseguem provar - como quer fazer este festival - que os instrumentos e sons “tradicionais” (de qualquer origem) são tão contemporâneos como quaisquer outros. Estão vivos e são para serem usados sem limites. Os Raaga Trio fazem isso mesmo - e fazem-no bem.

N’goni: da cultura Mandinga ao Jazz

Com Andra Kouyaté e os Raaga Trio

Dia 8, Sexta-feira, 14h00 às 15h00
Auditório do Colégio Mateus de Aranda (Universidade de Évora)

Na África Ocidental e em especial no Mali, Guiné e Senegal, os “Griot” (contadores de histórias) ocupam um papel central na sociedade. A sua música e narrativas são um ofício, passado de geração em geração. Os instrumentos que tocam são aparentados com muitos outros cordofones de todo o mundo. No caso do N’goni, trata-se de um instrumento com corpo de madeira escavada ou uma cabaça, cujo tampo vibratório é feito de pele de animal. As cordas, esticadas num braço sem trastes, permitem uma grande variedade de intervalos sonoros e uma enorme liberdade criativa. Por essa razão, um grande número de prestigiados Griots tocam esse instrumento. Acompanhado pelos Raaga Trio, Andra Koyaté vai explicar-nos o universo deste instrumento tradicional e como ele se adapta tão bem ao universo do Jazz.

30.09.2010 | por martalanca

Otobong Nkanga

Nasceu em Kano, Nigeria em 1974. É artista visual e performer. O seu trabalho está exposto na 29a Bienal de São Paulo, Brasil.

29.09.2010 | por martamestre | Nigeria, Otobong Nkanga

Documentário Musique de Guinée: Musiques de la foret et de la haute Guinée no terraço da ZDB 30 Setembro

Ciclo de Cinema no Terraço da ZDB termina com o documentário Musiques de Guinée: Musiques de la foret et de la haute Guinée de Yves Billon e Robert Minangoy, uma recolha exímia do património musical deste país, com enfoque nas famílias Griot, Kouyanté e Kanté, responsáveis por conservar as tradições musicais dos seus antepassados Mandigas. Este filme será sucedido pelo concerto de Dolphins into the Future, projecto a solo do belga Lieven Martens.

 Musiques de la foret et de la haute Guinée, 1987, Documentário, Francês,  52min, cor Musiques de la foret et de la haute Guinée, 1987, Documentário, Francês, 52min, cor

A república da Guiné tem um património musical de uma extrema riqueza. As famílias Griots, os Kouyanté e os Kanté conservaram os instrumentos e tradições musicais dos seus antepassados Mandigas e, até hoje, cantam as epopeias do império do século XII. Nas vilas e na floresta, as músicas e as danças tradicionais veiculam os ritmos, a vida quotidiana e a passagem das estações. Este documentário, com um discreto comentário, situa as cerimónias no seu contexto histórico e social, apresenta os seus instrumentos e, mais importante, dá um espaço predominante à execução, aos músicos e aos bailarinos.

Galeria Zé dos Bois R.Barroca, 59.1200-047 lx portugal t + 351 213430205 - www.zedosbois.org   zdb@zedosbois.org  

29.09.2010 | por franciscabagulho

balanço literário da década no mundo lusófono

29.09.2010 | por martalanca

é já na 2ª feira - BUALA na bienal de S.Paulo

29.09.2010 | por martalanca | Bienal de S.Paulo, buala

Música do Dia: Lokua Kanza - Vou Ver Feat Vander Lee

Novo álbum do senhor do Congo, chama-se Nkolo e foi lançado recentemente. Nessa música Lokua arrisca pela primeira vez numa letra inteira em português (língua que ele domina) com participação do brasileiro Vander Lee, é quase uma canção de ninar tal é a simplicidade… das notas do piano e a delicadeza que os dois colocaram na voz…”se eu me jogar não tema/ serei como pena a flutuar ao sol/ se eu me perder/poema/ buscando formas de não ser quem sou…” recomendadíssimo.

28.09.2010 | por keitamayanda

Vem aí o Fórum das Letras 2010 - Ouro Preto

O evento, que desde 2005 marca presença no calendário de Ouro Preto, já tem data marcada para o próximo encontro – daqui a menos de dois meses.

 

Na manhã de terça-feira, 21 de agosto, em Belo Horizonte, Guiomar de Grammont, idealizadora do Fórum das Letras, anunciou junto ao coordenador Armando Wood e a curadora do Fórum das Letrinhas Mônica Versiani a data da sexta edição do evento. De 10 a 15 de novembro, mesas redondas gratuitas, exposições, sarais, programação infantil e alternativa irão movimentar a cidade.

 

O Fórum das Letras deste ano agrega o interesse na formação de leitores à política de interação da língua portuguesa no mundo. Como parte das novidades, destacam-se o tema “África” em valorização do intercâmbio entre os países lusófonos; presença de escritores especialistas em literatura africana; e homenagem aos 300 anos de Vila Rica. 

Outra novidade desta edição fica por conta da parceria entre a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), entidade realizadora do evento, com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais PUC-MG. Juntas, as instituições estão organizando o IV Encontro de Professores de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa em Ouro Preto entre os dia 8 a 11 de novembro que, como uma prévia ao que será discutido no Fórum das Letras, traz o tema “África: dinâmicas culturais e literárias”. No evento será formalmente instalada a Associação Internacional de Estudos Literários e Culturais Africanos - AFROLIC.

 

A abertura do Fórum das Letras, no dia 10, será em homenagem a um dos maiores escritores vivo do Brasil, o mineiro Affonso Ávila. Diariamente serão três mesas redondas, uma à tarde e duas à noite. Como nos anos anteriores, a criançada poderá aprender e se divertir no Fórum das Letrinhas. As madrugadas dos cinco dias do evento também contam com animada programação: Saraus de poesias terão início à meia-noite e seguirão até às 6h. Fazem parte da agenda ainda o programa “Diálogo entre Sinos e Tambores” e programação musical paralela com apresentação de grupos como As Nananás, das lavadeiras de Lavras Novas, e Contos Negreiros, de Marcelino Freire.

 

A programação ainda não foi fechada. Já está confirmada a presença do escritor africano Mia Couto, de Moçambique; dos angolanos Pepetela, Ondjaki, Carmo Neto, João de Melo, Adriano Botelho e João Maimona; dos portugueses Inocência da Mata e Margarida Paredes; e dos brasileiros Affonso Ávila, Alberto Mussa, Nei Lopes, Flávio Carneiro, Marina Colasanti, Laurentino Gomes, Décio Pignatari, Daniel Galera, Rafael Coutinho, João Paulo Cuenca, Luiz Antônio Simas, Ronaldo Correia de Brito, Clóvis Bulcão, Ricardo Aleixo, Affonso Romano de Sant’anna, Caio Boschi e Toninho Horta.

 

Em 2009 o Fórum das Letras movimentou cerca de R$ 6 milhões em Ouro Preto e atraiu público de aproximadamente 20 mil pessoas, segundo aponta pesquisa realizada pelo Instituto Estrada Real. O Fórum das Letras 2010 contará com mais dois dias de lançamento, um no Rio de Janeiro, outro em São Paulo.

27.09.2010 | por martalanca | Fórum das Letras, Literaturas Africanas de Língua Portuguesa

Milagrário Pessoal, de Agualusa

27.09.2010 | por martalanca | Agualusa

O Estrangeiro, Miguel Gaspar in Pública 26.09.2010

27.09.2010 | por franciscabagulho

Música do Dia: Slum Village - Fall In Love

 

Em 2000 quando Fantastic Vol. 2 foi lançado Slum Village ainda tinha a formação original Baatin, T3 e J. Dilla e fez o que para mim é o seu melhor disco ainda com claras influência da era The Ummah. É provavelmente também o álbum mais relax do trio de Detroit com enormes pedradas musicais, com participações de Common, Busta Rhymes, Pete Rock, D´Angelo e Q-Tip, só boa gente.

27.09.2010 | por keitamayanda

anteproposta do futuro regulamento da lei de meceno em Moçambique

ANTEPROPOSTA DO FUTURO REGULAMENTO DA LEI DE MECENATO EM MOÇAMBIQUE

A CulturArte submeteu ao Ministerio da Cultura a anteproposta do futuro regulamento da lei n°4/94, de 13 de Setembro, tambem designada por lei do mecenato.

Mais informaçoes visite: www.culturartemz.org

   
   
PRE-PROPOSAL FOR THE FUTURE REGULATION OF THE LAW ON CULTURAL SPONSORSHIP IN MOZAMBIQUE

Culturarte submitted to the Ministery of Culture the pre-proposal for the future regulation of the law no 4/94, of 13 September, also called the law on cultural sponsorship.

More info: www.culturartemz.org

   
   
www.culturartemz.org | info@culturartemz.org
tel.: (+258) 21 326 983 | fax: (+258) 21 326 984
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27.09.2010 | por martalanca

quem é a mulher angolana?

Pode haver algo mais belo do que um corpo nu? Um corpo despojado de adereços, livre com a sua verdade, a sua disponibilidade para a vida, as marcas desta no corpo e a sua fusão com outros elementos (e outras vidas)…
Acaba de sair, pela DZzzz Ent, um livro onde a nudez é contemplada pelo olhar de um fotógrafo angolano, Massalo, que dá nome ao livro. Preto e branco, as cores que Massalo mais escolhe nos seus trabalhos “à volta de ideias. Por vezes soltas e abstractas, por vezes claras. Este livro é uma mistura” - a abstração da mulher e a soltura da nudez. A conexão entre a praia (mar e areia) e a mulher, presente no imaginário do fotógrafo que cresceu com as fantásticas histórias da Kianda (a sereia guardiã de Luanda), e outras sereias da mitologia africana e grega.

É que não faltam ligações entre a água e o feminino. A figura Mami Wata, com a sua beleza excessiva e sobrenatural, cabelos longos e uma tez muito leve, poderia perfeitamente ser evocada. É uma das divindades da água, adorada na África Ocidental, Central e Austral e na diáspora africana, nas Caraíbas e em parte da América do Norte e do Sul. Poderíamos falar  também da super adorada brasileira “Rainha do Mar” Iemanjá (ou Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria), cuja festa de homenagem - todos os anos em Salvador (a 2 de Fevereiro) ou na passagem de ano no Rio de Janeiro - junta milhares de pessoas vestidas de branco, numa procissão até ao templo na foz do rio Vermelho ou até ao mar, onde se lançam oferendas, espelhos, bijuterias, comidas, perfumes e pentes, para embelezar Iemanjá que assim trata dos seus lindos cabelos (os brilhos do luar nas águas), como tão bem descrevia Jorge Amado.

A Massalo “interessa esta fusão entre a feminilidade e o mar”, que é um elemento feminino. “A fonte de alimento, o mistério, os cheiros, o conforto de suas águas como do útero materno se tratasse… muitos mais paralelos poderia fazer.” Este livro é, portanto, uma celebração da mulher e sua ligação aos elementos de água (vida). Curiosa esta celebração da mulher ser iniciativa de dois homens. Nástio Mosquito resolveu editar o livro porque “vai mexer com as pessoas”. No contexto de “uma sociedade com sede de mudança e, com a extrema necessidade de se libertar de dogmas que contribuem para o isolamento de sonhos, filosofias e alternativas de vida”, diz Nástio, é importante valorizar “esta nova mulher que se assume com escolhas, dona do seu corpo e da sua vontade de existir coerente com o seu ambiente, com a sua condição de ser belo, livre e dominante; é assim também o Mar” explica Massalo.
O diálogo da mulher com a sociedade começa com os pais, maridos, namorados e filhos - e outras mulheres, ora bem. As organizações que pretendem representar e defender as mulheres, conhecerão realmente o que a mulher angolana busca e procura ser hoje?
 O desafio que Nástio Mosquito propõe é este: “falar do espaço da mulher em sociedade e como isso se reflecte no relacionamento com o seu corpo, a sua estética e a sua filosofia de vida enquanto mãe, filha e irmã”. A partir de um acto tão simples, pois todas nele vivemos: o nosso corpo, “averiguar a postura social em relação ao seu corpo e vida, estabelecer novas possibilidades de diálogo e de existência no domínio público angolano.” Lembrar e celebrar as mulheres neste país, antes de mais, muitas vezes remetidas para  planos secundários quando são elas a base e sustento da dinâmica de Angola.
 As fotos, de boa qualidade técnica e estética, mostram mulheres angolanas despidas - mas será que nuas?, “num desejo de eliminar tabus”, dizem os autores. As modelos do livro não são profissionais (e não estão identificadas nem por nome nem mostram o rosto – ainda o preconceito?), habitam a cidade de Luanda, e o corpo que emprestam à imagem de si próprias tem a ver com uma luta pela emancipação, “no sentido mais simples e prudente da expressão”. Numa declaração da liberdade.

Transformar em produto da casa

Nástio Mosquito optou por publicar as fotografias sem palavras de contextualização, no sentido de interagir culturalmente, “mexer com a forma hipócrita como a sociedade luandense e angolana reflecte sobre a mulher, quando olhada sem roupa seja em que contexto for”. Estas raparigas “queriam tirar fotos, viver a experiência, como se vêem; queriam sentir-se como querem ser, livres e sem vergonha de serem belas.” Não tem a ver com fama, não tem a ver com ganhar dinheiro, a beleza está ali na afirmação daqueles nus que se contorcem e se fazem desejar.
Nástio e Massalo já tinham colaborado numa publicação, Silhuetas, um pequeno livro de fotografias e textos da autoria de Massalo, com o qual deram “os primeiros passos nisto de fazer livros.” Foi tudo produzido em Luanda, onde há ainda limitações no papel, na mão-de-obra e os custos são elevados. Apesar disso, deixaram o investimento no país, querem “ser parte desta Angola que evolui melhorando-se… sem a obrigação de importar informação e tecnologia, mas adquirindo do mundo, com o mundo e no viver, conhecimento.” Há determinação aqui.

MASSALO da DZzzz Ent., 3000 kwanzas

27.09.2010 | por martalanca | Massalo, Nástio Mosquito

Sonhos traídos - África 1960-2010

De 20 de Setembro a 20 de Outubro de 2010, o Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona organiza um ciclo de conferencias e projecções analisando os 50 anos que passaram desde o despontar dos estados independentes em África.

“Entre 27 de Abril e 28 de Novembro de 1960, 17 novos estados viram a luz no continente africano (e mais 15 durante o resto da década), na maioria dos casos após uma longa luta de emancipação. Depois de quase um século de domínio e opressão colonial, as esperanças e os sonhos alimentados pela independência permitiram tocar o céu por uns instantes. No entanto, cedo essas esperanças começaram a ver-se frustradas e os sonhos traídos. Por um lado, a maioria dos novos dirigentes africanos davam prioridade aos interesses políticos e económicos próprios, assim como aos de umas pequenas elites, por cima dos do conjunto da sociedade. Por outro lado, as antigas potências coloniais trataram muito bem de assegurar a prolongação duns direitos económicos e políticos que mantiveram os novos estados numa situação de liberdade condicional e vigiada. Cinquenta anos depois, o balanço é dramático. No entanto, ao mesmo tempo, há indícios que sugerem que, se calhar, estamos a entrar numa nova etapa, ainda turbulenta e confusa, mas que abre novas perspectivas. Talvez mais difíceis de trair.”

Mais informação no site do CCCB.

 

26.09.2010 | por luisestevao | barcelona

Desmedida

Já está disponível nas melhores livrarias do Brasil a edição brasileira de DESMEDIDA, de Ruy Duarte de Carvalho, pela Editora Língua Geral.


24.09.2010 | por martalanca | Ruy Duarte de Carvalho

Making of II Trienal de Luanda

Começou no domingo, dia 12/9, a Trienal de Luanda. Serão quase 200 eventos realizados em quatro endereços diferentes durante 14 semanas. De arte contemporânea a apresentações de kuduro. De teatro a conferências sobre arquitetura. A equipe envolvida na produção do evento trabalha para ajustar os últimos detalhes. A nossa parceira do tás a ver?, Juliana Borges, mostra um pouco dessa correria…

 

 

24.09.2010 | por martalanca | Tás a Ver, Trienal de Luanda

Terra Sonâmbula / Cologne (Germany) / Filmforum NRW

Freitag, 24.09. 20.00h

 Portugal/Mosambik 2007, 95 Min, OF m. engl. UT, 35mm, Regie: Teresa Prata 
In Anwesenheit der Regisseurin Teresa Prata

Teresa Prata erzählt in ihrem ersten Langspielfilm die Geschichte des kleinen Muidinga, der inmitten des mosambikanischen Bürgerkriegs versucht, seine Eltern zu finden. Muidinga wird von Tuahir, einem alten Mann, auf seiner Reise durch das verwüstete Land begleitet. Trotz des alltäglichen Überlebenskampfes ist Muidinga voller Hoffnung. Tuahir wird zu seinem Beschützer und rettet ihn vor Landminen, Fallen und vor den durch das Land streifenden bewaffneten Banden.  
Eines Tages stoßen die beiden auf einen ausgebrannten Bus, in dem sie vorerst Schutz suchen. Bei einem der toten Passagiere, die sie begraben, findet Muidinga ein Tagebuch. Daraus liest er Tuahir täglich vor. Es erzählt die tragische Geschichte eines -jungen Mannes namens Kindzu, der sich auf der Flucht vor dem Krieg in Farida verliebte. Farida wartet verzweifelt auf die Rückkehr des verlorenen, gemeinsamen Sohnes. Je weiter Muidinga in dem Tagebuch liest, um so mehr ist er davon überzeugt, seine eigene Geschichte darin wiederzufinden… 
Teresa Prata, eine junge portugiesische Regisseurin, die in Mosambik aufgewachsen ist, schildert in diesem Film eindrücklich das unendliche Leid und die Ziellosigkeit des Bürgerkriegs, der das ganze Land traumatisiert zurück ließ. Sie schafft es trotz des ernsten Themas, die Hoffnung auf ein besseres Leben aufrecht zu erhalten.  
Teresa Prata arbeitete sieben Jahre an der Fertigstellung dieses bildgewaltigen Films, der auf dem gleichnamigen Roman des mosambikanischen Schriftstellers António Emílio Leite Couto – sowie seiner Erzählung «A menina de futuro torcido» basiert. Terra sonâmbula ist der erste mosambikanische Film, der nach dem Befreiungskrieg gedreht wurde und die erste Koproduktion zwischen Mosambik und der ehemaligen Kolonialmacht Portugal seit der Unabhängigkeit vor 3 Jahrzehnten. Alle Darsteller dieses Films sind Amateure, denen die Regisseurin beim Casting die Frage stellte: «Hören Sie beim Einschlafen immer noch die Geräusche von Gewehrschüssen?»

 

24.09.2010 | por nadinesiegert

Out of Europe XI – New films from Africa / Cologne (Germany)


19th of September - 4th of October 2010, Filmforum NRW in the Museum Ludwig, Cologne
 55 movies from 22 African countries, panel discussions with 17 guests from Egypt, Algeria, Cameroon, Marocco, Congo, Rwanda, Tunesia, USA, France and Germany as well as a Hiphop dance theatre performed by migrants from Strasbourg as the grand final –  this all offers the festival „Out of Europe XI – New films from Africa“  by FilmInitativ Köln e.V.
The festival will take place from 19th of September to 4th of October 2010 at the Filmforum NRW of the Museum Ludwig Cologne (and at five other locations) and presents, besides the awardees of the panafrican film festival FESPACO 2009 in Ouagadougou (Burkina Faso), new discoveries from other international festivals – like those in Carthago, Zanzibar, Durban, New York, Brüssel, Tarifa and the Berlinale. 
The spectrum of the genres demonstrates the diversity of the African cinema and ranges from comedies and love stories, thrillers and science-fiction to political explosive documentaries and video Installations. One of the short-film screenings will present the winners of a directors competition, which was announced by the Goethe-Institut in Africa and which results were presented in 2010 under the title „Latitude“.
From Egypt, there will be a film reel with 19 movies from different African countries which shows the history of African animation movies including one of the first African cartoons ever produced in 1937.   
The festival also provides a cinematic preview  for the exhibition about African mega-cities, which will be presented by the Rautenstrauch-Joest-Museum Cologne under the title „Afropolis. City, Media, Art“. 

In another special section films about African role during the Second World War are

presented, pertaining to the (touring)exhibiton „The Third World in the Second World War“ can be seen, which will be shown by the NS-Dokumentationszentrum of the City Cologne (a museum on the local NS-history) from September 15th to January 16th 2011. 
Special screenings for schools in the morning, performances of the dance and music group BAOBAB from Ghana, a live-act by Tamika & Mamadee - part of the anti racist musican initiative „Sisters“ - as well as readings of African authors will complete the festival program.  The performaces of the french Hiphop-Dance Theatre „The forgotten liberators“ (A nos morts) will be provided with German uptitles.  
For the theatrical release of the documentary „Kinshasa symphony“ the conductor of the first Congolese orchestra, Armand Diangienda, has also been invited to Cologne.
 
Detailed information concerning the program of the festival can be found in the internet:
www.filminitiativ.de, www.facebook.com/FilmInitiativ
(Unfortunately, the program is only available in German language)
Contact:  
FilmInitativ Köln e.V., Im Mediapark 7, 50670 Köln,Tel.: 0221-4696243, mail@filminitiativ.de

 

 

 

 

 

 

24.09.2010 | por nadinesiegert

pretos e gays

Os direitos das minorias têm apenas em comum serem direitos. As minorias e as razões da sua discriminação nada têm de semelhantes. As minorias não são melhores do que as maiorias. Apenas as circunstâncias fazem delas vítimas da intolerância. E a verdade é esta: assistimos a uma progressão dos direitos das minorias sexuais e a uma regressão das minorias étnicas. Uma pista: num caso estamos perante direitos individuais, no outro perante direitos económicos. E, nos tempos que correm, isso faz toda a diferença.

23.09.2010 | por martalanca | étnicas, minorias, questões raciais, racismo

Ondjaki em Lisboa - “dentro de mim faz Sul”

o lançamento do livro
seguido de acto sanguíneo

Quarta-feira, 6 de outubro às 19h

Livraria LEYA na CEBUchholz
Rua duque de palmela, 4 – Lisboa

Com a apresentação de António Loja Neves

vamos conversar, ler poemas, ouvir músicas (uma surpresa…);
 ……….Celebrar………

 


 

23.09.2010 | por martalanca | ondjaki