5 Espaços é um desses raríssimos livros de estreia sem um verso bambo, frouxo, ou uma palavra a menos, revelador de uma poderosíssima voz pessoal, visceralmente radical, sem dívidas nem epígonos, geradora de vocabulários inaugurais, de uma atentíssima e exaustivamente trabalhada oficina poética na consumação de uma linguagem que se não conturba, criadora da sua própria tradição, cuja fulguração só encontro paralelo entre as suas coetâneas Luiza Neto Jorge (1939-1989) e Maria Velho da Costa (1938-2020) de Da Rosa Fixa e Corpo Verde, o que há-de querer dizer alguma coisa num mundo de desatenções fulminantes e videirinhas celebrações impantes da mediocridade vigente e ululante.
A ler
26.07.2024 | por Zetho Cunha Gonçalves