Um mapa para configurar mundos

Um mapa para configurar mundos comunidade e coragem por toda ilha por toda terra palavra é pássaro palavra é instrumento político política é retomar a terra

Mukanda

31.10.2024 | por Ellen Lima Wassu e Marta Lança

Dia municipal do Poetry Slam é comemorado pela primeira vez no Rio de Janeiro

Dia municipal do Poetry Slam é comemorado pela primeira vez no Rio de Janeiro A inclusão desta data no calendário oficial do Rio de Janeiro é uma iniciativa ímpar e já nasce como uma das pioneiras do Brasil e do mundo, abrindo caminho para outras ações de reconhecimento do poetry slam através da ferramenta parlamentar e, com certeza, fortalecendo a cena slam na nossa sociedade e no âmbito das políticas públicas de cultura.

Cidade

30.10.2024 | por Miriane Peregrino

Os Papéis do Inglês e muito mais: venham lá conhecer Ruy Duarte de Carvalho

Os Papéis do Inglês e muito mais: venham lá conhecer Ruy Duarte de Carvalho O início do livro remete justamente para essa intenção: a de combater o “imaginário viciado”. Dirigindo-se a essa interlocutora, escreve: “A narração daquela estória que prometi contar‐te, a do suicídio de um inglês no interior mais fundo de Angola e nesta África concreta de que tu, e todo o mundo, tão pouco realizam no exacto fim deste século XX, fora de um imaginário nutrido e viciado por testemunhos e especulações que, afinal, se ocupam mais do passado europeu que do africano (...), poderia, a ser levada avante, começar aqui e agora.”

Ruy Duarte de Carvalho

29.10.2024 | por Isabel Lucas

“Até que tudo caiu no esquecimento”. Falar de Luís Romano à mesa.

“Até que tudo caiu no esquecimento”. Falar de Luís Romano à mesa. A nossa identidade é, toda ela, traçada com o passado. Seria então muito imprudente retirar ou apagar um momento histórico dessa mesma matriz genética, como as nossas fomes cíclicas e as murmuradas histórias de canibalismo, as ideologias e divisões feudais ainda muito presentes em Cabo Verde, Amílcar Cabral e toda a história da luta pela independência, a nossa condição africana, as atrocidades feitas a nós próprios, ou aos nossos irmãos africanos, ou qualquer outro elemento que possa ter contribuído de alguma forma para aquilo que somos hoje.

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29.10.2024 | por Nuno Miranda

A visão pan-africanista e não-alinhada de Amílcar Cabral e a atual situação da África e do mundo, à luz de alguns relevantes factos da atualidade *

A visão pan-africanista e não-alinhada de Amílcar Cabral e a atual situação da África e do mundo, à luz de alguns relevantes factos da atualidade * Uma primeira expressão do fervor afro-crioulista, pan-africanista, pan-negrista, ecumênico e internacionalista de Amílcar Cabral encontra-se nalguns dos seus poemas mais icónicos e assume laivos de esfuziante entusiasmo quando, em 1949, toma conhecimento, através do amigo e camarada angolano Mário Pinto de Andrade, dos poemas negritunidistas de poetas francófonos reunidos e organizados por Leópold Senghor na 'Anthologie de la Nouvellhe Poésie Négre et Malgache', a qual contou com um marcante prefácio do filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre intitulado “Orphée Noir”.

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28.10.2024 | por José Luís Hopffer Almada

Sobre escrevivências, fronteiras e ficar Odara

Sobre escrevivências, fronteiras e ficar Odara Ser uma jovem migrante brasileira negra investigadora em Portugal é resistir à destituição do meu potencial singular e complexo, quando a lógica colonial insiste em me cristalizar em identidades marcadas para morrer. É tentar equilibrar o aforismo gramsciano - pessimismo da razão e otimismo da vontade - numa fronteira cultural, social e política cujo agente de imigração não vai com a minha cara. Mas na escrevivência posso ser fronteiriça, posso ser tudo e nada, posso até abandonar esse texto sem uma lição que o valha.

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27.10.2024 | por Gessica Correia Borges

O Humor, a Liberdade de Expressão e a Blackface entram num bar

O Humor, a Liberdade de Expressão e a Blackface entram num bar Os limites do humor estão em permanente expansão, constrição e discussão. E por muito que isso seja chato, seja para veteranos como eu, com pouca paciência para novidades, seja para velhos enquistados, ou jovens com tempo a mais e vida a menos ou o contrário, é bom que assim seja. O humor faz parte do discurso e o discurso faz parte dos tempos. Muda. Aliás muda tudo, muitas vezes para tudo ficar na mesma.

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25.10.2024 | por Pedro Goulão

Agressões e racismo, abusos quotidianos nos bairros

Agressões e racismo, abusos quotidianos nos bairros As histórias contam-se na primeira pessoa. Fala-se de agressões gratuitas, da falta de respeito, de não se sentirem cidadãos de direito: “antes de se identificar já foi vítima”, “queremos ser tratados como cidadãos”; polícias à paisana com conversas ordinárias, insultos repetidos “pretos de me***”, “volta para a tua terra”; saídas à noite que acabam em tragédia, rusgas quando se está calmamente no café a ver a bola e se acaba deitado no chão à chuva, a ouvir insultos, festas de aniversário ou modestos convívios que de repente se misturam com balas, e ops, danos colaterais...

Cidade

25.10.2024 | por Marta Lança

Entre o desespero, a raiva e a esperança: diário do último ano, por Noura Erakat

Entre o desespero, a raiva e a esperança: diário do último ano, por Noura Erakat    Durante o último ano, em todo o mundo, tiveram lugar as maiores mobilizações das últimas décadas em solidariedade com a luta do povo palestiniano. No contexto português não foi diferente, com a presença popular massiva nas ruas e praças de várias cidades, com a partilha e discussão em vigílias diárias ou semanais e em assembleias populares onde se traçaram estratégias e objetivos, não apenas para que as exigências de um cessar-fogo se materializassem imediatamente, mas como prática descolonizadora que tem a libertação da Palestina e de todos os territórios colonizados como horizonte.

Mukanda

22.10.2024 | por Bruno Costa

Só tenho saudades do futuro

Só tenho saudades do futuro A ideia de só termos saudades do futuro voltou pois a fazer todo o sentido na sequência desta "primavera", com a agravante de se estar a observar agora um tipo de gestão da comunicação social/jornalismo que tem contornos ainda mais preocupantes do ponto de vista da liberdade de imprensa, da independência editorial dos jornalistas e do pluralismo mediático. Neste segundo e último mandato de João Lourenço, sente-se que o poder político está muito mais agressivo, a lidar com os projectos editoriais que não consegue controlar directamente, com as atenções voltadas para o jornalismo digital que usa a Internet como meio de transmissão.

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18.10.2024 | por Reginaldo Silva

Ver como o lobo e olhar como um artista, entrevista a Bruno Caracol

Ver como o lobo e olhar como um artista, entrevista a Bruno Caracol A tua investigação parte de uma relação histórica entre humanos e lobos numa tensão mútua, e a escassez. Escreves que o lobo ocupa um lugar simbólico da escassez, ameaça tomar as almas dos últimos filhos de famílias numerosas. Nas fábulas o lobo aparece sempre como ameaça, na figura do lobo mau, aquele que vai comer os filhos da cabrinha, ou a avó do Capuchinho Vermelho.

Cara a cara

15.10.2024 | por Marta Lança e Bruno Caracol

Ensaio de Jazz: Uma composição democrática

Ensaio de Jazz: Uma composição democrática O ocidente é um hospício, um receptáculo consciente e premeditado da magia preta. Cada desaparecimento é um registro. Isso é ressureição. Insurreição. Espalhe a magia preta, mas espalhar ou dispersar não é admitir a informidade. O som posterior é mais do que uma ponte. Ele rompe a interpretação mesmo quando o trauma que registra desaparece. Amplificação de um semblante arrebatado, retrato acentuado. Não há necessidade de descartar o som que emerge da boca como uma marca de separação. Sempre foi o corpo inteiro que emitiu o som: instrumento e dedos reclinados.

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04.10.2024 | por Allende Renck