A pertinência de se ler Fanon, hoje - parte 1

A pertinência de se ler Fanon, hoje - parte 1 Fanon diagnostica, como resultado dessa violência política, económica, social e cultural do opressor – que resulta em massiva horda de marginalizados com ódio ao outro (também decorrente do «medo ao outro») –, uma reacção incontrolada do oprimido: violência gerada pelo recurso às regressões identitárias e étnicas. Esta é uma das evidências da actualidade da sua obra se pensarmos que esta é a situação que (ainda) vivemos hoje.

Mukanda

07.10.2015 | por Inocência Mata

A matéria ardente de que somos feitos

A matéria ardente de que somos feitos Contado a muitas vozes e sempre na primeira pessoa, "Portugal Não é Um País Pequeno" é um espectáculo que nos interroga, aqui e agora, sobre o que fomos e como somos. “Um país que não discute o seu passado é, de certa forma, um país que deixa de existir. E é por isso que estamos aqui, para deixar que alguma dessa memória continue viva dentro de nós”.

Palcos

06.10.2015 | por Maria João Guardão

Entrevista a José Luís Mendonça

Entrevista a José Luís Mendonça As relações entre Angola e Portugal, durante a primeira fase da guerra pós-independência (1975-1992), foram muito marcadas pela postura de Mário Soares, na sua aversão ao poder estabelecido em Angola. Com a abertura da economia angolana à omnipotência do Mercado, as relações amenizaram-se, embora, mesmo no período de contenção, as relações humanas e familiares conseguiram escapar às questões políticas dos dois governos.

Cara a cara

05.10.2015 | por Maud de la Chapelle

Noite passada em B.Leza

Noite passada em B.Leza A quizomba é a música que está na berra, fala de amor e paixão nas suas letras, e tem diferentes passos, desde os mais básicos até às passadas mais profissionais. “Para dançar bem quizomba é preciso deixá-la entrar dentro de nós”, diz um amigo que anda a aprender o ritmo africano. O funaná é de origem cabo-verdiana, fácil e rápido de dançar, tem muito do folclore português, sobretudo do corridinho.

Palcos

05.10.2015 | por Catarina Andresen Bouça

O que se passa no mar Egeu? Olhar a brutalidade da Europa a partir das ilhas gregas

O que se passa no mar Egeu? Olhar a brutalidade da Europa a partir das ilhas gregas A Europa é um mundo duplo, se não mesmo triplo, formado por seres e espaços diversamente trabalhados pela história. E o Mediterrâneo, que influencia fortemente o Sul do continente, contrariou bastante a unidade da Europa, que procurou atrair para a sua esfera de influência, provocando movimentos de diversão que lhe fossem favoráveis.

Jogos Sem Fronteiras

05.10.2015 | por vários

A descolonização continua

A descolonização continua Nos anos 90, solitária e, por vezes, incompreendida, a actividade de Ângela Ferreira foi decisiva para que os artistas portugueses se confrontassem com a memória do passado colonial. Depois da literatura e do cinema, a arte contemporânea portuguesa parecia disposta a interrogar a memória e o conhecimento que os cidadãos tinham do seu passado colectivo mais recente.

Vou lá visitar

02.10.2015 | por José Marmeleira

«ALDA E MARIA – POR AQUI TUDO BEM» - um filme de Pocas Pascoal

«ALDA E MARIA – POR AQUI TUDO BEM» - um filme de Pocas Pascoal É uma história de emigração e de afetos que Pocas Pascoal, a realizadora angolana que vive hoje na ponte aérea Paris-Lisboa, trouxe para a nossa intimidade, apesar dos nossos receios e da nossa fragilidade intelectual e emocional.

Afroscreen

02.10.2015 | por Luísa Fresta

Eu mesma - entrevista a Djaimilia Pereira de Almeida

Eu mesma - entrevista a Djaimilia Pereira de Almeida Uma pessoa nas minhas condições não tem propriamente onde regressar, tirando os meus bairros. Pelo contrário, e pensando no tópico da auto-descoberta, parece-me que o mais provável é uma pessoa encontrar-se enquanto faz outra coisa, enquanto procura outra coisa, como alguém que encontra uma tesoura quando estava à procura de um tubo de cola. O que me parece inalcançável é imaginar que posso reclamar o título de descobridora daquilo que encontro por acaso e quando não estava à espera.

Cara a cara

16.09.2015 | por Marta Lança

Patrimónios de Influência Portuguesa: Modos de Olhar

Patrimónios de Influência Portuguesa: Modos de Olhar A influência portuguesa é assim um espaço que extravasou na geografia e no tempo os limites formais das sucessivas configurações geopolíticas do antigo Império, produzindo transculturalidades intensas e difusas, celebradas e ocultas, ostensivas e sensíveis, que o pós-colonialismo vai fragmentadamente absorvendo.

Cidade

15.09.2015 | por Margarida Calafate Ribeiro e Walter Rossa

“Todas as Fronteiras” - Doc's Kingdom

“Todas as Fronteiras” - Doc's Kingdom O programa de 2015 convida a uma rota por “Todas as Fronteiras” – geográficas, geopolíticas, entre quem filma e quem é filmado, o visível e o invisível, o centro e a periferia, o público e o privado, o som e a imagem – e conta com a presença dos realizadores Adirley Queirós, Catarina Mourão, Eloy Domínguez Séren, Eric Baudelaire, Eyal Sivan, Filipa César, Joana Pimenta, Nelson Carlo de los Santos Arias e Salomé Lamas.

Afroscreen

13.09.2015 | por vários

Xikala – História e Urbanidade de um Bairro de Luanda

Xikala – História e Urbanidade de um Bairro de Luanda Paulo Moreira afirma ter iniciado este trabalho “motivado pela urgência em documentar e compreender a forma urbana” do bairro antes da demolição. As preocupações do arquiteto não estão circunscritas à sua disciplina, a proposta que nos apresenta é mais do que um projeto de investigação sobre um bairro informal, trata-se de um olhar intimista sobre a organização espacial, social e cultural da Chicala.

Cidade

07.09.2015 | por Cláudia Silva

Lágrimas de Crocodilo

Lágrimas de Crocodilo De repente, a Alemanha é a campeã dos migrantes e refugiados. O cinismo pessimista tende a ver nestes pronunciamentos mais propaganda do que pragmatismo. A Alemanha sabe que a crise grega a fez ficar mal aos olhos do mundo e tem a oportunidade histórica, a sra. Merkel tem-na, de se reabilitar. E de forçar o resto dos europeus. A Alemanha tem a única liderança forte numa Europa fraca e tem a capacidade industrial para absorver mão de obra barata porque ainda precisa dela.

Jogos Sem Fronteiras

07.09.2015 | por CLara Ferreira Alves

Esse novo arquipélago chamado desejo

Esse novo arquipélago chamado desejo Todos estamos implicados. Todos estamos diante de um minotauro ressurgido sob a forma de leis de mercado, exclusões, dívidas não contraídas que somos forçados a pagar. Da miséria e da fome que alastram por via das incursões pós-coloniais, às guerras fratricidas, tudo explica parcialmente o desespero que conduz milhões de pessoas a arriscarem o seu bem mais precioso, a própria vida, em busca de um porto que lhes foi sendo vendido como seguro mas não o é, antes pelo contrário.

Vou lá visitar

05.09.2015 | por Carlos Cabral Nunes

Indígenas, imigrantes, pobres: o afropolitanismo no rap crioulo - parte 2

Indígenas, imigrantes, pobres: o afropolitanismo no rap crioulo - parte 2 O gueto da Cova da Moura se expande para ganhar conexões com outros guetos pelo mundo: o local é global e remete à condição de discriminação nas periferias em geral onde a injustiça social é um fardo mais suportável se narrado e enfrentado pelo grupo.

Palcos

24.08.2015 | por Susan de Oliveira

Indígenas, imigrantes, pobres: o afropolitanismo no rap crioulo - parte 1

Indígenas, imigrantes, pobres: o afropolitanismo no rap crioulo - parte 1 O rap crioulo rompe com o grafocentrismo em primeiro lugar, depois com o imaginário da lusofonia e, finalmente, com a perspectiva canônica de tradução. Por tal relação epistêmica que tem como único aporte a oralidade e o nomadismo da palavra e da voz, o rap crioulo se engaja ao enlace comunitário afropolitano e fundante de sua própria crioulidade.

Palcos

24.08.2015 | por Susan de Oliveira

«A Despedida», um filme de Marcelo Galvão

«A Despedida», um filme de Marcelo Galvão O encontro de ambos é vivido com uma intensidade transbordante, num clima de sensualidade que ultrapassa todos os limites da imaginação. Há um pudor intrínseco, um pacto de reserva e silêncio que torna tudo mais excessivo e urgente. Não se pode adiar o amor, o desejo, a morte. É muito mais desafiante amar quando o caminho é curto, estreito e conduz ao abismo inevitável da noite.

Afroscreen

15.08.2015 | por Luísa Fresta

Contratados, colonos e emigrantes cabo-verdianos

Contratados, colonos e emigrantes cabo-verdianos Chegaram a Angola há cem anos. Assistiram à decadência de um poder colonial que os instrumentalizou e ao nascimento da nação angolana. A memória dos imigrantes cabo-verdianos no nosso país conta uma história de opressão e resistência que o sociólogo crioulo Nardi Sousa resgatou e vai lançar em livro.

A ler

20.07.2015 | por Pedro Cardoso

Língua, linguagem e poder: opressões na palavra

Língua, linguagem e poder: opressões na palavra No contexto das sociedades ocidentais, e actualmente no quadro de uma mundialização uniformizadora, o detentor da palavra e do poder é o homem branco, sedentário, escolarizado e heterossexual com privilégios variáveis consoante classe social, país de origem, situação geográfica... A discriminação nasce de uma vontade de poder e vive, actualmente, nesta conjuntura. É na língua, por outro lado, que as identidades se desenham, sendo importante assinalar o risco de se conceber essa identidade como uma clausura excludente e opressora, potencialmente racista porque instalada na ilusão da “superioridade linguística” ou da “pureza idiomática”.

A ler

13.07.2015 | por Hugo Monteiro

Are you for real?

Are you for real? O cinema Blaxploitation norte-americano e o movimento artístico transnacional (e transplanetário) do Afrofuturismo reescreve as histórias da diáspora africana e da escravatura através de novos paradigmas cosmológicos, mitologias e tecno-futurismos. Numa perspetiva queer observa-se as categorias de poder, como raça, género e sexualidade, e como os fenómenos influenciaram muitas expressões artísticas queer "negras" visuais e musicais, no Reino Unido, EUA ou Jamaica, como a soul, hip hop, rap, bouncing, voguing.

Afroscreen

07.07.2015 | por Ricke Merighi e Pedro Marum

Da Paraíba para o Chiado, a música brasileira em Lisboa pela voz de Natureza

Da Paraíba para o Chiado, a música brasileira em Lisboa pela voz de Natureza O desafio para ouvir algum protagonista desta rede de músicos brasileiros na cidade chegou por via do projeto “O trabalho da arte e a arte do trabalho – circuitos criativos de formação e integração laboral de artistas imigrantes em Portugal”, coordenado pela Lígia Ferro e Otávio Raposo, do ISCTE-IUL, CIES-IUL, que o Buala está a acompanhar.

Palcos

29.06.2015 | por Marta Lança