Jean Michel-Basquiat em Como Ser um Artista

Jean Michel-Basquiat em Como Ser um Artista Jean Michel-Basquiat não era um fã de entrevistas e, nas raras ocasiões que se rendeu às mesmas, suas respostas foram breves e um pouco enigmáticas. Apesar disso, as palavras do artista revelam muito sobre as suas inspirações e o seu processo consumidor. Elas oferecem uma janela à sua abordagem, no qual ele fez uma mescla de referências entre história de artes, ruas de Nova Iorque nos anos 80 e o tumulto da cultura pop com a sua herança caribenha e a sua identidade como um jovem homem negro.

Palcos

09.02.2021 | por Alexxa Gotthardt

Pelas águas sagradas que nos curam: uma conversa com Milena Manfredini

Pelas águas sagradas que nos curam: uma conversa com Milena Manfredini Conversei com a realizadora sobre a sua criação cotidiana com o audiovisual até à sua relação pessoal com os cultos de matriz africana. As narrativas que permeiam a vida de Milena partem da Baixada Fluminense do Rio de Janeiro e desembocam no atlântico, fazendo parte das grandes confluências que têm sido os cinemas negros contemporâneos.

Afroscreen

25.01.2021 | por Marco Aurélio Correa e Milena Manfredini

“O Teatro Viriato ainda é um oásis no país”

“O Teatro Viriato ainda é um oásis no país” Sento-me em qualquer sítio e toda a gente tem uma história com o Teatro Viriato. O Teatro é da cidade. E, ainda assim, sentimos que há novos públicos, há novas energias, novas possibilidades. É isto que um teatro deve ser. É uma casa onde nos encontramos todos, vindos de não sei de onde. Com coisas em comum para partilhar mas também com coisas que nunca tínhamos visto antes. Por vezes incómodas.

Cara a cara

25.01.2021 | por Mariana Carneiro

A dignidade é uma substância tão real como a sua própria carne

A dignidade é uma substância tão real como a sua própria carne O trânsito entre duas temperaturas, dois movimentos musicais da atmosfera colados ao corpo. O frio recobre o calor, e o calor absorve o frio, como se fossem duas nuvens epidérmicas. É nesse diálogo, nesse duelo, que a casa se enche de significados imbatíveis. O lugar em que a temperatura somos nós, em que o frio se enche do calor da nossa paz, do nosso sono, da nossa tristeza, do cheiro da nossa fome. Lugar em que o calor desliza sobre os músculos arrefecidos, como uma melodia percorre o silêncio. O lugar a que todos deveriam ter direito no Inverno. Um lugar difícil de aquecer.

A ler

19.01.2021 | por Brassalano Graça

Práticas de Alegoria Política

Práticas de Alegoria Política Que exemplos de solidariedade transnacional e de cruzamentos disciplinares podem inspirar a prática artística e curatorial contemporânea contra os ressurgimentos nacionalistas à escala global? Recordemos o impacto da Guernica (1937) de Picasso produzida durante a Guerra Civil Espanhola, um dos mais consagrados manifestos contra o fascismo e exemplo da “revolta da consciência e da arte face aos desastres que devastavam a Europa.” Guernica demonstra a importância da ação conjunta de atores estatais e não estatais no desarmamento da ideologia fascista. Que práticas de crítica e reflexão artística e que soluções locais e globais, podem as redes de arte contemporânea – artistas, curadores e instituições – promover para a desradicalização de extremistas e fomentar novas sensibilidades ancoradas na linguagem da igualdade e da não discriminação?

A ler

16.01.2021 | por Sofia Lemos

Obras de arte na condição da pós memória (Conclusão)

Obras de arte na condição da pós memória (Conclusão) Em face desta nova narrativa que reconhece uma produção artística e um apreço de comunidades africanas pela mesma, de que modo tradições culturais seculares de países africanos interagem hoje com a formação e produção artística, no caso dos artistas afrodescendentes, que nasceram e fizeram a sua formação em países europeus? Como se combinam os acontecimentos da história de África e dos africanos com linguagens artísticas das “escolas europeias” e, em particular, com as temáticas contemporâneas?

A ler

28.12.2020 | por António Pinto Ribeiro

O fascínio da calçada portuguesa

O fascínio da calçada portuguesa Um dos elementos mais marcantes da expressão criativa e artística portuguesa está nos pés daqueles que percorrem o seu território, para além de outros tantos nos quais os portugueses foram importantes no seu ordenamento: é, precisamente, a calçada. Repleta de motivos tradicionais e de aspetos geométricos notáveis, é um esforço que, por mais prolongado pelo país, está na mão de um sem número de laboriosos indivíduos, que, de picareta na mão, colocam pedra sobre pedra, materializando essa visão profunda. Os calceteiros são, assim, os mestres práticos de uma teoria que desenha uma das marcas de referência da portugalidade.

Cidade

22.12.2020 | por Lucas Brandão

A Lisboa menina e moça de "Donzela Guerreira": conversa com a realizadora Marta Pessoa

A Lisboa menina e moça de "Donzela Guerreira": conversa com a realizadora Marta Pessoa O projeto foi uma sucessão de textos literários, e não em forma de um guião convencional, entreguei à Rita Palma [argumentista] e “vê lá o que conseguimos fazer com isto?”. Resumindo, as coisas foram construindo com Lisboa, com as personagens extraídas de Maria Judite Carvalho e Irene Lisboa, das suas vidas e ainda um parte … muito pequenina … da minha relação com a cidade e com a minha família.

Cidade

22.12.2020 | por Hugo Gomes

Something Happened on the Way to Heaven

Something Happened on the Way to Heaven "Something Happened on the Way to Heaven" é formulada como uma observação sobre o mundo mediterrânico com duplo sentido – um idílio aparentemente paradisíaco que revela a presença do seu oposto. Com efeito, as obras de Kiluanji Kia Henda evidenciam a dialética contraditória entre um esplendor natural dotado de traços idealizados e um obscuro reverso de ameaças históricas e atuais.

Vou lá visitar

30.11.2020 | por Luigi Fassi Luigi Fassi e Kiluanji Kia Henda

A Arte na Educação Para a Cidadania e Direitos Humanos

A Arte na Educação Para a Cidadania e Direitos Humanos O documentário aborda os fundamentos de cidadania e direitos humanos, através da educação artística nomeadamente: Música, artes plásticas, dança, teatro, literatura, entre outras nas suas múltiplas dimensões (cognitivas, sociais, políticas, afectivas, éticas e estéticas).

Afroscreen

12.10.2020 | por Faradai

“sou esparsa, e a liquidez maciça”: Gestos de Liberdade, ciclo BUALA no maat

“sou esparsa, e a liquidez maciça”: Gestos de Liberdade, ciclo BUALA no maat Numa sociedade ainda marcada por profundas desigualdades de género, entendemos a emancipação e liberdade como processos assentes em contínuas e escorregadias disputas no quotidiano. Nestes dias, partilhamos abordagens de cineastas, artistas, curadoras, investigadoras para avançarmos com perspectivas de mundo onde as práticas de liberdade se inscrevem em cada gesto ou situação propostos.

Vou lá visitar

15.09.2020 | por Marta Lança

"Percurso que fizemos em conjunto", conversa com as curadoras de 'Earthkeeping / Earthshaking: arte, feminismos e ecologia'

"Percurso que fizemos em conjunto", conversa com as curadoras de 'Earthkeeping / Earthshaking: arte, feminismos e ecologia' A questão da ecologia a partir de práticas artísticas dos anos 60. A revista "Heresies" (revista feminista, cujo número #13 é dedicado a ecologia) foi uma referência que nos fez entender que estava a haver, nos últimos anos, um renovado interesse, tanto do ponto de vista da reflexão sobre os feminismos, como sobre questões ecológicas em âmbito expositivo.

Cara a cara

03.09.2020 | por Hugo Dinis

De açaí a punk rock. A arte como prática de aquilombamento, conversa com Marcos Lamoreux.

De açaí a punk rock. A arte como prática de aquilombamento, conversa com Marcos Lamoreux. Uma conversa com Marco Aurélio - pedagogo e pesquisador sobre cinema e relações étnico raciais - sobre a sua trajetória artística, suas conquistas e planos futuros. Passando por assuntos como produção audiovisual, arte, estética e política, mas também falando sobre o companheirismo do fazer cinema no aquilombamento, açaí e viagens.

Cara a cara

31.01.2020 | por Marco Aurélio Correa

Das políticas de convivência, do irreparável, da sinceridade, do método AND Lab

Das políticas de convivência, do irreparável, da sinceridade, do método AND Lab Como tomar posição, ou seja, não ficar no impasse, mas ao mesmo tempo não impor? E também, como não permitir que a franqueza vire uma exposição desmedida, como não desproteger-se completamente? A franqueza envolve exposição, mas não tem de ser um desnudamento, não é uma exibição. É muito possível sucumbir a essas corruptelas da coisa: a honestidade radical virar metralhadora opinativa ou desresponsabilização afectiva; a exposição virar exibição... Ou seja, tudo versões variadas da indiferença.

Cara a cara

10.01.2020 | por Marta Lança e Fernanda Eugénio

Where I (we) Stand - encontro internacional

Where I (we) Stand - encontro internacional os Encontros convocam os lugares da história colonial, com enfoque no passado colonial português, ao mesmo tempo que se ancora no presente para pensar os lugares a partir dos quais defendemos a construção de outras narrativas e ampliamos as possibilidades para outras «imaginações». Nesse sentido, é também o lugar de um posicionamento ativo em relação a estas questões.

Vou lá visitar

18.11.2019 | por vários

Marepe em paralaxe

Marepe em paralaxe "Cabeça acústica", construída com bacias de alumínio, catalisa uma experiência acústico-perceptiva que, diferentemente do material que a constitui, não tem nada de trivial. Instalada como uma espécie de epígrafe à mostra “Marepe: estranhamente comum”, com curadoria de Pedro Nery, a obra encarna aspectos da poética do artista

Vou lá visitar

10.08.2019 | por Icaro Ferraz Vidal Junior

Arte é essencial para a Democracia

Arte é essencial para a Democracia Quando proponho a experiência estética como algo que nos coloca a ver a democracia – e aqui penso estética como Rancière a propõe em sua partilha do sensível, ou seja: como aquilo que possibilita a estese – em consonância com o título da intervenção estadunidense contra a anestesia de uma posse fascista, o que proponho de fato nada mais é do que observar aquilo que difere.

A ler

01.07.2019 | por Allende Renck

Bertina ou a arte de Bertina: mudar e permanecer

 Bertina ou a arte de Bertina: mudar e permanecer Bertina usou a arte como meio para expressar a sua subjectividade. Uma artista individual, uma artista moderna, nascida em Moçambique, portadora de uma experiência de vida particular, consciente da sua condição de meio-europeia, meio-africana (a dupla consciência), condição que assumiu em diferentes momentos e de diversas maneiras e que traduziu na sua criação mas, ao mesmo tempo, uma artista que assumiu a mudança permanente, uma artista igual aos artistas modernos de todo o mundo.

Cara a cara

04.03.2019 | por Alda Costa

A continuação da África através das mobilidades de Sotigui Kouyaté e Maud Robart

A continuação da África através das mobilidades de Sotigui Kouyaté e Maud Robart pretendemos abrir possibilidades de reflexões em torno das mobilidades de artistas africanos e afrodescendentes em contextos artísticos da Europa e das Américas. Nestas mobilidades serão considerados as pressões sociopolíticos que dispararam seus movimentos intercontinentais, considerando também o efeito de movência dessa agência impactando os sistemas culturais que carregavam a partir de suas ligações de nascença com fontes de tradição que os conformavam como herdeiros de matrizes culturais sólidas, antes mesmo de suas definições como artistas, dentro da visão comum de leitura do Ocidente.

Palcos

22.01.2019 | por Luciano Mendes de Jesus

Três comentários ao filme Enjoy Poverty, de Renzo Martens

Três comentários ao filme Enjoy Poverty, de Renzo Martens Durante dois anos, o artista holandês, qual Conrad, viaja pelo profundo Congo, ferida aberta do xadrez de interesses em mais uma das suas guerras civis. De câmara à mão, foi escarafunchar na indústria da pobreza que beneficia tanta gente à excepção dos pobres: empresas que enriquecem à custa dos recursos que os pobres não podem reivindicar, o ouro e coltan, ong’s que empregam os jovens sem trabalho na Europa, os media que vendem essas imagens e os especialistas em resolução de conflitos. Vimos o filme em tempos diferentes e juntamos aqui os nossos comentários.

Afroscreen

05.01.2019 | por Ricardo Falcão, Marta Lança e Joana Areosa Feio