Partindo da ideia do universalismo do conceito de “amizade” e “viagem”, dois artistas, um escritor e um fotógrafo, um português e um angolano, propõem-se passar sete noites e um dia atravessando algumas províncias angolanas. Em busca de materiais visuais, humanos e de escrita.
Vou lá visitar
18.04.2011 | por Ondjaki e Jordi Burch
Nunca português de Lisboa ranjou tante nota na nôs terra cma agora! Agora que estou a ver pamode quês gente de Angola tem quês português tromentode. Senhor Salazar, quel quê Rei de Lisboa, disse come tude português que vai pra terra d’África vai pra ensinar amor na nome de Cristo. Mas ê mentira, pamode se els ia na nome de Cristo, desde quel tempe antigue atê hoj-im-dia, ês tude, branco e prete, já era irmão; stava tude na mesma camada.
A ler
17.04.2011 | por Djunga Fotógrafo
Paulino Damião, repórter fotográfico, 35 anos de carreira, todos no Jornal de Angola. Estudou fotografia por correspondência no Instituto Universal Brasileiro e na Escola Álvaro Torrão, de Portugal. No auge do P&B teve estúdio e laboratório no Largo da Portugália, centro de Luanda. Sem saudosismos, gosta muito da instantaneidade da foto digital. Adora mostrar o resultado no visor de sua câmera. Em 80 foi enviado a Moscou para cobrir a olimpíada. Era o único fotógrafo negro credenciado para os jogos olímpicos, conta. Conhece quase toda a África subsaariana.
Cara a cara
11.04.2011 | por Greg Salibian
Mário Macilau é um fotógrafo (de fragmentos) do real. Macilau é um contador de histórias, e enquanto narra, através das suas imagens, medita acerca do ambiente social, político e económico do seu país e do mundo – para os quais olha de forma nua, crua, sem artifícios. Como o próprio afirma, não encena nem desenha o momento fotográfico. As suas imagens são instantâneas. Ele não as procura, encontra-as. Aproxima-se, com a sua câmara, das inúmeras personagens anónimas que povoam os seus registos – interessam-lhe o movimento do homem contemporâneo e a relação deste com o espaço. O corpo torna-se, assim, protagonista, sem artefactos, das realidades que captura.
Cara a cara
11.04.2011 | por Sílvia Vieira
Entrevista realizada por chat, em vários momentos e dias diferentes, pontuada por quedas constantes da linha cibernética que desenha a triangulação transatlântica e ex-colonial entre Luanda, Angola – residência de Kiluanji Kia Henda, cidade onde nunca estive; São Paulo, Brasil – minha residência temporária, local do primeiro encontro entre mim e o Kiluanji, lugar próximo da origem da série que aqui se apresenta; Lisboa, Portugal – minha residência fixa, fonte do horário apontado pelo meu computador e ex-residência temporária do Kiluanji.
Cara a cara
07.04.2011 | por Lígia Afonso
Os fotógrafos africanos humanizam, enquanto europeus e americanos tendem a inscrever as imagens de África numa narrativa de desespero e miséria, recuando para a percepção, predominante na época colonial, de que a pessoa é objecto - e não sujeito - da fotografia. Entrevista com Okwui Enwezor, decano dos Assuntos Académicos no Instituto de Arte de São Francisco.
Cara a cara
25.03.2011 | por Ana Dias Cordeiro
“O povo das ilhas quer um poema diferente
para o povo das ilhas:
um poema sem homens que percam a graça do mar
E a fantasia dos pontos cardeais”
Onésimo Silveira
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19.03.2011 | por Mário Alves
No título da exposição está todo um programa e uma teoria privada do autor relativamente à fotografia: "Moi,un blanc" (Eu, um branco). E poderíamos continuar a frase subentendendo todo esse programa timidamente enunciado: Eu, um homem branco viajei para África e dentro deste enorme continente viajei no interior do Mali, um país da costa oeste atravessado pelo mítico Rio Niger.
Cara a cara
11.03.2011 | por António Pinto Ribeiro
Esta Trimbiose reflecte o quotidiano de uma sociedade mergulhada no Kaos forçado à evolução e presa nas redes da globalização; uma nação filha de ideologias há muito esquecidas que olha o futuro sempre com esperança de uma vida melhor. Exposição dos artistas angolanos Jika Kissassunda, Jorge Palma e Sérgio Pinto Afonso em LEIRIA
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03.02.2011 | por Jorge Palma
Namibe vasto é um belo livro de fotografias de Jorge Ferreira “sobre paisagens, gentes, animais e plantas da província do Namibe”, com texto e legendas de Cristina U. Rodrigues e design gráfico do João Ribeiro Soares.
Ruy Duarte de Carvalho
17.11.2010 | por Cristina Salvador
Mário Macilau, fotógrafo moçambicano, finalista do concurso BesPhoto 2011. Macilau seguiu continuamente, e de perto, o quotidiano do Xiquelene com a sua lente. Retratou o amanhecer do mercado, o montar das bancas, a criação do espaço para fazer o negócio, a compaixão exercitada entre vendedores, a partilha do almoço, a solidariedade para com aqueles que num dia menos lucrativo não têm dinheiro para voltar a casa, a extrapolação da rede de amizade para lá das linhas do mercado nas casas de cada um, nas festas de família. Macilau fotografou nos tempos de chuva, quando debaixo de condições inóspitas as pessoas continuavam a ir trabalhar. Fotografou quando “o Governo decidiu destruir o mercado de uma forma muito injusta”.
Cara a cara
27.10.2010 | por Joana Simões Piedade
Em Maputo, um homem penteia-se como Batman e vários homens vagueiam nus. Arminda acabou nas ruas da Baixa, com todo o seu enxoval. No caniço, Bitula vende feitiços debaixo de uma árvore. Além do fotógrafo Mauro Pinto, sucessor do mítico Ricardo Rangel, ninguém parece vê-los. Um percurso pela capital de Moçambique, onde hoje há eleições autárquicas.
Cara a cara
21.10.2010 | por Alexandra Lucas Coelho
Entrevista a Admas Habteslasie a propósito do seu apaixonante “Limbo”: um trabalho fotográfico de grande fôlego que explora as paisagens e certos aspectos da história recente da Eritreia através de três capítulos sucessivos: Passado, Futuro e Presente. Na tradição da fotografia documental, Habteslasie constrói uma obra sensível e vigorosa sobre um país mal conhecido.
Cara a cara
07.10.2010 | por Marian Nur Goni
AFRICA: SEE YOU, SEE ME! retrata a história da fotografia africana e a sua influência em imaginários não-africanos de África e nos imaginários da diáspora africana em toda a sua diversidade. Juntas, as fotografias são textos de subjectividades africanas, arquivos de história e sociedades, que na sua elaboração e métodos ajudam a compreender de que forma as imagens contribuem para a emancipação.
Vou lá visitar
17.09.2010 | por Awam Amkpa
A obra de Délio Jasse pode ser lida sob o prisma algo complexo da teoria dos discursos pós-coloniais na medida que as suas imagens imanam uma identidade da figura de alteridade. Contudo, esta simplificação pode ser redutora se entrar em dissonância com o discurso artístico onde as suas imagens, obviamente, se inserem.
Cara a cara
08.07.2010 | por Hugo Dinis
José Cabral chegou por uma via original a essa história colectiva, praticando com um pai amador de fotografia e cinema – e, por sinal, também teve um homónimo avô paterno que foi governador (1910-1938) e um parque com o seu nome na velha capital (hoje Parque dos Continuadores). Começou pela fotografia de cinema e aliou a prática de foto-repórter a programas documentais menos determinados pela urgência. A seguir, terá sido o primeiro a distanciar-se da dinâmica jornalística, e tornou muito claro esse desafio com a escolha das obras para a exposição "Iluminando Vidas"
Cara a cara
28.05.2010 | por Alexandre Pomar