Leonor nas Cidades - Baan

Leonor nas Cidades - Baan No filme insinua-se a autocrítica, a crítica ao lugar de privilégio que permitiria conviver ou sobreviver com realidades duras, apesar de se sonhar uma cidade imaginária ou possível ao virar da esquina. Lugar de privilégio cuja dimensão passamos a compreender melhor no final do filme, a chave talvez para entender a natureza do sufoco de L.

Afroscreen

14.02.2024 | por Josina Almeida

União dos Blocos de Rua de Lisboa :: Carnaval 2024

União dos Blocos de Rua de Lisboa :: Carnaval 2024    Os carnavais brasileiros em Lisboa têm conhecido um aumento exponencial de adesão popular, e essa tendência vai permanecer. Trata-se de um movimento de caráter comunitário e associativo, realizado pela principal comunidade imigrante de Portugal, que representa cerca de 10% da população da cidade e constitui uma parcela significativa da população economicamente ativa. O objetivo da União dos Blocos é justamente garantir que esta celebração cultural possa acontecer da melhor maneira possível, com segurança, conforto e previsibilidade, trazendo assim inúmeros benefícios não só para a comunidade brasileira, mas para toda a cidade de Lisboa.

Cidade

07.02.2024 | por várias

Literatura e Mais Literatura

Literatura e Mais Literatura Vemos, na atual situação mundial, que a literatura pode ser usada como muito bem entendem os poderes públicos e privados, num sistema capitalista e global, em que ela circula segundo as regras da indústria e do comércio, como qualquer elemento de lucro e capitalização, concorrendo com a salsicha. Não tenhamos ilusões, que a palavra pode matar ou perder o sujeito nos labirintos da subvida.

A ler

07.02.2024 | por José Luis Pires Laranjeira

Des/Codificar Belém

Des/Codificar Belém Des/Codificar Belém é um projecto de cidadania activa do colectivo FACA que problematiza as narrativas e dissensões no espaço público, colocando em diálogo artistas e jovens de corpos outros, tomando Belém como espaço para reflectir a herança colonial através de ações artísticas em co-criação. Os artistas convidados trabalharam em residência artística com jovens, das quais resultaram a criação de objectos artísticos, realizados e apresentados no espaço público.

Cidade

06.02.2024 | por ColectivoFACA

Mimese, Performance e Colorismo

Mimese, Performance e Colorismo Aprofundando ainda mais tensões já existentes entre povos que muitas vezes tinham sido inimigas e que agora eram obrigadas a conviver como compatriotas em territórios forçados sobre eles por forças externas, os colonizadores passaram a dar melhor tratamento aos que fossem “assimilados” e, melhor ainda, aos que fossem mais claros e tivessem traços “finos”.

A ler

06.02.2024 | por Aoaní d'Alva

La Patria no se Vende

La Patria no se Vende Pela primeira vez na história da Argentina deu-se uma greve geral no primeiro mês de um governo novo. Na manhã de 24 de janeiro, Javier Milei foi confrontado com mobilizações de milhares de pessoas por todo o país, exigindo o fim da Lei Omnibus e do pacote de Decreto Nacional de Urgência. As ruas centrais de Buenos Aires encheram-se de forma organizada através de blocos de diferentes sindicatos e de grupos laborais. Da Praça de Maio ao Congresso (dez quarteirões) era impossível andar, de tal modo as pessoas estavam encavalitadas, gritando e empunhando cartazes contra o novo presidente.

Vou lá visitar

01.02.2024 | por Francisca Duarte

“As tecnologias continuam a favorecer o projeto de desumanização”, entrevista a Alice Marcelino

“As tecnologias continuam a favorecer o projeto de desumanização”, entrevista a Alice Marcelino Nascida em 1980 em Luanda, a artista visual vive e trabalha com fotografia entre Londres e Lisboa. Nesta conversa falámos sobre alguns dos seus projetos relacionados com a cultura do cabelo, a maternidade, as tecnologias de controlo, os rituais fúnebres, e ficámos a conhecer o seu percurso e modo de estar na arte e na vida.

Cara a cara

30.01.2024 | por Marta Lança

Zapatistas, narco e terror: Chiapas a ferro e fogo

Zapatistas, narco e terror: Chiapas a ferro e fogo Nos 30 anos da insurgência, o Exército Zapatista de Libertação Nacional aconselhou os companheiros de luta a não viajarem a Chiapas. Às décadas de militarização da região, de megaprojetos extractivistas, de despojo de terras e de violência paramilitar alentada pelo Estado, soma-se agora uma guerra sangrenta entre carteis de droga que arrasa a região. O governo mexicano diz que as denúncias e pedidos de ajuda são mera propaganda opositora. Os milhares de deslocados, as dezenas de mortos e o terror diário contam uma história muito diferente.

Jogos Sem Fronteiras

29.01.2024 | por Pedro Cardoso

Pelo Tribunal a acusação de genocídio é plausível

Pelo Tribunal a acusação de genocídio é plausível Para além do aspecto humanitário de uma irmandade que une os povos sul-africano e palestiniano – este é provavelmente o maior significado desta ação legal: desmascarar a ausência de conteúdo concreto de uma série de normas internacionais; questionar a aplicação de diferentes standards quando se trata de proteger cidadãos de diferentes áreas geopolíticas – observações que a guerra na Ucrânia já tinha suscitado; denunciar a impunidade garantida, culposamente, a Israel pela comunidade internacional.

Jogos Sem Fronteiras

28.01.2024 | por Laura Burocco

Com os olhos em Gaza

Com os olhos em Gaza “Numa terra de profetas, é difícil ser profeta”, dizia Amos Oz, mas é muito possível, vamos acreditar, que o espelho que daqui resulta – o massacre odioso do Hamas, o mundo devastado de Gaza deixado pelas retaliações do exército israelita – faça todos recuar de horror e permita abrir uma janela para a única solução que ainda se vislumbra e que Oz há muito antevira.

A ler

26.01.2024 | por José Lima

Um incomplacente desmantelamento dos mitos

Um incomplacente desmantelamento dos mitos Daí que, em todas as suas modulações, seja incandescente o percurso de José Luiz Tavares, sem receio da polémica e do sarcasmo quando é preciso, mas também generoso e de uma grande justeza ética. E lembremos aqui a advertência de Wallace Stevens: «a nobreza da poesia “é uma violência interior que nos protege da violência exterior”». E mais não se peça a José Luiz Tavares, porque é daqueles que transporta o fogo e isso, a prazo, é o que dá conforto e fertilidade à morada dos homens. O resto é o gosto fátuo das farófias.

A ler

26.01.2024 | por António Cabrita

Contra o racismo e a xenofobia, recusamos o silêncio

Contra o racismo e a xenofobia, recusamos o silêncio Queremos dar um sinal inequívoco e público de que atos e organizações sociais, políticas e partidárias racistas e xenófobas são inaceitáveis e queremos demonstrar a nossa solidariedade para com as vítimas de todos os ataques de ódio em Portugal. A negação e inércia sistemáticas são o terreno fértil para a impunidade do racismo e da xenofobia, que têm vindo a escalar e devem ser absolutamente inaceitáveis em qualquer democracia. O silêncio das instituições é cúmplice. Não o acompanharemos nem o legitimaremos.

Mukanda

25.01.2024 | por vários

Não Alinhados#1 Insónia Cubana

Não Alinhados#1 Insónia Cubana Abro pela primeira vez os arquivos que ele me deixou, sem saber o que vou encontrar e aquilo que talvez tenha perdido todos esses anos. A ideia é descobrir, a cada crónica, um pouco mais sobre a vida deste que foi provavelmente o projecionista angolano que conheceu mais cabines de cinema a nível internacional que, em 1981, fez uma viagem com a delegação angolana à Alemanha de Leste e desapareceu.

Afroscreen

24.01.2024 | por Fradique

Forjando a conexão Guiné-Bissau-Cabo Verde entre 1975 e 1980: O Pensamento-Ação de Amílcar Cabral no campo da Unidade Africana

Forjando a conexão Guiné-Bissau-Cabo Verde entre 1975 e 1980: O Pensamento-Ação de Amílcar Cabral no campo da Unidade Africana Este artigo debruça-se sobre a tentativa da unificação de Cabo Verde e Guiné-Bissau entre os anos de 1975 e de 1980. Apresento uma breve explicação sobre a concepção do PAIGC no domínio da unidade Guiné-Bissau-Cabo Verde. Demonstro como a declaração da independência da Guiné-Bissau (1973) e Cabo Verde (1975) vai determinar a estrutura do PAIGC e, por conseguinte, as figuras para liderarem os dois novos estados soberanos. Falo do percurso da unidade e do golpe de estado de novembro de 1980 (Guiné) e da criação de Partido Africano para Independência de Cabo Verde (PAICV). Evidencio algumas lições para a construção da unidade africana atualmente.

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24.01.2024 | por Lumumba H. Shabaka

Sobre Bantu, de Victor Hugo Pontes

Sobre Bantu, de Victor Hugo Pontes Assim como o destas pessoas de Bantu, onde sete bailarinos, três moçambicanos e quatro portugueses, cinco homens e duas mulheres, quatro negros e três brancos, se juntaram para entrar em jogo. Vinham com as suas marcas, as suas histórias, os seus ritmos nos pés e na mente. Juntos experimentaram frases rítmicas, improvisaram muito, trocaram de papéis, desconstruíram o que achavam saber, impulsionaram a expressão de cada um e a de um coletivo que se reconfigura entre solos e gestos gregários. Tateando-se, libertando-se, individual e socialmente, os corpos brancos e negros contrastam mas afagam-se.

Palcos

22.01.2024 | por Marta Lança

Apresentação do Livro “Avessamento” de Maria Giulia Pinheiro

Apresentação do Livro “Avessamento” de Maria Giulia Pinheiro As letras encapsulam as viagens da palavra: experimental, preliminar, que rompem o expectável, que cobrem o fumo, onde as palavras em jeito de humor, sem pudor, abrem novos caminhos do amar e do ser amado

Mukanda

19.01.2024 | por Alice Neto de Sousa

Um Detalhe Menor…

Um Detalhe Menor… Com quantas balas se apaga a trajetória e história de uma ou várias pessoas? Com quantas bombas se apaga a história de comunidades inteiras de centenas ou milhares de pessoas? Com quantos disparos se silenciam vozes que podiam contribuir para o nosso mundo de diversas formas? Saberá alguém quantificar o peso simbólico, psicológico, emocional, cultural da destruição?

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19.01.2024 | por Leopoldina Fekayamãle

Sororidade!

Sororidade! Na rua, a vender, tudo se partilhava. O que era de uma estava sob cuidado de todas as outras no mesmo espaço. Havia relações de confiança entre minha mãe e suas companheiras que chegaram a transcender o espaço da rua e perduram por anos. Essas mulheres emprestavam o pouco que tinham quando uma ou outra precisasse de ajuda, praticavam o Ubuntu mesmo sem conhecer a palavra: uma era porque as outras eram. Existiam em coletivo. A solidariedade entre essas mulheres não deixava de ser um ato político na medida em que, juntas, resistiam a um contexto sócio-histórico e político hostil, encontrando ferramentas conjuntas para a sua sobrevivência e das suas famílias.

Corpo

17.01.2024 | por Leopoldina Fekayamãle

O que há num nome?

O que há num nome? Mas vão dizer isso aos habitantes de Marco de Canaveses que mudaram o nome do estádio do Avelino. Ou aos novos países africanos que atiraram para os museus as memórias do passado colonial que renegam. Ou vão dizê-lo aos australianos que criaram uma Comissão destinada a “descolonizar” a nomenclatura topográfica e urbanística racialmente ofensiva. E que já se puseram ao trabalho! É um trabalho pesado? Pois é. E mudar o nome (colonial) de um país mais pesado é. Mas faz-se. Mais pesado ainda seria ter de suportar pelos tempos fora a memória de um passado que oprime.

Cidade

12.01.2024 | por José Lima

Os estranhos frutos de "As Árvores"

Os estranhos frutos de "As Árvores" A acção do livro é contemporânea ou quase, decorrendo durante o primeiro, e implora-se que último, mandato do Trump, enquanto presidente dos EUA. Em Money, no Mississipi começam a aparecer homens brancos linchados, acompanhados do cadáver de um homem negro, extremamente parecido com Emmett Till, que lhe segura os testículos arrancados. Não é apenas a extrema violência que marca os crimes. O homem negro, visível e comprovadamente morto, tende a desaparecer de uma cena do crime e a aparecer noutra.

A ler

12.01.2024 | por Pedro Goulão