Keating acumula vestígios da presença irlandesa na Jamaica negligenciados pela historiografia ou desconsiderados pela memória coletiva, inserindo novas vozes na instância arquivística, até agora silenciosas. Ao fazer isto, a artista critica as construções de nacionalidade, colonialismo e identidade dominantes no Ocidente, produzindo uma alternativa às grandes narrativas que moldam a visão do mundo.
Mukanda
18.11.2019 | por Miguel Amado
os Encontros convocam os lugares da história colonial, com enfoque no passado colonial português, ao mesmo tempo que se ancora no presente para pensar os lugares a partir dos quais defendemos a construção de outras narrativas e ampliamos as possibilidades para outras «imaginações». Nesse sentido, é também o lugar de um posicionamento ativo em relação a estas questões.
Vou lá visitar
18.11.2019 | por vários
'Poderosas Frequências' captura cuidadosamente todas as experiências sensoriais que se acumularam, à medida que a radiodifusão e o poder estatal se expandiram e se foram redefinindo na Angola colonial e pós-colonial. Os leitores que lerem o livro em busca de uma experiência auditiva rapidamente se apercebem que Moorman reúne variadíssimos modos de percepção.
A ler
15.11.2019 | por Jesse Bucher
“A minha mãe tinha uma energia incrível. Sabe que a ciência diz ‘a energia não pode ser criada nem destruída’. O fato de o corpo dela ter partido não significa que ela não esteja connosco. Ela está em todos os lugares. É por isso que fiz essa tatuagem. Ela diz: ‘a morte não pode matar’. Apesar de ter partido deste lugar, ainda continua a ensinar-me muito”.
Cara a cara
15.11.2019 | por Sinem Taş
Há uma suspensão da subjetividade e vontade na sua relação com o real. Como se ficássemos entre parênteses, descontextualizados. É um pouco da lógica proustiana, misturar o instante com a eternidade. Estar no tempo e ao mesmo tempo fora dele. Assistir ao espetáculo do mundo e ver que o seu fluxo não nos compromete, numa serena promiscuidade entre passado, presente e futuro.
Vou lá visitar
13.11.2019 | por Marta Rema
“O rosto que falta” é um pungente texto sobre a guerra, mas sobretudo sobre a titularidade da experiência das situações traumáticas ligadas ao conflito armado, e nomeadamente ao fim do colonialismo português em África.
A ler
12.11.2019 | por Felipe Cammaert
Numa Europa que deixou de ser o centro de gravidade do mundo, mas que permanece infraestrutural na globalização de regimes de poder neoliberal, patriarcal e (neo)colonial, e que condiciona não só geopolíticas epistemológicas e ontológicas, como a própria sustentabilidade do planeta, convocamos outras forças de gravidade para um olhar crítico sobre algumas estruturas que perpetuam estes mesmos regimes.
Vou lá visitar
12.11.2019 | por Alexandra Balona
Poderia ter-se referido ao bronze, que é o mais comum, aquele encostar de braços para comparação, enquanto se anuncia que se vai ficar “da tua cor” ou “mais preta que tu”. Sem contextualização imediata, porém, certas frases podem e irão gerar desconforto. Por vezes mesmo se contextualizadas. Ela poderia, por exemplo, ter referido que, quando alguém nos anuncia e define ora em prol da nossa naturalidade ora da nossa nacionalidade, conforme precisa, isso é privilégio negro.
Mukanda
12.11.2019 | por Gisela Casimiro
Resgatar a memória, inscrever novas memórias na História comum, criar histórias cruzadas ou em arquipélago, não é somente clamar por uma aceitação numa História oficial e alargada ou abrir espaços políticos no presente imediato. É conservar e exigir a possibilidade de existência e de acção futura.
A ler
10.11.2019 | por Liliana Coutinho
Declaramos solidariedade com a deputada Joacine Katar Moreira e apelamos ao sentido de responsabilidade cidadã dos portugueses e das instituições públicas, para que não deixem impor-se a linguagem do ódio e da desconfiança onde deve apenas haver lugar para a vigilância crítica, o debate aberto e a vontade de ir mais longe na construção de um futuro melhor para todos.
Mukanda
09.11.2019 | por vários
Assumir a contradição entre o nosso estilo de vida e as nossas opiniões sobre estilos de vida. Ouvir as estúpidas chantagens enquanto mãe, mas também ser capaz das saídas mais airosas e conversas de proximidade com o filho: «Eu não sou mamã o tempo todo!, – Não?, – Não, tu não gostas de não ser filho às vezes?, – Sim.»
A ler
08.11.2019 | por Marta Lança
Como reaver uma certa efectividade nos gestos dissidentes? Como construir um comum que se levanta? De que forma? O recuo do império é inseparável da potência do contra-poder. (...) Nos momentos de crise dos impérios, o senso comum tende a sofrer alterações muito rápidas e só aí a palavra emancipação ganha a possibilidade de estar em todas as cabeças. É preciso desejar a surpresa de recém-chegadas sensibilidades radicais para que a revolta não nos apanhe ciumentos, rancorosos e ultrapassados.
Mukanda
07.11.2019 | por Maria Ampá
Não são demónios; não são anjos; são apenas pessoas. E escutem-nas. Nós próprios temos feito um imenso exercício de escuta. A ponto da pessoa mais forte até se esquecer que a pessoa mais fraca poderá ter algo a dizer, veja, porque está simplesmente ali; é um acessório, simplesmente fala com ele, compreende?
Cara a cara
06.11.2019 | por Chinua Achebe
Saí de Portugal rumo a Londres em 1993, a Lisa Stansfield era a musa do momento e os Eurythmics ainda faziam boa música, daquela que nos movia a questionar e já nos apresentava boas pistas. “There must be an angel playing with my heart”. Éramos uma geração de europeístas verdinhos como manda a lei da vida, com vinte aninhos de vontade, tesão e muita alegria.
Jogos Sem Fronteiras
06.11.2019 | por Adin Manuel
Os Museus são espaços democratizantes, inclusivos e polifónicos, orientados para o diálogo crítico sobre os passados e os futuros. Reconhecendo e lidando com os conflitos e desafios do presente, detêm, em nome da sociedade, a custódia de artefactos e espécimes, por ela preservam memórias diversas para as gerações futuras, garantindo a igualdade de direitos e de acesso ao património a todas as pessoas.
A ler
04.11.2019 | por António Pinto Ribeiro
Reflexão acerca da documentação pública arquivada pelo Estado Brasileiro: como ler esses arquivos? Como construir memória a partir deles? Como aprender coletivamente sobre a história do país e de seu povo, a partir de sua análise? Como preservar esses acervos e, como consequência, a memória dos processos civilizatórios que alicerçam a sociedade atual?
Vou lá visitar
03.11.2019 | por vários
E eis que agora, na praia, Teófilo aguarda para que o sibilar do vento erga as ondas. Vê-a agitar as asas com graciosidade. Os seus pulsos tocam-se na fluidez da respiração. As penas negras da cabeça confundem-se com o tutu negro e o ondular de todo o corpo flutua em círculos pelo mar. E, de repente, uma perna tem a liberdade de um braço. A cabeça basculante debate-se. Fátima voa, foge, tem medo, encolhe-se. Mergulha e emerge. É devorada pela água. Emerge. Vai para cima e para baixo, repetidamente. Entre o mar e o céu, o céu e o mar.
Jogos Sem Fronteiras
30.10.2019 | por Yara Monteiro
Se a espécie humana se autodestruísse e desaparecesse do planeta, o Rio de Janeiro seria uma das primeiras cidades a recuperar o seu biótopo natural. Em poucos meses, a humidade racharia o cimento, permitindo a infiltração da água, e o tempo faria essas fendas se alargarem, favorecendo a irrupção de ervas. Se os esgotos fossem destruídos, antigos cursos de água reapareceriam e novos surgiriam. Não tardaria para que praças e ciclovias fossem invadidas por gambás, gaviões, cobras, capivaras e corujas. Em pouco tempo, a floresta ocuparia toda a região.
Cidade
29.10.2019 | por Rita Brás
O autor usou a voz de vários prisioneiros, todos com o mesmo nome – Pedro –, chegados em alturas diferentes de Portugal, da Guiné, de Angola e de Cabo Verde. Descreveu o terror de dentro com uma fluidez que em nada instrumentaliza acontecimentos para provar alguma coisa.
A ler
28.10.2019 | por Ana Bárbara Pedrosa
The Garden está a par das imagens domésticas de Deana Lawson. Adão e Eva estão ainda em casa, nesta aldeia do Congo. Mas, na casa de quem? Serão dois amantes deixados pernoitar em casa de amigos? Estarão na casa de todos, que é toda parte e lado nenhum? O que é uma casa, pergunta Eva. Deixa-te de perguntas, meu amor, responde Adão.
Mukanda
28.10.2019 | por Djaimilia Pereira de Almeida