No Movimento Revolucionário, que apoia a transformação cultural e política dos jovens angolanos, estão vários rappers que, nas suas letras, vídeos e participações ativas nos protestos, produzem um discurso de forte impacto e penetração social sobre a violência policial e os ataques aos direitos humanos por parte do governo. Promovem valores igualitários dos jovens das periferias angolanas.
Palcos
20.05.2015 | por Susan de Oliveira
Bobô é o futuro, a menina que se nega à crueldade cega de uma tradição nefasta (embora já proibida por lei na Guiné Bissau, é uma prática que assenta em convicções amplamente difundidas e portanto difícil de erradicar apenas através do formalismo da Justiça). Ela representa também o passaporte de Sofia para o mundo real, com a sua dose de contradições e de dramas palpáveis, alguns deles evitáveis.
Bobô é, finalmente, o livre arbítrio, a liberdade, o factor de união entre mundos díspares e distantes. O ponto de confluência da condição feminina.
Afroscreen
06.05.2015 | por Luísa Fresta
Ao passarmos a compreender um campo mais expandido da Banda Desenhada, pautada pelos seus exemplos mais felizes em termos de peso cultural e capacidade de reflexão, também estamos a permitir que se procurem novas formas de criação, possibilidades mais abertas de experimentar caminhos alternativos. E nada disto tem a ver com potencialidades da Banda Desenhada ou ‘ir além’ dos seus supostos limites.
A ler
29.04.2015 | por Pedro Moura
A verdade é que a máquina do progresso funciona a uma velocidade inflexível. Assim, ao mesmo tempo que protegemos as nossas tradições, urge que nos abramos ao mundo, urge que se dê à sociedade angolana o direito de ver mais além; há que perceber que as danças patrimoniais não são tudo o que um povo acumula, pois as criações modernas e contemporâneas integram igualmente o património artístico dos povos e do mundo.
Palcos
28.04.2015 | por Ana Clara Guerra Marques
A riqueza desta, agora premiada, trajetória de vida ganha forma em uma produção extremamente original e plasticamente epifânica, mas também em um método de ensino elaborado ao longo dos anos de docência, e cujas orientações podem ser resumidas como segue: busque inspiração na sua história pessoal; olhe o ambiente ao seu entorno em busca de materiais; viaje e traga todas essas experiências para seu trabalho...
Cara a cara
27.04.2015 | por Icaro Ferraz Vidal Junior
A situação atual diz-nos de que forma devemos criar empatia com as imagens do mundo. Ou como as imagens do mundo são elas próprias empatia, compreensão. Um sistema económico abstrato que copia o caos natural de forma obsessiva. Distribuição, ou relação. Ato de transposição e de conflito eterno e permanente.
Mukanda
27.04.2015 | por Pedro Barateiro
“Museu do Estrangeiro” de Ícaro Lira, projeto que, à semelhança de grande parte dos seus trabalhos, combina formas de conhecimento temporalmente distintas e politicamente contraditórias, tem a potência remissiva da enciclopédia e a deriva da montagem surrealista, um work in progress que articula ao longo do tempo vários tipos de agenciamentos de pessoas, objetos, e afetos.
Vou lá visitar
24.04.2015 | por Marta Mestre
A RESPEITO DA VIOLÊNCIA é, simultaneamente, um documentário baseado em material de arquivo que abrange os momentos mais ousados da luta de libertação no Terceiro Mundo e uma exploração dos mecanismos de descolonização através de excertos de Os Condenados da Terra, de Frantz Fanon.
Afroscreen
24.04.2015 | por vários
O nada equivale ao segno do mundo pré-moderno ou ao éter do mundo de António Cabrita, isto é, àquilo que 'escaparia ou resistiria à ordem natural ou possível das coisas', do mesmo modo que o uso feérico da instantaneidade na actualidade equivale, de certa forma, ao simulacro de uma redenção (ou àquilo que era a salvação num patamar pré-moderno).
A ler
20.04.2015 | por Luís Carmelo
Cheick aproveita aqui para nos dar uma imagem a vol d’oiseau de várias maleitas que inquinam o desenvolvimento das sociedades em geral, neste caso no contexto urbano africano: fala-se sobretudo de corrupção e de tráfico de influências, de sede desmedida de poder, de violência contra mulheres.
Afroscreen
20.04.2015 | por Luísa Fresta
Conscientes ou não da sua condição de “escravos”, relacionavam-se entre si como membros da mesma comunidade. Fossem essas relações de entreajuda, dependência ou poder; fossem violentas ou pacíficas; fossem práticas voluntárias ou involuntárias, existiam e tinham lugar dentro de uma prisão colectiva. Dado que não se estava perante a terra prometida, a possibilidade desse mito ser alcançado só podia ter lugar fora dessa jaula; um pouco como o escravo de outrora só poderia alcançar a verdadeira terra de origem deslocando-se para fora da comunidade em que estava enjaulado.
Vou lá visitar
15.04.2015 | por Ana Rita Canhão
A propósito da vinda a Portugal de Anton Kannemeyer, que participará no dia 15 de Maio no encontro “Outras literaturas”, integrado no programa Próximo Futuro da Fundação Calouste Gulbenkian deste ano, queremos tecer algumas notas sobre dois livros relacionáveis. Num período relativamente curto de tempo, vimos aparecer nos escaparates dois títulos que, de uma forma ou outra, são descendentes “esquizofrénicos” de Tintim no Congo. A colectânea deste artista sul-africano, Anton Kannemeyer, Papá em África, e Tintin akei Kongo, uma versão pirata e detourné do livro de Hergé traduzido em lingala, por autor e editora semi-desconhecida (já explicaremos). Estes autores trabalham, cada qual a seu modo e a um só tempo, a visualidade, a materialidade, a temática e a recepção contemporânea do livro de Hergé para questionarem o conceito de estereótipo (e de subjectivação) e da sua circulação cultural.
A ler
14.04.2015 | por Pedro Moura
Desfilam sob os nossos olhos traumas de guerra, mentes psicopatas, comportamentos perversos, crenças e tradições, como a figura aterradora da dama Pé de Cabra. O filme cativa sobretudo pela capacidade de surpreender e prender sem se tornar num equívoco ou num emaranhado de situações demasiado ambíguas ou previsíveis.
Afroscreen
13.04.2015 | por Luísa Fresta
Em Cabo Verde, ponto de passagem dessa imensa diáspora africana, o griot metamorfoseou-se dando lugar ao finason, cantado pelos escravos nas senzalas de Ribeira Grande de Santiago, mais tarde introduzidas nas sessões do batuku. Princezito, Artista, activista sociocultural e investigador das várias vertentes do batuku, entre os quais o finason, que, nos anos de 2000, juntamente com outros artistas, evidenciaram a nova tendência do estilo batuku, através do Projeto Ayan, dando início a uma nova vaga musical cabo-verdiana, cujos integrantes ficaram conhecidos como “Geração Pantera”, considera o finason como sendo uma espécie de pré-rap cabo-verdiano, pelos seus temas e pela forma como é praticada.
Palcos
06.04.2015 | por Redy Wilson Lima
As políticas de imigração estão, não só longe de corresponder ao quadro idílico com que se pinta a realidade, como constituem objetivamente instrumentos de exclusão política das e dos cidadãos imigrantes no exercício da cidadania. O sistema político não quer admitir que a categoria política imigrante – resultante da herança pós-colonial e das dinâmicas da globalização, com todas as suas implicações na gestão da participação política das comunidades imigrantes – veio abanar estruturalmente a conceção do Estado-Nação, como a conhecemos até agora.
A ler
21.03.2015 | por Mamadou Ba
Porque as Vidas Negras importam, seguiremos lutando contra as estruturas que produzem e favorecem o racismo e a discriminação racial, em Portugal.
Mukanda
19.03.2015 | por vários
Artista luso-angolano reencenou figura histórica portuguesa para falar de racismo. uma imagem de Lisboa que quase nunca vemos: a visão de uma cidade que nunca foi só branca e que foi sempre um lugar onde se reflectia quer a beleza quer o grotesco da vida das colónias.
Vou lá visitar
10.03.2015 | por Susana Moreira Marques
As figuras revolucionárias femininas, como por exemplo a Josina Machel, são representadas como santinhas, sem corpo. Para mim a Yvone Kane é, de certa forma, aquilo do que deveria ter sido representado da Josina Machel. Há um lado muito púdico dos revolucionários, como se as mulheres fossem perfeitas. Nem nos livros de história vamos saber quem verdadeiramente eram.
Cara a cara
05.03.2015 | por Marta Lança
História é um fio inquebrantável, governador, e por isso acho importante falar de rebeliões escravas. E repressão por parte das polícias. Outra rebelião importante a ser lembrada, e que também possui ligações com o Cabula, é a Rebelião Malê, cuja repressão foi uma das maiores já perpetradas pelo governo brasileiro, mas cuja repercussão, hoje sabemos, foi de suma importância para começar a se pensar sobre o fim da escravidão no Brasil. Imagine-se, governador, vivendo naquela época e sendo responsável pela segurança pública da capital baiana onde já vivia, talvez, o maior número de negros da América Latina.
Mukanda
28.02.2015 | por Ana Maria Gonçalves
Em 'Repúblika, 20142', César Schofield Cardoso foca as questões de identidade cabo-verdiana, o seu posicionamento no mundo, a liberdade e poesia, como utopias orientadoras da autodeterminação de um povo.
Vou lá visitar
26.02.2015 | por Ana Nolasco