Tradutores reflectem sobre tradução

25.10.2014 | par martalanca | literatura, tradução

FACA- Festa de Antropologia, Cinema e Arte - inscrições abertas

O NAVA, Núcleo de Antropologia Visual e da Arte do CRIA (Centro em Rede de Investigação em Antropologia), está a organizar a segunda edição da FACA – Festa de Antropologia, Cinema e Arte, a decorrer em Lisboa, em Março de 2015. O evento pretende continuar a apostar na convergência de duas esferas: a do cinema, com uma mostra de filmes que exploram os mundos da antropologia visual, e a da arte, com o desenvolvimento de uma temática específica sobre performance artística. 

No contexto da mostra de cinema, agradecíamos a divulgação deste projeto junto dos vossos colegas e alunos para a submissão de filmes.

A data limite para o envio do link online dos filmes é 1 de Dezembro de 2014.

Poderão encontrar mais informação em:

http://faca2015.wordpress.com/regulamento-2015/

www.facebook.com/facalisboa

15.10.2014 | par martalanca | antropologia visual, FACA

*PABIA DI AOS - Por Causa de Hoje*

ILHAS - um programa realizado por Julie Vrillaud e Fannie Vrillaud

Esta peça sonora é um relato de Catarina Laranjeiro sobre o colonialismo, a guerra colonial e o neocolonialismo na Guiné-Bissau, sobre as memórias de uma guerra esquecida nos livros de história, sobre uma possibilidade de se repensar no que aconteceu e no que acontece actualmente nesta e noutras ex-colónias portuguesas. Um relato baseado e ambientado por passagens sonoras do seu documentário Pabia di Aos onde são ouvidos os discursos das pessoas que ficaram lá, longe. E uma leitura de trechos do livro Naus de António Lobo Antunes.

ouvir na STRESS.FM

 

“No documentário PABIA DI AOS é-nos mostrado o que ainda resta da guerra colonial quarenta anos depois, num país onde essa memória não é pacífica. De facto, aqueles que aderiram ao movimento de libertação e aqueles que lutaram no exército colonial põem em cena uma multiplicidade de discursos e memórias irreconciliáveis. Somos assim conduzidos a uma viagem que problematiza a herança colonial na Guiné-Bissau, problematizando o que ainda hoje permanece por se contar sobre os contornos desta guerra.”

 Catarina Laranjeiro


14.10.2014 | par martalanca | Catarina Laranjeiro, colonialismo, guerra colonial, Guiné Bissau

Brett Bailey/Third World Bunfight Macbeth

“Bailey retrata o mundo africano de orgulho, pobreza e conflito. O compositor belga Fabrizio Cassol transformou a ópera de Verdi numa incomparável peça intimista para ensemble.” in NRC Handelsblad, maio 2014 Um grupo de artistas africanos, em fuga das atrocidades da guerra interminável no Congo oriental, encontra um baú com figurinos desgastados, um libreto amarelado e uma gravação antiga do Macbeth de Giuseppe Verdi. Decidem, então, repor esta história intemporal de paixão e ambição, no contexto das guerras civis e da exploração insaciável do continente africano. Nesta adaptação radical da história de Shakespeare sobre a fatal atração do poder, um senhor de guerra congolês e a sua ambiciosa mulher assassinam o seu líder e desencadeiam uma sucessão de atrocidades. Situando a ação na zona de conflito dos Grandes Lagos, Brett Bailey torna o Macbeth numa denúncia implacável dos fatores e intervenientes que alimentam as guerras intermináveis que fustigam a região há décadas: a sede do mundo industrializado pelas matérias-primas do subsolo africano, os negócios obscuros dos multinacionais, a ambição e a ganância dos senhores da guerra, a brutalidade das milícias armadas… “Ficha Artística

“conceção, desenho e direção: Brett Bailey música Fabrizio Cassol, a partir de Macbeth de Giuseppe Verdi maestro: Premil Petrovic com: Owen Metsileng, Nobulumko Mngxekeza, Otto Maidi e No Borders Orchestra desenho de luz: Felice Ross coreografia: Natalie Fisher cantores: Owen Metsileng (Macbeth), Nobulumko Mngxekeza (Lady Macbeth), Otto Maidi (Banquo), Sandile Kamle, Jacqueline Manciya, Monde Masimini, Siphesihle Mdena, Bulelani Madondile, Philisa Sibeko, Thomakazi Holland (coro) No Borders Orchestra: Mladen Drenic (primeiro violino), Jelena Dimitrijevic (segundo violino), Sasa Mirkovic (viola), Bozic Dejan (violoncelo), Goran Kostic (contrabaixo), Jasna Nadles (flauta), Aleksandar Tasic (clarinete), Ivan Jotic (oboé), Nenad Markovic (trompete), Viktor Ilieski (trombone), Cherilee Adams (percussão) e Dylan Tabisher (percussão) direção de produção e gestão: Barbara Mathers coprodutores: KunstenfestivaldesArts/KVS, Wiener Festwochen, Theaterformen Festival, Barbican, La Ferme du Buisson/Festival d’Automne apoio: Programa Cultura da União Europeia e Artscape fotografia: © Morne van Zyl e Brett Bailey Apresentação no âmbito da rede House on Fire, com o apoio do Programa Cultura da União Europeia ”

Preços

  • Plateia 15€

13.10.2014 | par martalanca | Brett Bailey, teatro, Third World Bunfight Macbeth

Documentário inspirado nas ideias de Fanon

Concerning Violence é um documentário “em nove cenas sobre a autodefesa contra o imperialismo”. Usa filmagens feitas em África por equipas suecas, entre 1966 e 1984, inscrevendo frases da obra mais conhecida do Frantz Fanon, Os Condenados da Terra, o livro que o psiquiatra martiniquês escreveu em 10 dias, já perto da morte,depois do golpe dos generais e da repressão sangrente de 17 de Outubro de 1961, em Paris, opondo a polícia francesa aos manifestantes argelinos.

O filme traz à tona a crueldade do colonialismo em África, repensando as complexidades e efeitos devastadores deixados aos povos colonizados.

Frantz Fanon nasceu na ilha caribenha da Martinica em 1925, e cresceu no império francês. Quando veio da ilha da Martinica para a metrópole França na Europa, compreendeu, através do envolvimento no exército frances por todo o lado, que esta classe privilegiada sobre o seu povo negro não queria dizer nada no país dos principais colonizadores – ele não era nada senão um homem negro. Num famoso capítulo no seu livro Peles Negras, Máscaras Brancas (rejeitado como dissertação por uma universidade francesa), menciona o seu choque quando uma criança francesa grita à sua mãe – “Mamã, olha um preto”. Mas Fanon passa deste choque para uma tentativa de compreender a colonização por todo o mundo.

 We can do anything today provided we do not ape Europe, provided we are not obsessed with catching up with Europe. Europe has gained such a mad and reckless momentum that it has lost control and reason and is heading at dizzying speed towards the brink from which we would be advised to remove ourselves as quickly as possible.

(…)
If we want to turn Africa into a new Europe, let us leave the destiny of our countries to Europeans. They will know how to do it better than the most gifted among us. But if we want humanity to advance a step further, if we want to bring it up to a different level than that which Europe has shown, then we must invent and we must make discoveries. For Europe, for ourselves, and for humanity, comrades, we must turn over a new leaf, we must work out new concepts, and try to set afoot a new human being.

Lauryn Hill é a narradora do filme. O autor do filme lembrou-se de convidar a cantora americana que, na altura, estava presa por problemas fiscais. Sabia que era leitora de Fanon.

Göran Olsson tinha já realizado The Black Power Mixtape, em 2011, sobre a evolução do movimento Black Power nos EUA entre 1967 e 1975 que já era um filme de arquivos. Concerning Violence, apresentado no último festival Sundance e na Berlinale em Fevereiro.

Revemos os movimentos de libertação de Angola e Moçambique, a luta da independência da Tanzânia, imagens de missionários suecos misturados com cenas da vida quotidiana filmadas em África entre 1966 e 1984.

Olsson explicava ao Libération: «O texto [de Fanon] é muito revelador sobre aquilo que se passa hoje em dia. não se trata dos mesmos países nem dos seus exércitos, mas de multinacionais que exploram as matérias-primas. No Ocidente, vivemos numa mentira total: nunca tentamos compreender onde são fabricados os nossos telefones ou as nossas tshirts. Fiz um filme enquanto europeu do Norte dirigido, principalmente, a outros europeus do norte e para tentar compreender este mecanismo.» Olsson constata que, mais de cinquenta anos depois da descolonização, África deve sempre fazer face aos mesmos efeitos nefastos e à violência que Ganon denunciava nessa altura: «Temos regras sobre o comércio: por exemplo, penso que o importante que um sociedade mineira sueco possa estabelece no Congo se quiser […]. A livre-troca de bens e serviços é primordial. Mais, nos factos, ninguém podo passar as margens do Mediterrâneo para ir do Sul em direcção ao Norte, lá viver e lá trabalhar. Se estamos no livre-mercado, deve-se poder implantar minas no Congo e os congoleses devem poder, também eles, ficar em Estocolmo e abrir uma mercearia.»

Enraivecido pelo racismo que ele testemunhou na Martinica durante a Segunda Guerra Mundial, Fanon examina o papel de classe, cultura e violência e expressa a sua profunda alienação desde a ideia de colonialismo e a sua sangria.

30.09.2014 | par martalanca | Frantz Fanon

PAN!C - a Pan African Network for Independent Contemporaneity

PAN!C - a Pan African Network for Independent Contemporaneity – is a platform for cross-continental connection, collaboration and information. This website is a listing of independent contemporary art spaces throughout Africa, but is also a repository of content and ideas relevant to independent contemporary art practice on the continent. 

PAN!C is an experimental platform that seeks to stimulate novel and low/no cost modes for networking, project development and presentation of work among contemporary art practitioners. This is a pivotal venture, functioning in a context that is largely inimical to the movement of ideas, people and work within the continent. 
PAN!C Spaces
The PAN!C website serves, first and foremost, as a directory of independent art spaces throughout the African Continent. To enable broader knowledge, networks and connections, this online platform serves to provide access and will be updated on an ongoing basis. 

24.09.2014 | par martalanca | Pan African Network for Independent Contemporaneity, PAN!C

Edital para atribuição de uma Bolsa de Investigação

Encontra-se aberto concurso para a atribuição de uma Bolsa de Investigação para licenciado no âmbito do projeto intitulado “O trabalho da arte e a arte do trabalho: circuitos criativos de formação e integração laboral de imigrantes em Portugal”, financiado pelo Alto-Comissariado para as Migrações (ACM), através do Programa Anual 2013 do Fundo Europeu para a Integração de Nacionais de Países Terceiros (FEINPT), e em curso no CIES-IUL do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL).

 

Área Científica: Estudos Urbanos

Requisitos de admissão: Os candidatos deverão possuir formação académica em ciências sociais (licenciados ou mestrandos) com experiência comprovada no uso da metodologia etnográfica.

Condições preferenciais: Os candidatos devem ter experiência na realização de entrevistas e de vídeo etnográfico. O domínio do inglês e do crioulo será valorizado.

Plano de trabalhos: Participação nas várias atividades do projeto de investigação, designadamente na recolha, análise e sistematização de informação, na elaboração dos relatórios finais e colaboração na realização de um vídeo-documentário.

Legislação e regulamentação aplicável: Estatuto do Bolseiro de Investigação Científica; Regulamento da Formação Avançada e Qualificação de Recursos Humanos 2010 e Regulamento de Bolsas e Investigação da Fundação para a Ciência e a Tecnologia em vigor (www.fct.pt/apoios/bolsas/regulamento.phtml.pt) e Regulamento de bolsas do ISCTE-IUL.

Local de trabalho: O trabalho será desenvolvido no CIES-IUL, sob a orientação científica dos coordenadores do projeto, Doutora Lígia Ferro e Doutor Otávio Raposo.

Duração da bolsa: A bolsa terá a duração de 6 meses, eventualmente renováveis até ao final do projeto, com início previsto para 27/10/2014.

Valor do subsídio de manutenção mensal: O montante da bolsa corresponde a 745€ conforme tabela de valores das bolsas atribuídas diretamente pela FCT, I.P. no País (http://alfa.fct.mctes.pt/apoios/bolsas/valores).

Métodos de seleção: O processo de seleção será desenvolvido com base na avaliação curricular e eventualmente uma entrevista. A avaliação curricular orienta-se pela valorização dos seguintes elementos:

a) Classificação da licenciatura (ponderação de 20%);

b) Experiência de trabalho no domínio das temáticas dos Estudos Urbanos e das Migrações (ponderação de 30%);

c) Formação em métodos qualitativos e experiência de trabalho de campo com metodologia etnográfica (ponderação de 30%);

d) Experiência de trabalho com vídeo-documentário (ponderação de 10%);

e) Domínio do inglês e do crioulo (ponderação de 10%);

Caso o júri considere necessário a entrevista individual, a mesma terá uma ponderação de 40%.

Composição do Júri de seleção: A seleção dos candidatos será efetuada por um júri constituído pelos coordenadores do projeto, acima identificados, e pelo Doutor Pedro Abrantes, investigador doutorado do CIES-IUL.

Forma de publicitação/notificação dos resultados: Os resultados finais da avaliação serão publicitados, através de lista ordenada por nota final obtida, sendo o candidato aprovado notificado através de e-mail.

Prazo de candidatura e forma de apresentação das candidaturas: O concurso encontra-se aberto no período de 22 de Setembro a 3 de Outubro de 2014.

As candidaturas devem ser formalizadas, obrigatoriamente através de correio eletrónico (cies@iscte.pt) com envio de carta de candidatura acompanhada dos seguintes documentos: Curriculum Vitae, certificado de habilitações e outros documentos comprovativos considerados relevantes, com indicação da referência da bolsa a que se candidata.

 

24.09.2014 | par martalanca | Bolsa, imigração

DERIVATIVO SEM TÍTULO DE MSHOGA MPYA, OU O NOVO HOMOSSEXUAL

2SET – 22H00 ZDB [Performance]Ato Malinda (USA, KEN, 2014), inserida no evento/part of RABBIT HOLE: ORORO RISES


Rabbit Hole traz uma nova super heroína ao Queer Lisboa para lutar contra o mal! Ororo, a Tempestiva, invoca fortes ventos do Este e faz ribombar os céus, chegando mesmo a tempo de enfrentar o vilão que ataca a sua vila. Saindo vencedora, faz chover sapos e trovões celebrando nesta festa com delirantes performances, instalações e música que irão ocupar a ZDB. Conta com a especial presença da artista Ato Malinda, vinda diretamente do Quénia, que irá apresentar a sua performance “Derivativo sem título de Mshoga Mpya, ou o Novo Homossexual” (2014), uma performance one-on-one com canções auto-etnográficas cantadas por Ato Malinda. Malinda interpreta melodias cantadas por cantoras pop, Cher, Emili Sandé e Tracy Chapman, com as suas próprias letras. Cada membro da audiência ouve as canções com headphones, uma de cada vez, enquanto Malinda atua sobre um mapa de plástico. O mapa em que Malinda se senta é uma representação textual de espaços queer em Nairobi, no Quénia. Malinda pinta a cara repetidamente com o atualmente universal símbolo para o movimento LGBTI; a bandeira arco-íris. Esta repetição perante a representação do espaço queer em Nairobi formula inevitavelmente as questões, é uma mulher africana que tem desejos pelo mesmo sexo no Quénia automaticamente identificável com a palavra lésbica ou com a comunidade LGBTIQ? O que é ser queer e/ou LGBTI no Quénia? A identificação mantém-se uma problemática central. Depois de algum tempo, a experiência expande-se para uma performance em grupo envolvendo todos os membros da audiência presentes, tornando-se uma performance de leitura, escrita e partilha de histórias. 



 

24.09.2014 | par martalanca | Ato Malinda, queer

Open Doors will be dedicated to four countries from the Maghreb

The thirteenth edition of Open Doors will be dedicated to four countries from the Maghreb: Algeria, Libya, Morocco and Tunisia.


With the support of the Swiss Agency for Development and Cooperation (SDC) of the Federal Department of Foreign Affairs, Open Doors aims to highlight and offer support to films and filmmakers from the South and the East, where independent filmmaking is vulnerable, involving a different region every year.

The next edition will concentrate on production in four countries in the Maghreb (Algeria, Libya, Morocco, Tunisia), region that the section focused on for the first time in 2005.  
The Festival will select a dozen projects and these will participate in the 2015 edition of Open Doors. The Co-production Lab (8 – 11 August) will bring the finalist directors and producers together with potential partners in order to encourage support for these projects to come to fruition.

Open Doors, in addition to enabling the selected directors and producers to meet possible co-producers, also offers participants workshops led by experts on relevant current issues in the film industry, which are held either in group session or in individual meetings. At the end of the four days the Open Doors Jury will give out several prizes. The Open Doors Grant, worth 50,000 CHF (ca. 40,000 Euro), is financed by the Swiss production support fund Visions Sud Est in collaboration with the SDC and the City of Bellinzona. Two further prizes will be awarded, one by the CNC (Centre national du cinéma et de l’image animée) and the other by ARTE.

In addition to these initiatives for professionals, the section also offers the general Festival audience the Open Doors Screenings, which present a selection of films that are representative of production in the countries involved.

The initiative is organized in close collaboration with the Locarno Festival’s Industry Office and support from its partners ACE (Ateliers du Cinéma Européen), EAVE (European Audiovisual Entrepreneurs) and the Producers Network Marché du Film (Cannes Festival) and the TorinoFilmLab.

As with the two previous editions dedicated to production in Africa, the section also benefits from the input of Alex Moussa Sawadogo, an expert in African film and director of the festival Afrikamera in Berlin.

Applications for the 2015 edition can be made as of today on the website www.opendoors.pardo.chand are reserved for projects from the four Maghreb countries involved (Algeria, Libya, Morocco, Tunisia).

 

The 68th edition of the Festival del film Locarno will take place 5 – 15 August, 2015.

24.09.2014 | par martalanca | cinema, Festival de Locarno, Open Doors

Instalação-performance Museu Encantador chega ao MAM-Rio

Projeto de arte multimídia e performance pensa a relação entre Brasil e Portugal a partir da noção de encantamento

A partir de 27 de setembro, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro recebe a instalação-performance Museu Encantador. Organizada pela performer e dramaturga portuguesa Rita Natálio e a diretora carioca Joana Levi, a exposição reúne vídeos, objetos, sons e obras de arte coletadas no Brasil e em Portugal e uma performance que será apresentada nos primeiros 10 dias da temporada. Durante oito meses de pesquisa, as artistas formaram uma expressiva rede de imagens e conteúdos em torno de algumas perguntas como: o que é encantamento? Existiria alguma relação entre encantamento e cultura? O que seria um museu do ‘encantamento cultural’ entre Portugal e Brasil?

O caráter colaborativo da instalação apresentada no MAM é montado a partir de doações artísticas vindas de 17 artistas brasileiros e portugueses. Chamados de doadores de encantos, artistas visuais, performers, pesquisadores e filósofos de ambos países foram convidados a realizar diálogos sobre noções pessoais de encantamento e história cultural, formando uma teia de encantos que ligam Brasil e Portugal. Entre os colaboradores, estão a artista carioca Laura Erber, o artista pernambucano Paulo Bruscky, a  psicanalista Suely Rolnik, o ator e diretor lisboeta André Teodósio e os performers portugueses Ana Borralho & João Galante

Além das doações de artistas, o Museu Encantador recolheu vídeos, fotografias, e entrevistas em passagens por Alter Do Chão, Recife, Natal, Curitiba e São Paulo. Nesses lugares, o projeto realizou também oficinas, conversas públicas e mostras de processo.

A performance que acompanha a instalação conta com a presença das criadoras Rita Natálio e Joana Levi, além da dançarina portuguesa Teresa Silva. Esta performance procura pensar a relação entre Brasil e Portugal no século XXI. “Trata-se de elaborar um pensamento sobre a colonização, descolonizando o pensamento. É preciso não temer os clichês.Tocar os vestígios, analisar o pó debaixo dos tapetes e abraçar essa estranha mistura de vivo e morto que os museus nos apresentam. Apesar de ser pensada para hoje, é uma performance com muitos fantasmas”, comentam Rita e Joana.

O Museu Encantador estará no MAM-Rio entre 27 de setembro e 26 de outubro e foi contemplado pelo Prêmio Funarte Redes Artes Visuais – 10ª edição. Atenção: as performances serão dias  27 de setembro, às 17h, 28 e 29 de setembro, às 16h e dias 1, 2, 3, e 4 de outubro, às 16h. No dia 4 terá lugar uma palestra com um dos doadores de encantos, André Lepecki, pesquisador e professor no Departamento de Performance Studies da Universidade de Nova Iorque.

Continuez à lire "Instalação-performance Museu Encantador chega ao MAM-Rio"

22.09.2014 | par martalanca | MAM, Museu Encantado, Ritá Natálio

Queer Focus: África

Começou a 20 e vai até 27 de Setembro na Cinemateca Portuguesa e no Cinema S. Jorge e ZDB, em Lisboa: o Queer Focus: África.  No extenso processo de globalização, parece chegado o tempo de África. Assim se vem repetindo nos meios de comunicação globais, como nos fóruns económicos, políticos e académicos. Entre as  múltiplas transformações que ocorrem nesse processo, vamos fixar-nos no campo das sexualidades, particularmente das relações entre pessoas do mesmo sexo. Este tema ocupará a programação do  AFRICA.CONT do próximo ano, com abordagens vindas de perspectivas diferentes: das ciências sociais e  humanas, da literatura, das artes visuais, do teatro.
Antecipando esse ciclo, alojamo-nos confortavelmente na edição de 2014 do Festival Queer Lisboa, a  18ª, ocupando o habitual Queer Focus deste ano com cinema africano. E o cinema é um excelente ponto de partida; porque nos permite uma entrada africana mais directa na discussão, contrabalançando a presença ainda hoje dominante de vozes não-africanas na investigação destas formas não hétero-normativas de sexualidade; porque nos permite aceder a formas de vida, de  resistência, de afirmação na vida quotidiana, invisíveis e inaudíveis nos discursos institucionais dos estados e das igrejas, nos debates do espaço público, bem como na maioria dos discursos académicos, e das abordagens técnicas que proliferam desde a epidemia da sida.
Não ignorando as armadilhas da taxonomia sexual ocidental, que certamente serão discutidas no  próximo ano, utiliza-se aqui a palavra homossexualidade para abranger toda a variedade de comportamentos sexuais com pessoas do mesmo sexo, presentes em África, como em todos os continentes e culturas. Não no sentido que tem habitualmente para nós desde que foi inventada na segunda metade do século XIX – referindo-se especificamente ao comportamento sexual entre homens ou entre mulheres, que são identificadas por outros e se identificam assim elas próprias, de acordo com o sexo das suas parceiras; mas antes no seu sentido etimológico de sexualidade dentro do mesmo (homo) sexo. E vale a pena recordar que, por exemplo nos nossos países do sul da Europa há mulheres e homens que têm relações sexuais dentro do seu sexo, sem que se identifiquem a si próprios como homossexuais…
Entre os muitos mitos que os europeus criaram sobre África, um dos mais antigos e mais persistentes é o de que a homossexualidade está ausente, ou é episódica, nas sociedades africanas. Em 1781, numa obra que inaugura a sexualização dos africanos (História do Declínio e Queda do Império Romano), Edward Gibbon escreveu: “ Acredito, e espero, que os negros nas suas próprias terras estão isentos desta pestilência moral.” Um excecionalismo da sexualidade africana, face à “sodomia” com que os cruzados medievais caracterizavam os muçulmanos e de que as inquisições ibéricas acusavam os marranos ou cristãos-novos; mas também das práticas “pagãs” semelhantes que se considerou identificarem os novos mundos encontrados a partir do século XVI – as Índias Ocidentais e a virilidade das suas mulheres por contraste com a masculinidade reduzida dos homens; como nas Índias Orientais,
no Extremo Oriente, e mais tarde, nos povos do Pacífico. Na frente interna, na Europa, “pecado abominável” ou “nefando” primeiro, “crime”, “doença fisiológica” ou “desordem psicológica”, algumas das designações sucessivamente utilizadas, indicam que os comportamentos homossexuais foram sempre vistos como o “outro” que permite definir o “nós”, europeus, brancos, homens, heterossexuais. Já era assim com Heródoto no século V ac, ao distinguir os Helénicos dos Bárbaros que supostamente se entregavam a práticas sodomitas.
Nas últimas duas ou três décadas já bastantes estudos têm vindo a pôr em causa essa excecionalidade africana e a refutar o argumento da não-africanidade do sexo homo-sexual, introduzido pelos árabes primeiro, pelos colonizadores depois, mas sempre não-africano. E na vida social surge efectivamente uma identificação política da homossexualidade, com os seus agentes a fazerem da sua orientação sexual uma questão política de direitos de cidadania e direitos humanos. O que é também acompanhado de uma criminalização crescente dessas sexualidades em muitos países do continente africano.
É esta complexidade actual que esperamos que os filmes que são apresentados nos dêem a ver e a ouvir, dos quais pode ainda assistir, entre outros, a estes:

Consulte o programa completo aqui.  

Mercedes; Yousry Nasrallah (EGY, FRA, 1993, 108’), Fic.

[24 Set, 19h30 / 25 Set, 19h00] Cinemateca Portuguesa

 

Priest; Ntare Mwine (UGA, 2013, 7’), Fic.

[22 Set, 15h30] Cinemateca Portuguesa

 

Call Me Kuchu; Malika Zouhali-Worrall, Katherine Fairfax Wright (USA, UGA, 2012, 87’), Doc.

[22 Set, 15h30] Cinemateca Portuguesa

 

Dakan; Mohamed Camara (GIN, FRA, 1997, 87’), Fic.

[24 Set, 19h00] Cinemateca Portuguesa

 

Tall as The Baobab Tree; Jeremy Teicher (SEN, USA, 2012, 82’), Fic.

[25 Set, 22h00] Cinemateca Portuguesa

 

Aya de Yopougon; Marguerite Abouet, Clément Oubrerie (FRA, 2013, 84’), Anim.

[27 Set, 15h30] Cinemateca Portuguesa

 

 

22.09.2014 | par martalanca | Queer Focus on Africa

Festival Internacional de Fotografia de Cabo Verde - inscrições abertas!

Até 22 SET.- última semana!

INSCRIÇÕES ABERTAS A FOTÓGRAFOS, ARTISTAS, 
COLECTIVOS E INSTITUIÇÕES

O Festival Internacional de Fotografia de Cabo Verde pretende incentivar a criação artística contemporânea, abrindo este espaço para a divulgação de trabalhos de fotógrafos nacionais e internacionais.A convocatória FIFCV está aberta a candidaturas para a integração de projectos na programação de exposições da sua edição 2014. Uma oportunidade de divulgação de trabalhos, ao lado de nomes consagrados da fotografia internacional, e visibilidade junto de um público alargado de profissionais, curadores ou galeristas.
Procuramos trabalhos interessantes, com uma abordagem genuína sobre determinado tema ou questão. Serão valorizados a coerência do projecto, a profundidade e intensidade na aproximação ao tema, a originalidade na perspectiva adoptada ou a clareza da linguagem visual.
A curadoria do FIFCV irá seleccionar os projectos submetidos em duas fases:
1. Selecção alargada para divulgação na página facebook do FIFCV;
2. Selecção dos melhores projectos para produção e montagem de uma exposição enquadrada na programação do FIFCV.

Será seleccionada uma proposta caboverdiana e uma proposta internacional para uma exposição na galeria Zero Point Art, no âmbito da programação do FIFCV 2014, com curadoria de Diogo Bento e Alex da Silva.
PARTICIPAÇÃO:
Envie entre 6 a 15 fotografias para o e-mail opencall2014@fifcv.com, com os seguintes dados:
- Nome do autor
- Nacionalidade
- Endereço de e-mail
- Website (opcional)
- Biografia
- Título do projecto
- Ano de produção
- Sinopse do projecto

PRAZOS:
As candidaturas poderão ser enviadas até 22 de Setembro. 

Para mais informações, por favor descarregue o Regulamento.
Se tiver alguma dúvida, por favor contacte-nos através do e-mail

opencall2014@fifcv.com.

Mais informações 

17.09.2014 | par martalanca | cabo verde, fotografia

Retornos, Exílios e Alguns que Ficaram

12 e 13 de Setembro às 21h no Festival TODOS, na Escola Superior de Dança, Lisboa

I.

Na sequência do processo de descolonização de 1974-75, milhares de pessoas regressaram das ex-colónias portuguesas. Mas o que quer exactamente dizer este ‘regressar’? Dentre essas pessoas há as histórias daqueles que pouca relação tinham com Portugal, considerando portanto que são exilados e não retornados; outros há que decidiram ficar lá e ajudar a construir um país novo; outros ainda que, embora retornando, não o tinham desejado. Chegados à ‘metrópole’, enfrentaram toda a forma de desafios e provações destinadas aos que começam do zero, num clima de acentuado preconceito para consigo, os “retornados”, os que “vinham ocupar os lugares dos que já cá estavam antes”, tudo isto aliado a imagens de um colonialismo de chibata na mão com que estas pessoas foram representadas no imaginário dos que habitavam a metrópole. Desta história complexa e contraditória localizada no contexto de um também complexo e contraditório processo revolucionário, estamos ainda hoje a tentar discernir os fios com que se entretecem as narrativas oficiais da história de Portugal desse período. Foi por desconfiarmos das narrativas oficiais e também por acreditarmos numa história construída a partir de testemunhos directos dos seus intervenientes - ou seja das pessoas - e talvez, mais fundamentalmente, por não sermos historiadores mas sim criadores teatrais, que fomos à procura dessas pessoas e das suas história e com elas construímos este espectáculo – que é uma viagem por vidas, por traumas, por livros de história, por pequenas e grandes memórias, e pelas nossas próprias perplexidades ante tudo isto.

“No IARN as secretárias eram velhas e sujas e as cadeiras onde os retornados se sentavam quando chegava a sua vez estavam desconjuntadas, tenho a certeza de que nem aguentariam um corpo pesado como o do pai. Estavam lá retornados de todos os cantos do império, o império estava ali, naquela sala, um império cansado, a precisar de casa e de comida…”
(Dulce Maria Cardoso, O Retorno)



II.

Construído a partir de uma aprofundada recolha de testemunhos e histórias de vida de pessoas que viviam nas ex-colónias portuguesas aquando do processo de Descolonização e de independência destas novas nações africanas, este espectáculo foi apresentado pela primeira vez em Janeiro de 2014 no Solar do Dão, em Viseu.
Agora na Escola Superior de Dança, e integrado no Festival Todos, revisitamos estes testemunhos, estas pessoas e fragmentos das suas histórias. sentimos que a missão primordial do Teatro do Vestido neste momento é a de abordar de forma performática fragmentos da história de Portugal que nos possam fazer melhor entender o nosso presente, desafiando aquilo que Eric Hobsbawn descreveu como este “presente permanente” em que todos vivemos. Os processos históricos traumáticos da Guerra Colonial, da Colonização e Descolonização são parte integrante desta tentativa de entendimento deste ‘País Possível’.

 

Direcção, Texto, Espaço Cénico: Joana Craveiro
Interpretação: André Amálio, Inês Rosado, Isabelle Coelho, Joana Craveiro
Iluminação: Cristóvão Cunha
Assistência: Sabine Delgado
Produção: Rosário Faria
Co-produção: Teatro do Vestido/ Teatro Viriato

10.09.2014 | par martalanca | Joana Craveiro, retornados, teatro, Teatro do Vestido

Africa Queer em Lisboa

O Festival Internacional de Cinema Queer, realiza-se de 19 a 27 de Setembro no Cinema São Jorge e na Cinemateca Portuguesa. Apresentado na Cinemateca Portuguesa, o programa Queer Focus on Africa, uma colaboração com o Africa.Cont, sugere um olhar à forma como o cinema queer se tem vindo a desenvolver no continente africano, resgatando títulos emblemáticos como Touki Bouki (Senegal), de Djibril Diop Mambéty ou Appunti per un’Orestiade Africana (Itália, Marrocos), de Pier Paolo Pasolini, e propondo uma série de debates, instalações e performances com artistas africanos convidados. De 20 a 27 de Setembro, a Cinemateca Portuguesa será palco também de exposições da egípcia Amanda Kerdahi, e do franco-argelino Kader Attia.

A edição que assinala os 18 anos daquele que é o mais antigo festival de cinema de Lisboa fica marcada também pelo anúncio da chegada à cidade do Porto, este ano com a Retrospectiva de Waters, e a partir de 2015, com aquela que será a primeira edição do Queer Porto. Este ano, que o director do festival, João Ferreira, afirma como sendo o de um “ponto de viragem para o Queer Lisboa, em que o festival conhece mais um salto qualitativo”, é também marcado pelo lançamento do livro Cinema e Cultura Queer, onde se traça um panorama do cinema queer internacional, através do que foi a programação do Queer Lisboa desde 1997, e onde se reúne conjunto de ensaios que faz aquela que é a primeira abordagem exaustiva da história do cinema queer em Portugal.

Pela primeira vez, Portugal sobe à segunda posição de país com mais filmes programados, com um total de 18 títulos, superado apenas pelo Reino Unido, com 20 filmes. França e Alemanha estão representadas com 17 títulos cada, no ano em que o Queer Lisboa conseguiu o apoio do Programa MEDIA, da Comunidade Europeia, um importante impulso para a promoção do cinema europeu no Festival. O Queer Lisboa 18 é financiado pela Câmara Municipal de Lisboa / EGEAC, pelo ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual, pelo Programa MEDIA, e um conjunto de apoios privados, contando com um orçamento de cerca de Eur 130 mil ao qual acrescem as receitas previstas em Eur 20 mil, totalizando Eur 150 mil.

 Touki Bouki (Senegal) Touki Bouki (Senegal)

ver o programa completo

04.09.2014 | par martalanca | cinema, lisboa, queer

Passatempo BUALA - Grisis

A 4 de Setembro estreia, em Lisboa, o filme Grigris. Este é o primeiro filme do realizador chadeano a estrear comercialmente em Portugal. É um vibrante exemplo do cinema feito no continente africano. Grigris esteve em competição no Festival de Cannes, onde ganhou o Vulcan Prize.

Em parceria com a Medeia Filmes, o BUALA oferece 15 convites duplos para a antestreia do filme, que terá lugar no Cinema Medeia Monumental, HOJE, dia 2 de Setembro, às 21h30. Os bilhetes serão destinados aos primeiros a responder à seguinte pergunta:

 

- Como se chama o realizador de Grisis

 

(responda na caixa de comentários ou no Facebook do Buala)

 

Sinopse:

Grisgris, um rapaz de 25 anos com uma vida complicada no Chade, sonha tornar-se um bailarino. Um desafio, tendo em conta que uma das suas pernas se encontra paralisada. Mas os seus sonhos tornam-se ainda mais complicados quando o seu tio fica gravemente doente. Para o salvar, Grisgris aceita trabalhar no tráfico de combustível…

 

Festivais e Prémios:

Festival de Cannes – Selecção Oficial – Competição – Prémio Vulcain

Dubai International Film Festival – Selecção Oficial Competição

 

 

 



02.09.2014 | par martalanca | Chade, cinema, Grigris, Mahamat-Saleh Haroun

As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino

As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino, do sul-africano Breyten Breytenbach com encenação de Rogério de Carvalho e interpretação do Teatro Griot, em palco de 2 a 4 de Setembro, às 21h30 no Teatro do Bairro, em Lisboa.

No livro As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino, Breyten Breytenbach escreve sobre as suas memórias do cárcere: a excruciante narrativa da sua viagem através da máquina infernal do sistema prisional sul-africano, com todo o seu cortejo de horrores, histórias inacreditáveis, figuras humanas.

É uma reflexão do prisioneiro isolado de todas as suas ligações com o mundo, que acaba por duvidar da realidade daquilo que vive. Um texto que é ao mesmo tempo um testemunho dramático e uma obra literária de grande qualidade poética.

«Como dizer este texto de Breytenbach? Como manifestar a carga poética que o livro transporta? Que tipo de realidade dramática se pode construir? Exclamativa (tragédia)? Narrativa? Afirmativa? A questão do Teatro como Arte tem sido sempre encontrar os meios justos para dizer e traduzir o que vivemos: o que tem lugar não se pode dizer com a língua que se fala vulgarmente – é necessário encontrar outras modalidades de palavras para dizer o que nos acontece coletivamente. E esta é a razão fundamental para a escolha de As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino de Breyten Breytenbach.»

Intérpretes: Ana Rosa Mendes, Daniel Martinho, Giovanni Lourenço, Maria Duarte, Matamba Joaquim, Miguel Eloy e Zia Soares. Co-produção entre o Teatro GRIOT e Programa Gulbenkian Próximo Futuro.

27.08.2014 | par martalanca | Breyten Breytenbach, Rogério de Carvalho, teatro griot

Inscrições abertas para o Mestrado em Estudos Africanos do ISCTE-IUL

O ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, informa que estão abertas as inscrições para o Mestrado em Estudos Africanos (MEA), um dos mais antigos e conceituados mestrados nesta área científica no espaço da língua portuguesa, que inicia em Setembro a sua 23ª edição.

 

 

Este mestrado tem formado, desde 1989, um grande número de mestres com carreiras prestigiadas na investigação e ensino, sector empresarial, diplomacia, administração pública e organizações internacionais e da sociedade civil.

 

O MEA adopta uma abordagem multidimensional e interdisciplinar ao estudo do desenvolvimento social, económico e político em África, proporcionando competências de investigação e profissionais na área científica de Estudos Africanos em duas vertentes principais: (1) a análise dos processos económicos, sociais e políticos nas sociedades africanas e (2) a gestão de desenvolvimento económico e social em África.

Com a duração de dois anos em regime pós-laboral, o curso, que decorre no ISCTE-IUL, no centro de Lisboa, cobre as principais disciplinas sociais incluindo Sociologia Africana, Antropologia e História de África, Estado e Política, Globalização e Relações Internacionais, Teorias de Políticas do Desenvolvimento, Planeamento e Avaliação de Projectos, e o estudo de Organizações Não-governamentais. O segundo ano é dedicado à elaboração da dissertação ou do trabalho de projecto.  

 

Sobre o Mestrado em Estudos Africanos:

§           O Mestrado em Estudos Africanos tem a duração de dois anos.

§           O horário do curso é pós-laboral, duas vezes por semana, das 18:00 às 22:30. 

§           Pode ser frequentado em regime de tempo inteiro ou de tempo parcial.

§           Confere 120 créditos (ECTS) e o grau de Mestre em Estudos Africanos.

§           Está organizado em dois Ramos de Especialização:

  • Estado, Política e Relações Internacionais
  • Gestão do Desenvolvimento Social e Económico

§           Os dois primeiros semestres consistem em dez unidades curriculares distribuídas pelo tronco comum, e por cada um dos ramos de especialidade.

§           O segundo ano é dedicado à elaboração da dissertação ou do trabalho de projecto.

§           Os seminários no segundo ano permitem o acompanhamento sistematizado na organização da investigação e na elaboração da dissertação.

§           Aos alunos que concluam o primeiro ano é atribuído o Diploma de Estudos Pós-Graduados em Estudos Africanos, com 60 créditos (ECTS).

§           Mais informações em: http://iscte-iul.pt/cursos/mestrados/9503/apresentacao.aspx

 

Contactos para mais informação:

Nome: Ulrich Schiefer (Coordenador); Maria Luís Figueira (secretariado)

Instituição: Escola de Sociologia e Políticas Públicas, ISCTE-IUL

Telefone: +351 210 464 123  Ext.291505

Email: Maria.Luis.Figueira@iscte.ptaclsnc@iscte.pt

 

18.08.2014 | par martalanca | ISCTE, Mestrado Estudos Africanos, Universidade

A noite dos guerreiros do Níger

Na noite de quarta-feira no Castelo de Sines a banda Mamar Kassey vibrou. 

Oriundos de Niamey, esta banda, fundada em 1995, tem raízes não só no Níger mas também no Mali e no Burkina Faso. Vieram à 16ª edição do Festival de Músicas do Mundo de Sines apresentar o seu terceiro álbum, Taboussizé-Niger, eleito por prestigiadas revistas do género como um dos melhores do ano passado. O líder, que Ali Farka Toure tratava como filho espiritual, o cantor e intérprete de flauta “peul”, Yacouba Moumoni, digno representante das várias tradições musicais das regiões do Sahel e do Sahara.

 

Foi uma noite inspirada para esta banda da África ocidental. Percebe-se porque o nome do conjunto se inspira no lendário guerreiro do mesmo nome. Moumoni mostrou-se um incansável líder e foi arrebatador nos solos que fazia com a flauta. A dançarina que se encontrava em palco, elegantemente pintada nos preceitos dos povos das margens do rio Níger, foi por empolgante.

 

Com o desejo de reunir várias tradições e de lhes dar uma actualidade trazendo ritmos modernos sem im

por nenhuma deturpação à cultura tradicional. Com raízes no Mali, Níger e Burquina Faso, quis misturar estas três culturas para criar o ritmo denkedenke. Recusaram pôr uma bateria preferindo a calabassa, o kalangou, o molo e o kamélé n’goni tradicionais.  O primeiro álbum, Denké-Denké, saiu em 1998, seguindo-se o Alatoumi, em 2000.

 

Victor Hugo Lopes 

25.07.2014 | par martalanca | Festival de Músicas do Mundo, Mamar Kassey, Níger

A Festa dos África Negra

África NegraÁfrica NegraE

 

E ao sexto dia da 16ª edição Festival de Músicas do Mundo, o Castelo de Sines transformou-se num vigoroso “fundão”, tal como nos bailes ao ar livre de São Tomé. E a culpa de tal feito vai toda para o Conjunto África Negra, que abriu o dia de concertos, com esta matinée dançante.

 

A tarde estava de bom clima e tudo se propiciava para uma verdadeira festa. Os África Negra subiram ao palco e pouco depois já o público estava rendido ao ritmo da rumba muito específica de são Tomé, fortemente influenciada pelo vizinho soukous e pelo highlife.

 

Nome cimeiro da música santomense, os África Negra regressam aos palcos em boa forma, após um bom tempo de ausência ou mesmo de actividade intermitente. Do conjunto, formado por seis elementos, apenas dois integraram a formação original: o estrondoso vocalista João Seria, ou o “general” como gosta de ser chamado, e o magnífico guitarra-solo Leonildo Barros.

 

A festa foi animada. Dançou-se muito como muito no Castelo de Sines e cumpriu-se então a vocação dos África Negra: fazer a festa e distribuir alegria aos seus seguidores. Não há dúvida que haverá festa também no concerto que darão no B. Leza.

24.07.2014 | par Victor Hugo Lopes | África Negra, Festival Músicas do Mundo

Jagwa Music (Tanzânia), 24 Julho, LISBOA e 26 Julho, SINES

Dos subúrbios de Dar Es Salaam, capital da Tanzânia, regressa a Portugal o grupo Jagwa Music para um concerto em Lisboa (dia 24 de Julho _ MusicBox) e outro em Sines (dia 26 de Julho _ Festival Músicas do Mundo).

O seu estilo de dança, o mchiriku, deriva de ritmos de transe tradicionais e tem como elementos característicos a secção rítmica improvisada e o uso de teclados Casio “low-cost” amplificados.

O colectivo, composto por 8 músicos, estará em Lisboa a fechar o primeiro semestre das Musicbox Heineken Series, no MusicBox e a fechar a programação do Festival Músicas do Mundo deste ano.

09.07.2014 | par franciscabagulho | música, Tanzania