Visão de África I

Visão de África I A única solução potencial para a Europa, onde os reformados excedem os trabalhadores, sendo duas vezes mais do que estes, e onde as mortes superam os nascimentos, será contar com um fluxo constante de imigrantes, com a maioria dos recém-chegados a serem oriundos do único continente que ainda apresenta um crescimento na população: África.

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18.10.2022 | por Ednilson Leandro Pina Fernandes

Diário de um etnólogo guineense na Europa (dia 5)

Diário de um etnólogo guineense na Europa (dia 5) Os amigos tugas dos chefes dos tugas estão a despedir muitos tugas, coitados, e quando isso acontece sempre mandam os tugas coitados emigrar. Por exemplo, há não muitos anos, um chefe tuga chamado Caço Coelhos também fez o mesmo, deu muito dinheiro aos seus amigos tugas donos dos bancos e despediram os tugas coitados e mandaram-nos emigrar. “Vá!, todos para o Norte, emigrem para a Europa, saiam da Tugalândia.”

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21.02.2021 | por Marinho de Pina

Um abraço em escuta

Um abraço em escuta Os angolanos e angolanas têm-se construído socialmente também fora de Angola e em diálogo com o mundo. Nessas partidas e chegadas levam uma bagagem do intangível, o imaterial: a intuição, a fé, a dança e o olhar triste e profundo da permanente incerteza. E o sorriso como resistência última de se esconder a tristeza, os infortúnios da vida. Talvez à chegada e na partida não seja preciso falar muito. Talvez seja preciso escutar em silêncio e num abraço. Um abraço em escuta.

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21.12.2020 | por André Castro Soares

«Chão de Massapé»

«Chão de Massapé» A opção por Portugal como país de emigração, resulta de inúmeros fatores, que vêm dos aspectos históricos da colonização, da proximidade da língua, e do reagrupamento familiar que o percurso das gerações tem provocado. A tudo isto se junta a necessidade de mão-de-obra ciclicamente sentida no país, e que vem colmatando recorrendo a este contingente, “mais ou menos voluntário”.

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10.08.2020 | por Elsa Fontes

Os invisíveis: migração de angolanos para os Estados Unidos

Os invisíveis: migração de angolanos para os Estados Unidos  Desde 2014, centenas de angolanos estão em marcha desesperada pela selva, montanhas e desertos da América, em migração clandestina para os Estados Unidos ou Canadá. Fogem da insegurança e da crise económica no país, num caminho perigoso onde vários angolanos já perderam a vida.

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29.01.2020 | por Pedro Cardoso

Os Barcos Negros e dizem as velhas na praia que não voltas. São loucas!

Os Barcos Negros e dizem as velhas na praia que não voltas. São loucas! Assim, resta-me acrescentar que me gamaram nas andanças em que me meteu a minha empresa. O meu cartão do cidadão e, mais tarde, em sequência o meu laptop e docs oficiais que comprovam que por maluqueira sou do género masculino e tenho assim o direito de me chamar o que bem entender. Tal como a Pepper. Foi-se tudo e agora depois de ter da minha empresa respostas cada vez mais estranhas que implicam ficar nas mãos de sabe-se lá quem e onde.

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10.10.2019 | por Adin Manuel

Raça e (austeridade da) História, reflectindo a partir de um estudo etnográfico sobre a migração contemporânea de portugueses para Angola

 Raça e (austeridade da) História, reflectindo a partir de um estudo etnográfico sobre a migração contemporânea de portugueses para Angola   No debate actual sobre racismos em português, analisadas de perto, as relações e interações observadas entre portugueses e angolanos em Angola aparecerem ainda imbuídas de preconceitos enraizados que derivam e se legitimam em mitos perenes sobre a história colonial portuguesa.

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18.01.2018 | por Carolina Valente Cardoso

OEm Emigração Portuguesa: Relatório Estatístico 2015

OEm Emigração Portuguesa: Relatório Estatístico 2015 Portugal é hoje o país da União Europeia com mais emigrantes em proporção da população residente. O número de emigrantes portugueses supera os dois milhões, o que significa que mais de 20% dos portugueses vive fora do país em que nasceu.

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02.11.2015 | por vários

Tomada de posição de um grupo de cientistas sociais da área das migrações

Tomada de posição de um grupo de cientistas sociais da área das migrações recusamos legitimar qualquer política de confinamento das pessoas que impeça o exercício do direito fundamental a procurar algures um presente e um futuro melhor. Recusamos compactuar com a instrumentalização do medo e da emoção assente num racismo culturalista dirigido a imigrantes/refugiados que são classificados como «perigosos» com base em critérios de diferença racial ou religiosa. Recusamos a falsificação histórica que representa a Europa como marcada por uma identidade homogénea e todas as narrativas artificiais que inventam e propagam valores exclusivos. Recusamos assistir passivamente a discursos que reforçam a necessidade de medidas securitárias, levando à legitimação de instrumentos desumanos e violentos como as rusgas de imigrantes, os centros de expulsão e as deportações.

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10.10.2015 | por vários

Fadaiat

Fadaiat Os encontros Fadaiat duram, regra geral, 3-5 dias e são compostos por debates, ateliers, projecções de vídeos, apresentação de trabalhos de investigação de longo curso, streaming de rádio e de televisão (em directo das mais variadas partes do mundo), e acções concretas sobre os temas da Liberdade da Informação/Liberdade de Movimentos.

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05.01.2012 | por Ana Bigotte Vieira

De como se constrói um Europeu

De como se constrói um Europeu Leio com atenção as notícias da chegada de mais e mais emigrantes às “costas da Europa” (qual será a Europa deles? Em que janela a terão desenhado a contraluz?); apercebo-me da sua presença nesta Europa em que vivo, sinto o reforço das leis e a construção dos campos de detenção para os acolher, a sociedade a mudar com a sua presença, a minha presença a mudar com a presença deles, Lisboa a ficar capital Europeia, eu a ficar Europa que não quero ser.

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11.11.2010 | por Ana Bigotte Vieira

Da colonização à convivência

Da colonização à convivência Não existe verdadeiramente “consciência lusófona”, excepto talvez nalguns intelectuais ou políticos. O angolano ou o moçambicano médio, mesmo artista ou universitário, nunca utilizará esta palavra para se definir, enquanto para um africano francófono, o termo “francofonia” tem significado, e até uma dimensão política supranacional.

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23.08.2010 | por Ariel de Bigault

As árvores têm raízes, nós temos pés

As árvores têm raízes, nós temos pés O que Mónica de Miranda se propõe é “criar espaço para que os fluxos migratórios e transnacionais sejam vistos como uma realidade diversificada e multi-facetada, como uma plataforma criativa de oportunidades e um lugar de trânsitos para mudanças pessoais, culturais e sociais.” No centro da sua estratégia está o princípio da interculturalidade, que deveria implicar uma promoção sistemática e gradual de espaços e processos de interacção positiva, possibilitadora de uma generalização de relações de confiança, de reconhecimento mútuo, de debate, de aprendizagem e de troca.

Cara a cara

16.05.2010 | por José António Fernandes Dias