O trabalho das feministas negras tem sido essencial para desvelar a fundação racial da reprodução social da limpeza e dos cuidados. Na era actual, que vê uma nova política racial da limpeza produzida pela ansiedade gerada em torno daquilo a que os meios de comunicação chamam crise climática, as sociedades humanas não poderão sobreviver sem esse trabalho de limpeza e de cuidado.
Corpo
19.03.2020 | por Françoise Vergès
Declaramos solidariedade com a deputada Joacine Katar Moreira e apelamos ao sentido de responsabilidade cidadã dos portugueses e das instituições públicas, para que não deixem impor-se a linguagem do ódio e da desconfiança onde deve apenas haver lugar para a vigilância crítica, o debate aberto e a vontade de ir mais longe na construção de um futuro melhor para todos.
Mukanda
09.11.2019 | por vários
O que peço ao feminismo é simplesmente radicalidade nas suas propostas: abolição da determinação da diferença sexual no nascimento e despatriarquização radical de todas as instituições e administrações. Se começarmos por aí, veremos o que resta da estrutura social patriarcal que conhecemos.
Corpo
16.10.2019 | por Paul B. Preciado
Estas neuroses tornaram-se um pouco a imagem de marca das mães recentemente: mães que são mães mas que, mais ou menos abertamente, sentem ou podem sentir, como a Júlia, que não querem ser mães o tempo todo. Ao tornarem-se marcas, as mães, ou uma ideia de mães, também se torna mercadoria, e há uma certa ideia de quotidiano – e de mãe - que é vendida.
Corpo
20.09.2019 | por Patrícia Azevedo da Silva
A luta continua. A liberdade e a equidade social, desprovidas de opressões egocêntricas, serão as derradeiras vitórias humanitárias. A violência generalizada contra as mulheres é sinal de que, afinal, a liberdade e a segurança só são aceites quando se respeita a prepotência masculina; por outras palavras, na prática, o atual direito humano é lamentavelmente concedido como recompensa aos que consentem com a supremacia.
Corpo
24.04.2019 | por Ricardo Cabral
Entendemos como as mulheres se tornam agentes da sua emancipação e confirma-se a necessidade de tratarmos da reconfiguração das relações no espaço privado, nas relações amorosas e, em particular, a reconfiguração das relações sob o ponto de vista masculino. Quais as controvérsias que o processo de emancipação feminina engendra em Cabo Verde? Que transformações radicais foram operadas? Que efeitos concretos foram trazidos pela entrada maciça das mulheres na vida pública?
Corpo
29.01.2019 | por Iolanda Évora
ontem como hoje, não é difícil encontrar exemplos que mostram que a esquerda e o marxismo foram tanto mais transformadores quando articularam uma crítica de classe e uma crítica antirracista do mundo em que vivemos. Se o PCP ainda hoje insiste na necessidade de ler Marx com Lenine, é também porque a memória positiva do encontro entre movimento operário e movimento anticolonial subjaz tanto à história da disseminação mundial do comunismo como à Revolução de Abril de 1974.
A ler
27.01.2019 | por José Neves
A actual geração de activistas, que já nasceu em Portugal ou cá cresceu, coloca novas questões na agenda do movimento negro feminino em Portugal. Recuamos no tempo... recuamos séculos... falta contar esta história.
A ler
21.01.2019 | por Cristina Roldão
Proponho-vos um feminismo onde a palavra solidariedade não seja um ponto de comunhão das nossas semelhanças, mas sim um ponto de entendimento das nossas diferenças. Tal como nos propõe Awino Oktech no livro Queer African Reader, quando discute solidariedade como substituto de irmandade.
Corpo
11.12.2018 | por Paula Sebastião
O meu intenso empenho na crescente consciência feminista levou‑me a confrontar a realidade das diferenças de raça, de classe social e de género. Tal como me tinha revoltado contra as ideias sexistas acerca do lugar de uma mulher, também contestava o lugar e a identidade das mulheres no seio dos círculos de emancipação feminina; não conseguia encontrar lugar para mim no movimento. A minha experiência enquanto jovem e negra não era reconhecida.
Mukanda
17.09.2018 | por bell hooks
Temos em comum fazermos parte de contextos que asfixiam as nossas liberdades de ser e sentir; sermos violentadas supostamente por causa da roupa que vestimos e ainda termos de ouvir “puta, assanhada, vagabunda”.
Corpo
10.08.2018 | por Leopoldina Fekayamãle
Este festival de cariz comunitário, feminista e queer procura a criação de uma esfera de ideias e relações entre os vários intervenientes no festival com efeito directo na comunidade local de Lisboa, através da discussão de temáticas de cariz social de inclusão, acesso, representação, expressão ou identidade.
Vou lá visitar
23.06.2018 | por vários
A masculinidade se define necropoliticamente (pelo direito dos homens de dar a morte), ao passo que a feminilidade se define biopoliticamente (pela obrigação das mulheres de dar a vida). Pode-se dizer que a heterossexualidade necropolítica é algo como a utopia da erotização do acoplamento entre Robocop e Alien, pensando que, com um pouco de sorte, um dos dois se satisfaça.
Mukanda
18.01.2018 | por Paul B. Preciado
“Falar das trajetórias das mulheres negras no cinema brasileiro é remontar uma história de invisibilidade e apagamentos. Até por isso, o que é impactante na produção atual é a sua coletividade e a pluralidade de projetos e obras. Uma série de iniciativas das próprias cineastas marcam esse cenário de transformação e afirmação, propondo novas formas de viabilizar e divulgar o cinema feito pelas mulheres negras.
Afroscreen
27.11.2017 | por vários
"E se a verdade fosse mulher_ porque não?" faz conexões entre a escravatura e tempos coloniais, pretende desafiar a construção da brancura como a ideia de pureza, criando imagens que revelam vários recursos do continente que são todos brancos - marfim, algodão, pó, etc. Mas também chega ao tempo presente e olha para os heróis africanos - a construção do herói de forma individual - e as possibilidades que o acervo tem de incluir outros parceiros, e eu reflito apresentando nomes dos seus cônjuges na conversa, no entanto, aberta a outras acrescentos e a sermos os autores das nossas histórias.
Cara a cara
31.05.2016 | por Euridice Kala
De que forma as teorias feministas no contexto latino-americano “traduzem” e descolonizam a crítica pós-colonial? Que tipos de mediação são necessários nessas traduções feministas e latino-americanas do pós-colonial? Quais são seus limites? Estas são algumas indagações a respeito das tendências teóricas contemporâneas dentro do feminismo que explorarei a seguir na tentativa de mapear – necessariamente de forma abreviada – possíveis rumos para os estudos de gênero e feminismo no contexto latino-americano/brasileiro.
A ler
08.10.2013 | por Cláudia de Lima Costa