A música do mundo é maior que a world music

A música do mundo é maior que a world music A world music é, portanto, um paradoxo contemporâneo: um mundo heideggeriano, onde todos somos vítimas e algozes, controlados e controladores. Sem nos darmos conta disso, trabalhamos para a unidade do planeta e, vice-versa, para o crescimento e a proliferação da diversidade local, que se afirmam em múltiplas minirrealidades espalhadas como poeira em todo o globo.

Mukanda

20.07.2012 | por Gilberto Gil

Entrevista a Daoud Aoulad Syad sobre o filme 'A Mesquita' (A Jamaâ)

Entrevista a Daoud Aoulad Syad sobre o filme 'A Mesquita' (A Jamaâ) Como cenário construiu-se, em Marrocos, uma mesquita que deve ser destruída no final da rodagem. No entanto, os vizinhos da zona começam a utilizá-la e querem que perdure, apesar de não cumprir com as normas básicas da arquitectura islâmica. Com esta anedota real, o director decide rodar uma história de ficção utilizando imagens documentais para tratar, com humor, questões importantes para toda a comunidade.

Afroscreen

19.07.2012 | por Olivier Barlet

"A música africana, ou lá o que isso é, vai ter mais protagonismo internacional", entrevista a Benjamin Lebrave

"A música africana, ou lá o que isso é, vai ter mais protagonismo internacional", entrevista a Benjamin Lebrave Visitou estúdios nos musseques, conversou com produtores para alimentar a sua Akwaaba Music, uma plataforma digital que se dedica à música africana e cultura pop, dando visibilidade aos fenómenos de música que carecem de estrutura para chegar mais longe. Nos últimos 3 anos, Lebrave editou mais de 70 artistas de 15 países africanos e tem vindo a desenvolver uma rede global que abrange a produção de conteúdos, distribuição digital, marketing e licenciamento.

Cara a cara

11.07.2012 | por Marta Lança

Fronteira de amor e ódio

Fronteira de amor e ódio Em 2008 eclodiu inesperadamente na África do Sul, país que acolhe um grande número de emigrantes dos países vizinhos, uma onda de Xenofobia contra estes. Cerca de 50 pessoas foram mortas e milhares ficaram feridas entre as quais moçambicanos. Milhares de estrangeiros viram os seus familiares agredidos e mortos, as suas casas e bens queimados e foram obrigados a fugir sem nada. Este documentário relata a história dramática de três destas pessoas que regressaram à sua terra natal fugindo da violência.

Afroscreen

10.07.2012 | por Camilo de Sousa

O que significa ser documentarista africana num meio cinematográfico amplamente dominado por homens?

O que significa ser documentarista africana num meio cinematográfico amplamente dominado por homens? As mulheres documentaristas, na maioria, têm-se revelado engajadas. Existem inúmeros obstáculos para os documentaristas africanos, que se prendem com o desenvolvimento dos países africanos, entre outros, a fraca industrialização, a má governação, a alta taxa de desemprego, a falta de infra-estruturas, a persistente pobreza. A crise financeira mundial dos últimos anos apenas agudizou a situação destes cineastas que vivem, actualmente, muitos problemas para trabalhar.

Afroscreen

10.07.2012 | por Soxna Amar

BAB SEBTA, mudar a percepção das migrações, entrevista a Pedro Pinho

BAB SEBTA, mudar a percepção das migrações, entrevista a Pedro Pinho "O filme é sobre a espera, sobre os tempos de espera. Se pode haver diferenças entres as acções das pessoas de cá e as pessoas de lá, a espera permite-nos reconhecer uma unidade e uma semelhança. Por definição, quando esperamos estamos dependentes de alguma coisa exterior que não controlamos e de que estamos dependentes e esse estado de vulnerabilidade é universal. O quotidiano da espera é comum a todas as pessoas do mundo e facilmente reconhecível e identificável." Pedro Pinho

Afroscreen

10.07.2012 | por Marta Lança

Sentir a Dança

Sentir a Dança Nos próximos dias 23 e 24 de Junho vai apresentar-se o espetáculo Matriz – espaço onde os sentimentos persistem, no Auditório Eunice Muñoz. Um espetáculo resultante de um projeto novo que coloca em diálogo culturas e interpretações estéticas da vida. A não perder.

Palcos

23.06.2012 | por Cátia Miriam Costa

Sinais de fogo ardem na nova literatura cubana

Sinais de fogo ardem na nova literatura cubana Há mais para além da tríade “sexo, palmeiras e regime” quando se fala de literatura em Cuba. E os escritores só querem fugir desses clichés.

A ler

22.06.2012 | por Raquel Ribeiro

“A voz underground”, por Reem Kassem (Egipto)

“A voz underground”, por Reem Kassem (Egipto) Reem Kassem é uma jovem mulher muito determinada. Aproximadamente um mês após a revolução do ano passado no Egipto, quando as principais preocupações das autoridades eram paz e ordem nas ruas, Reem convenceu os militares em Alexandria a autorizar um festival de música ao ar livre, que juntou dezenas e dezenas de voluntários, desde as pessoas que pintaram o palco num dos parques abandonados da cidade aos músicas que actuaram. Poderia ouvi-la contar a história das suas negociações com os militares vezes sem conta. Desde então não tem parado e tenho a certeza que o seu papel será determinante para o futuro do sector cultural no Egipto.

Vou lá visitar

20.06.2012 | por Maria Vlachou

Lisboa Mestiça, de José Manuel de S. Lopes, João Vilhena e Vitor Belanciano

Lisboa Mestiça, de José Manuel de S. Lopes, João Vilhena e Vitor Belanciano Um dia na cidade de Lisboa. Do nascer do dia à noite e os lugares mágicos da cidade, cheios de história e prontos a receber novas memórias. O nascimento, o casamento, a refeição, a morte, actos principais e comuns à humanidade, aqui observados nas várias comunidades imigrantes de Lisboa, fragmentos da história diária.

Afroscreen

20.06.2012 | por José Manuel de S. Lopes

Sérgio Afonso, o rapaz da câmara fotográfica

Sérgio Afonso, o rapaz da câmara fotográfica A produtora de que faz parte, a enérgica Geração 80, nasce numa ótima altura: “o mundo está em crise, o dinheiro cada dia mais difícil para alguns, e a tecnologia cada dia mais acessível a todos.” Não depender de investimentos milionários para poder trabalhar na área, ser possível filmar com uma máquina fotográfica são vantagens dos nossos dias que descomplicam. Sérgio Afonso empenha-se em trazer novas imagens do seu país, nascido na vontade de criar uma nova Angola.

Cara a cara

15.06.2012 | por Marta Lança

Logo depois da vírgula de Mattia Denisse

Logo depois da vírgula de Mattia Denisse Onde é que se encontra a literatura? Se atendermos a essa palavra num sentido mágico, etimologicamente, ou seja, a de ter uma qualquer capacidade para fazer alguma coisa, a de encerrar em si mesma um poder transformativo (mas sem a querer reduzir a “funções”), onde a encontrar? Em qualquer texto escrito que respeite as leis genéricas e expectáveis de uma circulação cultural (necessária e obrigatoriamente entrosadas nas de um circuito igualmente económico, político, mediático)? Ou de uma forma mais elitista, conservadora, mas a nosso ver necessária, reservada a certas configurações das suas matérias próprias?

A ler

15.06.2012 | por Pedro Moura

Apelo biblioteca Ruy Duarte de Carvalho

Apelo biblioteca Ruy Duarte de Carvalho Apelo da filha do Ruy Duarte de CArvalho, para que sejam doados e transportados livros até à biblioteca com o nome do escritor, localizada no Namibe.

Ruy Duarte de Carvalho

10.06.2012 | por Eva Carvalho

De Mindelo para a cidade do Porto: Bilan, a nova voz da música cabo-verdiana

De Mindelo para a cidade do Porto: Bilan, a nova voz da música cabo-verdiana De São Vicente para a cidade do Porto, do rock da banda "Freak", de Mindelo, para uma música mais eclética, aberta ao mundo, mas sempre cabo-verdiana. Este poderia ser um breve resumo do percurso do músico Elton Jorge Lima, de 31 anos, mais conhecido por Bilan que, depois de uma passagem pelos "Refilon", em Lisboa, e de ter integrado vários projectos musicais na Cidade Invicta, se prepara para lançar "Ilha", o seu primeiro CD.

Palcos

10.06.2012 | por Joaquim Arena

Áfricas e Marginalidade: uma recensão de "Voci dal Margine: la letteratura di ghetto, favela, frontiera"

Áfricas e Marginalidade: uma recensão de "Voci dal Margine: la letteratura di ghetto, favela, frontiera" O cronista a que se chama Gato Preto/ Nascido em Ilhéus, no centro do gueto/ Pele escura, olhos vermelhos, cabelos crespos/ Antepassado africano, descendente negro/ Pane extremamente, salve do gueto/ Todos descendentes do mesmo povo preto. (Altino Gato Preto – Baiha que Gil e Caetano não cantaram)

A ler

08.06.2012 | por Luca Fazzini

Entrevista a Mark McKinney

Entrevista a Mark McKinney Entrevista a Mark McKinney, a propósito do seu livro The Colonial Heritage of French Comics. "Quer a série Tintin quer Zig et Puce estão pejadas de cenas de racismo colonial e antisemita. O busílis está em saber o que se deve fazer com essas obras. Eu estou em crer que a coisa mais acertada seria estudá-las de uma forma crítica, e utilizá-las para ensinarmos os outros, sobretudo os mais jovens, sobre o passado e a sua representação na banda desenhada. Quer Tintin no Congo quer A Estrela Misteriosa deveriam conter introduções fortemente críticas e independentes que analisassem como é que esses títulos são racistas e não diminuem a responsabilidade do artista em propagar essas perspectivas repreensíveis, como é usualmente feito pelos muitos hagiógrafos de Hergé."

Cara a cara

05.06.2012 | por Pedro Moura

The Colonial Heritage of French Comics de Mark McKinney

The Colonial Heritage of French Comics de Mark McKinney O debate de McKinney emprega, portanto, vários instrumentos e dedica-se a várias frentes de atenção, desde os veículos de circulação das bandas desenhadas estudadas até aos complementos autorais possíveis de coligir, sem jamais esquecer a contextualização histórica, em todas as suas dimensões. Estando o foco ancorado nessas obras mais antigas, compreende-se a genealogia estabelecida, mesmo que o autor precise que muitos outros títulos poderiam ser citados e estudados (nos Anexos críticos, encontramos alguns dos instrumentos de identificação e cômputo dos elementos pertinentes). Este é, portanto, um contributo de uma importância extrema, não apenas no que diz respeito ao próprio território da banda desenhada mas até mesmo para o que compõe o tecido social das nossas sociedades contemporâneas. É um gesto que contribui para “um alinhamento com os desenvolvimentos da pesquisa académica, a publicação, e uma intervenção no debate público sobre como perspectivar a história colonial e como tratar as minorias pós-coloniais” (120). Lição a qual deveria ter reverberação em Portugal.

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05.06.2012 | por Pedro Moura

O que nomeia a palavra “imigrante”?

O que nomeia a palavra “imigrante”? Publicamos aqui excertos dos textos do livro "Imigração e Racismo em Portugal" do Le Monde Diplomatique, organização de Nuno Dias e Bruno Dias Peixe

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02.06.2012 | por Bruno Peixe Dias e Nuno Dias

A Imigração no Cruzamento dos Discursos

A Imigração no Cruzamento dos Discursos Trata-se tão somente de uma revisitação, em modo crítico, de alguns dos principais temas que fizeram a agenda política, mediática e social-científica da imigração em Portugal nos últimos anos. Crítica no sentido que são os próprios limites das categorias usadas para fazer sentido dos fenómenos assim identificados que são expostos, procurando, desse modo, desnaturalizar conceitos que, pela repetição com que foram empregues, acabaram por se apresentar como transparentes, como reflexos da realidade que são supostos espelhar, quando, muitas vezes, são eles que comandam uma certa intervenção na realidade.

A ler

01.06.2012 | por Bruno Peixe Dias e Nuno Dias

A África que anda a fazer suar Lisboa

A África que anda a fazer suar Lisboa “O B.Leza nasceu de uma história de amor”, em 1995, no Palácio Almada Carvalhais. 12 anos depois, uma ação de despejo contra o Casa Pia Atlético Clube – que subalugava o espaço ao B.Leza – atrapalhou as entrelinhas. Atrapalhou mas não matou. Após cinco anos à procura de casa, hoje revivem-se as noites de morna e coladeira. “Havia saudades do B.Leza”. Por isso é que, para além de um público jovem e renovado, continuam a ver-se os clientes do passado.

Cidade

28.05.2012 | por Rute Barbedo